- Minha avó não esta muito bem amor! - explicou cabisbaixo.
- Então eu vou com você! - disse decidida.
- E quem vai ficar aqui no seu lugar? - encarou-me divertido.
- Eu sei lá Caio, mas você não pode ir sozinho! - passei a mão no cabelo.
- Fica tranquila meu amor, meus pais vão...- abraçou minha cintura.
- Mas eu não posso ir também? Não posso apoiar meu namorado nesse momento? - levantei-me o encarando.
- Lu, abaixa a guarda...- levantou-se aproximando-se. - Só quero que entenda que eu não vou estar sozinho, meus pais vão junto!
- Quando que você vai? - perguntei depois de um tempo.
- Hoje a noite! - arregalei os olhos espantada.
- E você só esta me contando isso agora? - alterei o tom.
- Luiza, fica calma caralho...- repreendeu-me com o olhar. - Fui pego de última hora também!
- Desculpa! - passei a mão no cabelo completamente frustada. - Eu só estou um pouco nervosa porque...- fui interrompida.
- Porque ele está por perto! - respirei fundo.
- Não começa Caio! - revirei os olhos.
- Não começa? - encarou-me incrédulo. - O que você estava fazendo com ele a alguns minutos atrás? - cruzou os braços.
- Fui levá-lo até a sala do meu vô! - disse seriamente.
- O que ele foi fazer lá? - encarou-me desconfiado.
- Talvez ele vá trabalhar aqui no resort! - mordi meu lábio inferior.
- O quê? - alterou a voz. - E você me fala isso na maior tranquilidade?
- Você queria que eu estivesse como Caio? - me irritei. - Porque o que está parecendo que quem se incomoda e se importa mais com a presença do Lucas, é você e não eu!
- Olha o que você está falando, se liga Luiza...- passou a mão no cabelo irritado. - ELE ESTÁ SE APROXIMANDO CADA VEZ MAIS E VOCÊ PARECE ESTAR GOSTANDO! - gritou nervoso.
- CALA BOCA CAIO! - gritei no mesmo tom que ele. - E abaixa o tom pra falar comigo! - disse nervosa. - Olha a merda que você está me falando porra...
- ABAIXAR O TOM? ABAIXAR O TOM POR QUÊ? - riu sem humor. - SÓ PRA AQUELE MERDA NÃO OUVIR?
- PARA! - gritei nervosa. - PARA COM ISSO!
- PARAR COM O QUÊ? - as veias saltavam do seu pescoço. - SÓ PORQUE ESTOU FALANDO A VERDADE? SÓ PORQUE EU SEI QUE ELE NÃO VÊ A HORA DE VOCÊ ABRIR AS PERNAS? O que não vai demorar muito....- disse ele num tom mais baixo. O tapa em sua cara foi tão forte que eu senti minha mão arder depois.
- ME RESPEITA! - lágrimas rolavam pelo rosto; eu estava completamente nervosa e decepcionada com Caio.
- Luiza...
- Sai daqui! - disse nervosa.
- Lu, e-eu...
- SOME DA MINHA FRENTE! - gritei. - SAIII! - o empurrei em direção a porta.
- Quando você estiver mais calma a gente conversa! - balancei a cabeça negativamente.
- Não, não vai ter conversa! - abri a porta dando passagem a ele. - Boa viagem! - seu olhar de arrependimento e tristeza queimava sobre mim, porém, não o encarei.
- Luiza...- respirou fundo. - Eu não vou viajar brigado com você! - parou em minha frente.
- Você vai sim! - disse duramente. - Sua vó precisa de você, não deixa um motivo qualquer estragar sua viagem!
- Você não é um motivo qualquer! - deu um passo pra frente me fazendo dar dois pra trás.
- Não foi o que pareceu quando você me disse aquelas coisas...- o encarei amargamente.
- Eu não quis dizer aquilo...- o interrompi.
- Mas disse! - disse rapidamente. - Agora vai Caio, e se quiser ir pra sua casa, fique à vontade!
- Eu não vou viajar antes da gente conversar! - parou na minha frente e depois foi embora. Bati a porta com força e comecei a chorar compulsivamente.
Por que tudo pra mim tem que ser assim?
Algumas horas depois...
- Lu? - bateram na porta e logo em seguida Rose - umas das recepcionistas - apareceu.
- Oi! - desviei os olhos do computador dando atenção à ela.
- Você não vai embora minha flor? - encostou-se no batente da porta.
- Nem sei Rose...- tirei meus óculos esfregando meus olhos. - Tenho tanta coisa pra fazer!
- Luizaa, você sabe muito bem que você pode resolver tudo isso amanhã! - cruzou os braços; ela tinha razão, mas a verdade era que eu estava enrolando para ir embora. Não quero encontrar Caio!
- Eu sei Rose, todos já foram embora? - abaixei a tela do notebook.
- A maioria! - fiquei em silêncio e ela continuo. - Ele foi embora logo após a discussão de vocês!
- Deu pra ouvir muito? - mordi meu lábio inferior.
- Um pouco! - sorriu meio sem graça. -Bom, vou indo ta bom? - assenti e ela me lançou um beijo no ar.
Levantei-me e andei até o frigobar, peguei uma garrafinha e tomei um pouco de água. Encostei meu corpo na pilar e fiquei pensando em tudo o que aconteceu, peguei meu celular e enviei uma mensagem à ele desejando boa viagem.
Deixei a garrafinha em cima a mesinha e joguei meus cabelos para trás andando até a porta, abri a mesma e olhei para os dois lados do corredor, mas não havia ninguém.
Aproximei-me da janela que estava entreaberta e fiquei observando o tempo lá fora, parecia que ia chover. Deixei meus pensamentos fluírem e acho que fiquei ali um bom tempo, até que uma voz me fez dar um sobressalto.
- Não era minha intenção te assustar...- virei-me para encará-lo.
- Não era pra você estar aqui! - cruzei os braços.
- Por que não? - cruzou os braços também.
- Porque aqui é a parte profissional do resort, essa hora clientes não podem ficar aqui! - disse simplesmente.
- Entendii...- assentiu levemente. - Mas eu não sou apenas um cliente, agora eu faço parte de tudo isso aqui também! - sorriu sem mostrar os dentes.
- Aceitou a proposta? - o encarei surpresa.
- Eu não tive muita escolha! - deu de ombros.
- Como assim? - o encarei confusa.
- Nada, deixa pra lá...- balançou a cabeça negativamente e começou a andar na direção das escadas.
- Lucas...- segurei seu braço e uma descarga elétrica percorreu pelo meu corpo. - Vamos conversar! - ele ficou me encarando por um tempo e depois de um longo suspiro assentiu levemente.
- Fique à vontade...- mal terminei de falar e ele se jogou na poltrona. - Já entendi! - dei um risadinha fechando a porta.
- E então? - sentei na poltrona à sua frente.
- O quê? - cerrou cenho.
- Não vai me explicar o que está acontecendo? - ele desviou o olhar.
- É complicado...- coçou a nuca.
- Tudo bem, pode me falar! - insisti.
- Luiza...- arqueei a sobrancelha. - Eu não sei se quero falar disso!
- Por quê? - cerrei o cenho.
- Eu não costumo me abrir com a pessoas, elas não se importam! - disse ele amargamente.
- Sinto lhe dizer, mas você já está se abrindo! - sorri de lado o fazendo revirar os olhos.
- Não era isso que você tinha que falar! - exclamou emburrado.
- Ah não, você esperava um "eu me importo?" - o encarei divertida.
- Lógico! - deu um piscadela me fazendo gargalhar.
- Sim, eu me importo, mas finge que eu não te falei isso! - dei uma piscadela e o acompanhei no riso logo em seguida.
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