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História O jardim inglês. - Voz de comando.


Escrita por: akirasam946

Notas do Autor


Gente, essa capa é como eu acho que o Peter deve ser, lindo e sexy...Aproveitem as revelações, boa leitura!

Capítulo 14 - Voz de comando.


Fanfic / Fanfiction O jardim inglês. - Voz de comando.

   Peter levou Lucas até a entrada da faculdade, e ao descer do carro abriu a porta para ele com um perfeito cavalheiro, fato esse que não passou despercebido por algumas pessoas que transitavam por ali.

-Vou te buscar hoje também, mas te aviso antes se vamos falar com o detetive ou não, ligarei para ele primeiro.

-Tá bom...Falou Lucas, de cabeça baixa, ele queria contar ao namorado o que a Lady lhe tinha falado, mas não conseguia, a voz dela era como uma ordem estranha e por mais que ele tentasse nada saia.

-Que foi amor, tem algo te incomodando, ou alguém? Tem alguém aqui na faculdade te perturbando? Perguntou Peter, observando que um grupo de rapazes olhavam em sua direção de forma insistente.

-Por exemplo, aquele grupinho ali? Apontou discretamente para lá.

-Aha, aqueles ali são uns idiotas, eles sempre me tratam mal, mas não ligo, agora eu não me preocupo mais com eles, porque eu tenho você...Não é isso, estou nervoso por hoje...Hoje a noite. Mentiu, e ao mesmo tempo não mentiu, porque estava nervoso mesmo.

-Garotos estúpidos...Rosnou Peter, e sem ligar para as pessoas em volta, enlaçou a cintura do menor e lhe trouxe para mais perto, o ato foi tão intenso e bonito que muita gente ficou sem ar, e como uma deliciosa exibição beijou a boca convidativa do loirinho, que se soltou em seus braços, esquecido por um momento de onde estava.

Peter o soltou e sorriu ao ver Lucas corar até a raiz dos cabelos, e mais ainda ao ouvir um coro de meninas que passou suspirando por eles.

-E-eu...E-eu vou...Vou indo...Tentou falar e saiu apressado, olhando para o chão.

Peter ficou olhando ele se afastar e viu quando os rapazes o seguiram para dentro, não perdeu tempo e os seguiu também, não demorou nem cinco minutos e um moreno alto tocou no ombro de Lucas, o fazendo virar em sua direção.

-Então agora o bichinha não tem vergonha na cara? Beijando o cara grandão na frente da faculdade, isso devia ser proibido sabia? Mas já que ninguém faz nada, eu vou fazer, lembra do começo do ano, quando a gente te ensinou uma liçãozinha? Vou fazer pior...

-Roger, para, eu não fiz nada...Tentou se defender o pequeno, já cercado pelos amiguinhos idiotas dele.

-O cara grandão está aqui, porque não resolve comigo? E antes me diz que lição foi essa da qual está falando, porque eu juro se encostar um dedo no meu namorado eu vou te bater tanto que não vai sobrar nem o pó dessa sua carcaça feia para contar a história. Falou Peter, realmente zangado, seus olhos ardendo em fúria, e sua aura alfa no máximo, o que desconcertou completamente todos ali, porque o mundo ainda não tinha conhecimento dos alfas e nem dos ômegas, mas ali estava um ser em fúria que fazia todos os outros tremerem.

Roger era um cara durão, sempre atormentou os meninos no ensino fundamental e médio, e não era diferente na faculdade, só que ali ele pegou outro grupo para atormentar, os pequenos e mais sensíveis, aqueles que ele podia xingar e mexer a vontade, os que ele achava que eram homossexuais e por aí vai a coisa, e se fosse qualquer outro cara grandão ele teria partido para cima, mas aquele homem exalava um poder que ele não conseguia entender, teve medo e tremeu na frente do alfa.

Peter falou alto e com uma voz assustadora, olhando nos olhos do rapaz.

-O que você fez ao meu Lucas no começo do ano? E eu não vou perguntar de novo! Sem saber ele estava usando sua voz de comando, exatamente como sua mãe fez com Lucas mais cedo, só que ele não sabia disso.

O rapaz tremendo dos pés a cabeça e com medo não teve forças para recusar, ele era um beta como todo ser humano, pelo menos como todo ser humano até aquele momento, e também não sabia disso, respondeu sem pensar.

-Eu bati nele, bati nele no banheiro, eu e meus amigos...

Peter rosnou mais alto e seu tamanho que já era grande pareceu aumentar, na verdade ele expandiu sua aura de alfa dominante e como ele era o único alfa ali, rendeu a todos sem saber disso.

-Porque bateu no meu Lucas?

-E-eu...Acho ele lindo e não quero admitir isso, então eu...bati nele, e fiz ele chorar muito, eu o persegui por semanas, até que um tal de Haru começou a defende-lo, no começo eu brincava com ele falando que eram namorados, dizendo um monte de besteiras, mas eu tinha era inveja desse cara, que podia ficar pertinho do Lucas.

Todos estavam de boca aberta, era por isso então que o cara perseguia o Lucas, ele o achava lindo? Sério? E a posse de macho, de homofóbico era o que? E porque ele estava falando a verdade ali, na frente de todo mundo?

(O fato é que um alfa manda e os betas obedecem, alguns ainda podem lutar contra, mas são mais fracos, porque não tem os hormônios que tornam os alfas tão fortes e destemidos, e nem mesmo tem o poder da voz de comando, pior ainda são os ômegas, eles não tem como nem mesmo lutar contra essa dominação, mas os alfas são por natureza protetores dos ômegas, porque eles são mais frágeis, doces e belos por natureza, já que são feitos para os alfas...)

Roger não é um beta muito forte, a voz o faz contar toda a verdade sem nem mesmo piscar.

Peter olha para Lucas e ele está tremendo, isso o acorda de seu estado alfa e ele deixa o rapaz ali parado com cara de tacho e corre para abraçar o seu ômega que está branco feito papel, ele o pega nos braços antes que suas forças acabem.

-Lucas, calma...O que foi que ouve?

-Eu já vi isso antes, eu já ouvi essa voz antes, que faz a gente obedecer mesmo contra a vontade, foi lá no laboratório, o nome do homem que a usava em mim era Edward, e eu me lembrei agora, porque...Porque sua voz é muito parecida com a dele...Respondeu Lucas, tremendo.

-Desculpa meu lindinho, nunca mais falo alto assim, mas eu nunca falaria nesse tom com você, só que aquele idiota mereceu...Só deixa eu terminar isso...

Peter se levantou e foi até o rapaz que parecia sair de um transe, mas antes levou um soco no rosto e caiu sentado no chão, olhando aturdido o homem a sua frente.

-Se encostar no meu Lucas de novo, ou se um dos seus amiguinhos fizer qualquer gracinha, qualquer coisa mesmo, eu não respondo por mim, ouviu?

Humilhado com tudo que disse e sentindo seu rosto arder o rapaz concordou e se levantou, saindo dali em meio aos olhares nada bons dos outros, que agora o desprezavam pelo que disse.

Haru assistiu a tudo de longe, estava assustado também, afinal ele também era um beta, mas mesmo assim rompeu o desconforto e foi até Lucas, que ainda se mantinha meio pálido, chegou junto de Peter que se abaixou para levantar o seu ômega, e olhou meio feio para Haru, mas o reconheceu e permitiu sua aproximação.

-Um show e tanto não é?

-Desculpe por isso, eu me excedi, mas não me arrependo, a propósito, obrigado por defender o Lucas antes, desses idiotas. Falou o alfa estendendo a mão para o outro que sorriu e apertou a mesma.

-De nada, ele é meu amigo e eu não podia deixar esses idiotas sair assim, machucando ele.

-Lucas, você está bem? Perguntou Haru, chegando perto e colocando a mão em sua testa para ver se ele não estava com febre, fato bem comum na verdade.

-Estou, eu só fiquei assustado. Falou envergonhado.

-Tem certeza que está, podemos ir embora...Tentou Peter.

-Não, eu tenho prova na segunda aula, estou bem, ficarei bem, só se controla, eu me assustei ali, e depois...Bom, eu me lembrei de umas coisas desagradáveis, mas estou bem agora, pode ir, eu vou ficar aqui e fazer minha prova.

-Tá certo...Cuide dele por mim. Falou Peter olhando para Haru, mesmo que isso fosse difícil de dizer.

Haru abriu um sorriso sincero e puxou Lucas pelo ombro.

-Vem, vamos para a cantina comer alguma coisa e depois vamos para a sala.

Lucas concordou e foi com ele, mas deixou um certo medo no coração de Peter, porque o nome Edward é o nome de seu pai, o mesmo homem que ficou preso por anos, acusado de raptar o próprio filho e fazer experiências genéticas nele, e em outros meninos que foram aparecendo aos poucos, todos mortos...

“Será que meu pai também sequestrou Lucas? Mas como? Ele estava preso nessa época não é? Preciso confirmar isso com o detetive, mas antes preciso passar no meu empregador, tenho um casa para mostrar a um comprador, que droga!”

E lá foi ele, fez a visita, e acabou vendendo a casa em tempo recorde, depois ficou pensando em como era fácil vender os imóveis, era simplesmente fácil demais para ele, fossem homens ou mulheres, ele simplesmente vendia...Será que sua voz tinha algo a ver com isso? Pensativo foi até o escritório do detetive Farrel.

Não achou que deveria submeter seu lindinho a mais traumas, ver fotos de meninos desaparecidos não lhe pareceu que poderia ajudar muito, mas ele podia pelo menos dar uma olhadinha em alguma coisa e ver se algo se encaixava, também queria falar com o detetive.

Foi recebido pelo detetive com a mesma alegria de sempre, aquele homem era mesmo diferente, embora seu trabalho envolvesse frequentemente loucos psicóticos, sequestros e mortes, ele se mantinha sempre com um sorriso, era impressionante.

-Bom dia alfa, anda cuidando bem do seu pequenino ômega?

-Pare com isso Farrel, sabe que não entendo nada sobre o assunto e nem quero entender, e se quer saber nem me interessa, mas estou preocupado com Lucas. Falou Peter.

-O que tem ele? Perguntou o detetive mostrando uma poltrona para o alfa sentar, e ofereceu uma xícara de café quente.

-Bom, hoje eu me excedi na faculdade, discuti com um rapaz que tentou feri-lo e falei um pouco alto demais, isso o assustou muito, ele ficou pálido e tremendo...Contou o rapaz, aceitando uma xícara de café e se sentando confortável ao lado do detetive.

-Isso é sua voz de comando, eu sempre soube que um dia a usaria, só não imaginei que seria para defender o Lucas...Mas pensando bem faz sentido, afinal ele é um ômega e precisa de proteção, sua condição o torna muito atraente, vulnerável e isso chama muita atenção, evidente que alguns iriam tentar maltrata-lo. Você precisa tomar cuidado com sua voz, ela pode machuca-lo, mesmo que não seja dirigida a ele.

Peter tentou entender, ele queria entender, mas isso sobre alfas e ômegas era algo que ele não aceitava muito bem.

-Tenho algo para te mostrar, é melhor que só você veja.

O homem pegou uma pasta e tirou algumas fotos de dentro, eram meninos, entre 12 e 15 anos, havia onze, todos eram frágeis e belos, e foram encontrados mortos, mas o caso tinha alguns anos já, eles devem ter sido descartados na época em que Lucas foi comprado pela Lady Mary a julgar pelas datas.

-Esses meninos estavam no mesmo local que Lucas esteve, seus corpos foram encontrados no necrotério daquela unidade, todos tinham um numero tatuado perto da orelha, assim como Lucas e você é claro.

Peter pegou as fotos e as olhou pensativo, aquilo doeu nele, aquelas fotos, eram desconhecidos, mas ele sentiu muita pena deles, de todos eles.

-Isso é horrível...Mas, preciso saber, acha que meu pai teve algo a ver com isso, ele estava preso na época não é?

O detetive tomou mais um gole de seu café e deixou a xícara na mesa, depois levantou e pegou mais uma pasta, que colocou em cima da mesa, eram arquivos confidencias, provavelmente tinham sido roubados, o jovem olhou a pasta e sentiu um calafrio percorrer a espinha, mas abriu a pasta e leu atentamente, o semblante carregado e preocupado.

-O governo pagou essa pesquisa e meu pai era seu colaborador, então nos anos em que devia estar preso...Ele na verdade não estava...Mas então porque a fuga da cadeia agora?

-Peter, seu pai foi preso, mas acho que era apenas uma maneira de mante-lo sob vigilância, ele continuou sua pesquisa, tenho aqui registros confiáveis da cadeia, ele nunca passou mais do que alguns dias lá, ele sempre foi livre, o governo fingiu tudo isso.

-Eu não entendo...Porque?

-Simples, se o culpado estava preso ninguém manteria vigilância sobre a pesquisa, e ele deve ter ganhado muito com isso, laboratórios modernos, cobaias, tudo.

Peter sentiu uma dor de cabeça latejante e o homem a sua frente percebeu seu desconforto, mas estava decidido a lhe contar tudo.

-Olhe, seu pai tem um cúmplice, ele é um homem inteligente, culto pelo que sabemos, conseguimos algumas imagens dele, não são perfeitas e nunca conseguimos identifica-lo, foram tiradas no dia em que invadi a instalação e resgatei Lucas, eram das câmeras de segurança, não tiveram tempo de apagar todas, mas seu pai e esse homem estavam nelas.

Peter fechou os olhos por um instante, seu pai tinha ferido Lucas, ele sentiu que lembrar do seu passado era importante, realmente importante agora.

-Quando resgatou Lucas me disse que ele estava ferido, o que ele tinha? O que fizeram com ele, preciso saber...

-Lucas era um menino apenas, mas...Seus hormônios estavam acelerados, eram diferentes e o hospital fez exames para drogas, encontraram uma grande quantidade de drogas sintéticas e ele estava sem memória alguma, mas seu corpo apresentava claros sinais de abuso.

O rapaz se sentia muito mal, afinal Lucas era uma criança ainda...Será que seu pai era mesmo um monstro desses?

-Detetive, meu pai abusou do Lucas? Perguntou por fim, temendo a resposta.

-Na época não havia como confirmar por meio de DNA, mas ao que tudo indica Lucas sofreu abuso sexual, ele estava ferido e sangrando, seu estado era delicado, ele sangrou e teve febre por quatro dias, mas então melhorou, quando foi viver com sua mãe eu o visitava sempre, tinha esperanças que ele se recordasse de algo que pudesse ajudar no caso, mas depois de duas semanas desisti. Ele melhorou depois de alguns meses, voltou a falar e entrou na escola, sua mãe me mantinha informado, e quando ele fez dezesseis anos o cio começou.

Agora Peter ficou pasmo, como assim cio?

-Lucas é um ômega, ele tem cio a cada três meses mais ou menos, porque ainda é virgem seu cio não é regular, ele passa as vezes até cinco meses sem ter, mas então o cio vem, ele tem febres altas, dores e fica de cama por quatro ou cinco dias, e depois retoma sua vida normal.

-Mas o que é um cio afinal de contas, eu não entendo isso, somos o que? Animais? Falou Peter irritado.

-Calma, não é nada disso, você também tem, só que como não sente o cheiro de nenhum ômega, se sente atraído por betas, sejam femininas ou masculinos, me diga...Tem épocas que se sente muito propenso ao sexo não é? E ele é muito bom e viciante nesses dias não é?

Peter pensou e sim, era verdade, ele se sentia assim a cada cinco ou seis meses, atraído ao sexo literalmente, subindo pelas paredes quase, e sempre acabava na cama com alguém, e curtia alguns dias de sexo selvagem, era isso.

-Sim, é verdade...Mas porque Lucas tem febre e fica com dor? Ele não deveria querer um parceiro?

-O corpo de um ômega é diferente, ele deseja sexo sim, mas principalmente deseja carinho, atenção, ser e pertencer a alguém, a dor é a falta do parceiro, a febre seu corpo reclamando.

-C-como sabe que Lucas é virgem? Não disse que ele sofreu abuso...

-Um abuso não conta, nosso pequeno ômega nunca namorou ninguém, ele tem medo, e sempre passou seu cio sozinho, como está mais intenso e ele tem vergonha, decidiu passar esse tempo sozinho na cabana do jardim, deve ser muito doloroso...Falou o detetive, procurando em sua gaveta por um doce qualquer.

Peter suspirou, e sorriu ao ver o homem grande a sua frente pegando um pirulito e enfiando na boca, lhe oferecendo outro, como quando ele era criança.

-Não sou mais criança detetive...Falou rindo.

-Eu também não, mas adoro doces, vamos aceite, não conto pra ninguém, eu juro! Falou o homem colocando a mão solenemente no peito, e rindo.

-Tá bom...Peter pegou o doce e sorriu feito criança.

Se levantou e agradeceu.

-Voltarei a terapia, talvez a hipnose me ajude a recordar de algo útil, meu pai merece ser preso de verdade dessa vez e pagar pelos seus crimes, mas hoje só quero pensar no meu ômega, eu quero fazer ele feliz.

-Hum, isso mesmo, já está na hora de Lucas conhecer um pouco de amor, ame ele com carinho, faça ele se sentir seguro em seus braços, esse menino já sofreu muito.

-Deveria ser um poeta Farrel...Ou encontrar uma namorada, ou namorado, o que preferir. Falou sorrindo e saiu da sala do detetive, agora tinha algo melhor para fazer.

O detetive sorriu, como ele queria ter alguém, mas nesse ramo era difícil manter um relacionamento, ainda mais um que fosse sincero, mas ficou feliz em saber que esses dois estavam juntos, eram feitos um para o outro, literalmente.


Notas Finais


É isso aí gente, espero que tenham gostado, logo vem o lemon...Comentem tá, até vocês leitores fantasmas, vamos lá façam uma forcinha e comentem...Me deixem feliz!


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