História O jardim inglês. - Desejos, anseios e coisas divertidas.

-E então, o lanche tá bom? Perguntou o alfa rindo.

-Hum...Uma delícia! 

-To vendo, é o segundo, realmente está com fome. Falou e comeu mais uma batatinha do seu lanche, enquanto via o belo ômega devorar o segundo lanche como se o mundo fosse acabar amanhã.

-Podemos ir passear amanhã, o que acha? Eu ainda tenho alguns dias de folga, já que meu chefe acha que eu estou com uma gripe exótica e transmissível.

Lucas riu e olhou com seus olhos claros para o namorado, isso era coisa do detetive Farrel com certeza, era muito bom ter um amigo no FBI, isso com certeza facilitava em muitos as coisas.

-Farrel conseguiu atestado médico e tudo? Perguntou Lucas.

-Hum, pois é...O homem pensa em tudo, pelo menos eu pude cuidar de você com calma, e ainda temos uns dias para ficar tranquilos e juntos, mas na verdade estou pensando em aceitar a oferta do detetive e entrar no FBI, com minha experiência como alfa posso ser um ótimo interrogador.

Lucas tremeu só de pensar nisso, a voz de alfa era assustadora.

-Só nunca use isso em ômegas tá bom? Dói muito...

Peter o olhou com carinho e puxou uma mecha de seu cabelo loiro que insistia em cair em seus olhos.

-Nunca faria isso...Mas seria mais fácil trabalhar com Farrel, não precisaríamos de desculpas para o seu cio, seria mais fácil.

-Não gosto de pensar que sou um incomodo nesse período, mas sei que sim...Falou Lucas baixinho.

-Nunca mais diga isso! Você é minha vida! Seu cio acontece a cada três meses e por três dias apenas, e eu adorei cada pedacinho dele. Falou Peter e pegou na mão do namorado que agora estava com molho, dando uma lambidinha nos dedos macios, o que fez Lucas recolher a mão envergonhado, afinal estavam em público e já tinha gente olhando os dois.

-Vamos? Falou Peter e Lucas concordou.

Caminharam tranquilos pela avenida movimentada, ainda era cedo, por volta de umas vinte e duas horas e as pessoas enchiam as ruas, chegaram ao prédio e entraram, com Lucas indo direto para seu jardim, feliz porque Peter lembrou de rega-lo no período em que ele estava no cio, sentou-se num banquinho e ficou admirando as flores, se sentindo muito feliz...Nem viu quando as lágrimas chegaram, e muito menos quando Peter o abraçou, andava sensível demais para seu gosto.

-O que ouve? Perguntou Peter o acalmando com afagos nos cabelos.

-E-eu não sei...Deu uma vontade de chorar...

Peter o levou para a cama e dormiram tranquilos, os dias seguintes foram iguais, sentimentos confusos que faziam o pequeno ômega sorrir e chorar por nada e por tudo, vontades loucas e muita, mas muita fome mesmo.

Peter achou que devia ligar para Farrel, aproveitou que Lucas estava naquele momento cuidando do jardim e discou para o detetive que atendeu rápido como sempre.

-Bom dia Farrel, como vão as coisas?

-Bem, Yuri aprendeu a fuçar na internet, estamos testando receitas novas todos os dias, confesso que é divertido, e vocês como vão?

-Ah...Pois é, o Lucas está meio estranho...

-Deixe-me adivinhar...Sono o tempo todo, manhoso, carente, desejos estranhos, fome incontrolável...Esqueci algo?

-Como soube? Perguntou Peter confuso.

-Acho que ele como meu Yuri e os demais ômegas tem a mesma coisa...Estão grávidos!

-O que! Como? Quero dizer...Sei lá o que eu quero dizer! Falou Peter confuso, feliz, assustado, e nem ele mesmo podia entender tantos sentimentos ao mesmo tempo.

-Ah...Bom, acho que você sabe exatamente como, afinal tiveram três dias para fazer de todas as maneiras possíveis...Quanto ao resto, acho que foi culpa do cio induzido, eles estavam num período fértil.

Peter deixou o celular cair e rapidamente o pegou de volta.

-Peter, você está ai? Está precisando de algo? Uma ambulância? Calmantes?

-Engraçadinho...Podemos nos ver, acho que agora estou com medo, nunca pensei nisso, e como vai ser isso? Vocês tem ideia de como cuidar dos ômegas? De seu organismo e tudo o mais?

-Calma, um dos médicos de minha confiança copiou todos os arquivos da Lady Mary antes de destruir as provas, temos tudo, pelo menos tudo que as últimas cinco décadas descobriu sobre os ômegas, ficaremos bem, e não se esqueça...Eu também serei papai.

-Oh, é mesmo parabéns! Está com medo? Perguntou Peter, roendo as unhas.

-Muito! Mas estamos felizes...Yuri está radiante, todos os meninos estão, traga Lucas até esse endereço, nosso médico fará os exames e então teremos certeza, conte para ele com calma tá bem, e de preferência depois dos testes.

Peter se despediu e foi até onde Lucas estava, sua cabeça rodava a mil, mas quando viu seu pequeno namorado sentado entre as flores, com uma borboleta pairando sobre os cabelos, seu sorriso irradiando alegria e a luz iluminando seus cabelos, esqueceu dos medos, sua pequena fada estava esperando um bebezinho...Isso era lindo! Quase a mesma imagem mágica de meses antes, os cabelos dourados caindo displicentes, aqueles olhos também dourados com pintinhas marrons que o faziam único no mundo, e aquele aroma delicioso...

Peter se aproximou e o abraçou carinhosamente, aspirando seu aroma perfeito, cheirando a pele exposta do ombro, onde a camiseta larga cedia, e provou num beijo morno a textura da pele sempre tão macia, tão diferente de tudo no mundo...

-Lucas...Eu te amo tanto! Te amei no primeiro instante em que te vi, ainda no jardim, quando nem sabia se você era real, ou mesmo uma fada, te amei quando te vi na entrada da casa, sujo de terra e grama, retorcendo as suas mãos pequenas na blusa larga e velha que usava, e te amei quando corou ao me olhar, eu naquele momento virei seu refém...Quando eu te beijei, simplesmente senti que nunca na vida havia provado algo tão especial e tão perfeito para mim.

-Nossa...Isso é sério? Sabe o que me lembro desse dia? Falou Lucas no ouvido do outro.

-Eu me lembro de ver seu olhar entre as roseiras e pensar...Aquele homem parece um príncipe saído dos livros, e quando eu te vi na entrada da casa morri de vergonha, eu estava feio e sujo, e você lindo...Mas quando você me beijou, eu derreti em seus braços, e sonhei com tudo isso...Carinho, amor...Um conto de fadas.

Peter sorriu e o levou nos braços para a cama.

-Eu te darei um conto de fadas...

O sorriso de ambos era doce e gentil, assim como seu amor.