1. Spirit Fanfics >
  2. O jardim inglês. >
  3. Beijo.

História O jardim inglês. - Beijo.


Escrita por: akirasam946

Notas do Autor


O que dizer? Leiam...

Capítulo 4 - Beijo.


Fanfic / Fanfiction O jardim inglês. - Beijo.

   Lucas saiu da casa grande e andou rápido até os jardins, a chuva fina tinha parado e agora o sol surgia, ele não podia ficar muito tempo no sol, se sentiria mal, ainda se sentia muito fraco com a febre que teve, uma febre estranha que durou três longos dias, ela se repetia a cada três meses certinhos, ele tinha contado, marcado numa folhinha de calendário. O estranho nem era a febre e a fraqueza, era o que ele sentia nesse estado, se sentia queimar por dentro, ardia e o consumia, sentia uma formigamento na região da virilha, e mesmo dolorido e cansado se masturbava muito, somente nesse estado, claro que sozinho, quando ninguém via, e não contou isso nem ao médico, era vergonhoso demais.

Mais vergonhoso ainda era o ato que realizou nessa ultima febre, sentiu vontade de tocar sua entrada com os dedos, e o fez, estava doendo, mas ele sentia tanto desejo que fez mesmo assim, enfiou dois dedos e se masturbou desse jeito, gozando gostoso, para logo em seguida repetir o processo todo, seu corpo ficava tenso e suado, tomava banhos frios e mal comia, mas nada resolvia, depois de longos três dias nessa agonia tudo passava e ele ficava normal, ou quase, ficava fraco demais.

Havia outro mistério nisso, seu cheiro...Isso mesmo, seu cheiro natural era doce, fresco, como a mistura de mel e rosas e quando essa febre vinha ele se intensificava muito, até mesmo o médico sentiu nessa vez e fez algo estranho...Ele quase, quase mesmo o beijou.

Sentiu muita vergonha em admitir que teria gostado e não só isso, ele o teria deixado toca-lo, mesmo que nunca tenha feito realmente sexo com ninguém, pelo menos não que se lembre, que vergonha! Voltou para o jardim, sabia que tinha deveres ali, ele era um rapaz jovem, e custou caro para a lady Mary, sabia que foi comprado, ela nunca escondeu isso dele, outra fonte de vergonha para sua vidinha simples, um dia pagaria a mesma quantia que ela gastou com ele, mas era muito dinheiro, levaria muito tempo, por isso cuidava do jardim dela com tanto afinco e carinho, era uma forma de retribuir pela boa ação, ela o salvou.

Não lembrava bem do local para onde era levado quando criança, só sabia que tinha medo e machucava, voltava ferido, e da última vez quase morreu, o que restou foi somente uma tatuagem atras da orelha esquerda, o numero 12 tatuado na sua pele branca, tocou o local e se arrepiou, ele era um numero antes...

Sua mãe o deixava lá, pegava o dinheiro e depois o buscava, ele só lembrava disso e das dores pelo corpo todo, havia picadas pelos braços e pernas, e sinais de abuso evidentes...Como sua mãe era capaz disso? Nunca saberia, ela já havia morrido, a ele só restava a lady Mary, e agora o duque, um homem gentil, ele era um pesquisador inteligente, já tinha colhido seu sangue e mandado analisar em laboratório, disse que encontraria a causa das febres, ele torcia para que sim.

Plantou mais duas rosas e desistiu, cansado demais para continuar seguiu para sua pequena casinha, local que habitava a um ano e meio quando a febre começou realmente, ele achou que ali teria mais privacidade e a lady concordou, estava fechada a tempos, era apenas uma cabana pequena de um comodo e um banheiro, usado para algum caseiro, mas agora era seu lar, entrou e arrancou as roupas, foi ao chuveiro e ligou a água, seu banheiro ainda não tinha porta, ele não tinha dinheiro para esse luxo, e não queria pedir a sua benfeitora.

Estava embaixo da água quando ouviu a porta sendo aberta, ele não a trancava, afinal fora os dia da febre não tinha medo de que alguém entrasse, todos ali eram conhecidos, achou que fosse o outro jardineiro, pegando algumas sementes, nem se dignou a abrir os olhos, mais alguns segundos e fechou o chuveiro pegando a toalha e enrolando no corpo, mas paralisou ao olhar na porta e ver o homem ali em pé.

-Senhor Peter!

Peter estava tenso, tinha ido procurar o jardineiro para...Bom, ele não sabia para que, apenas queria olhar para ele e se decepcionar, ver algum defeito, achar ele feio de algum modo, certamente isso iria tirar ele de sua cabeça, mas bateu na porta e não obteve resposta, resolveu abrir a mesma, e quando entrou levou um choque, o pequeno loiro tomava banho, num banheiro minusculo e sem porta, a água deslizava em seu corpo esguio como as mãos de um amante, seus cabelos molhados vinham um pouco abaixo dos ombros, ele tinha uma cintura fina e muito desejável e uma bunda maravilhosa, realmente maravilhosa, diria quase apetitosa, e isso com certeza o deixou tenso, ou algo assim...

O garoto desligou o chuveiro e pegou a toalha, que envolveu na cintura e se virou, ficando branco na hora.

-Senhor Peter!

-Desculpe, eu não queria invadir...Mas acho que pode pegar um resfriado sem ter uma porta nesse banheiro...

-Ah...Eu não tenho dinheiro para comprar uma.

-Fale com a lady, certamente ela não vai negar algo tão simples.

-Não quero incomodar...Respondeu tímido, e andou meio sem graça até as roupas empilhadas numa caixa, ele nem tinha um guarda roupas, pelo amor de deus!

-Poderia...Poderia se virar por favor, eu sou tímido. Pediu sem graça, e mais do que depressa ele se virou, esperando, o caralho que garoto lindo! E que droga de perfume insano era esse?

-Que perfume usa? Perguntou sem nem perceber.

-Não uso perfume, deve ser o sabonete. Respondeu rouco, ele sabia que tinha um aroma, sempre teve, nunca na vida usou perfumes ou desodorantes, ele tinha um cheiro próprio, doce e suave.

-Então, o que deseja senhor Peter? Posso oferecer um chá, é só o que tenho.

Peter agradeceu, ele queria muito ter achado um defeito nele, pelo menos um, mas nada, ele parecia mais belo agora que antes, que droga!

-Me chame de Peter, não sou tão velho assim...

-Desculpe...É claro que não é, eu só não sei se devo.

-Eu lhe digo que deve, somente Peter, ok?

-Sim senhor...Desculpe, sim Peter.

Enquanto o pequeno fervia água num bule sobre um fogareiro simples, ele o observava e observava o ambiente, era uma cabana pobre, com uma cama de solteiro, onde alguns edredons estavam dobrados, um tapete puído cobria o chão, além do fogareiro e de alguns utensilhos pendurados na parede perto de uma pia e ao lado de uma mesinha minúscula, não havia mais móveis no local, ao lado da cama uma caixa de papelão com roupas cuidadosamente dobradas.

-Porque não vive na casa grande, teria mais conforto, ficaria mais aquecido.

-Eu sempre acho que estou abusando, afinal eu só sou um menino perdido, um orfão...Aqui dou menos trabalho. Respondeu simplista.

-Mas ficou doente a pouco, quem cuidou de você?

-Bom, a lady veio todos os dias me trazer comida, e tem o jardineiro oficial, ele se chama Henrique, não fala muito inglês, mas é gentil, não me faltou nada, e eu sempre tenho essas febres, são a cada três meses...Eu não sei porque eu tenho elas, são um incomodo.

Ofereceu o chá, e se sentou no chão, em cima de uma almofada, e Peter se sentou na cama, único local na verdade.

-Sinto muito pelo seu passado, eu também tive um passado ruim, minha mãe deve ter contado não é?

-Não, eu não sei de nada...e também não lembro do meu passado, parece que tive amnésia ou coisa assim, não lembro de nada com detalhes, apenas fragmentos, mas acho que deve ser melhor assim, parece que...Bom, acho que abusaram de mim, mas eu era só uma criança, o trauma me fez esquecer tudo.

Por uma razão desconhecida, Peter confiava naquele menino fada (isso era engraçado de pensar!).

-Eu fui levado pelo meu pai com dez anos, fiquei desaparecido por uma semana, ele fez experiências em mim, mas ninguém sabe quais, aplicou alguma coisa e me fez esquecer de tudo, ou quase tudo, ele foi preso, está na cadeia agora, um menino que estava comigo morreu, outros nunca foram encontrados, ele estava me usando como rato de laboratório e o que ele queria ainda é um mistério.

Lucas estava pasmo, ele também foi usado, que incrível!

-Desculpe perguntar mas o que seu pai fazia?

-Ele era médico, neurocirurgião e um pesquisador em enzimas e hormônios, enlouqueceu eu acho...Minha mãe me salvou, ela e um policial chamado Farrel.

Os olhos de Lucas o encararam sombrios, ele conhecia Farrel.

-Detetive Farrel foi o homem que me resgatou, ele invadiu o local onde eu estava, segundo me contou e me trouxe para cá, eu estava quase morto, mas ele preferiu me deixar com sua mãe ao invés de me levar a um hospital, depois sua mãe me comprou...E o resto você já sabe.

Peter riu, divertido agora.

-O que foi? Perguntou Lucas.

-Minha mãe comprando um menino...Isso é estranho demais pra mim ainda...

Lucas riu, ele também achava isso, e por alguma razão aquele homem a sua frente lhe dava uma sensação quente e confortável, era como estar seguro, e ele nunca se sentia seguro, em local algum, principalmente na faculdade, lá era onde se sentia mais ameaçado, claro que não havia motivos, tirando alguns incidentes que aconteceram no ano passado quando foi atacado por um aluno que queria agarra-lo em plena aula, ou um professor que ficou obcecado por ele.

-Bom, eu vou indo, tenho que ir ao centro, preciso ir ao novo escritório, embora eu esteja livre hoje, mas porque demorar não é?

Lucas não queria deixar o outro ir, ele o queria perto, era bom, era gostoso, por isso se levantou e ficou em sua frente, sem saber o que falar, sentindo o rosto corar intensamente, e isso fez Peter ficar em alerta total, ele queria tomar o pequeno nos braços...prova-lo...

Sem aviso deu dois passos e tomou sua boca na sua, um beijo intenso, sua língua pediu passagem e o menino deixou, se largou em suas mãos, e ele o prendeu pela cintura, sentindo o calor na pele subir em ondas quentes, sufocantes e intensas.

Lucas tinha certeza que se ele o soltasse ele cairia no chão, suas pernas perderam a força completament e o beijo era bom, muito bom, seu corpo derreteu...As mãos em sua cintura eram quentes, macias e perfeitas, se ele era gay? Bom, hetero ele não era com certeza, pelo menos não depois disso...Se alguma vez ouve dúvidas em sua mente, ele as sanou agora.

Peter parou o beijo, mas o manteve preso em seus braços, seus olhos estavam nublados, a respiração descompassada.

-Desculpe...Falou com a voz rouca e grave, uma voz muito poderosa.

-Ah...e-eu...Mas a voz suave não veio, ele se soltou completamente em seus braços, perdendo os sentidos depois do beijo.

-Lucas!  

A porta se abriu e o detetive Farrel olhou a cena.

-Vejo que se encontraram...


Notas Finais


Contem o que estão achando...


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...