História O Jogo - Como tudo começou

Eram 4:30h da manhã. Tudo indicava ser um dia normal, até que... Acordo com conversas altas e sérias entre meus pais e pessoas que não consegui identificar de imediato. Sentei na cama e tenter escutar o que estava acontecendo. As vozes foram ficando cada vez mais próximas e mais claras de se entender.

- Ela tem apenas 17 anos, nem terminol o segundo grau ainda. - ouvi minha mãe com uma voz desesperada.

- Senhora, por favor, não torne as coisas mais difíceis - disse um homem com uma voz grossa.

- Só nos garanta então que ela voltará bem? - disse minha mãe sem saber mais o que fazer.

- Senhora, sabes que não há garantias no programa - respondeu o homem.

Entendi tudo. Eles estavam ali para me levar para o O Jogo, um programa criado pelo governo para jovens entre 17 e 20 anos. Mas porque invadir uma residência às 4h da manhã? Alguém deve ter fugido, e se eles não chegarem com a quantidade correta são punidos. Vez por outra acontece de alguém fugir, então eles procuram no mapeamento o jovem mais próximo para substituir, e dessa vez pelo visto, foi eu. Os passos finalmente pararam e eles abriram a porta do meu quarto, e lá estava eu sentada, apenas esperando. 

- Senhorita Agnes Walker, de pé por favor.

Levantei sem forças com o rosto para o chão. Chegou minha vez, não escapei. Agora a questão é se conseguirei voltar.

- Nos acompanhe por favor. Passaremos as instruções no caminho - disse um homem alto, moreno com uma voz séria.

Minha mãe correu em minha direção e me abraçou aos prantos.

- Filha, vai ficar tudo bem...

- Mãe não vai ficar nada bem.

Ela chorou ainda mais. Me dirigi à porta, na qual se encontravam os dois homens sérios e sem comoção, já deviam estar acostumados com esse tipo de situação.

Agora estou a caminho da minha morte, sair do Jogo é quase que impossível. Eu não tenho a mínima esperança, não sou nada forte. 48kg distribuídos em 1,60 de altura, o que é isso comparado a garotos de 20 anos, fortes e malhados, preparados para a guerra? Muitos são treinados pelos pais desde pequenos para vencer. Meus pais não tinham tempo nem pra dormir direito, que dirá me treinar. Eles lutam bastante para poder sustentar nossa família. 

Desci as escadas lentamente sem conseguir pensar em nada a não ser minha morte. Não sei quando cheguei à porta, só sei que meu pai me puxou para em frente ele, me abraçou bem forte e disse no meu ouvido:

- Jamais desista Agnes, lute com todas as suas forças. Acredito em você. Me perdoe por não tê-la treinado minha filha, eu realmente sinto muito.

- Não se preocupe pai, eu sei que tinha coisas mais importantes.

Abracei ele bem apertado, e depois minha mae, que nao parava de chorar e nao conseguia dizer sequer uma palavra.

E a única coisa que eu disse foi:

- Adeus. 

Os homens me levaram até uma van preta estacionada em frente minha casa, onde estavam uma mulher e um homem aguardando.

- Senhorita Walker, sou Samanta Evans, serei sua instrutora no Jogo.

Olhei para ela, e a única coisa que comsegui dizer..

- Tá.

- Esse é Jorge Bens, seu treinador.

- Olá Sr. Bens, então é o senhor que vai me fazer demorar a morrer?

- Não senhorita Walker - respondeu ele calmamente - eu me esforçarei para ajudá-la a não morrer.

-Ah sim! Em apenas uma semana o senhor pode transformar uma minhoca em uma cobra. Não precisa gastar seu precioso tempo com algo impossível Sr. Bens - disse inconformada.

- Senhorita Walker, não se preocupe tanto. Vamos, temos muito o que fazer - disse a Sra. Evans.

Entramos na van e seguimos viagem rumo ao centro de instrução e preparação do Jogo.