História O Jogo Que Virou Amor (Gastina) - Mistérios tem que ser resolvidos

NINA ON

Eu acordei com um estrondo na porta do banheiro. Era meu irmão com alguns policiais tentando abrir a porta, pois o Patins estava preocupado comigo. Ri bem de leve da situação. Como eu amo o meu irmão por me amar tanto. Ri mais um pouco. Abracei-o e disse que tava tudo bem, que só tinha adormecido no banheiro sem perceber, e pedi desculpa. Os meninos e eu saímos do banheiro feminino,  e quando os policiais já estavam bem longe, Matteo me perguntou:

-O que ele fez pra você?

-Nada. – menti 

-Maninha, eu te conheço. Você só dorme desse jeito depois de chorar muito. Principalmente no banheiro. VOCÊ DORMIU EM PÉ NO BANHEIRO, NINA!

-Tá, não precisa gritar – nós rimos, até eu ser salva pelo gongo.

-Nina e Matteo Balsano, não mesmo? – assentimos com a cabeça e com um pouco de medo. O homem que veio falar com a gente era grande e assustador. Bem assustador – Posso falar com vocês, um minutinho? Meu nome é Lorenzo, mas por agora quero que me chamem de Detetive – ah, então ele é um detetive. Espera um pouco, o quê? Por quê ele quer falar com a gente?!

-Falar sobre o quê, exatamente? – perguntei, ainda um pouco tímida, mas tentando mostrar confiante

-Vocês não estão curiosos para saber quem tentou matar vocês?

-Nós não... Nós não tínhamos pensando nisso. – falou o meu irmão, pensativo

-Pois então, vamos conversar? – a partir daí nós dois só seguimos o Lorenzo para algum tipo de sala, pra falarmos. Vamos ver no que isso vai dar... Será que eu falo pra ele que já tinha sonhado com o incêndio inúmeras vezes?!

GASTÓN ON

Estava desesperado procurando a Nina. O que foi que eu fiz?! Eu estraguei tudo... Mas, eu não quero ser tratado como CDF... Ou namorado de CDF... Nós somos tão diferentes também...

-Os opostos se atraem. – disse uma voz feminina atrás de mim. Me virei pra ver quem era e reconheci a Luna... Acho que é esse o nome da melhor amiga da nerd...? – Você tava pensando alto. A Nina vive fazendo isso também. – ela riu – Então... Sei que a gente mal se fala direito, mas... Se quiser falar comigo sobre a Nina, eu acho que sou a pessoa que conhece ela melhor nesse mundo inteiro. E, dá pra perceber que você tá bem confuso. Se precisar de um conselho...

-Eu acho que fiz algo muito idiota, ou muito certo – interrompi ela, que me olhou com um olhar de quem estava tentando entender – Eu sinto pela sua amiga algo que eu nunca senti antes. Ela me faz sentir diferente. Eu não sei o que é isso. – Ela estava com um sorriso enorme – Mas... Eu tenho medo. Medo de tornar oficial, sabe? De descrever o que eu sinto como amor. Eu tenho medo do que as pessoas pensam de mim também. Eu fiz um papel de galã, e não sei como abandonar ele. E não quero que a Nina passe por isso. Que ela sofra porque eu não sou o que ela merece. Mas, ficar longe dela me destrói... Eu não sei se fiz a coisa certa ou a errada, dizendo pra ela que não queria. Eu não sei...

-Uau. É estranho ver outro ponto de vista da história. - nós rimos -  Então, eu vou te dizer o que eu acho, mas depende de você fazer ou não. Então, eu acho que você deveria se abrir pra Nina. Desabafar todo o conflito que você tem dentro de você. Se eu conheço alguém compreensiva, é a minha melhor amiga. – ri de leve – Deixa ela decidir. Deixa ela decidir se tá pronta pra enfrentar tudo pra viver o amor, ou se ela quer afastar até os dois estarem completamente prontos. Saber se ela está pronta pra você ou não, não é sua decisão. É dela. Mas ela precisa saber que tem que decidir. Saber que você a ama como ela te ama. Assim vocês dois se libertam e têm uma conversa sincera.

-Nossa. Esse realmente foi um bom conselho – ela sorriu com orgulho de si mesma, o que me fez rir – Já pensou em ser psicóloga? – ela riu – Mas é sério. Foi um ótimo conselho. Vou pensar um pouco. Obrigado – nós dois sorrimos um para o outro, e quando eu estava prestes a voltar pra perguntar pra Luna se ela sabia onde a Nina estava, eu fui parado por um cara bem alto, que me repreendia com os olhos.

-Perida? – ele perguntou, e eu assenti com a cabeça. Depois ele se virou pra Luna e perguntou – Valente? – e ela afirmou – venham comigo. Os seus amigos Balsano estão esperando na sala.

Eu e a amiga da CDF seguimos o homem assustados até um tipo de sala, e lá estava Nina e Matteo.

NINA ON

Lorenzo foi buscar o idiota-que-não-vou-falar-o-nome e a minha melhor amiga para interrogar nós quatro. Enquanto isso, aproveitei que estava sozinha com meu irmão e desabafei sobre o sonho. Falei que já tinha sonhado com o incêndio várias vezes e não sei por quê, e não sei se devia contar pro Detetive. Ele me disse que eu deveria contar pro Lorenzo E pros nossos pais. Tentei negar mas o Detetive chegou com a Luna e... O MAIOR BABACA DO MUNDO QUE AINDA FAZ O MEU CORAÇÃO ACELERAR QUANDO TÔ PERTO DELE. Olhei pra ele com ódio e depois prestei atenção no interrogatório.

-Então, Perida e Valente, como falei pros seus amigos, meu nome é Lorenzo mas quero que me chamem de Detetive. Pois então, irei interrogar vocês para ver se consigo alguma pista que me ajude a descobrir quem tentou matar vocês. Vamos começar? – Todos nós assentimos, com medo – Vocês virão alguém com algum tipo de fósforo, ou isqueiro...? – negamos, e ele anotou em um caderninho – Alguma suspeita? – negamos novamente, e ele anotou de novo – Vocês conhecem alguém que odeia a escola, ou que poderia ter a intenção de machucar algum aluno, ou as vezes um professor, funcionário... – continuamos negando, e o Matteo me olhou com uma cara de “CONTA!”

-S-se-senhor? – chamei, tímida e com medo, e ele me olhou com aqueles olhos que te devoravam – Eu preciso contar uma coisa que talvez não ajude muito, mas talvez sim... Não sei. – ele me pediu pra dizer – A semana passada inteira, e-eu sonhei com o incêndio, exatamente como ele foi. A fumaça, o Gastón tentando me ajudar a salvar meu irmão e minha melhor amiga, nossa quase morte... tudo. O senhor acha que isso significa alguma coisa? – ele me olhou fixamente, sem dizer uma palavra, o que me assustou mais ainda.

-Você contou a alguém, sobre esse sonho? – neguei, mentindo – Mais alguma coisa que vocês queiram me contar? – todos negamos, menos a Luna... O que minha amiga sabe que eu não sei...?

-Eu tenho uma suspeita de quem fez isso, mas ele não tem nenhuma razão e é meu melhor amigo, ele nunca faria isso comigo e... – ela falou rápido. Minha melhor amiga só faz isso quando tá nervosa. Então ela respirou fundo, e desabafou – Eu vi meu melhor amigo Simón, que tinha dado uma pausa na turnê com a banda, conversando com o zelador na área onde começou o incêndio. Eu estranhei ele lá, porque ele não estuda na nossa escola, mas eu simplesmente fui embora e deixei pra lá, achando que não era nada importante. – ela olhou pra baixo. E eu respirei fundo. Simón??!!

-Você sabe o sobrenome dele?

-Alvarez. Simón Alvarez. – respondi

-Muito bem então. Obrigado pelo seu tempo. Estão dispensados.

Enquanto saímos, o Gastón tentou falar comigo, mas eu simplesmente ignorei.  Então, me lembrei de uma coisa e fui falar com o Detetive:

-Senhor – ele olhou pra mim – eu posso falar com o senhor sobre um outro assunto...? – ele assentiu – Bom, alguns dias antes do incêndio, eu e meus amigos estavam num baile, num lugar chamado Jam & Roller. Eu passei um pouco mal – menti, não queria falar pra ele sobre o Gastón, né?! – então, fui pra fora tomar um ar, e apareceram alguns homens mascarados. Eu tentei escapar, mas eles me nocautearam e eu acordei algum tempo depois, machucada e sem nada. Eu e meu pai falamos com a polícia, mas...

-Você quer saber quem quis te sequestrar? – ele me interrompeu, mas estava certo, então afirmei – Muito bem, vou trabalhar nisso. Que tenha um ótimo resto de dia, Senhorita.

-O senhor também – sorri de leve.

Meu irmão estava me esperando na saída, e nós fomos abraçados até o encontro do pessoal.

-Nina. – a Luna me chamou, e eu fui falar com ela – Você acha que o Simón...?

-Não. Ele nunca faria uma coisa dessas com a gente, né...? – ficamos quietas, e então, a Luna tentou mudar de assunto, um que eu não queria falar...

-Amiga... E o Gastón? – respirei fundo. Eu precisava desabafar com alguém. E existe alguém melhor que minha melhor amiga pra isso?

-Então... – expliquei pra ela tudo o que eu e o Gastón conversamos, e ela ouvia atentamente – O que acha?

-Uau. Hum... Você ficaria muito brava se eu te contasse uma coisa...? – espera, o que isso significa?!

-Depende – falei, preocupada sobre o que poderia ser

-Então... Eu falei com o Gastón... Sobre você. – O QUÊ??!!

-COMO ASSIM, LUNA??!! LUNA VALENTE VOCÊ...

-Calma – ela até riu um pouco, você acredita que ela até riu de eu estar brava, o que é que ela tava pensando e... – Eu tentei ver o ponto de vista dele. E... Na verdade eu até entendo ele. – QUÊ?! – Ele só quer te proteger. – existe jeito de eu estar mais confusa nesse momento? – Ali – ela apontou pro idiota com a cabeça e com aquele sorrisinho que ela faz só quando fingi que é cupido – Vai falar com ele.

Respirei fundo. O que eu posso fazer, né? Vamos dar uma chance...Também preciso confessar, tava curiosa. Mas quando eu estava indo falar com ele, o Detetive chegou:

-Preciso falar com vocês. – ele disse – Acho que sei quem fez isso com vocês. – todos nós nos olhamos