História O Jogo Que Virou Amor (Gastina) - Eu te salvo

NINA ON

Após algumas horas, um pouco sonolenta, acordei com uma dor de cabeça horrível. Meu celular, bolsa, maquiagem e 20 reais que tinha trago foram todos roubados. Eu estava deitada, de barriga pra baixo, no meio da calçada. Coloquei minha mão na parte da cabeça que doía, e quando fui olhar, estava com um pouco de sangue. Foi quando lembrei o que tinha acontecido. Eu preciso ir pra delegacia agora! Mas, pra ir pra lá, eu tinha que saber onde eu tava, né? O que eu não sei. O que eu faço, agora?!

LUNA ON

Estávamos eu e o Matteo conversando enquanto tomávamos um suco, após muito tempo patinando, resolvemos dar uma folga. Eu confesso que esse tempo com o Mauricinho aqui no baile tá me fazendo muito bem, além de fazer brotar mil borboletas no meu estômago, apesar de já estar acostumada a sentir isso perto dele. Eu só preciso saber o que é...

Então, eu olhei pro meu celular, tendo alguma esperança de a Nina me atender, porque provavelmente ela deve tá dormindo. Precisava muito conversar com ela! Mas, quando olhei a tela, fiquei surpresa ao ver que ela tinha me ligado. Então eu liguei de volta. Ninguém atendeu. O que será que aconteceu? Então, resolvi ligar pra casa dela. O pai da minha amiga atendeu, e disse que ela não tava em casa. Ok, agora eu tô preocupada. Cadê a minha amiga? Parece que o Matteo percebeu a minha cara de preocupação e perguntou:

-Que foi Menina Delivery? Pra que essa cara? Parece que viu um fantasma! – disse, rindo

-Matteo, isso é sério. Você viu a sua irmã?

-Não, não vi. Por quê?

-Eu ligo mas ela não tá atendendo, eu liguei pro seu pai e ele disse que ela não tá em casa.

Em dois segundos a expressão do Mauricinho mudou. Então, do nada, ele começou a andar muito rápido, e eu fui atrás.

-Matteo, o que você tá fazendo?

-Procurando o Gastón. Se ele fez alguma coisa com a minha irmã, eu...

-Olha, se acalma. – interrompi ele – A gente vai encontrar a Nina, ok? Como você disse, o Gastón deve saber alguma coisa, mas não é batendo nele que a gente vai conseguir respostas, ok? Então fica calmo, e aí sim vamos procurar ele.

Fui calmamente sentando ele num banco por perto, e sentei ao seu lado. Fiz um carinho em suas costas, pra ver se ele se acalmava. Ele respirou fundo, sorriu e me agradeceu. Eu sorri de volta, me levantei e nós fomos atrás do Gastón.

Quando o achamos, eu pude ver a cara de raiva que o Matteo tinha. Mas, por mim, ele estava se segurando. Então, chamei o garoto, que veio em nossa direção. Assim que chegou mais perto, o Mauricinho, muito grosso, perguntou:

-Onde tá a minha irmã?

-Eu pergunto o mesmo. – respondeu

-O que você fez com ela?

-Absolutamente nada. – percebi que ele tava mentindo. Eu tenho esse dom.

-Fala a verdade, Gastón! Eu sei que você tá mentindo. Onde tá a Nina? - ele respirou fundo, e se rendeu

-A última vez que eu a vi, ela tinha atrapalhado o meu beijo com a Delfi.

Foi a minha vez de explodir de raiva, mas o Matteo me segurou. Mas, não me impediu de falar:

-Como você teve coragem de convidar a minha amiga para um baile e beijar outra?! Ainda por cima na frente dela! O que você tem na cabeça?! Porque eu acho que não é um cérebro!

Ele ficou meio bravo, mas se rendeu. Sabia que eu tinha razão. Então, logo foi embora.

-Não fica assim, Luna. O Gastón é assim mesmo. Ele não tem jeito. Por isso que eu tento afastar ele da minha irmã. Ela não merece isso. - disse o Matteo

Assenti com a cabeça e o abracei.

-Matteo, onde tá a Nina? E-eu...

-Vai ficar tudo bem, ok? Não se preocupa. Nós vamos encontrar a minha irmã, eu prometo.

Ele me abraçou mais forte e eu comecei a chorar no seu ombro. Se eu tivesse atendido aquela ligação, nada disso teria acontecido.

-Ei, tudo bem. Não se culpa, tá. – foi aí que eu percebi que eu tinha pensado alto. Isso acontece muitas vezes comigo, do jeito que eu sou distraída... Mas, eu não vou conseguir me perdoar. A Nina pode tá em qualquer lugar agora. Pode ter acontecido coisas com ela que eu não quero nem pensar!

-Matteo, e se...

-Nem pensa nisso, ok? Temos que ter esperança de que ela tá bem, e que nós vamos encontra-la. Não se preocupa. - ele pareceu ter lido os meus pensamentos e visto pelos meus olhos o que eu precisava ouvir.  

Sorri. Isso ajudou as minhas lágrimas pararem, e para eu me recompor. Ele tem razão. Nós precisamos ter esperança. Então, nós começamos a perguntar pra todo mundo da festa se eles tinham visto a Nina.

GASTÓN ON

A Luna tem razão. Eu não deveria ter feito aquilo. Eu sou o maior idiota que existe na face do planeta Terra! Por que eu fui fazer aquilo com a Nina? E agora, ninguém sabe onde ela tá, e é tudo culpa minha! Como eu fui estúpido! Eu deveria ter pensado antes de ter feito aquilo. Mas não, eu tinha que ficar com a minha reputação de pegador. Agora ela nunca vai me perdoar. Espera, por que eu me importo? Por que com a Nina tá tudo sendo diferente? Eu já não entendo mais nada. 

Estava andando de volta pra casa, quando vi um lenço roxo jogado no chão. Eu reconheceria isso em qualquer lugar. É da Nina! Comecei a ir na direção onde o lenço apontava, correndo que nem louco. Foi quando encontrei ela, deitada no chão, chorando, com as mãos cobrindo seu lindo rosto. Quando ela percebeu ter notado a minha presença, provavelmente por causa da minha respiração ofegante, ela tirou as mãos do rosto, me olhou, parecendo que estava conferindo se era eu mesmo. Então, ela se levantou, e veio correndo me abraçar.