História O Labirinto - Do what you want?

Ah, o terceiro ano... época dos estágios e seminários, dos cursinhos e do lanche caro e gorduroso. Tirando toda essa parte "boa", temos também a época de dizer adeus. Dizer adeus para muitas coisas, mas principalmente para minha melhor amiga, America. Ela quer seguir carreira de físico-química - que exige muito mais do que os cursinhos oferecidos pela nossa cidade - e eu nem sei o que vou fazer da minha vida. Talvez ela vá para outro lugar, talvez eu vá, mas de um jeito ou de outro nós sabíamos que íamos se separar. Passamos o ensino fundamental e médio juntas, é doloroso se despedir, mas quando nos sentimos tristes, temos que lembrar que a vida não pára pra gente levantar, temos sempre que acompanhar o ritmo dela.

Bom, como de costume, America foi deixar os livros lesada como ela é, e eu, Annie, fiquei esperando-a na calçada. De acordo com que planejamos, hoje iríamos fazer coisas para nos animar e nos despedir, coisas que sempre quisemos fazer, mas nunca tivemos coragem. Aquele era nosso último dia de aula, então íamos fazer uma despedida antes da vida adulta. E quando alguma de nós começar a sentir medo, é só pensar: "Hoje, vamos fazer o que quiser, o que der na telha", "É nosso último dia, nossa vida acaba aqui!". Fizemos várias coisas naquele dia. Andamos de skate, dançamos e cantamos e fugimos de alguns vigias, foi divertido. Fomos numa máquina de refrigerantes, compramos alguns e sentamos num banco do lado e ficamos sentadas ouvindo música até ouvirmos um "psiu"
- Isso não foi da música, né? - Falou America, nós pulamos do banco e pausamos a música, tentando procurar quem nos chamou.
- Ei... aqui do lado - uma voz máscula e misteriosa vinha de um dos postes, nos fazendo olhar rapidamente
​- Quem é você, e o que quer? - Disse America, tentando não deixar a voz trêmula
- Não se assustem, só quero fazer uma proposta a vocês. Vi vocês duas hoje driblando aqueles guardas, e também vi nas duas um potencial. Querem participar de um desafio? - Falou ele com um sorriso longo e amarelado que não tirou do rosto em nenhum momento desde quando o vimos
- Que tipo de... desafio?  - Engasguei. Tentava pensar "fazer o que quiser", afinal não podia ser algo tão ruim assim
​- Vocês poderiam dar uma olhada no labirinto pra mim - Ele disse, abrindo ainda mais o sorriso amarelo.

Nós ficamos imóveis. Não sabíamos o que fazer! Aquele labirinto existe ali há anos, sabe lá quais as criaturas ele abriga, ou se nós íamos se perder por lá! Mas parece que o cara misterioso meio que adivinhou minha preocupação.
- Ora ora não se preocupem jovens, vocês ainda acreditam nas histórias de que ninguém nunca saiu dali? Hahahaha que tolinhas! Veja, eu mesmo já passei por lá! Nem é bem um labirinto... o nome é assim porque... deve ser porque é muito grande, mas não é tão fácil se perder meu povo. E também, o labirinto é um lugar incrível que abriga vários tesouros... Vocês ainda não suspeitavam dessas desculpas  esfarrapadas que as pessoas desta cidade dão para vocês? Claro que é para privar vocês de todo ouro que jaz lá dentro! Tudo o que têm que fazer é pegar um desses tesouros e provarem que são capazes, assim eu os darei!! O que acham? Vamos, confiem em mim! - ele puxa umas moedas de ouro e correntes de ouro e pérola de dentro do bolso do moletom cinza e azul, como uma prova de dizer que... os tesouros são reais e ele realmente esteve lá! E quem não quer ouro e riquezas? Quem nunca sonhou em ser rico?
- Fazer tudo o que quiser? - Perguntei segurando a mão de America
- Fazer tudo o que quiser. - Ela segurou minha mão forte.
- Aceitamos - Falamos em coro
- Muito bem... Excelente!

CONTINUA...