História O Lado Oposto da Lua - Prólogo

-Não é de extrema importância, Gray!- A ruiva gritava- Podemos resolver isso depois! Temos assuntos mais importantes do que isso!

-Mais importantes?!- O moreno retrucou, levantando-se. - Como pode tratar isso como tão pouca importância? Essa é, de longe a melhor pista que temos, não podemos apenas ignorar!

Todos presentes na sala de reunião apenas observavam o debate dos dois, ninguém tinha coragem para falar ou interromper.

-Eu entendo que é importante para você, ele te tirou tudo e você quer vingar sua família- A ruiva soltou um longo suspiro, como se tentasse manter a calma- Mas manter os moradores seguros é mais importante.

-Não estou fazendo isso por "Vingança", Erza!- Ele falou em um tom alto, fazendo aspas com os dedos e em seguida batendo as mãos na mesa- Esse é o motivo pelo qual estamos aqui, lembra? Se acabarmos com o líder podemos enfraquecer todos os outros, como você pode nem se quer considerar isso? Na verdade eu nem sei porque você está no comando...

-Já chega!- Ela levantou-se e bateu forte na mesa, assustando todos presentes e os fazendo olhar com um pouco de medo- Eu estou no comando, você gostando ou não! E minha ordem foi clara, nós vamos proteger a vila amanhã, e ponto! Fui clara?!- Ela olhou pra todos presentes na sala, e os mesmo apenas concordaram com a cabeça.

-Você não pode me impedir de ir lá!- Gray falou pausadamente porém com uma visível raiva.

-Eu fui clara, Senhor Fulbuster?!- A ruiva falou no mesmo tom.

O moreno bufou furioso, pegou o casaco em cima da mesa, e saiu da sala em passos largos e pesados, batendo a porta com extrema força. 

A ruiva suspirou, sentando-se novamente em sua cadeira. 

-Eu vou falar com ele...- Uma loira de olhos castanhos disse se dirigindo ao rosado sentando ao seu lado, porém alto o suficiente para que todos ouvissem, e então Erza confirmou com a cabeça. 

Gray pov's

Isso é simplesmente inacreditável! Não entendo como a Erza pode agir como se isso não fosse importante, mesmo depois de tudo que passamos! Ela, mais do que ninguém, sabe que se matarmos "ele" todo esse pesadelo fica mais fácil de acabar.

"Ele" a quem estou me referindo, é ao "Rei das trevas", como os vampiros o chamam. Ele é basicamente o mais poderoso dos vampiros, e também é aquele que os lidera. Os poderes dele vão muito além dos poderes dos vampiros comum, por ele ser um "Sangue puro" que é a linhagem mais poderosa entre os vampiros.

No início dos tempos, os vampiros comandavam os humanos, já que eram mais fortes, e evoluídos. Porém, um grupo de humanos resolveu se rebelar contra os vampiros, e lutar por liberdade, dando início a uma guerra sangrenta e interminável entre vampiros e humanos. Com o passar do tempo, os números de pessoas que desejavam a liberdade foram aumentando, criando-se vários grupos diferentes de caçadores de vampiros.

Eu faço parte de um deles, a Fairy Tail, que é um dos maiores grupos do Reino do Fiore. Estou lá desde que perdi a minha família, quando era muito pequeno.

Estava andando pela rua calma e vazia, as estrelas brilhavam no céu, e o chão estava coberto de neve. Coloquei minhas mãos nos bolsos do meu casaco, na tentativa de pretege-las do frio, e continuei a andar em passos largos, ainda bravo com o que aconteceu na sala de reunião.

-Gray!- Ouvi uma voz feminina e familiar, me virei vendo a loira de olhos castanhos correndo em minha direção de uma maneira desajeitada, enquanto arrumava o cachecol que estava usando.

-Não devia ter vindo até aqui- Falei sem expressão, olhando para frente e continuando minha caminhada, sendo acompanhada por ela.

-Sim, eu precisava.- Ela respondeu- Gray, você precisa se acalmar.

-Olha Lucy, se você veio até aqui para me dizer que a "Erza está certa", ou "A Erza é nossa mestra e devemos ouvi-la" você pode voltar!- Eu falei em um tom visualmente sem paciência, ainda sem olhar para ela.

-Não vim aqui pra isso. Eu vim para conversarmos. -Ela parou de andar, e eu fiz o mesmo- Nós dois sabemos que nunca acaba bem quando você sai por aí sozinho nesse estado.

-Eu não preciso conversar com você, okay?- Na verdade, eu sabia que precisava, mas era orgulhoso demais para dizer- Pode voltar para lá e dizer a todos que não vou me meter em confusão, estou indo para casa e...- Voltei a andar, porém Lucy segurou meu braço direito, me fazendo olhar para ela.

-Gray, por favor. Eu sou sua amiga. Você pode confiar em mim, eu não vou te julgar. Isso fará você se sentir melhor, eu prometo!- Ela fez uma expressão fofa, me olhando excessivamente. Eu fechei os olhos e suspirei, me rendendo. Ela sorriu mostrando os dentes, e me puxou pelo braço em direção a um banco próximo, e nós dois nos sentamos lá.

-Me diz, por que você ficou tão irritado com a escolha da Erza?- Ela disse se virando para mim e me olhando.

-Porque estamos procurando por uma pista do senhor das trevas, há anos, e nada! Agora nós temos algo que pode nos levar a encontrar uma possível localização!- Falei em um tom irritado, fazendo ela rir baixinho- E ela trata isso com tão pouca importância...

-Ela não está tratando com pouca importância. Ela sabe tanto quando você, o quão importante é, encontrar o rei, mas amanhã é lua cheia, lembra? Você sabe o quê os vampiros fazem nesse período, e não podemos deixar a vila sem proteção, eu entendo que por tudo que os vampiros fizeram a sua família, você quer o mais rápido possível acabar com eles, mas...

-Isso não é por causa da minha família!- Eu falei em um tom mais alto que o esperando, interrompendo a fala dela- Se não pararmos isso logo, mais famílias serão destruídas. Famílias como a minha, ou como a sua.

-Se não estivermos aqui para proteger a vila amanhã, mais famílias serão destruídas- Ela disse me olhando nos olhos- Família como a sua. Famílias como a minha. 

Eu havia percebido o que ela queria dizer, e na verdade, ela tinha razão. O período de lua cheia é perigoso, pois é quando os vampiros "caçam".

Eles devastam vilas, matam milhares de pessoas inocentes e escolhem as pessoas mais fortes para serem levadas. Então eles são usados para alimentar o bando até o próximo período de caça, e se eles sobreviverem até tal período, os vampiros os consideram "fortes o suficiente" e os transformam.

-Mas ela poderia pelo menos me deixar ir lá sozinho-Falei, soltando um longo e pesado suspiro, admitindo que ela estava certa.

-De jeito nenhum, Gray! É perigoso demais, pra qualquer um de nós ir em uma missão sozinho! Ainda mais para um lugar onde não sabemos o que vamos encontrar!

-Mas eu só...

-Nem pensar!- Ela me interrompeu- Eu te conheço muito bem, Gray. Sei que você planeja ir sozinho! Você sabe que é perigoso! Mesmo depois de quase ter morrido na última vez que fez isso, você ainda não aprendeu a lição!- Ela me deu um soco no braço, furiosa.

-Hey, calma!- Eu disse, segurando o pulso dela, fazendo com que ela me olhasse, e em seguida bufei, vendo a expressão furiosa em seu rosto.Eu prometo que vou estar protegendo a vila amanhã. Estarei com você, o Natsu, a Erza e todos os outros, okay? Eu prometo.

-Promete mesmo?

-Sim, eu prometo, estarei lá.

Ela sorriu para mim, aliviada, e eu soltei seu braço. 

-Meu trabalho está completo!- A loira ficou de pé novamente, sorrindo, e eu a lancei um olhar confuso- Eu disse que conversar comigo iria te ajudar a se acalmar- Ela explicou.

-Ah, Obrigada então-Eu disse rindo, e ela fez o mesmo.

-Então...eu vou voltar para a Fairy Tail. -Ela disse apontando para o prédio com o polegar- Você vai comigo? Ou vai para casa?

-Eu acho que vou para casa-Disse me levantando- Te vejo amanhã, Loira.

-Assim espero, Moreno- Ela riu ao ver a expressão confusa no meu rosto.

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Abri a porta de casa, com o pouco de dificuldade, devido ao cansaço.

A sala de estar estava completamente bagunçada, estremeci ao pensar que terei que arruma-la depois.

Preparo o banho e logo após me despir eu entro na banheira, onde a água gelada entra em contato com minha pele. Começo a pensar sobre a conversa que tive com a Lucy, e sobre o que aconteceria no dia seguinte.

Nós estávamos procurando por uma pista há muito tempo, porém nunca havíamos conseguido algo relevante. Até que durante uma missão, nós capturamos um vampiro, e acabamos tirando dele algumas informações, incluindo o lugar onde o bando principal costumava morar, ou seja, onde o Rei das Trevas costumava morar.

Apesar de não ser muita coisa, é a maior pista que já tivermos. Eu espero encontrar alguma coisa sobre o atual paradeiro dele, já que ele não é visto há mais de 300 anos, e algo que nos ajude a descobrir como matá-lo.

Mesmo que os caçadores de vampiros eexistam há vários séculos, nunca descobrimos uma maneira de matar um sangue puro.

Cortei meus pensamentos, e me levantei, saindo do banho e indo em direção ao meu quarto, deitando-me em minha cama.

Deitei na mesma, e comecei a olhar fixamente para o teto. Fechava meus olhos, na tentativa de pegar no sono, mas tudo que eu conseguia era ficar mudando de posição na cama.

Eu estava curioso sobre o lugar, mas não sabia o que fazer. Apesar de ter prometido para a Lucy que iria estar lá, não fui muito sincero, pois sabia da possibilidade de não conseguir me conter.

Vários pensamentos estavam embalados na minha cabeça, e eu tentava organizá-los, de maneira lógica para saber o que fazer. Foi então que tive a ideia mais óbvia.

-Se eu for verificar o lugar agora, eu vou chegar a tempo de proteger a vila- Me levantei da cama, ficando sentado, e falando comigo mesmo. Sorri ao perceber que a ideia realmente poderia dar certo.

Me levantei rapidamente, jogando o cobertor para o lado.

********

Parei em frente a um grande Castelo, com enormes portões de madeira e paredes de pedra. Mesmo o lugar ainda estando intacto, era de se perceber que ninguém ia ali há séculos. 

Desci do negro cavalo no qual estava montado.Havia pego o mesmo no estábulo da Fairy Tail.

Andava em passos lentos, porem largos, devido à baixa temperatura.

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Estava há horas dentro do lugar, e me parecia apenas mais um Castelo como todos os outros habitado por vampiros, a diferença é que este estava vazio. O que me fez analisar melhor a situação, pois se o castelo estava em perfeito estado, qual o motivo pelo qual os vampiros os deixaram?

Resolvi me concentrar mais no lugar e tentar encontrar algo que me possa ser útil. Subo as largas e altas escadas que levam ao segundo andar e me deparo com um largo e extenso corredor,com algumas janelas. No meio dele, há uma grande marca de sangue, então me abaixo para poder analisar a mesma, percebendo que aquilo estava ali há muito tempo.

Me levanto e olho a janela, vendo um jardim, enorme e totalmente morto. Provavelmente o lugar foi queimado depois da saída dos vampiros. As plantas estavam totalmente podres, mas ainda dava para perceber que alguém tinha um grande cuidado com ele, isso era passado através das lindas estátuas esculpidas por todo o terreno, e uma enorme fonte no centro.

Desci até lá, observando cada canto. Suspirei pesadamente e sentei-me na fonte, encolhendo meus braços ao meu redor, na tentativa de diminuir o frio. 

-Acho que a Lucy tinha razão...- Balbuciei sozinho, observando a bela decoração da fonte- Eu não deveria ter vindo, não deveria ter brigado com a Erza. Este lugar está tão vazio quanto qualquer outro que já fomos. Vou apenas voltar para casa e fingir que nunca estive...- parei minha fala quando percebi um detalhe estranho na escultura do centro da fonte. Me levantei e entrei na mesma, caminhando até lá pela rasa água. Olhei de perto o pequeno detalhe.

Era uma jóia roxa, que estava brilhando forte demais para ser uma pedra comum. Obsevei com mais atenção, finalmente percebendo que era uma Pedra da Alma, que uma jóia que é capaz que absorver absurdas quantidades de magia, e também podendo guardar a alma de vampiros ou humanos.

Por mais insano que isso fosse, eu levantei minha mão até ela e a toquei levemente com a ponta dos meus dedos.

Um forte flash de luz saiu da pedra, me fazendo fechar os olhos devido à extrema claridade. Senti o lugar onde pisava mexer, olhei para baixo com dificuldade, percebendo uma escada giratória se formando na fonte.

Eu não sabia porquê eu havia feito isso, eu apenas senti que eu deveria. Algo estava me chamando.

Quando a claridade finalmente passou, eu olhei para baixo tentando visualizar onde a escada levava, mas estava muito escuro para vez qualquer coisa lá de baixo.Liguei um lampião e comecei a descer as escadas devagar.

Quanto mais baixo eu chegava, mais eu sentia uma diferença de temperatura, lá em baixo era incrivelmente aconchegante, como se estivesse sendo protegido por alguma magia, o quê provavelmente era o caso.

Ao terminar de descer totalmente as escadas, cheguei a um lugar extremamente grande, e iluminado por várias velas, que não faziam sentido estarem ligadas se não por magia.

No centro do lugar havia um caixão de pedra , cercado por 5 plataformas, cada uma delas possuindo uma Pedra da alma no topo. Caminhei até lá, fascinado com tudo que havia visto, e me aproximei.

Novamente uma súbita e inexplicável vontade de tocar na Pedra da Alma invadiu meu corpo, e eu apenas sucumbi. 

Então levantei minha mão devagar e toquei em uma das pedras. Ela, e todas as outras 4 emitiram uma forte luz, mas não tanto quanto a da fonte. As velas apagaram subitamente, porem o local continuava iluminado pela luz roxa das pedras.

Então um leve tremor começou, derrubando algumas pequenas partes do teto. Observei que o Caixão que se encontrava no meio, agora emitia luzes vindas de dentro dele, igualmente as pedras.

Quando o tremor parou, e a iluminação cessou, as velas voltaram a acender, e as pedras perderam totalmente o brilho.

Corri até o caixão, o mesmo também havia parado de brilhar. Olhei dentro do mesmo e vi...uma garota.

Ela tinha os cabelos azuis, a sua pele era extremamente branca e ela estava inconsciente. Ela tinha nas costas, um grande pergaminho dourado.

Mesmo sem entender o que estava acontecendo, eu à peguei no colo, e à tirei de lá. Eu à deitei perto de uma das pedras. Chequei a sua respiração, e em seguida seu pulso, obdento resposta de ambos.

Não conseguia pensar em uma explicação para ela estar lá, então eu lembrei que não havia checado o mais importante.

Com a minha mão direita, eu segurei levemente seu maxilar, e o puxei para baixo, fazendo com que ela abrisse a boca. Levantei o seu lábio superior usando meu dedo indicador, vendo algo que tornaria mais fácil explicar porquê ela estava lá.

-Presas- Eu dei um leve sorriso soltando o ar pelo nariz- O que diabos é esse lugar? E por que essa vampira está aqui?!