História O Lar dos Peculiares - "Dois etéreos foram matar..."

Nem percebi mas acabei dormindo em meio de minhas orações.
  Fui acordada por três batidas na porta.
  - Preciso me trocar!
  Fui até a cômoda e retirei uma calsa preta justa e uma jaqueta preta, afinal todas as roupas de lá tinham essa tonalidade.
  - Pronto - a porta se abriu
  - Vamos começar o seu treinamento, princesinha? - disse o menino que eu havia conhecido noite passada.
  - Não saio daqui sem saber seu nome - respondi
  - Ok, ok. Sou Robin.
  - Prefiro menino demônio.
   Lançou-me um olhar matador e fez um gesto com a mão para que eu o seguisse.
  Retornei ao corredor cinzento e seguimos em frente.
  - Seu treinamento de hoje é danificar a face de dois etéreos.
  - Eu não combinei com Hooper isso.
  - Hooper não lhe deve explicações - Estava apavorada, ferir pessoas? Não era comigo - Fique tranquila, são apenas etéreos- ele deu uma risada diabólica.
  Continuamos até chegarmos à um lugar sem saída, havia uma única porta em nossa frente, feita de um material muito mais potente do que o quarto em que fiquei.
   A sala era alta, havia uma proteção em volta dos etéreos para que não fugissem.
  Era a primeira vez que eu vira um, ou o melhor, dois. Estavam com um pó branco que fazia que nós o víssemos. Era como um homem, seus lábios eram carregados por línguas que pareciam cobras. Eles me olhavam com uma expressão de felicidade.
  - Você tem cinco minutos para matar esses etéreos, se não conseguir, todos morrem - Robin falou
   Eu suava, aquilo dependia de todos que eu amava. Tentei criar um pingo de coragem quando entrei na cela dos etéreos, mas não consegui.
  O primeiro fez um avanço falso e eu recuei alguns passos. Já o outro parecia querer brincar com sua presa.
  Um me agarrou pelas pernas com suas língua e me balançava, pensei que todo meu sangue tinha escorrido por meus ouvidos. Então fiz a coisa mais inteligente que poderia ter feito: com minhas duas mãos agarrei as línguas e apertei com um fogo escaldante até caírem ao chão.
  Ouvi palmas de Robin.
  Fiquei impressionada, o etéreo logo me soltou de suas presas e caiu no chão sem vida, um líquido viscoso e negro percorreu suas gargantas e saíram por ali.
  Fiquei feliz, não sabia que meu fogo era tão potente, agora só faltava um.
O único etéreo com vida ficou assustado, mas se preparou em um salto para fazer a vingança de seu amigo morto.
  Desviei em um lance, ele começou a correr atrás de mim. Tentei correr, mas ele era mais veloz. Me segurou em um suspiro. Este já foi mais esperto, me enfiou pelas pernas para dentro de sua garganta cheia de dentes pontiagudos, senti minhas pernas serem cortadas. Sem dó e com toda minha coragem, pressionei minhas mãos em seu rosto e sua cabeça já não existia mais, caímos juntos, a diferença era que eu estava viva, eu venci, ele era apenas um perdedor.
  Recuei minhas pernas de sua boca já com líquido negro, e vi que estava completamente arranhada, sangue vermelho e negro, do etéreo, escorriam por ali. Se tivesse ficado um pouco mais na boca daquele monstro, provavelmente teria perdido as pernas.
- Pensei que tivesse que mata - lá hoje, mas percebo que você já está no nível de coisas piores - Robin disse entrando na cela.
  - Você não esperava isso de mim, menino demônio?
  - Absolutamente não, Lira - ele me lançou um olhar de paixão