"Estava tudo frio e triste, Robin apareceu com uma expressão horrorizada.
- Eu não quero ir!- ele chorava
- Robin!- falei
Ele não me escutava, olhava para o além atrás de mim, me virei e vi Hooper. Ele dava um sorriso assustador.
- Acalme- se garoto, você vai por decreto de seu pai. Sabia que acólitos não podem se apaixonar?- falou
Uma onda de calor invadiu meu corpo, era como lava e vapor quente misturados. Uma forma monstruosa apareceu às sombras. Quem era o demônio? "
Acordei suada no meio da noite, não tinha noção do tempo, resolvi tomar um banho para refrescar, afinal eu não me lavava há alguns dias.
A água da banheira de quinta categoria estava fria. Como previa, acólitos não podem ter a mordomia de água morna.
Coloquei minha cabeça debaixo da água e passei o sabonete dali em minhas mechas de cabelo. Como estava refrescante e calmo, queria que todos os dias tivesse a mesma sensação.
Saí da banheira suja e me envolvi na toalha, me sequei rapidamente e fui para o quarto.
Decidi colocar outro pijama, uma camiseta cinza e um shorts da mesma cor. Tentei dormir.
Acordei da mesma maneira:três batidas na porta.
- Vou me trocar - gritei
Vesti uma calça masculina e uma camiseta branca.
Abri a porta e tive uma surpresa.
- Olá querida - disse o homem bruto, Hooper
- Onde está Robin?
- Fazendo seus preparativos para a transferência - ele riu - vamos - ele falou guiando o caminho
- Hoje nada de especial, apenas treinamento de fogo, porém mais divertido.
Seguimos pelo corredor de sempre até chegar à sala de treinamento. Senti falta de Robin.
- O negócio é o seguinte:você vai invocar seu fogo, quanto menor o nível do seu fogo maior a sua tortura.
- Tortura?
- Claro, ou você acha que comigo é só corações e bolinhos?- ele fez um gesto para que eu deitasse em uma maca. - Vou prender seus pés e suas mãos. Você vai invocar seu fogo deitada, caso ao contrário...
Ele me prendeu com correntes e disse:
- Comece
Com muita concentração invoquei uma chama de fogo com uma grande expessura.
- Bom - Hooper falou - vamos combinar que esse será seu mínimo- ele ligou uma máquina - essa belezinha aqui - disse apontando para a máquina- vai me avisar se você está indo bem ou não - continue!
Invoquei mais uma, porém com pouca concentração. Hooper sacou um canivete e fez um risco em minha perna esquerda.
- Essa é a tortura?
- O que você acha?
Tentei mais uma vez e fui mal.
A ardência era grande, sentia meu sangue escorrendo pela minha perna.
Consegui da outra vez. Ponto para mim!
Essa tortura se repetiu seis vezes, outras quatro eu consegui invocar o fogo direitinho. Meus braços e pernas ardiam.
- Gostei dessa ardência- falou Hooper convencido- vou praticar esse exercício mais vezes. Acho melhor colocarmos um panos aí, não preciso que morra agora.
- Maldito - sussurrei enquanto ele saiu da sala me deixando naquele estado.
Depois de um tempo, achei que estivesse morrendo, comecei a ter alucinações de Jacob. Ele estava machucado em seu olho esquerdo e amarrado. Desmaiei.
Acabei acordando em meu quarto e estava sentindo panos em meus braços e pernas.
- Ei garota, me deu um susto e tanto - era Hooper.
- Você estava tentando me matar!
- Era um pequeno incentivo- ele respondeu arrependido.
- Aqui está uma lista de remédios e horários que você deve tomar - ele disse apontado para a cômoda -a enfermeira disse que você ficará melhor até amanhã.
- Preciso comer, beber água.
- Vou pedir para que alguém faça isso.
O general saiu do quarto.
Acabei adormecendo. Quando acordei Robin estava sentado ao chão.
- Até que enfim - falou - Hooper que fez isso?
- O que você acha?
Ele chegou mais perto.
- Lira, tem uma coisa que eu preciso te contar.
- Diga logo.
- Antes que eu vá embora, preciso que saiba de algo para que nada te ocorra aqui.
- O que seria pior? Já vou ficar sozinha, prefiro morrer!
- Não diga isso, você não gostaria de morrer pelas mãos do demônio.
- Enfim, prossiga
Ele ficou indeciso, mas continuou:
- O demônio de que todos falam, é meu pai.
- Oi?
- Sim, ele acabou bebendo demais e não sabe como engravidou uma mulher, depois de nove meses fui mandado para cá por um anônimo.
- Sinto muito, ele deve ser um péssimo pai.
- E é, mas eu aprendi mais sobre o amor com você, sei que nos conhecemos a pouco tempo, mas eu ando te espionando há um tempo em sua casa na Bélgica.
- Então sabe tudo sobre mim?
- Sim.
- Infelizmente vai ter que me esquecer, não é seguro me amar.
- Eu não consigo - uma lágrima escorreu por seu rosto.
- Não chore. Eu o amo - me assustei ao ouvir o que disse
- Você está melhor? - ele perguntou
- Sim
- Você quer ir para o lugar? Se Hooper nos ver digo que fomos ver a enfermeira, afinal ele me enviou aqui pa cuidar de você.
- Uou, Hooper preocupado? Isso é estranho - me levantei e abri a porta.
A dor passava por mim, eu fazia ao máximo para ignora - lá.
Seguimos o corredor, Robin entrelaçou sua mão na minha. Que garoto encantador, quando ele fosse embora eu sentiria tanta dor.
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