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História O Leão e a Águia - Capítulo 5: Final.


Escrita por: GiullieneChan

Notas do Autor


Betado por Dhessy.

Capítulo 6 - Capítulo 5: Final.


Sentia os primeiros raios do Sol em seu rosto e por instinto procura a máscara que era como uma segunda pele para ela. Foi quando ouviu um resmungo sonolento ao seu lado, um braço forte envolvendo sua cintura, que se lembrou de onde estava e com quem. Estavam nus e com os corpos colados um no outro.

Marin dá um sorriso e tenta sair daquele abraço protetor sem despertá-lo. Mas não conseguiu. Aiolia abriu os olhos, espreguiçou-se e lançou-lhe um demorado olhar silencioso, antes de puxá-la para perto de si novamente e segurar-lhe o rosto entre as duas enormes mãos quentes.

—Não planejei isso. –lhe disse, fitando-a com intensidade. -Não era para ter acontecido, eu apenas perdi completamente o controle depois que comecei a beijá-la.

—Eu sei. Ambos perdemos o controle. –disse corada.

Ele a beijou, carinhosamente. Novamente ela sentiu que podia perder-se novamente naqueles beijos;

—Me diga Marin, ao menos foi bom para você? Digo, só para eu não sentir vontade de me jogar do alto do Star Hill.

Marin sentiu que Aiolia estava sinceramente desconcertado, preocupado com ela. Aquela preocupação e carinho a fizeram sentir-se a mais amada das mulheres. Por fim, respondeu com um sorriso no rosto.

—Foi maravilhoso! Eu adorei.

—Eu também.

Os olhos dela desceram para o peito largo e depois para os braços musculosos, e muito fortes. Ela recordou-se do poder do corpo dele sobre o seu, descendo sobre ela em ritmo furioso. Marin enrubesceu.

Aiolia ergueu uma das sobrancelhas, exibindo um sorriso jocoso.

—Lembranças agradáveis?

—Bobo. –ela levantou-se puxando o lençol para cobri-lhe o corpo nu, mas ele o segura, quase a despindo.

—Eu estou tendo algumas lembranças agradáveis agora.

—Aiolia. –protestou. –Tenho que ir.

—Não tem não. –a puxando de volta para a cama.

Assim que estava próxima do leito, ele a pegou pelo pulso e a prendeu novamente em seus braços. Suas mãos quentes estenderam-se na direção das faces dela. Ele fitou-a vorazmente nos olhos, antes de inclinar-se e beijá-la com ardente desejo.

—Fique comigo, Marin. -sussurrou de encontro aos lábios dela. –Não vá ainda.

—O dia todo?

—O dia todo.

Abraçou-a bem apertado, e beijou-a até sentir os lábios ficarem sensíveis, e novamente se amaram, uma... Duas... Diversas vezes naquele dia. Perdendo a noção do tempo e de quem eram. Apenas dois amantes, que finalmente deixaram o sentimento que os uniu durante anos, transbordar.

 

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Alguns dias depois.

As coisas no Santuário começaram a ficar tensas. A relativa paz que havia se instaurado na Terra era apenas ilusória, pois todos que serviam Atena sabiam que a qualquer momento a Guerra Santa aconteceria.

Ciente de que essa guerra poderia explodir, Marin sentia que devia realizar uma última tarefa. Ela bem sabia o que era ser afastado de sua única família, não saber onde estaria seu irmão era um peso que carregava sozinha em seu coração, nem mesmo com Aiolia desabafou isso. Ela, mais do que ninguém, conhecia a dor que seu ex-aluno carregava.

Sabendo da história sobre sua irmã Seika ter vindo ao Santuário procurá-lo, e jamais ter chegado, Marin começou a investigar por conta própria. Soube de uma menina com a mesma descrição física de Seika morando em uma vila nas proximidades. Ela havia sofrido um acidente e desde então não recordava nada sobre si mesma ou o que fazia ali.

 

Enquanto esteve fora, a Guerra Santa começou, as batalhas foram ferozes e Marin sentiu o Cosmo de Aiolia se despedindo dela antes de sacrificar sua vida no Muro das Lamentações. Longe dos olhos dos demais cavaleiros de bronze que ficaram no Santuário, dos olhos de Shina, Marin retirou a máscara de seu rosto que parecia lhe sufocar e permitiu que as lágrimas corressem soltas por seu rosto.

Enquanto seu corpo era sacudido por um soluço incontrolável, as estrelas da constelação de Leão brilhavam como se homenageassem seu campeão.

 

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Nos meses que se seguiram ao fim da Guerra Santa o Santuário tentava se reerguer novamente, como sempre acontecia, ele retornava cada vez mais forte.

Era fim de tarde, enquanto os cavaleiros remanescentes, soldados e moradores das pequenas vilas próximas se revezavam na recuperação dos Templos milenares, uma mulher visitava mais uma vez o cemitério do Santuário, parada diante da pedra que simbolizava o local de descanso de um lendário Cavaleiro de ouro.

Olhou ao redor, havia mais pedras como aquelas. Lembrava ainda mais das palavras que aqueciam seu coração. Esses homens não tiveram o privilégio de ter uma cerimônia fúnebre como outros, pois seus corpos não puderam ser resgatados.

“—Eu te amo, minha Marin.”

Ainda ouvia aquelas palavras em sua mente. E sempre doía. Mas ela se recusava a chorar novamente, não queria parecer fraca diante dos outros, e alguém precisava mostrar firmeza na reconstrução do Santuário.

Sim, a Guerra Santa acabou, mas deixou suas marcas. Era necessário reconstruir o que havia sido danificado nas batalhas épicas ocorridas nas Doze Casas, e preparar a nova geração para o fardo que carregariam. Atena contava com ela, e com os demais cavaleiros que sobreviveram, essa missão.

Demorou mais do que havia planejado ajudar na reorganização do local. Shina estava com a responsabilidade de cuidar da segurança do Santuário e os cavaleiros de bronze que permaneciam naquelas terras cuidariam dos novos discípulos que logo chegariam.

Treinar esses garotos deveria ter sido sua tarefa, mas Atena compreendeu os motivos que levaram Marin a se afastar dali por um tempo. Tinha sua própria missão particular a realizar.

—Senhorita Marin?

A voz suave de Seika chamou sua atenção. A garota vinha hesitante trazendo flores para os túmulos dos cavaleiros de ouro. Era um ato gentil da menina, apesar de não ter conhecido nenhum daqueles homens pessoalmente, ela reconhecia o sacrifício que realizaram por toda a Terra. Observou a menina colocar algumas flores em cada lápide em silêncio.

Aliás, ter encontrado Seika foi o motivo que a incentivou a partir do Santuário em sua própria busca pessoal.

Ela tinha um irmão, não sabia nada sobre ele desde que foram separados no orfanato há tantos anos. Ela iria partir e procurar por Touma pessoalmente. A alegria que Seika teve ao reencontrar Seiya, mesmo seriamente ferido, ela gostaria de experimentar um dia.

Mesmo estando em coma, Marin acreditava que as visitas de Seika e suas longas conversas com o irmão ajudavam em sua lenta recuperação. Sentia isso em seu cosmo. Ele ficava mais forte a cada visita da menina.

—Soube que vai partir? -Seika perguntou, ajoelhada no chão colocando as últimas flores que levava no túmulo diante delas, no de Aiolia.

—Sim. Será amanhã.

—Sentiremos sua falta.

—Um dia pretendo voltar. –fixou o olhar na lápide. –Prometi a alguém que sempre o visitaria. Espero que ele entenda que ficaria muito tempo longe.

—Tenho certeza que ele entende. –Seika levantou-se e sorriu para a amazona. –Se ele te amava claro que entenderia.

—Como...?

—Eu imaginei. –disse a outra sem graça. –Sempre vem aqui. Imaginei que fosse uma pessoal especial.

—Aiolia era único.

—Lamento por sua perda.

Havia sinceridade naquelas palavras, e a amazona agradeceu.

—Não foi visitar Seiya hoje?

—Não. A senhorita Saori resolveu levá-lo para ser tratado em um local mais adequado. –Seika sorriu triste. –Ela tem esperanças de ter encontrado um meio de fazê-lo acordar. Oro para que ela consiga.

—Eu também.

Não conseguia imaginar o que seria. Desde que voltou do Submundo, mortalmente ferido por Hades, Seiya estava em uma espécie de coma. Ver seu antigo pupilo naquelas condições era doloroso demais. Esperava que a deusa tivesse sucesso, e que voltasse a ver Seiya novamente falando, rindo, chorando com seus amigos.

—Suas feridas estão curadas, mas ele não quer acordar. -dizia Seika. –Eu sei que ele ouve minha voz, percebo isso, mas ele não acorda. Os médicos não sabem o que fazer mais. Espero que a senhorita Saori consiga trazê-lo de volta.

—Acredito que a voz de Atena será suficientemente forte para chamá-lo de volta. –dizia a amazona. –Preciso ir agora. Espero que me compreenda.

—Sim. Boa sorte em sua busca. –fazendo uma humilde reverência.

As duas se despediram com acenos. Não quis que mais ninguém a visse sair. De longe observou Shina ditando ordens aos guardas sobre seus turnos de vigília e sorriu por debaixo da máscara.

Tinha que admitir que sentiria falta dela. Estranho, haviam sido rivais por tanto tempo, agora em poucas semanas criaram laços de afeto que certamente levariam para a vida toda. Exatamente por isso, achou melhor evitar despedidas e Shina compreenderia. Ela mais do que ninguém no Santuário odiava despedidas sentimentais.

Chegou em casa, deitando em sua cama mas não conseguia conciliar o sono. Resolveu dar uma última caminhada pelo Santuário, parou um instante quando avistou ao longe a Casa de Leão e em seguida seu olhar foram para as estrelas que começavam a iluminar os céus.

Voltou a caminhar e seus passos a guiaram exatamente para aquela praia onde se viram pela primeira vez, sentou na areia e contemplou o mar, retirando a máscara que cobria seu rosto deitou.

Conseguiu ver a Constelação de Leão e a memória dos momentos vividos com Aiolia inundou sua mente desde o primeiro instante que o vira. Essas memórias a fizeram sorrir. Ela adormeceu admirando essa mesmo constelação, sonhando em seguida com ele.

Pode vê-lo ao longe naquela praia, de costas para ela. O chamou e ele se virou sorrindo.

—Sinto muito não poder ficar com você, Marin. –Ele dizia, coçando a nuca como se fosse uma criança pega em uma travessura, quando ela se aproximou a abraçou.

Marin podia sentir seu calor, o mesmo aroma de sua pele.

—Tudo bem... Você não tem culpa. Estou orgulhosa de você.

—E eu de você. –acariciava seus cabelos.

—Posso ir com você?

Aiolia balançou a cabeça em negativa.

—Ainda não. Um dia, mas está um pouco longe.

—Vai me esperar?

—Sempre.

Marin ergueu o rosto banhado em lágrimas, uma luz intensa a impedia de ver claramente os belos traços no rosto do homem que amava, mas percebia que ele sorria.

—Sempre... -disse tocando seu rosto e inclinando para beijar seus lábios suavemente. -Eu te amo minha Marin.

Ela então acordou e notou que estava chorando de verdade ao tocar seu rosto e sentir suas lágrimas, as enxugou com as costas da mão e em seguida olhou sua máscara, tocando-a com a ponta dos dedos.

—Sempre... –murmurou, sorrindo. –E eu sempre vou te amar, meu Leão. Nessa e na outra vida.

 

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Um longo tempo se passou desde aquela noite. A vida da amazona passou por grandes transformações, reencontros com entes queridos, perda de pessoas amadas. Mas podia-se dizer que a amazona havia vivido plenamente sua existência na Terra. Ao sentir o peso do tempo, deixou sua armadura para que uma nova geração cuidasse e protegesse a Justiça na Terra e se afastou do Santuário.

Sentia-se bem, apesar do o peso da idade turvar sua visão e deixar seus reflexos mais lentos. Deixou um bom legado, apesar de não ter tido sua própria família, amava os discípulos como se fossem seus filhos. E esses mesmo discípulos lhe trouxeram orgulho ao travarem ao longo de décadas grandes batalhas em nome de Atena.

Mesmo quando seu tempo terminou e a morte lhe buscou, não sentiu arrependimentos. Esperava a chance de reencontrar novamente a única pessoa a quem amou em toda a sua vida.

Diante da lápide de mármore que marcava o local de seu derradeiro descanso, estava aquele que ficou conhecido na história do Santuário como um cavaleiro lendário e seu mais famoso discípulo. Ele observava o local com um sorriso triste. Apesar da idade avançada, ainda conservava toda a sua força e não havia quem não sentisse que aquele senhor era bem mais do que aparentava. Seiya, apesar de ser um homem idoso agora, ainda era o Cavaleiro de ouro Guardião de Sagitário.

Ao seu lado uma menina de vivazes olhos castanhos, a última a quem Marin treinou, deixava as lágrimas correrem soltas pelo rosto.

—Hanna, por que chora assim? -O idoso perguntou, olhando de lado para ela.

—Desculpe vovô. É que...

—O que?

—Eu queria ter me despedido dela. Achei injusto ter morrido assim... Sozinha. Ela não merecia ter ficado a vida toda sozinha.

Seiya ouvia a tudo em silêncio.

—Ela se dedicou totalmente ao Santuário, não é justo! Queria que a mestra Marin tivesse encontrado paixão e amor verdadeiro. Ela merecia ter sentido a alegria de ter amado alguém e ser amada.

—É nisso que acredita, Hanna?

—E não é verdade?

—Não. Marin e eu tivemos muitas conversas ao longo de nossa vida, confidenciamos e abrimos nossos corações. Afinal, não nos víamos mais como mestra e aluno, mas como verdadeiros irmãos. –dizia se afastando da lápide, sendo seguido pela jovem. -E posso lhe dizer, ela não morreu sem ter sentido isso.

—O quê?

Seiya sorriu ao ver sua neta, seu orgulhoso legado, exigindo pelo olhar saber tudo.

—Deixe-me contar uma história... É sobre o amor de um Leão por uma Águia.

 

Fim...



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