1. Spirit Fanfics >
  2. O Legado >
  3. Parte I - Capítulo 1

História O Legado - Parte I - Capítulo 1


Escrita por: LunaSelene

Notas do Autor


Vamos ver a receptividade para essa história.
Espero que haja leitores :)

Capítulo 1 - Parte I - Capítulo 1


A única razão de eu não ser comum é que ninguém além de mim me enxerga dessa forma.

R. J. Palacio

 

 

A vida dela foi bem comum até os 11 anos. Ela teve festas de aniversário, comemorou o Natal com a família, assim como outras festividades. Ela nunca se sentiu especial ou era tratada de uma forma que poderia ser considerada assim. Para seus pais, tios e avós ela era apenas Rose.

Rose era uma menina inteligente, seu pai costumava dizer que ela puxara a inteligência da mãe, Hermione Granger, e isso a deixava animada e feliz. Ela gostava de ser comparada aos pais, de ter a inteligência da mãe e ser divertida como o pai. Ela cresceu em meio a uma grande família, com muitos tios e primos, assim era difícil se sentir sozinha.

Mas tudo mudou quando ela enfim entrou em Hogwarts. Na semana que antecedeu a sua primeira viagem de trem à escola ela mal conseguia dormir por estar tão ansiosa. Ela não estaria sozinha, seu primo Albus entraria no mesmo ano que ela e isso já foi motivo para estar bem mais calma.

Também tinha James e Molly, embora fossem mais velhos eram sempre gentis e compreensíveis, assim ela sabia que se sentisse dificuldade em qualquer coisa poderia recorrer a eles.

Ela sempre percebeu o olhar das pessoas para sua família, principalmente quando estava junto de seu tio Harry. As pessoas paravam o que quer que estivessem fazendo e começavam a sussurrar e apontar. Ela sabia o motivo, já havia lido em diversos livros sobre a aventura dos pais e de seus tios.

Ela tinha conhecimento do que foi a Segunda Guerra Bruxa e o papel da sua família nela, sabia porque seus pais eram famosos, porque o nome Weasley era reverenciado em alguns lugares. Mas ela nunca se sentiu importante.

E ela passou a perceber o quanto carregar aquele sobrenome poderia a se tornar um peso com o passar dos anos.

Na plataforma todas as pessoas olhavam para eles. Ela não mais corava quando isso acontecia, ela simplesmente ignorava as pessoas ao seu redor e se concentrava na sua família.

Quando ela entrou no trem e acenou para seus pais e tios na plataforma ela começou a sentir um medo incomum. Ela não teria mais os pais por perto, ou seus avós ou tios. Só seria ela e seus primos e isso, com certeza, não era a mesma coisa. Embora gostasse de todos ela sempre se sentia mais segura e protegida se tivesse na presença de um dos seus adultos prediletos.

Ela estava na cabine com Albus e James e por mais que tentasse ignorar era complicado quando tantas pessoas simplesmente paravam na porta da cabine. Ela entendia tanto estardalhaço, seria o primeiro ano da filha de Ron Weasley e Hermione Granger e ainda tinha a companhia do pequeno clone de Harry Potter ao seu lado. Era indiscutível a semelhança de Albus com o tio da garota.

 

James havia saído há alguns minutos quando uma garota apareceu na porta da cabine em que ela estava. O corredor já estava bem mais vazio, a maioria das pessoas já havia saído para procurar sua própria cabine.

A menina não aparentava ter muita idade, tinha cabelos bem cacheados e bonitos olhos castanhos. Sua voz soou tímida e insegura quando ela perguntou:

– Podemos nos sentar com vocês? O resto das cabines parece estar cheio já.

– É claro! – Rose respondeu com um sorriso enfeitando o rosto.

Eles viram a menina fazer um sinal para uma pessoa do lado de fora, dizendo que havia achado uma cabine para eles.

O menino loiro passou pela porta com a cabeça baixa, mas assim que a ergueu os dois ocupantes da cabine perceberam de quem se tratava. Scorpius também pareceu reconhecê-los, pois deu vacilantes passos para trás. Mas já era tarde, a porta já havia sido fechada.

– Acho melhor eu procurar outra cabine. – O menino falara muito rápido, trazendo questionamento para a morena.

– Mas porquê? Essa cabine é espaçosa o suficiente para nós quatro. – A menina falou gesticulando, como que para demonstrar que havia espaço.

Ele não sabia como explicar a ela o motivo de não poder permanecer ali. Toda a sua concentração estava em não corar por conta da vergonha que sentia e em não encarar o rosto das outras duas pessoas que estavam ali. Mas nenhuma explicação foi necessária.

– Ela tem razão. Há espaço suficiente aqui. – Então se virou para a menina. – Oi, sou Albus Potter, essa é minha prima Rose Weasley.

– Sou Amélia Hall, esse é Scorpius.

– Nós sabemos. – Rose falou com um sorriso contido. – Oi, Malfoy.

– Weasley. Potter. – Scorpius não fez mais do que um menear de cabeça, as mãos estavam colocadas nos bolsos da calça. Ele podia sentir o suor molhando as palmas da mão.

Os primeiros minutos foram estranhos. Scorpius ficou olhando para os próprios pés, Amélia ficou olhando para o cenário como um todo e os primos intercalavam os olhares sem saber como deveriam agir.

O pai de Rose havia lhe dado um aviso antes dela embarcar. Ela não saberia dizer se foi uma brincadeira ou se ele falara sério, mas sabia que sua mãe jamais concordaria com qualquer tipo de preconceito. Ela sabia que os Malfoy foram aliados das trevas, sabia o que Draco Malfoy havia feito. Não se falava muito deles nos livros de História, ela acreditava que eles deveriam ter dado uma pequena fortuna para que as matérias sobre a família diminuíssem.

Mas ainda havia alguns recortes de jornal e o diário pessoal de sua mãe. Por dois anos, desde de que descobriu sobre a existência do objeto que Rose pedia a mãe para ler. Pedido esse que sempre era recusado, mas em seu aniversário de 11 anos ela o encontrou em cima de sua cama.

Ela o leu avidamente, chorou em algumas partes e por algum tempo ela não conseguia esquecer os horrores que foram retratados lá.

E lá vinha falando de Draco Malfoy. Sob a perspectiva de Hermione Granger Draco apenas teve a infelicidade de cair em uma família preconceituosa. Sua mãe colocou suas dúvidas naquelas páginas, dúvidas que passaram a ser de Rose também.

Aos poucos uma conversa começou a surgir. Tudo se desenrolou quando o carrinho dos doces apareceu e também foi um momento bem constrangedor.

Amélia mostrou estranhamento com relação aos doces e tudo pareceu mais claro a partir de então. O motivo dela falar normalmente com eles, por não ter ficado estranha ao ouvir o sobrenome de um dos três.

– Você é nascida trouxa? – A pergunta foi feita por Albus quando a garota deu um pulo de susto ao ver o sapo de chocolate se mexer.

– Nascida Trouxa? – Amélia questionou. – Ah sim, o homem o Ministério explicou para a gente. Acho que sim, não sei ao certo.

Os olhares dos primos passaram para Scorpius, mas notaram que o rapaz estava tranquilamente arrancando a cabeça de seu sapo de chocolate. Quando notou que era alvo do olhar dos outros dois apenas ergueu a sobrancelha.

Eles rapidamente olharam para o outro lado, constrangidos de terem sido pegos.

– Como você não sabe? – Scorpius perguntou com genuína curiosidade.

– Minha mãe é trouxa e até onde ela sabe ninguém da família dela é um bruxo. Mas meu pai morreu quando eu tinha dois anos. Ele nunca falou nada a ela e ele não tinha mais família, então não temos como saber.

– Poderíamos descobrir. – Rose falou animada.

– Como? – Scorpius perguntou com interesse.

Amélia ficou na ponta do banco esperando por uma resposta que não demorou a vir.

– Ora, deve haver algum banco de dados. Algum lugar que possa constar se o seu pai era um bruxo. Poderíamos olhar nos registros da escola, se ele era um bruxo britânico é provável que tenha estudado em Hogwarts também.

– Seria bom saber mais coisas sobre ele. – Amélia falou sonhadoramente.

A cabine caiu em um silêncio desconfortável que foi quebrado por Scorpius.

– Poderíamos descobrir então para qual casa ele foi.

– Casa? – Amélia pergunta.

– Hogwarts é dividida em quatro casas: Sonserina, Grifinória, Lufa-Lufa e Corvinal. – Albus respondeu.

– O homem deve ter falado algo assim, mas depois de um tempo eu simplesmente parei de escutar. – Ela assume com vergonha. – Era muita informação para eu assimilar.

Os demais riram, porque parecia que Amélia estava se desculpando por não saber sobre as casas.

– Não tem problema. – Albus garantiu.

– Mas como isso funciona? – Ela voltou a sentar na ponta da poltrona em busca de informação.

Então os três passaram a relatar o que aconteceria na seleção, como era feita a escolha e as características de cada casa.

– Para qual vocês acham que vão? – Ela perguntou.

– Minha família toda foi da sonserina. – respondeu Scorpius – Assim como todos os Weasley e Potter foram da grifinória.

Ele complementa com um sorriso dirigido aos primos.

– Nem todos os Weasley – corrigiu Rose. – Alguns dos meus primos não vieram para Hogwarts, Teddy foi para Lufa-Lufa, e Molly está na sonserina.

– Para o desgosto da família, imagino. – Scorpius soltou sem querer.

Amélia quase sentiu o clima da cabine diminuir. Rose lançou um olhar cortante para Socorpius e Albus apenas ficou lá. Assim a menina resolveu quebrar o silêncio que se instaurou.

– Do que vocês estão falando?

Albus resolveu responder a pergunta, já que Rose parecia chateada com Scorpius e o loiro estava ridiculamente vermelho.

– Se tem o costume de se achar que a sonserina não é uma boa casa, por já ter abrigado muitos bruxos das trevas.

Rose foi até sua bolsa e revirando encontrou um pedaço de pergaminho e uma pena e passou a escrever rapidamente a estendendo logo em seguida para a garota morena.

– Essa é uma lista de livros. Você vai encontrar muitas informações, é bom você estar por dentro de algumas coisas, para não se sentir perdida.

Scorpius deu uma olhada por cima do ombro da menina e viu os livros que Rose indicou.

– São bons livros. – Disse por fim.

– Obrigada. – Rose olhava para o menino desconfiada.

– Desculpa pelo que eu disse. – Scorpius parecia realmente arrependido. – Eu não deveria falar…

Rose o interrompeu antes que ele pudesse terminar.

– Não tem problema, está tudo bem. – E com um bonito sorriso disse ainda. – Seus pais teriam um ataque se você fosse parar na grifinória.

Scorpius pensou que ela ainda pudesse estar chateada, mas ao terminar de falar ela piscou um olho e sorriu abertamente.

– Ah não. Meus pais apenas teriam um ligeiro aumento de sua frequência cardíaca. – E entrando na brincadeira disse ainda: – Mas meu avô, com certeza, infartaria.

A cabine foi preenchida por risos alegres.

O primeiro a parar de rir foi Albus.

– Sabe, na nossa família há uma rede de apostas para onde Rose vai.

– O que? – A menina pergunta ultrajada. – Desde quando?

O garoto fez cara de quem estava pensando, mas claramente ele estava fingindo.

– Desde de que você recebeu a carta. Tio Ron botou que você vai para grifinória, obviamente. Quase todos estão com ele, mas James, Tio Gui, tio Percy e a tia Fleur parecem achar que você vai para Corvinal.

– Por que não há um bolão para você também? – Rose não gostava de apostas, principalmente quando estava envolvida pessoalmente nisso.

– Todos parecem achar que vou para grifinória. – o menino deu de ombros.

– E você acha que vai para lá? – Amélia perguntou.

Mas antes que Albus tivesse a chance de responder, a porta da cabine foi aberta por James, que olhou desconfiado para o grupo.

James se sentiu culpado por deixar o irmão e a prima sozinhos na sua primeira viagem, mas ele estava com saudade dos amigos. Só não esperava encontrá-los em uma companhia tão peculiar.

– Amélia, esse é meu irmão James. James, essa é Amélia Hall.

– É um prazer. – A menina disse estendendo a mão que foi gentilmente apertada por James.

– Esse é Scorpius Malfoy. – Disse Rose.

– Sim, eu lembro de você. – James falou. – Da última vez que te vi você era bem menor.

– Isso deve fazer uns dois anos. – Scorpius comentou desconfortável.

Scorpius se perguntava se cada vez que fosse apresentado a alguém se seria assim tão constrangedor ou se essa era uma particularidade da família Potter-Weasley.


Notas Finais


Se alguém chegar até aqui me digam o que acharam ;)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...