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História O Legado - Capítulo 22


Escrita por: LunaSelene

Notas do Autor


Agradeço os comentários :)
Capítulo curtinho, pq tenho dois trabalhos para entregar e não vou poder colocar a segunda parte dele ainda e não queria deixá-los esperando.
Um pouquinho de Scorpius para vocês, consolem nosso loirinho, ele ta precisando de um colo.
Beijos e vou esperar muitos comentários, deixem de preguiça gatinhos.

Capítulo 22 - Capítulo 22


"Claro que eu nunca conheci uma pessoa inocente. No fim das contas, todo mundo machuca alguém, por mais que tente não machucar."

A Menina Submersa: Memórias

 

Estar na frente dela fez reacender a mágoa profunda que ele pensou ter guardado muito bem. Quando acordou aquela manhã ele ainda se sentia meio perdido, zonzo com o que tinha acontecido. A dor foi chegando aos poucos, como se ele tivesse que se acostumar com aquele sentimento de desprezo novamente. Ah, sim. Ele estava acostumado, ele sabia bem decifrar os olhares, a esquiva quando se aproximava, o levantar da cadeira feita de modo sútil, a mudança de direção.

Ele já tinha encarado tudo aquilo. Quando mais jovem, nas ruas, eram muitas vezes feito de forma explícita, até mesmo ali em Hogwarts. Mas tinham aqueles que o faziam por temor, sem ter exatamente maldade no ato, como alguns alunos da Lufa-Lufa. Nas aulas de Herbologia ele via as pessoas da casa amarela se retesarem quando ele se aproximava, as mãos trêmulas quando tinham que trabalhar com alguma planta potencialmente perigosa. Ele não os julgava, já fazia muitos anos que ele não julgava essas pessoas.

Qual havia sido afinal seu crime? Ter nascido um Malfoy? Ter os cabelos loiros e olhos azuis e ser tão parecido fisicamente com Draco? Ele se perguntava se Adhara teria que enfrentar coisas assim… ele poderia imaginar a menina com seus olhos verdes e cabelos castanhos, tão diferente dos típicos Malfoys já existentes andando por Hogwarts, passando despercebida. Ele ficou feliz por isso, talvez quando ela chegasse ali o preconceito com sua família já tivesse diminuído. Bem, era o que ele esperava.

Ele sempre manteve suas defesas elevadas, principalmente porque convivendo com os avós se não o fizesse sempre saia de conversas zangado ou magoado. Por conta disso ele nunca se permitiu ter intimidade com Timothy ou Freya antes e agora se arrependia disso, já que eles se mostraram ser pessoas decentes e bons amigos. Ele se culpava por todo o incidente com Amélia, pois se suas defesas ainda estivessem erguidas ele teria percebido tudo bem mais cedo e agora ele não teria que se concentrar para continuar indiferente a ela.

Ele entendia. Ele queria entender o motivo que a levou a rejeitá-lo como os outros faziam. Ele entendia os outros, podia entendê-la também, certo? Havia aquela parte na mente dele que dizia que ele deveria afastá-la, manter distância, que ela já o havia magoado o suficiente. Que ele não deveria entender nada, ele tinha sido sincero com ela desde o início, ele havia dito que seu pai havia sido um comensal e o que isso significava e ela lhe afirmou que nada disso importava. “Você é o Scorpius, só Scorpius.” E ele ficou feliz com isso, pois o único lugar que ele se sentia assim era em casa junto aos pais.

Ele via os lábios dela se mexerem e ouvia o som das palavras, mas nada chegava até ele. Ele sentia como se estivesse dentro de uma bolha e estivesse se afastando, indo cada vez mais longe, se afastando mais de Amélia, cada vez mais. Era isso então, o que eles tinham havia se perdido? Seu coração gritava desesperado por alívio, mas ele não conseguia. Ele escutava a voz de seu avó de longe sussurrando “Malfoys não choram. Não somos fracos. Se alguém nos fere nós os ferimos de volta, nós os derrubamos e eles jamais se levantarão contra nós novamente. Somos superiores a todos eles.” Mas ele não se sentia superior, ele sabia que não o era e principalmente ele jamais feriria Amélia, de qualquer forma que fosse.

Se ele fazia parte da lista de monstros que assombravam a menina o que ela fazia ali na frente dele chorando? Ele queria erguer a mão e limpar as lágrimas que escorriam, queria abraçá-la e confortá-la, dizer que estava tudo bem. Mas nada estava bem. Ele não conseguia se aproximar, ele não conseguia erguer a mão. Sua mente fazia chacota de sua fraqueza “Ela o feriu e o magoou e agora você quer reconfortá-la? Lance uma maldição e a deixe se contorcendo na grama”. Mas ele não poderia fazer isso, era Amélia na frente dele. Ela ainda era a mesma menina que o agarrou no trem e que estava perdida no mundo mágico. Ela não tinha maldade.

– Scorp?

Ela tentava secar as lágrimas com o dorso da mão. Ele a encarou fixamente e viu os ombros dela caírem em derrota. Seus movimentos foram automáticos, ele levou a mão ao bolso e tirou de lá um lenço e deu a ela, em seguida se levantou e saiu. Era sábado, não havia nada que ele quisesse fazer, seus deveres estavam em dia, o campo de quadribol estava fechado, ele não estava em nenhum clube. Pensou em ir para a torre, mas a perspectiva de subir as escadas correndo o risco delas o levarem a outro lugar o desanimou. Ele foi em direção as masmorras, poderia se esconder em seu quarto pelo resto do dia, tinha doces e bolo de caldeirão lá, isso poderia sanar sua fome.

Ele entrou de cabeça baixa no Salão Comunal e apressou os pés para ir o mais rápido possível ao dormitório. Albus estava sentado na cama com as costas encostadas na parede, ele deixou o olhar cair e foi para sua própria cama deitando em seguida. Fechou os olhos colocando um dos braços p evitar a claridade esverdeada que entrava pelo vidro, sentiu a cama afundar e o cheiro característico de Albus.

As lágrimas não tardaram a chegar. Albus era tão familiar, tão único e era tão libertador tê-lo ali que segurar a emoção se tornou impossível. Albus se ergueu um pouco na cama e trouxe Scorpius para junto de si, os ombros do loiro se mexiam por causa do choro e Albus passava a mão pelo seu cabelo para acalmá-lo. Aquela pequena vontade de amaldiçoar Amélia voltou, ele culpou Freya pelo sentimento.

Em algum momento Scorpius ficou quieto e Albus percebeu que ele tinha adormecido. Ele não ousou se mexer, mesmo que sua perna tenha começado a ficar dormente. 



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