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História O Legado - Capítulo 32


Escrita por: LunaSelene

Notas do Autor


Primeiramente uma pergunta: Vocês conseguiram ver a imagem do capítulo passado? Se sim o que acharam dos nossos garotos Nott?
Segundamente :) Obrigada pelos comentários
Aproveitem a história, tem uma cena muito cheia de... bem, vocês vão ter que ler.
Beijoooos!!!

Capítulo 32 - Capítulo 32


Escolher a pessoa com quem você quer dividir a sua vida é uma das decisões mais importantes que, qualquer um pode fazer, sempre. Porque, quando dá errado deixa a sua vida cinza, e as vezes, as vezes você nem nota, ate você acordar numa manhã, e perceber que anos se passaram.”.

Simplesmente Acontece

 

Melanie Green nunca foi a pessoa mais sociável da escola, nem quando estudava lá. Ela falava com os professores, tinha amigos ali, mas gostava muito de ter seu espaço pessoal respeitado para ser muito íntima deles. Quando Eveline chegou ao local a mulher tinha algo envolvente e sedutor, não em um sentindo sexual, mas como um ímã para o metal. Melanie cresceu envolta das artes das trevas e conseguia sentir algo sombrio vindo da mulher. Não entendia o motivo da contratação, nunca tinha ouvido falar dela, mas aparentemente Minerva sim, no dia que a conheceu a viu dar um sorriso para a diretora, o único desde então, e abraçá-la rapidamente, também o único contato que já presenciou.

Nenhum deles sabia muita coisa sobre a professora de adivinhação. Era uma mulher solteira e sem família, morou alguns anos na Irlanda e nos Estados Unidos, e tinha o dom da adivinhação, nenhum deles negava isso. Neville era o que melhor se dava com ela, mas ele se dava bem com todos, depois dele vinha Melanie. A professora de DCAT quase podia considerar Eveline como uma amiga. Quase.

Mas mesmo depois de anos convivendo juntas a sensação de que tinha algo com Eveline nunca a deixou. Ela sempre portava o mesmo colar, vestia negro e tinha os cabelos soltos e longos, seus lábios possuíam uma vibrante cor vermelha e seus olhos geralmente vinham pintados de preto, dando a mulher uma versão bem assustadora para as crianças.

Melanie a conhecia bem o suficiente para saber que tinha algo de errado.

– Eve? – Melanie não sabia se deveria se aproximar, temia assustar a mulher. A posição que a encontrou não era a mais propícia para chegadas surpresas. Eveline estava em pé na grade da torre de Astronomia.

– Eve? – Ela falou novamente dando alguns passos, mas ainda mantendo distância

Ela virou o rosto o suficiente para a outra notar que ela tinha escutado o seu chamado.

– Você deveria descer daí, uma queda dessa altura a mataria.

Com alívio ela viu Eveline descer, mas permanecer perto da grade ainda. Ela se aproximou ficando ao lado, olhou na direção que Eveline olhava, mas só podia ver a escuridão tomar conta dos terrenos da escola.

– Você está bem?

– Eu consigo ver, Mel. – Falou em um sussurro. – Eu sinto o calor.

Melanie não entendia bem o que ela estava falando. Era muito tarde da noite e fazia um frio desconfortável.

– Tudo estava calmo ainda, ele estava se movendo silenciosamente, conseguindo aliados, todos ainda tinham a falsa fantasia de que talvez uma guerra nunca acontecesse.

– Eve? – Melanie a tocou, mas a mulher se moveu para o lado se afastando mais. – Porque não voltamos para a sala dos professores? Posso pedir a um dos elfos para trazer chá e biscoitos, conversaremos mais junto a lareira.

– Eu tenho visto coisas, coisas que não entendo. – Eveline se curvou na grade como se sentisse dor.

– Eve, vamos descer. – Melanie tentou novamente.

– Minha mãe não conseguiu aguentar, ela via tudo, sentia tudo… no fim ela estava ficando louca. – Ela olhou para Melanie, a maça do rosto vermelha por causa do frio. – Sabe, esse é o futuro de pessoas como eu, nunca somos normais, ver o futuro mexe com algo aqui dentro. – Ela apontou para o próprio coração e depois para a cabeça

– Você está vendo algo do futuro? – Perguntou Melanie tentando entendê-la, algo bem difícil em dias bons.

– O pior de ver o passado é saber que nada poderá mudá-lo. Ele permanece fixo, inalcançável. Mamãe falou que vemos o passado para aprendermos com ele, para sermos sábias e assim podermos ajudar a desvendar o futuro, mas também disse que nunca devemos tentar entender uma profecia, que ao fazer isso estamos caminhando para ela.

– Sua mãe parece ter sido uma mulher confusa.

– Sim… mas era tão sábia. Ela conseguia separar, entender… disse que me ensinaria um dia, mas foi embora antes que eu pudesse compreender como diferenciar o futuro certo daquele que já se desfez.

– Pensei que nenhum futuro fosse certo.

Eveline a encarou como se ela tivesse dito algo estúpido. Melanie detestava aquele olhar e Eveline o dava muitas vezes para muitas pessoas.

– Algumas coisas já estão determinadas, dizem respeito a quem a pessoa é, princípios e valores que ela defende. Coisas assim são fáceis de identificar. – Tentou fazê-la compreender.

Eveline não gostava particularmente de Melanie, mas em dias bons ela era até uma companhia agradável, diferente de Neville que sempre era tão animado e aberto, que por vezes a intimidava. Mas de alguma forma ainda preferia o herbologista, ele quase podia fazê-la esquecer.

– Você está falando sobre aquilo que disse um tempo atrás, de que há futuros que mudam, mas que você consegue ver ainda?

– Mel, eu vejo aurores invadindo Hogwarts, eles buscam algo… eu tento ver o que é, mas parece uma porta que não consigo entrar. Tem perigos rondando o Castelo, eles estarão aqui…

– Perigos? – Melanie perguntou sobressaltada. – Que tipo de perigos?

– Eles usam capuzes e... o frio? Está fazendo tanto frio, Mel. Como eles ficarão naquele lugar estando tão frio? Eu tento ver além, onde eles estarão, tento encontrá-los, mas… – Ela bateu na grade com raiva. – Tudo se desfaz e estou novamente…

– Você está me dizendo que haverá bruxos com capuzes perto do Castelo e que eles farão algo e que isso trará aurores para cá? – Melanie estava confusa e atordoada.

– Estou dizendo que eu não sei o que estou vendo. É tudo confuso, não sei o que é e o que pode ser, não sei se as coisas estão interligadas…

– Quem você quer encontrar no frio?

Eveline a olhou com descrença.

– Desvendar profecias faz você correr direção delas, Srta. Green.

– Então você sabe quem é. Você pode alertar, Eveline, dizer para a pessoa tomar cuidado. Podemos mantê-lo aqui em segurança se for um aluno.

– Prender as pessoas nunca traz coisas boas, Mel. Falar também não, ao se tentar evitar algo você pode estar contribuindo para que aquilo ocorra.

– Não fazer nada…

– Boa noite, Melanie. Sugiro que você volte para o calor dos seus aposentos. Não preciso do meu dom para saber que caso fique aqui pegará um resfriado. Ela fez um meneio com a cabeça e foi caminhando na direção as escadas. Melanie continuou parada lá, junto a grande. O pior de falar com Eveline era aquela sensação de fracasso.

 

Era frustrante para Albus ver a alegria de James ao vencer o jogo de quadribol. O sonserino tinha dado tudo de si e daquela vez até Eric tinha ajudado, mas, mesmo assim, eles não tinham conseguido alcançar uma boa margem e com os 150 pontos que James conseguiu capturando o pomo a vitória fora parar nas mãos da Grifinória. Ele culpou aquela sensação de fracasso para ter mais uma vez ido parar nos braços do capitão.

Eles estavam atrás das arquibancadas e se beijavam desesperadamente. O primeiro beijo foi estranho para Albus, mas aquele era o terceiro ou quarto, o garoto não lembrava, mas achava que estava bem melhor. Ele sentia as mãos de Joseph puxando seus cabelos, quase fazendo doer, enquanto suas próprias mãos estavam firmes na blusa dele, fazendo com que se amassassem com seu aperto.

Eles paravam para respirar ocasionalmente, não conversavam e quando falavam sobre algo era aleatório e sem importância. Joseph tinha dito antes que não queria assustá-lo, motivo pelo qual o envolvimento dos dois era um segredo. Rose sabia, é claro, assim como Amélia. Seu pensamento parou quando pensou em Scorpius, o loiro tinha voltado quase ao normal, ainda tinha algo de estranho entre os dois, como se tivessem algo a resolver, mas Albus não entendia direito o que tinha acontecido ali e quando parava para pensar sua cabeça começava a doer.

– Al? – Joseph o chamou. – Você estava viajando.

Ele riu. Albus gostava quando ele sorria, aquele era um belo sorriso.

– Não estou entretendo você o suficiente? – Joseph ergueu uma sobrancelha.

– Hã… na verdade eu tenho que voltar ao Castelo. Tenho um dever para amanhã. – Falou Albus desconcertado.

– Você estava pensando em dever quando estávamos juntos? Tsc, tsc… Não estava fazendo um bom trabalho então.

Albus o puxou pelo pescoço e o beijou, seu propósito de calá-lo funcionou bem. Ele se separou do mais velho e lhe deu um beijo curto dando um adeus rápido e se distanciando. Albus sempre saia sem olhar para trás.

James tinha uma filosofia de vida que ensinou para Albus enquanto este crescia: se você tem um problema tem duas opções, a primeira é pensar em um jeito de resolver, a segunda é deixar para o seu eu do futuro. Albus tinha resolvido pela segunda opção, não sabia o que tinha com o Capitão, eles se beijavam ocasionalmente, sempre em locais onde não tinha ninguém. Joseph nunca tinha pedido nada, mas houve aquela vez em que disse que gostava de si, nunca tinha perguntado o que aquilo significava, mais por temer a resposta. Então ele seguia com os dias ao lado dos amigos e seus encontros inesperados com o Capitão e seus beijos que deixavam os seus lábios pegando fogo.

Quando entrou no Salão da Sonserina estranhou não ver Scorpius sentado no canto do salão fazendo algum dever, como o loiro disse que estaria. Foi para os dormitórios e viu que a cortina estava tampando a cama de Scorpius, ele a puxou e se surpreendeu com o que viu.

Freya estava deitada no peito de Scorpius enquanto o loiro passava a mão no cabelo dela. Os dois também se surpreenderam e Freya sentou na cama com os olhos arregalados, mas seu coração voltou a bater normalmente quando viu que era apenas Albus.

– Desculpa… – Ele parecia mortalmente envergonhado. – Eu… e-eu… O que você está fazendo aqui? – Ele perguntou para Freya, soando pouco rude.

– Passando o tempo. – Freya respondeu com seu típico tom arrogante. Saiu da cama e deu um beijo no rosto de Scorpius. – Obrigada, Scorp. Você é o melhor. – Saiu sem se dirigir a Albus, mas parou quando chegou a porta. – Ah, bom desempenho hoje no jogo, que pena que não foi o suficiente.

Ela deu um sorriso falso e fechou a porta.

Albus ficou encarando Scorpius sem saber o que deveria fazer ou falar, eles só ficaram lá um na frente do outro. Scorpius ainda vestia as roupas que foi ver o jogo e o suéter azul fazia seus olhos parecerem o céu em um dia claro.

– Freya anda intragável. – Albus disse por fim e se sentou na ponta da cama.

– Só com você. Lembra que você a chamou de mimada, sem coração e que quem devia se sentir mal era Amélia?

– Você só está do lado dela porque ainda se ressente da Amy. – Albus jogou.

– Eu não estou do lado de ninguém. Não existe lado nessa história, Albus. – Scorpius bufou e jogou um dos braços para cobrir os olhos.

– Freya foi terrível com a Amy.

– Freya é horrível com metade das pessoas com quem fala quando está de bom humor. Como você reagiria se descobrisse que tem uma irmã perdida? – Scorpius tentava fazê-lo entender o lado da sonserina.

– Ah, por favor, Anthony também descobriu e foi uma boa pessoa. – Albus se ergueu da cama, sempre se agitava quando estava chateado.

– Anthony foi político e cortês, educado e sensível para com Amélia. Ainda é mais velho. Ele tinha que fazer o papel do adulto no meio de todas aquelas crianças e a professora louca. – Disse impaciente.

– Naquele dia você disse que ficaria do lado da Amy.

– Não há lado, Albus. – Scorpius se ergue da cama e falou um tom mais alto perdendo a paciência. – Sabia que as duas iam passar um tempo juntas hoje para que Freya possa contar umas coisas de família? Freya não é a bruxa má na sua história, Albus. Ela é apenas uma menina complicada que descobriu um segredo que não esperava e sabe melhor do que a gente o que espera Amélia.

Albus se sentou novamente.

– O que ela fazia aqui? – Ele tentou se fazer despreocupado.

– Passando um tempo. – Scorpius deu de ombros.

– Na sua cama? – Albus ergueu uma sobrancelha em descrença.

– Não vejo como isso possa ser da sua conta. – Ele deu um sorriso cínico.

Albus engoliu em seco e saiu em direção ao banheiro.

 

Albus estava cansado daquela situação estranha com Scorpius e isso estava afetando no seu sono, ele já estava há quase uma hora tentando dormir e apenas ficava se revirando na cama. O quarto estava em completo silêncio, ele se levantou e foi até a cama de Scorpius e abrindo uma pequena fresta na cortina viu que o loiro dormia, sentiu vontade de enfeitiçá-lo para tirá-lo daquela paz, mas ao invés de enfeitiçar o amigo enfeitiçou ao redor da cama, para que os outros não pudessem escutá-los. Se deitou na cama afastando Scorpius e com isso o acordando.

– Mas o que…? – Scorpius perguntou ainda grogue.

– Não consigo dormir.

Scorpius o olhou incrédulo e começou a empurrá-lo com os pés e mãos e logo os dois estavam em uma pequena briga por espaço na cama. Albus parou em cima dele, com seu rosto a centímetros de distância de Scorpius, sua respiração estava pesada e o loiro não estava muito melhor.

– Nós somos melhores amigos. – Albus disse sussurrando, mesmo que ninguém pudesse escutá-los era como se algo fosse se quebrar se ele falasse mais alto que aquilo.

– Não diga que me acordou para falar algo óbvio? – Scorpius usava sarcasmo para mascarar a agitação que acontecia dentro de si e percebendo a desatenção do moreno o jogou para o lado o fazendo deitar ao seu lado.

– O que aconteceu com a gente, Scorp? Estamos estranhos… você está estranho comigo.

Scorpius agradeceu pela escuridão, assim Albus não podia ver o quanto ele estava mortificado.

– Não gosto de Joseph. – Scorpius resolveu ser uma parte sincero, Albus merecia, pelo menos, aquilo. – E não gosto de você com ele.

– Eu não estou com ele, Scorp. – Albus falou, mas sua voz transmitia a mentira.

– Não mentimos um para o outro, Al. Lembra? – Falou Scorpius e Albus pôde notar a tristeza na voz dele.

– Não é mentira. Não estamos juntos, nós só… – Ele não sabia o que tinha com o Capitão e até aquele momento nunca teve que definir. – Nós nos beijamos, é só isso.

Scorpius sentia vontade de levantar e deixar Albus sozinho ali. Ouvir aquilo não melhorava seu estado de espírito.

– Scorp? – Albus chamou, mas Scorpius não confiava na própria voz, então segurou a mão de Albus e em seguida passou o braço pelos ombros dele e o puxou para perto de si. Albus se aconchegou nele, ele queria entender que sentimento era aquele. Estar tão próximo a Scorpius o fazia sentir coisas que queria fugir.

Tinha aquele frio no fundo do estômago, sentia o rosto ficar quente e havia aquela sensação de segurança e bem-estar. Ele reprimiu a vontade que sentia de erguer o rosto e se aproximar ainda mais de Scorpius, de cruzar seus dedos com os dele, de tocá-lo no rosto. Aquela vontade de saber como seria beijá-lo.

Mas aquele era um caminho sem volta. Depois de fazê-lo não tinha como fingir que nada tinha acontecido, então ele guardava todas aquelas sensações e vontades bem fundo dentro de si, porque Scorpius era seu porto seguro e perdê-lo por um erro de hormônios não era aceitável.

– Eu amo você, Scorp. – Albus não conseguiu reprimir aquilo. Ele queria que Scorpius soubesse, e sabia de fato, mas queria falar e queria que Scorpius ouvisse.

– Não estrague tudo com todo o espírito grifinório que há em você, Al. – Scorpius disse sorrindo e podia sentir o rosto ficando quente e provavelmente vermelho, ele ouviu a declaração com um misto de alegria e confusão. Queria se virar para Albus, pegar seu rosto e perguntar o que, por Merlim, ele queria ali, mas só conseguiu dizer: – Também amo você. Agora me deixe dormir.


Notas Finais


Pequena questão, vocês querem saber mais sobre a Eveline?


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