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História O Legado - Capítulo 44


Escrita por: LunaSelene

Notas do Autor


Desculpa pelo atraso. Era p sair domingo, mas um monte de coisa aconteceu.
Obrigada pelos comentários, prometo respondê-los hoje ainda.
Tem um agrado nas notas finais.
Momento esperado finalmente aconteceu, espero que todos gostem
Me digam o que acharam.
Beijinhoos!!

Capítulo 44 - Capítulo 44


“[...] O amor não tem que ser dito, ele precisa ser sentido, senão ele não sobrevive.”

Clarissa Corrêa.

 

 

Ela estava cansada de ver o mesmo rosto repetidas vezes, era como se sua mente não conseguisse desviar daqueles penetrantes olhos azuis. Toda vez que ela o via ele fazia o mesmo movimento e a mesma pergunta. Ele a erguia do chão e então o tempo parecia parar, ela ouvia a explosão ao longe e acordava suada.

Ela sabia que nunca o tinha visto pessoalmente, lembraria se tivesse ao menos cruzado com ele alguma vez. Na sua visão estava definitivamente em Hogwarts, o corte no braço dele significava que estava em batalha, seus olhos demonstravam curiosidade e cuidado.

Seu dom não estava sendo muito útil ultimamente, então ela procurava outros meios. Mas sua cabeça latejava e seus olhos ardiam enquanto ela tentava ver algo através de uma bola de cristal. Ela já tentara cartas, borra de chá e fogo, mas as visões nunca vinham. Elas se tornaram escassas e repetitivas, nada relevante ou significativo e a pressão que recebia por parte dos outros a estavam irritando profundamente.

Eles a tratavam como se ela fosse um rádio mal sintonizado, que se mexesse nos botões certos funcionaria e faria a transmissão correta. A única coisa que ela conseguiu ver nas últimas semanas foi o homem misterioso que a socorria em uma Hogwarts sombria. E Eveline não sabia o que fazer com essa informação.

Ela jogou as pernas para fora da cama e colocou o rosto nas mãos, se preparava mentalmente para ficar de frente para rostos decepcionados e preocupados quando dissesse que mais uma vez não tinha conseguido ver nada relevante.

 

Fazia somente um dia que Albus virara um hóspede na Mansão Malfoy, ele fingia que tudo estava bem, que só fora até lá para passar uns dias ao lado de Scorpius e isso o fazia tentar ignorar os olhares preocupados de Astória e Draco. Os dois não perguntaram os motivos dele estar lá, apenas o receberam como já tinham feito antes.

No final daquele dia, ele e Scorpius estavam no quarto de Adhara vendo a menina engatinhar em busca de uma bola mágica que sempre ia em outra direção quando ela chegava muito perto. Ela parecia bastante entretida em sua busca e não dava qualquer atenção aos dois meninos, nem pareceu ouvir quando batidas soaram na porta e Elbe entrou avisando que um novo convidado tinha chegado à Mansão.

Albus se retesou e levantou do chão em um pulo, seu rosto perdeu a cor e seus olhos voltaram a ficar com aquele brilho melancólico. Ele olhou para Scorpius em busca de ajuda e o loiro, depois de dispensar a elfa, saiu do quarto para fazer o que tinha prometido ao amigo.

No topo da escada dava para ver seus pais e Harry Potter conversando baixo, tamborilou os dedos no corrimão e assumiu a postura que daria orgulho para Lucius. Não importava se aquele era o grande Harry Potter, chefe dos aurores e o bruxo que trouxe a paz para o mundo bruxo, naquele momento ele era somente o homem que tinha magoado seu melhor amigo.

Ele foi visto antes de chegar a metade dos degraus, Harry olhou além, procurando pelo filho provavelmente e sua expressão se tornou penosa quando viu que somente Scorpius estava descendo.

– Filho, o sr. Potter veio buscar o Albus. – Astória falou dando alguns passos na direção dele e se afastando dos dois homens.

Seu olhar demonstrava preocupação.

– Albus decidiu ficar mais tempo em nossa casa. – Ele falou olhando para os pais.

Draco, assim como Astória não estavam entendendo coisa alguma ali. Harry chegou parecendo chateado com algo, dizendo que viera buscar Albus e se desculpando pelo inconveniente dele ter vindo sem avisar ou ser convidado. Astória estranhou aquilo, achava que já tinha deixado claro que os amigos de Scorpius sempre seriam bem-vindos.

– Scorpius, eu gostaria de falar com meu filho. – Harry pediu.

– Isso não será possível.

– Scorp, porque você não sobe e chama o Albus, sim? – Draco disse.

– Al não quer falar com o senhor, ou vê-lo ou qualquer coisa semelhante. – Scorpius ignorou o pai e falou diretamente para Harry.

– Essa não é uma decisão sua, Scorpius. – Harry falou endurecendo o maxilar e andando até o menino.

– Não, é uma decisão do Albus. Ele ficará em nossa casa pelo tempo que achar necessário. Falará com o senhor se assim desejar. Escreverá uma carta se achar conveniente. – Scorpius ergueu o rosto para olhá-lo, a diferença de altura se tornando evidente. Harry teria que dar alguns pontos pela audácia do sonserino, ele não parecia nem levemente assustado.

– Olha...

– Sugiro que o senhor volte para casa e para os seus afazeres. Imagino que ser chefe dos aurores o faça um homem muito ocupado. Não há sentido em perder mais tempo aqui.

– Eu não sairei daqui sem ver meu filho. – Harry teve que se controlar, sabia que se fosse um bruxo adulto falando com ele daquela forma já tinha levado uma azaração.

Scorpius sorriu com deboche.

– Sim, o senhor sairá.

Astória não sabia o que tinha acontecido, mas aquele não era o filho que ela tinha criado e visto crescer. Ali quase parecia uma versão de Draco na infância, com toda audácia e convencimento de que nada lhe aconteceria simplesmente por ser um Malfoy.

– Scorp, Harry tem direito de ver Albus. – Astória disse antes que uma veia estourasse na testa do Auror.

– Direito? – Scorpius falou duramente, tirou os olhos da mãe e olhou para Harry. – O senhor disse a eles o que fez? Disse o motivo de Albus ter chegado aqui encharcado e com expressão de uma coruja depenada?

– Albus entendeu errado. Se eu me explicar para ele...

– Claro que ele entendeu errado. Gosto de imaginar que o homem responsável por nossa proteção não é um completo idiota e um obtuso. – Draco fez um muxoxo atrás de Harry e Astória arregalou os olhos pela ofensa. – Quem imaginaria que Albus poderia se desviar para o caminho das trevas?

 – O que? – Astória se virou para Harry. – Você disse que o garoto...

– Não, ele escutou uma discussão entre Gina e eu... Olha, eu posso me explicar. Só preciso falar com o Albus.

Scorpius quase sentiu vontade de ceder vendo como Harry parecia acabado, triste e com a expressão desolada. Mas ele lembrou do pedido de Albus, de como ele chorou e parecia magoado e ferido.

– Ele o chamará aqui quando quiser conversar.

– Harry, o aniversário de Adhara é em algumas semanas. Até lá Albus já vai estar com a cabeça fria e terá pensado melhor. Vocês poderão conversar nesse dia. – Draco propôs.

– Imagino que o senhor saiba a direção da porta. – Scorpius deu um último olhar para o homem e seguiu para as escadas.

 

 

Os dias que se passaram os meninos gastavam tempo estudando na biblioteca, brincando com Adhara e nas estufas com Astória. Sempre tinham algo para fazer, nas horas ociosas iam para o gigantesco jardim e ficavam sobrevoando a área, as vezes jogando uma velha goles de um lado para o outro apenas para ver quem conseguia pegá-la mais rapidamente.

Rose e Freya tinham aparecido em um momento, mas apenas passaram a tarde. Amélia tinha viajado com Eliza, e segundo Freya isso estava fazendo com que Blaise se tornasse irritante e com aparência de sempre estar zangado, motivo pelo qual ela fugiu para casa de Rose e depois para a Mansão.

Elas não tocaram no motivo que levou Albus até a Mansão, todos fingiam que o moreno apenas estava fazendo uma visita de cortesia ao amigo, visita essa que estava demorando muito.

Timothy e Nicholas foram até lá também, passaram um dia inteiro, Eric indo busca-los depois do jantar. Nicholas ficou trancado na biblioteca enquanto os outros três foram voar. Os irmãos estavam fugindo de uma visita surpresa dos avós. Era para eles terem ficado mais tempo com Scorpius, mas os Nott foram embora antes do jantar ser finalizado, o que facilitou para os irmãos voltarem para casa.

– Aqui está parecendo um refugio para aqueles que querem fugir de problemas em casa. – Scorpius soltou sem perceber o que Albus entenderia com isso.

– Eu posso ir embora. – Albus disse do outro lado da estufa.

Scorpius ergueu o rosto rapidamente, encontrando Albus de costas retirando as plantas já maduras.

– Eu não quis dizer isso... Eu só... Desculpa, okay? Não quis dizer que você...

– Eu sei. – Albus se virou e sorriu. – Só estou brincando com você.

– Mesmo? – Scorpius perguntou, porque não estava tão seguro se ele tinha mesmo levado na brincadeira.

– Mais ou menos. Mas sei que você não quis ser maldoso.

– Ótimo. Porque você pode ficar aqui até quando quiser. – Scorpius esclareceu.

Albus colocou as plantas que tinha tirado e as botou em uma caixa revestida de couro. Iria guarda-las no armário, da forma como Astória os tinha ensinado. Aquela já era a terceira vez que a mulher os deixava sozinhos na estufa, ele fazia tudo depois de pensar duas vezes se estava fazendo da forma correta. Não seria louco de estragar alguma das plantas da Sra. Malfoy, ainda era muito novo para ser esfolado com uma faquinha de muda.

Seus olhos se focaram no envelope em cima da mesa. Ele reconheceu a letra, ela sempre puxava uma calda no S do nome de Scorpius, já tinha visto uma pequena pilha de envelopes iguais a esses em cima da mesa no quarto dele. Aquilo lhe trouxe uma onde de sentimentos que ele tentava esconder através de um véu em sua mente. Ele quase podia ver Arwen o olhando repressivamente.

Scorpius olhou por cima das plantas altas para ver o que Albus estava fazendo, quando o viu encarando o papel pardo.

– Chegou depois do café, Elbe a trouxe para mim antes de você chegar. – Scorpius disse como se não fosse nada demais.

Albus fez um som de reconhecimento. Ele ainda tinha sentimentos conflitantes com relação a menina, não tinha mais aquele ciúme que fazia com que tivesse vontade de empurra-la da torre da Grifinória, mas ainda sentia um aperto por vê-la tão próxima de Scorpius, como se ela fosse uma amiga íntima e especial.

– Ela tem visto mais coisas com relação à Amy?

– O mesmo de sempre. Luzes, sangue em uma pedra da lua, neve...

– Nós conversamos em Hogwarts.

– E você não a azarou? – Scorpius perguntou brincando. – Quando foi isso? Nunca os vi juntos e ela não me falou nada a respeito.

Albus foi andando até ele. Passava pelas bancadas tomando notas de quais plantas ainda precisavam amadurecer mais para colheita.

– Foi depois do último jogo, estava na biblioteca. Ela é tão irritante, como você consegue gostar dela?

– Eu gosto de você mesmo nos seus piores dias. – Scorpius continuou com o tom de zombaria.

Albus o ignorou.

– Ela me falou sobre você. – Isso pareceu chamar definitivamente a atenção do loiro. – Sobre nós dois.

– Nós... n-nós dois? – Scorpius perguntou para ter certeza de que tinha ouvido certo.

– Eu passei muito tempo pensando no que ela disse, na verdade das palavras dela. – Albus tinha a total atenção de Scorpius. – E esses dias aqui também me fez pensar. Você é meu melhor amigo, a pessoa em quem eu mais confio em todo o mundo. Quando acontece algo é para você que quero contar, as coisas boas e as ruins. Quando a Sra. Malfoy ficou doente e você se ausentou em Hogwarts era como se uma parte de mim faltasse ali, porque você não estava por perto.

Scorpius o encarava sem saber o que falar. Albus o pegara de surpresa. Não imaginava que aquilo estava vindo.

– Você sabe que eu sinto a mesma coisa, Al. – Scorpius disse um tanto envergonhado.

– Sente? – Albus se encostou na mesa que Scorpius estivera trabalhando. – Eu não gosto dos olhares que as meninas da nossa turma lançam para você, Steph perde a voz sempre que você se aproxima, Dana O’Brien sempre arruma o cabelo e ajeita o uniforme quando você passa e para que ela precisa piscar tanto? Nem vou entrar no assunto da sua amizade sem sentido com a Arwen Thompson.

Albus não sabia como isso aconteceu, mas no segundo seguinte Scorpius estava muito próximo e depois estava com os lábios grudados no dele. Ele ficou sem reação e o loiro se afastou, Scorpius não parecia envergonhado, mesmo que suas bochechas estivessem mais coradas.

– Sim, eu sinto o mesmo.

Scorpius notou que Albus estava com um olhar determinado e que seus olhos verdes tinham um brilho incomum. O garoto foi se aproximando como se ele fosse um pequeno animal que se assustaria com movimentos bruscos. Eles ainda estavam muito próximos, menos de 10 centímetros separava os dois, ele ergueu uma mão e tocou o rosto de Scorpius. O menino tentava controlar a respiração e manter seus olhos fixos nos olhos verdes, aqueles olhos que ele achava tão lindos.

– Posso? – Albus perguntou em um sussurro e viu Scorpius apenas assentir levemente com a cabeça.

Albus foi se aproximando com calma e colocou sua outra mão na cintura dele e o beijou. Foi calmo e para Albus foi como respirar depois de muito tempo com o ar preso. Scorpius sentiu algo crescer dentro dele, algo que fazia com que seu coração batesse mais rápido e seu estômago se revirasse.

Eles pararam quando respirar se tornou necessário, mas não se separaram. Então se beijaram novamente e a mesma sensação se repetiu. Sentiam que poderiam passar as próximas horas ali, e tudo seria perfeito se o mundo fosse uma máquina de realização de desejos, mas a realidade os chamou de volta com duas batidas na porta, que fez com que fosse cada um para um lado e a entrada de um pequeno elfo os chamando a mando de Draco.

Os dois seguiram pelo jardim em direção a casa, Scorpius teve a coragem de segurar a mão de Albus por alguns segundos, a apertou levemente e viu o sorriso surgir no rosto do moreno e não conseguiu reprimir seu próprio sorriso. E aquele momento poderia ser bobo, mas em uma noite escura e assustadora, quando dementadores estivessem os perseguindo seria a lembrança daquele sorriso que faria com que Scorpius lançasse um Patrono forte o suficiente para proteger a si e aos outros.


Notas Finais


– Por que você não falou alguma coisa? – Albus gritou. – Você deveria ter falado alguma coisa.
– Não é tão simples, Al. – Harry falou em um sussurro se contrapondo ao filho.
– Você não fez nada. – Albus fechou o punho para controlar a vontade de arremessar algo na direção do pai.
– Eu sei que você está com raiva agora...
– Eu não estou com raiva, estou com dor, uma dor que dilacerou meu coração e você me colocou nesta posição, você me fez sentir isso... A pessoa que era suposto a me amar mais do que qualquer coisa.


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