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História O Legado - Capítulo 45


Escrita por: LunaSelene

Notas do Autor


Olá, pessoal. Estou atrasada com o capítulo de novo, desculpa.
Esse capítulo era para ter uma parte com a Rose e o Tim, que andam meio sumidos. Mas aí já tinha dado 4 mil palavras e com a parte dos dois ia ficar com muito mais, então resolvi deixar para o próximo.
Na nota do último capítulo eu errei ~envergonhada~. Eu peguei a parte do capítulo 46, por falta de atenção.
Vai ter um pequeno preview nesse tbm :)

Vou responder os comentários do último amanhã, tudo bem?
Obrigada desde já. Vocês estão sendo ótimos.
Beijooos e me digam o que acharam!

Capítulo 45 - Capítulo 45


"Passamos toda a vida nos preocupando com o futuro. Fazendo planos para o futuro. Tentando prever o futuro. Como se desvendá-lo fosse aliviar o impacto. Mas o futuro está sempre mudando. O futuro é o lar dos nossos medos mais profundos e das nossas maiores esperanças. Mas uma coisa é certa: quando ele finalmente se revela, o futuro nunca é como imaginamos.”

Grey’s Anatomy

 

Para a sociedade bruxa a família Potter era perfeita e um exemplo a ser seguido. Gina e Harry eram pessoas importantes em seus setores, e os filhos eram crianças lindas, inteligentes e o maior orgulho de seus pais.

Os primeiros anos depois da Guerra foram difíceis. Foi complicado para o trio conseguir superar os meses que passaram atrás das horcruxes, não foram poucas as vezes em que acordaram aos gritos por conta de pesadelos. Harry e Hermione passaram alguns meses junto aos Weasley, estar junto da família foi de grande ajuda para eles não se perderem em lamentações e lembranças ruins.

Algumas vezes Molly entrou no quarto de Gina e encontrou Hermione olhando para o vazio com o olhar perdido e quando a mulher se aproximava ela se encolhia no canto, assustada e temerosa.

Eles foram para os julgamentos, sempre juntos, demonstrando força e união. Mesmo que suas vontades fossem ir para o outro lado do continente se esconder e só voltar quando tudo estivesse normal. Mas as coisas nunca estariam normais.

Menos de um ano depois Harry e Ron foram chamados para fazer parte do curso de Aurores, eles entraram sem nem mesmo pensar no assunto. Naquele momento parecia claro que seus destinos deveriam ser aquele. Ron desistiu na metade do treinamento, percebeu que já tinha enfrentado perigo suficiente para o resto da vida, Jorge estava precisando de ajuda na loja de logros e Ron era cheio de boas ideias.

Hermione, depois de terminar a escola, começou um estágio no Ministério com Armando Duprett, e ela seguiu seu ideal de lutar pelas criaturas mágicas renegadas do mundo mágico.

Harry adorava a sensação da adrenalina percorrendo seu corpo, depois de tantos anos correndo para salvar sua vida e de seus amigos ser Auror se tornou natural para ele. Os feitiços vinham tão rápido em sua mente que sua resposta era quase automática. Não foi surpresa quando um pouco mais de uma década depois de se formar ele alcançou o posto de Chefe dos Aurores.

Casar com Gina foi o curso natural das coisas, ter filhos com ela foi a continuidade de um destino que ele imaginava já estar traçado. Mas qualquer um ali via que havia algo entre os dois, cada um estava sentado de um lado da mesa, Gina nem mesmo olhava na direção do marido, mantinha a postura ereta e rosto concentrado com o pensamento distante.

Aos poucos todos foram chegando, na face de cada um poderia ser visto a preocupação e o tormento. Minerva estava sentada na ponta da mesa, deu boas-vindas aos recém-chegados e quando o último ocupou o seu lugar ela achou por bem começar.

Ela nunca imaginou que veria aquelas pessoas sentadas tão próximas sem que feitiços não estivessem rolando, amadurecer fez bem para todos. Bem, alguns não amadureceram tanto assim.

– Sr. Weasley, tem algo a nos dizer? – Minerva perguntou quando notou novamente que Ron se mexia desconfortável na sua cadeira. Hermione fez uma careta e aguardou a resposta do marido.

– Não, senhora. – Ele respondeu contra a sua vontade.

Ela continuou a falar, quando foi rudemente interrompida por ele.

– Nós poderíamos resolver isso, eu, Hermione e Harry. Nós já cuidamos disso antes, eles não precisam estar envolvidos nisso. – Ron apontou a cabeça na direção dos outros ocupantes na mesa.

– Por que você acha que eu deixaria a segurança dos meus filhos em suas mãos, Weasley? – Blaise perguntou com os olhos em fenda na direção do ruivo.

– A diretora está certa. Se nossos filhos estão correndo qualquer tipo de perigo é nosso dever nos unirmos para evitar isso. – Astória falou antes que Ron pudesse responder à Blaise. – Essas intrigas não nos ajudarão, nem ajudarão a ninguém.

– E o que uma mulher como você...

– Acho que seria bom se você repensasse suas próximas palavras, meu caro. – Draco interrompeu Ron, ele retirou a varinha do bolso e colocou em cima da mesa erguendo a sobrancelha em desafio. – Tori não tem muita paciência com idiotas e você não gostaria de vê-la irritada.

– Você dizia...? – Astória perguntou.

– Nada. – Hermione respondeu e lançou um olhar cortante para Ron. – E o que seja é indigno de atenção.

A sra. Malfoy dirigiu um sorriso gentil à Hermione.

– Acho bom nós voltarmos, sim? – Mary falou ainda segurando na mão de Blaise para evitar que ele fizesse algo estúpido, como estuporar o tapado ruivo. – Nós temos que garantir a segurança das crianças. O melhor para Amélia seria se ela fosse para a Casa de Campo, mas Eliza está relutante em aceitar a ideia.

– Nunca é fácil nos separar dos nossos filhos. Seja por que razão for. – Gina disse e seu tom transpassou a dor que ela sentia.

– Mas a nossa proteção ancestral garantiria que nada aconteceria a ela. – Mary disse como último argumento.

– Mas Sophia ainda é uma Zabine, ela tem total acesso a sua casa. – Harry falou. – Neste caso eu fico com Eliza, mandar a menina para lá seria o mesmo que coloca-la nas mãos de sua mãe. – Ele olhou para Blaise. – E só o que bastaria era ela conseguir tirá-la de lá e então não teria nada para impedir Sophia de fazer o que bem entender com Amélia.

Os Zabine não sabiam mais o que dizer diante da verdade nas palavras de Harry, então só assentiram.

– Claro que todos concordam que as visitas ao povoado devem ser proibidas. – Ron disse.

– E com certeza eles aceitarão isso facilmente.

Eles se viraram na direção da porta para ver quem tinha chegado. Arwen parecia cansada, as olheiras não ajudavam em sua aparência. Seu cabelo estava preso em uma trança que caia em seu ombro esquerdo e que parecia ter sido feita as pressas.

– Espero que a diretora esteja planejando aumentar as defesas do Castelo se o único plano de vocês é segurar aqueles garotos dentro dos muros da escola. – Ela continuou.

Eveline segurou seu ombro e ela resolveu que seria o momento de ficar em silêncio. As duas caminharam em direção à Diretora e pararam cada uma ao seu lado.

– Eu sou Arwen Thompson, é um prazer. – Ela fez uma mensura.

– O que uma criança está fazendo aqui? – Ron perguntou à diretora.

– Eu sou a criança que anda vendo o futuro dos seus filhos. Se minha presença não é necessária eu posso ir embora...

– Arwen! – Eveline lhe lançou o olhar que significava “Cale-se agora!”. – Desculpe pela impertinência de Arwen, ela não tem dormido bem, está um pouco irritada. Ela está aqui para tentarmos algo novo.

Eveline trocou um olhar com Minerva, que se levantou em seguida e chamou a professora para uma conversa em particular.

– Que lugar é esse? – A menina perguntou a ninguém em particular.

– Era a casa dos meus pais. – Harry respondeu se levantando da cadeira. – Nós tiramos a magia que estava com a casa, expurgamos a magia negra que estava impregnada aqui, a reformamos e a enchemos de memórias daqueles que morreram na Guerra.

Arwen respirou fundo e tentou manter a mente limpa. Sua magia estava agitada, era difícil manter a concentração e isso a fazia se sentir irritada consigo mesma. Ela não tinha entendido até aquele momento, mas o lugar estava repleto de lembranças, coisas deixadas para trás. Isso trazia um peso para o local e sua magia queria puxar aquilo para si.

– Basta se concentrar, querida. Busque uma memória sua e fixe nela, fica mais fácil depois de um tempo. – Eveline disse parando ao lado dela.

– O que está acontecendo? – Harry quis saber.

– O lugar é impregnado de memórias e magia antiga. Ela é nova nisso, vidência é uma habilidade natural, requer tempo e prática para controlar como se deve, a magia dela puxa a magia que está aqui.

– Arwen...

– Eu estou bem. Estou pronta.

Minerva olhou com censura para Eveline.

– Arwen, você não precisa fazer isso. Estou certa de que podemos arrumar outra forma de ajuda. – Minerva esclareceu para ela

– Eve está com a visão bloqueada, ela não consegue sair da mesma visão há dias. Eu estou aqui, eu posso ajudar. – Ela respirou fundo e olhou nos olhos da diretora. – Eu posso ajudar.

– Uma das três pode nos dizer o que está acontecendo? – Mary perguntou intrigada, como todos eles.

– Eu sou jovem, minha habilidade ainda não está estável, assim eu posso forçar minha visão para ver algo.

– Por que não tentamos isso antes então? – Hermione perguntou, mesmo que já soubesse a resposta.

– Porque ela é jovem e sua habilidade não é estável. – Eveline repetiu o que Arwen dissera antes. – Ela não consegue controlar o que vê, não consegue controlar quando deve sair. É arriscado e pode ser doloroso. – A última parte Eveline disse olhando para a lufana, para lembra-la do que já haviam conversado.

– Então ainda bem que estou em uma sala repleta de bruxos capazes de me ajudar e uma vidente treinada que conseguirá me tirar de onde quer que eu me meta. – O sorriso de Arwen foi frio. – Vou precisar de uma âncora. Vamos começar? Tenho que voltar antes dos meus pais chegarem a nossa casa.

 

O tempo em Wiltshire estava agradável, por isso Albus e Scorpius estavam aproveitando para pegar um sol deitados na grama. Trocavam beijos e carinho, intercalado com risadas ainda envergonhadas e momentos constrangedores.

Eles ainda não tinham parado para ter uma conversa séria sobre esse novo relacionamento, estavam apenas vivendo aquele momento, aproveitando enquanto podiam a calmaria, o sentimento novo e estranho. O frio no estômago quando se encontravam pelos corredores ou quando se beijavam na estufa logo antes de Astória entrar.

Claro que no conforto de seus quartos eles se pegavam imaginando o que aconteceria depois, o real significado daquele sentimento que só havia crescido. Eles eram amigos ainda, sempre seriam amigos. Mas o que eram agora? Albus não sabia se queria dar um nome, Scorpius tinha necessidade de saber o que deveria esperar daquilo. Há muito tempo ele tinha guardado esse sentimento, o mantido escondido porque Albus estava com Morgan, porque eram amigos e ele não fazia ideia se Albus em algum momento poderia pensar nele de uma forma mais que amigável.

Albus amava Scorpius, tinha certeza disso e nos últimos meses vinha se pegando com essa estranha necessidade de senti-lo mais próximo, de beijá-lo. Mas não conseguia definir onde terminava o amor que sentia por ele por ser seu amigo e onde começava aquele sentimento que parecia inundar seu coração. Aquele seria seu momento mais feliz, se não fosse a tristeza latente pulsando dentro de si.

Depois do primeiro beijo muitos outros vieram, em várias partes da casa. Não era mais esquisito, agora eles sabiam do ritmo um do outro, do que cada um gostava. Tudo era novo para Scorpius, ele não sabia se todo beijo era daquele jeito, mas ele adorava os beijos de Albus, cada um deles.

Albus pensava que não conseguiria ver diferença entre um beijo e outro. Via alguns casais se beijando na escola e todos eles pareciam iguais. Mas quando Scorpius avançou e o beijou foi como se aquele fosse seu primeiro beijo, os que ele compartilhou com Joseph jamais poderiam ser comparados.

Até mesmo o beijo de boa noite que trocavam na porta do quarto, aquele singelo encostar de lábios que durava apenas alguns segundos era mágico. Scorpius segurava seu rosto e mantinha uma mão no seu braço e mesmo depois do beijo acabar ele não se afastava, ficava olhando para os olhos verdes e seu sorriso era o mais lindo que Albus já tinha visto.

 – Nós poderíamos fazer a torta de amoras hoje, o que acha? – Scorpius perguntou.

Albus achou que concordaria com qualquer coisa que o loiro propusesse, desde que ele continuasse sorrindo daquele jeito.

– Claro, de preferência quando aquele elfo louco estiver do outro lado da Mansão.

– Nory não é louco. – Scorpius sentiu necessidade de defender o elfo. – Ele só é velho e antiquado. Quando ele era jovem os mestres não habitavam a cozinha a não ser para dar as ordens. É estranho para ele nos ver por lá e ainda querendo fazer algum trabalho.

Albus achou que aquele assunto não levaria a lugar nenhum. O moreno ainda achava o elfo irritante, enquanto Scorpius parecia adorá-lo, no lugar de rebater o que o loiro dissera ele aproveitou melhor o tempo deitando por cima do outro e o beijando. Scorpius sorriu na boca de Albus, mas aceitou o beijo o abraçando.

– Acho que se insistir mais com meus pais eles nos levarão ao Chateau, lá é muito lindo. Tem um campo enorme, nós poderíamos chamar os outros. Adhara finalmente veria algo além das paredes da mansão. – Scorpius falava animado. – Papai pode trabalhar  lá, mas tenho certeza que ele pode dispor de alguns dias e a maior parte do trabalho de mamãe nós já adiantamos. Os elfos estariam aqui para receber o professor Longbottom caso ele quisesse ver algumas das plantas novas.

Albus saiu de cima de Scorpius e se sentou. Ele forçou um sorriso e começou a arrancar a grama.

– Seria ótimo mesmo. – Albus concordou bem menos animado do que Scorpius pensou que ele ficaria.

– Al...

– Seus pais deram desculpas, Scorp, porque não queriam dizer a verdade. – Albus disse olhando para frente. Scorpius se sentou e tocou no braço dele, Albus o olhou por um momento e viu a confusão no rosto do loiro. – Eu não poderia nem mesmo conhecer a região, quem dirá viajar para outro país sem a presença de aurores. Meus pais nunca permitiriam e seus pais sabem disso. Se nós andássemos agora para fora dos portões em algum momento seríamos interceptados por um bruxo com farda roxa e expressão severa.

– Você está brincando, certo? – Scorpius perguntou sem ter certeza.

Albus se levantou em um pulo e estendeu a mão para o outro. Um sorriso que não era bem feliz estampava seu rosto.

– Que tal tirarmos a prova?

Eles foram caminhando até o portão de mãos dadas, Scorpius pediu que o portão se abrisse. Eles atravessaram e se colocaram a caminhar. Scorpius estava nervoso, Albus apenas queria demonstrar para o loiro como sua vida funcionava. Ele estava certo, não tiveram que caminhar por muito tempo, o portão negro ainda estava a poucos metros de distância deles.

Albus só errara quanto ao bruxo de expressão severa. A pessoa parada a frente deles era uma mulher, era baixa e não parecia ter muita idade, seu cabelo estava preso em um coque apertado e ela mantinha a varinha na mão. Albus a reconheceu como sendo a bruxa que o estava guardando no jogo de quadribol que foi ver com o irmão e Teddy.

– Albus, sr. Malfoy. – Ela disse baixando a cabeça levemente em um cumprimento. – Posso ajuda-los em algo?

– Estava apenas tentando provar um ponto, srta. ...?

– Acácia Pentaghast, mas me chamem apenas de Acácia, okay? – Ela estendeu a mão aos dois. – Desculpe, garotos. Mas nós temos instruções para mantê-los dentro da Mansão. Por isso vou ter que pedir que me acompanhem.

– Instruções de quem?

– Dos seus pais. – Ela falou receosa, olhou por cima do ombro e pegando na mão de cada um saiu os puxando. Ela os empurrou para dentro do portão. – Não saiam mais, tudo bem? – Ela voltou a olhar para trás.

– Acácia, está tudo bem? – Albus perguntou preocupado.

A mulher sorriu com tranquilidade.

– Seu pai me penduraria pelos pés e me colocaria no Átrio do Ministério se algo acontecesse com vocês. Assim eu perderia meu emprego e seria uma vergonha para minha família.

Embora ela sorrisse sua voz soou dura, como se ela acreditasse que aquilo poderia acontecer de fato. Mais dois bruxos se juntaram a ela. Albus conhecia Arthur, ele era alto e fazia bem a figura de auror durão, em anos que o homem o acompanhava ele nunca tinha visto um sorriso sequer, o outro ele não conhecia.

Arthur falou algo na orelha de Acácia e ela assentiu. A auror dirigiu um sorriso triste para os meninos, eles os viram tomarem distância do portão e apontarem as varinhas em sua direção, seus olhos se arregalaram. Um brilho perolado saiu das pontas das varinhas e cairam no chão a poucos metros do portão e foram subindo, formando uma barreira.

– Isso irá garantir que nenhum dos dois volte a sair. – Acácia falou. – Me desculpem, mas é melhor assim.

Nem Albus ou Scorpius falou nada e vendo que não teria uma resposta a mulher voltou com os companheiros para onde quer que eles estivessem escondidos.

– Okay, você me convenceu. – Scorpius disse.

Albus assentiu, mas eles nunca tinham agido assim. Ele e os irmãos não viviam presos em casa, então quando saiam um dos aurores de prontidão sempre os acompanhava, na maioria das vezes a uma distância segura e respeitosa para não invadir a privacidade deles. Mas aquilo foi completamente diferente. Por ora ele resolveu esquecer aquilo e as implicações de toda aquela proteção.

– Se você ainda quiser fazer a torta acho bom irmos logo. Logo Adhara acordará e será sua vez de ajuda-la a andar.

 

Uma nova discussão começou quando eles estavam tentando decidir se aquilo era realmente necessário e após Arwen dar um basta eles começaram a falar alto novamente tentando decidir quem seria a âncora dela.

– A sra. Potter, se ela não se importar. – Arwen estendeu a mão na direção da mulher, mas teve o caminho interrompido por Harry. A menina revirou os olhos, o homem conseguia ser tão irritante quanto o filho.

– Porque não eu? – Harry perguntou.

– Potter, sempre querendo ser o centro das atenções. – Draco soltou venenosamente, conseguindo o sorriso cumplice dos outros sonserinos da sala.

– O senhor nunca foi uma opção, assim como nenhum dos homens aqui. – Arwen esclareceu. – Se tivessem me perguntado desde o início todo esse gasto de energia teria sido poupado. Gina Potter era minha escolha, Senhora Eliza seria outra, Hermione Granger, talvez, mas não tenho certeza.

– Por que não eu? – Astória perguntou curiosa.

– Minha magia escolheu Scorpius, ele me acolheu quando eu estava presa em uma visão horrível. A senhora partilha com ele mais do que seu sangue, eu não consigo ver nada além de beleza e alegria no futuro do Scorp e seria o mesmo se a senhora fosse minha âncora. A senhora Zabine não tem um laço tão forte com a Amélia, minha magia poderia ir para muito longe de onde queremos ir e a senhora Hermione é uma descrente. A magia dela me empurraria, ainda sou muito nova para lutar contra uma magia tão poderosa.

– Mas por que só elas? – Harry queria entender mais daquilo.

– Por mais que você ame seus filhos nada se compara com a ligação de uma mãe. Eles estão juntos e unidos desde a concepção, por algum tempo são só uma pessoa, ela partilha tudo com o bebê, dá sua própria magia para ele. É uma ligação muito forte para ser ignorada. – Eveline explicou.

– Para sabermos do futuro de alguém o ideal seria canalizar essa pessoa, mas imagino que essa pequena reunião será mantida em segredo, com isso minha alternativa é pegar a pessoa mais próxima que eu tenho, no caso a mãe. – Ela olhou para Gina e estendeu a mão.

Eveline sussurrou as últimas instruções. Agora era com ela.

Gina era uma mulher alta, com flamejantes cabelos vermelhos e vibrantes olhos castanhos. Arwen tentava se concentrar nela, mas a casa parecia zumbir em seus ouvidos. Aos poucos o lugar foi desaparecendo, até que ela não segurava mais as mãos de Gina Potter.

Ela sentia uma pressão no peito, como se uma força estivesse apertando seu coração. Hogwarts estava destruída, parecia que gigantes tinham andado por lá, a torre da Corvinal estava parcialmente caída e o teto do Salão Principal não existia mais. Arwen respirou fundo e começou a andar, aquele não era o lugar onde ela deveria ir.

Ela tentou seguir a magia de Gina, ela quase podia sentir a mulher apertando suas mãos. Pôs-se a andar e no passo seguinte ela estava em um lugar totalmente novo, um gosto amargo subiu pela sua garganta. Estava em um cemitério, Gina chorava apoiada em um túmulo.

Os pés de Arwen se firmaram no chão e ela não conseguia se botar para andar. Uma parte de si sabia que ela tinha que ir até lá saber a quem pertencia aquele túmulo, mas havia aquela outra parte que temia ver o nome escrito. Ela viu quando Gina se ergueu, arrumou sua postura e saiu de perto do túmulo, deixando apenas Harry para trás.

Quando Arwen ia se aproximar ela foi lançada para longe, como se tivesse tido uma explosão. Ela se ergueu com dificuldade, sua cabeça doía e seu corpo parecia pesado. Ela estava em uma casa que pela decoração não parecia habitada. Escutava vozes perto, então foi se aproximando, mas eles falavam em uma língua que ela não entendia.

Ela tentou passar pela porta, mas ela não abria. Fechou os olhos e imaginou a porta abrindo, mas mesmo assim nada aconteceu. Sua cabeça estava começando a ficar pesada, ela sabia que tinha que sair dali antes que se perdesse, mas gritos vindos do andar superior chamaram a sua atenção.

Ela usou o corrimão da escada como sustentação. Seus olhos ardiam e começava a ficar tonta. Ela não precisou adentrar o salão para ver o homem caído diante de uma pessoa vestindo uma túnica que arrastava no chão e uma máscara escondendo o rosto.

– Me diga como eu chego até eles e eu deixo você ir embora. – Não dava para identificar o sexo da pessoa pela voz. A máscara vazia com que o som saísse diferente.

– E-eu sou leal e serei leal até o f-fim. – O homem parecia ter aceitado o seu destino.

– Acha que vale a pena morrer por eles? Por ela? – A pessoa falou com deboche.

– Cada vida salva é um prêmio. Manter você longe dela é apenas um bônus. V-você nunca, nunca chegará perto deles. – A respiração do homem era desregular. – Você não conseguirá matar a todos nós e nós somos muitos.

Arwen sentiu suas pernas cederem e caiu no chão em agonia. Aquele seria um bom momento para Eveline lhe tirar de lá.

Gina pensou que sentiria alguma coisa, qualquer coisa, estava preparada para isso. Mas Arwen apenas fixou seus olhos nos dela e a encarou como se quisesse ver sua alma, Gina nem sequer piscou. Viu a menina fechar os olhos e a expressão suavizar.

Nos primeiros minutos sentiu como se as mãos dela estivessem escorregando da sua e as segurou mais forte, as apertando. Arwen começou a respirar mais alto, com esforço, seu rosto estava ficando rosado. Gina olhava para os outros em busca de alguma ajuda.

Eve estava ao lado de Astória, falava algo para a mulher que Gina não conseguia escutar. Hermione e Ron estavam o mais distante que conseguiam sem sair da sala, Minerva e Harry voltaram a se sentar para esperar o resultado daquilo. Minerva estava extremamente ansiosa e nervosa e sua expressão não escondia isso, Harry mantinha a varinha em mão, para o caso fosse necessário, embora ele não soubesse o que poderia fazer para ajudar a esposa ou a menina se algo acontecesse.

A demora estava atormentando Eveline, ela segurava o pingente de rubi e sussurrava palavras incompreensíveis para os outros.

– Professora! – Gina chamou com urgência quando a expressão de Arwen transpassava dor. – Algo está acontecendo.

– Temos que tirá-la. – Minerva levantou e ficou ao lado das duas.

– Não! Arwen precisa ir mais longe. Ela aguenta mais um pouco. – Eve falava com uma confiança que não sentia.

Gina segurava as mãos da lufana com esforço, sentia a menina querendo se afastar e a única coisa que a mantinha ainda naquilo era as palavras de Eveline, que todo aquele esforço seria para nada se Arwen não conseguisse ver o que precisava.

A sra. Potter não conseguiu manter a menina quando os joelhos dela cederam e ela foi de encontro ao chão.

– Astória, agora! Interfira agora.

Astória afastou as mãos de Gina e segurou as de Arwen com as suas. Demorou alguns segundos até que a lufana abriu os olhos e respirou como se estivesse sem oxigênio.

– Oh Merlin! Oh Merlin! – Arwen repetia.

Astória a acolheu e ficou falando palavras reconfortadoras, dizendo que estava tudo bem, que ela estava em segurança. Uma palavra vazia, nenhum deles estava em segurança agora.


Notas Finais


– Eu sou a mãe deles. Eu. Anthony e Freya podem não ter estado no meu ventre, partilhado do meu sangue e minha magia, mas eu os escolhi como meus filhos, eu os amei. Eles são meus filhos. E eu protegerei Amélia com o mesmo ímpeto que protegerei meus filhos, porque ela é família. É isso que fazemos pela família, nos sacrificamos, nós morremos por eles. – Mary tinha fogo nos olhos.

Pra quem será que Mary está dizendo isso? Sugestões?


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