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História O levante de Hogwarts - Capítulo Um


Escrita por: ASLeal

Capítulo 2 - Capítulo Um


Fanfic / Fanfiction O levante de Hogwarts - Capítulo Um

Draco parou de tremer por alguns segundos, chocado. Não conseguiu reagir ao ver a luz verde sair da varinha de Severus Snape e atingir Albus Dumbledore, que despencava do alto da Torre de Astronomia como uma boneca de trapos, e sumia de sua visão. Piscou algumas vezes, ainda tentando ver se sua mente não lhe pregara peças. Contudo, não teve chances de refletir mais sobre o fato, pois o professor Snape pôs a mão em sua nuca, com uma força desproporcional e o mandou sair. Recobrou os sentidos e partiu em direção a porta, escancarando-a e descendo as escadas em formato espiral, correndo. Snape estava logo atrás, em seu encalço. Quando estava a uma distância considerável, ouviu um baque surdo. Parou um instante e se inclinou nas barras da escada e olhou mais acima, só conseguiu ver Fenrir Greyback descer pesadamente. Snape deu duas batidinhas em seu braço e voltou a descer.

Ao chegar na base da escada observou uma violenta batalha que travavam no corredor mal iluminado. Tossiu pela poeira, mas como ainda estava com a Mão da Glória, conseguiu distinguir tudo perfeitamente bem. O teto do corredor havia cedido e criara a cortina de poeira por ali, principalmente na parte direita do corredor. As chuvas de feitiços voavam para todos os lados, verdes, vermelhos... Viu duas vezes Hermione Granger escapar, por muito pouco, de duas maldições da morte.

 

— ACABOU, HORA DE PARTIR — gritou Severus Snape ao seu lado. — Vá na frente Draco.

 

Draco apenas assentiu e começou a abrir caminho pelo corredor, o que não foi uma tarefa muito complicada, ninguém parecia preocupado em tentar atacá-lo. Olhou para trás e viu que apenas Snape estava com ele, sua maior preocupação era desviar dos feitiços e ricochetes apenas. Tropeçou no corpo de Gibbon, morto no meio do corredor e sentiu Snape segurar seu braço, levantando-o com uma tremenda força. Ele acabou colidindo com uma bruxa de cabelos curtos e roxo que se virou.

 

— Snape? Que mer... —a bruxa falou com a varinha apontada, meio confusa.

 

Mas ela não terminou a frase pois ficou pálida com a visão de comensais mais atrás. Ela apenas os deixou passar. Estava quase no final do corredor quando se deparou com Longbottom, eles se encararam um momento e Draco lançou um feitiço que o atingiu na barriga e o derrubou. Saltou por cima dele e virou na curva que dava para um ambiente mais amplo e sem o ar empoeirado. O corredor que levava ao Saguão de Entrada estava deserto e Draco viu que poucos conseguiram ou quiseram acompanhá-lo junto com Snape. Rowle estava ferido e empapado de sangue.

 

— A entrada da Sala está bloqueada. — informou Selwy. Ele estava na base das escadarias principais.

 

— Então mande o todos irem para entrada do castelo. — Snape disse. — De lá poderão aparatar. Temos que sair daqui antes que notem que Dumbledore está morto.

 

— Conseguiram então? — Selwy falou sem esconder a excitação. — Então não temos com que nos preocu...

 

— Os membros da Ordem da Fênix estão aqui seu idiota! — Snape sibilou. — Já cumprimos nossa tarefa. Vamos Draco.

 

Retornaram para o Saguão de Entrada. Mas ninguém estava atrás deles. Provavelmente ainda não tinham se dado conta da morte do diretor. Os quadros do castelo estavam em polvorosa, e gritavam berravam coisas sem sentido, então viram o Barão Sangrento e o Frei Gorducho que vieram na direção deles.

 

 

— Que está acontecendo professor? — O Barão questionou. — Os alunos estão despertando e meio assustados com tudo isso.

 

— Mande-os ficar em seus Salões. — Snape mandou.

 

Os dois nem fizeram muitas perguntas e despareceram pelo chão do Saguão. Provavelmente o estado de Draco e do professor Snape já era suficiente explicação.

 

— MERDA! — Draco gritou ao ver que pisou em um dos rubis que estavam espalhados pelo chão.

 

Snape não deu atenção e prosseguiu mais na frente, descendo as escadarias de mármore a passos largos. Os jardins eram iluminados pela luz da lua crescente no céu. Draco começou a correr rapidamente, os pulmões estavam queimando quando viu o chiqueiro de Hagrid mais adiante. Estavam perto da saída. Ao se aproximarem mais, Hagrid saiu do casebre, percebendo a situação e Rowle começou a atacá-lo mas Snape continuou em fuga e Draco o seguiu. Olhou por um instante para trás e viu uma luz vermelha atingir alguém, mas não conseguiu distinguir nada com a distância que estava.

 

Um feitiço passou a poucos centímetros do rosto de Severus Snape e pararam. Potter estava a menos de vinte metros dele com uma cara de ódio que Draco nunca havia presenciado. Por um instante pensou que ele sabia do que tinha se passado na Torre. Mas era impossível, pois Dumbledore estava sozinho, Draco ouvira Dumbledore falar com alguém... Mas se Potter estivesse lá, ele teria reagido. Olhou de esguelha para Snape, que estava inexpressivo.

 

— Corra Draco. — Snape disse, sem deixar de olhar para Potter.

 

Draco apenas correu, e volta e meia olhava para trás. Na segunda vez que o fez, parou e ficou uns segundos observando o Casebre de Hagrid pegar fogo no telhado. Mais atrás pôde ver que os Carrow estavam próximos. Depois viu que Potter estava caído. Ouviu a voz de Snape mas não conseguiu distinguir o que ele falava. Voltou a correr e dessa vez só parou quando atravessou os portões, se encurvou, apoiando as mãos nos joelhos enquanto observava Snape correr de um hipogrifo. Ele fez um movimento com a varinha e o bicho voou para trás.

 

— Ainda aqui? — ele sibilou severamente quando conseguiu atravessar os portões. — Vamos.

 

Snape segurou o braço de Draco e eles aparataram para a ruazinha mal iluminada que era muito familiar para Draco. Pôs a mão nos portões e logo atravessou a entrada com o professor em seu encalço. Estacou olhando a casa, ficando mais tempo. Ir para sua casa significava encontrar o Lorde das Trevas e isso significava contar que falhara. Ficou tenso.

 

— O que vou fazer? — pôs as mãos na cabeça, se dando conta de sua situação. Deveria estar fugindo, não voltando para ali.

 

— Do que está falando Draco? — Snape parou olhando para ele.

 

Um ressentimento cresceu dentro de si. Snape não tinha necessidade de ter se metido. Falhou, e sabia o que isso significava, Draco não queria morrer, seus instintos gritavam para que fugisse agora, mas ainda tinha sua mãe, que estava na casa, e seu pai em Azkaban. Se fugisse, o que seria deles? Talvez pudesse convencer o Lorde das Trevas apenas a castigá-lo. Queria socar a cara de Snape, maldita hora que ele apareceu.

 

Contudo, Draco tinha tido muito tempo para assassinar o diretor, simplesmente não conseguia, travara, não tinha nervos. Se descobrira uma completa aversão para assassinar. Quando tentara, da primeira vez e quase matou por acaso uma garota qualquer, ele achou que pudesse ser somente mal estar por quase envolver um inocente. Mas quando da segunda vez quase matou o Weasley e se sentiu tão mal quanto Draco soube que não tinha o que precisava para matar. Sabia que poderia ficar por horas com Dumbledore sozinho e desarmado, e teria o mesmo resultado.

 

— Não pense nisso agora. — Snape falou, notando a expressão de desespero de Draco. — Apenas suba para seu quarto e eu me encarrego dele.

 

— O que está dizendo? — Draco não controlou a irritação e segurou Snape pelo colarinho. — ELE VAI ME MATAR.

 

— Acalme-se Draco. — Snape se desvencilhou do garoto. — Se você tivesse me deixado ajudá-lo desde o princípio...

 

— E o que te importa? Conseguiu sua glória do mesmo jeito! — Draco aumentou o tom de voz. — Matou o grande Dumbledore. — finalizou com uma pontada de ironia.

 

— Eu fiz um juramento à sua mãe, caso tenha esquecido. — Snape deixou um tom de irritação sair. "Então ele tinha nervos afinal"  Draco pensou amargo. — Entre que eu vou me resolver com o mestre. Apenas me deixe cumprir com o que prometi.

 

Draco encarou Snape, ele estava realmente convicto de que conseguiria convencer o Lorde das Trevas de alguma coisa. Draco assentiu minimamente e voltou a caminhar. Mesmo que quisesse fugir, seu pai ainda estava em Azkaban, não tinha muitas saídas. Entrou em casa mas não havia sinal de ninguém por perto. Subiu as escadas e deixou Snape no saguão. Fez o mínimo de barulho possível até chegar em seu quarto.

 

Assim que chegou a primeira coisa que teve vontade foi de vomitar. Repassava os últimos instantes que esteve na Torre de Astronomia, o sorriso que permaneceu intacto no rosto do diretor enquanto ele sumia pelas ameias, seus cabelos e vestes voando, em câmera lenta na sua cabeça. Repassou a frieza que Snape conseguira fazer aquilo e se sentiu envergonhado por sua incapacidade. Sua família dependia daquilo, e ele demonstrou fraqueza na hora que mais era necessário, Draco nunca pensou que se odiaria tanto como se odiava agora.

 

Tirou as roupas e as deixou numa das poltronas. Estavam muito sujas, em contraste com o seu quarto extremamente limpo. Deixou um rastro de sujeira em seu tapete mas não se importava, apenas queria um banho. Abriu as torneiras da banheira e deslizou para dentro da banheira assim que estava cheia. Em pouco tempo sentiu um gosto de sujeira e sangue, olhou o pé que tinha pisado no rubi, com toda confusão tinha esquecido da dor. Se lembrou de que deixou a varinha no cós da blusa e suspirou irritado. Não queria se levantar. Ouviu o barulho de portas se abrindo e se endireitou imediatamente.

 

— Draco? - ouviu a voz da mãe abafada pela porta.

 

— AQUI! — berrou de volta.

 

— O que aconteceu com você? — a voz dela soava mais próxima. — O que houve com suas roupas? — seu tom saiu mais enojado.

 

— Não quero falar agora. Minha varinha está no cós da blusa. Pode pegar, por favor? — pediu.

 

Demorou poucos minutos e a porta se abriu de leve, como se a mãe estivesse preocupada com o que fosse encontrar, mas logo ela apareceu e não escondeu a cara de desagrado quando olhou para a água.

 

Limpar. — ela apontou para a água. Alguns segundos depois, uma pequenina poça de sangue se formou. — Está ferido? — perguntou com um tom preocupado e analisou as partes visíveis do filho.

 

— Meu pé. — ele admitiu, erguendo-o minimamente. A mãe acenou com a varinha e o curou rapidamente.

 

Ela ficou alguns minutos em silêncio olhando para o filho. Draco estava com olheiras e perdera muito peso. Viu que filho estava com três linhas finas no peito que não estavam presentes da última vez que o viu.

 

— Draco... O que houve com você? - Narcissa olhou diretamente nos olhos do filho dessa vez. — Que cicatrizes são essas?

 

— Nada, isso não foi hoje... Ele... Ele está aqui?

 

Narcissa levantou uma das sobrancelhas e o fitou antes de acenar com a cabeça. Sabia que ele estava se referindo ao Lorde das Trevas. A voz dele saíra trêmula.

 

— Me desculpe. — Draco falou, rompendo o silêncio. Estava envergonhado.

 

— O que aconteceu essa noite, filho? — Ela se aproximou no filho e sentou na banheira, sem se importar em se molhar.

 

— Dumbledore está morto. — Draco falou parcimonioso.

 

— Oh. Uma coisa boa então! — Narcissa falou menos tensa. Mas logo voltou a ficar com uma expressão de dúvida. — Foi você..

 

— Não. — Draco falou irritado e envergonhado. — Snape.

 

— Ah. — Narcissa ficou mais alguns instantes calada. — Ele está com o mestre, sozinho. Sua tia Bella estava furiosa em ser deixada de lado.

— Mãe... O que vai ser da gente? — Draco olhou para ela, e Narcissa conseguia se lembrar da época em que ele era apenas um garotinho.

 

— Não sei, mas confio em Snape. Ele sempre pareceu gostar de você. — ela respondeu. — Mandarei trazerem alguma coisa para você comer. Está muito magro, Draco.

 

Ele apenas assentiu e a mãe lhe deu um beijo na testa e se retirou. Não tinha noção de como as coisas seriam dali pra frente. Afinal, se sobrevivesse aquela noite... A morte de um bruxo como Dumbledore não era qualquer coisa e mudava tudo completamente. O diretor era o único empecilho para que agissem de forma mais ousada, ainda não acreditava na sua sorte ao pegar o diretor desprevenido e desarmá-lo. Era algo inacreditável. Desarmara Dumbledore.

Quando saiu do banheiro, sua comida já se encontrava em sua mesa. Vestiu-se de forma qualquer e sentou-se para tentar comer mas não sentia nenhuma vontade. Apenas tomou um pouco do suco para hidratar a garganta seca. Também estava sem um pingo de sono. Nos últimos meses era habitual que passasse a madrugada acordado, e começou a apreciar esse hábito noturno; ninguém lhe enchia o saco com perguntas irritantes e Draco também percebeu que adorava passar um tempo recluso, longe da agitação dos colegas.

 

Ouviu batidas na porta e mandou que entrassem. Peter Pettigrew colocou sua cabeça encurvada para dentro do cômodo, Draco não conseguia evitar uma careta. O homenzinho era uma criatura asquerosa e estranha.

 

— Boa noite senhor Malfoy. — disse Pettigrew com sua vozinha aguda. — O Lorde das Trevas mandou chamá-lo.

 

— E sabe do que se trata? — Draco sabia a resposta, mas queria ganhar tempo. Mesmo com as palavras de Snape, e a confiança que sua mãe tinha nele, Draco sabia que o Lorde Voldemort não era misericordioso, seja inimigos, seja aliados.

 

— Não senhor. — ele disse com um risinho que Draco sentia vontade de tirar da cara do homenzinho.

 

— Certo. — Draco falou, mas sem mover um músculo. O homenzinho continuava parado esperando. Revirou os olhos e se levantou, não podia fugir ou protelar aquilo, então que fosse logo enfrentar o que quer que fosse acontecer.


Notas Finais


Obrigado aos leitores de hoje e me sinto honrada por esses dois favoritos, espero que gostem.
Agradecimentos à Joao Jv, meu primeiro leitor e favorito, e a Sality.


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