1. Spirit Fanfics >
  2. O Livro dos Sonhos >
  3. A recepcionista deu um tchauzinho

História O Livro dos Sonhos - A recepcionista deu um tchauzinho


Escrita por: bellaborges02

Notas do Autor


Oii, gente! Booooom, essa é minha nova fanfic, AAAHHH! Espero MUUUUUIIITO que gostem, fiz com todo o carinho! (E antes que digam, sim, é uma fic "Pepini". Eu amo esse shipp e queria algo diferente :). É uma fanfic de minha autoria, porém foi inspirada nos livros de Rick Riordan e de alguns outros escritores, então tem uma semelhança com outras histórias, sim :) De qualquer forma, qualquer outra fic parecida com essa é plágio. Espero que gostem! Boa leitura!

~ Isabella M.

Capítulo 1 - A recepcionista deu um tchauzinho


Pepe não respondeu a professora. Estava ocupado demais desenhando em seu caderno. Na verdade, nem tinha escutado a pergunta. Só quando ela pigarreou e se apoiou na mesa, ele finalmente reparou que a aula já tinha começado. Ergueu a cabeça e deu um sorriso envergonhado.

- Srta. Danvers. -A cumprimentou. 
- Então, Pepe... Você leu o livro do semestre? Sabe responder a pergunta que eu acabei de fazer? 
- Ah... Quem não conhece Shakespeare, né? -Disse rindo. -Ele escreveu Romeu e Julieta, os caras se mataram no final. A lição de moral é: nunca arranje treta com a família de ninguém. Assim, seus filhos não vão precisar morrer depois. É tudo o que eu preciso saber, e tudo o que eu quero saber. 

A professora se levantou e o fitou seriamente. 

- Você sabe que está em risco de reprovar na minha matéria, não sabe? E pelo que o outros professores têm comentado, você tem risco de reprovar em outras matérias também. Eu não quero ficar mais um ano fazendo você ler o mesmo livro. Acorde Pepe Barroso. 

Aquilo foi o cúmulo. Pepe já estava ouvindo essa conversa havia muito tempo. E não estava nem um pouco a fim de ouvir o discurso inteiro.

- Eu não gosto de ler. E eu não vou ler livro nenhum, vocês não podem me obrigar. Não me interessa saber a vida de um cara que já está morto. 
- Ah... Olha só. Vamos começar uma discussão entre aluno e professor? -Uma garota que se sentava na frente riu, virando-se para trás. - Alguém pega minha pipoca! 

Ele metralhou a garota com o olhar. 

- Eu quero uma redação na próxima aula. -A Srta. Danvers falou. - Se ficar boa, valerá 50% da sua nota.

Pepe riu com o nariz.

- E o que eu vou ter que ler? A Culpa é das Estrelas? "Okay", professora eu faço. 
- Você vai fazer uma redação sobre a vida de Shakespeare. Suas obras e biografia. 
- Eu tenho cara de Google? Eu nunca vou achar isso na internet resumido! 
- A biblioteca da escola está a sua disposição. Sem cópias. VOCÊ vai fazer sozinho, entendeu? E ainda estou sendo boazinha. É isso ou você reprova. E tenho certeza de que seu pai não vai ficar tão tranquilo quanto você sobre isso. 

O sinal bateu e todos pegaram seus materiais para ir à próxima aula. Pepe revirou os olhos, nunca tivera um dia tão longo. 

- Por que ela implica tanto comigo? "Shakespeare" -Disse fazendo uma careta. - Ah, isso é tortura! 

Ele falou sozinho, enquanto caminhava no longo corredor da escola e esbarrava nas pessoas que não olhavam por onde andavam, ou estavam preocupadas de mais com o grupinho dos populares. Ele ignorava qualquer reclamação dos esbarrões, estava com muita pressa. Se perdesse a aula de química de novo, levaria outra suspensão e isso era o que ele menos queria no momento. Foi até seu armário e guardou alguns materiais. O barulho do sinal parou de tocar. Ele estava atrasado de novo. 

Correndo até a sala, ofegante, ele conseguiu se sentar a tempo. Mas ao lado da garota que vivia falando mal dele pelos cantos. Na sala, ela era a que mais implicava. Não era popular, era uma loba solitária. E da mesma forma, era chata. 

- Ou você senta com ela, ou não vai assistir aula. Se decida logo. Não tenho o dia todo.

Resmungando, ele se sentou ao lado da garota. A professa começou a passar a matéria. Pepe não estava prestando muita atenção, estava terminando seu desenho da aula anterior. Ele gostava de desenhar coisas estranhas como monstros de oito olhos, peludos, ou até mesmo desenhava seus colegas de classe da forma que os via. O desenho do dia era um lobo. Ele estava longe da matilha e parecia bem com isso. Se olhava no reflexo da água e parecia gostar do que via. A luz da lua refletia no lago, as árvores atrás tinham a aparência de monstros, raivosos e com a pele ressecada. Alguns lobos atrás uivavam e outros brigavam pela presa. Um verdadeiro retrato da escola. Sempre havia um que era diferente,  que não se importava com os outros. As árvores-monstros, eram os professores, que pareciam monstros e sempre perturbavam os alunos com a pressão do exame final. Os lobos brigões eram os alunos, brigando pela popularidade. Ou poderiam ser garotas brigando por um namorado. Não tinham uma característica definida para representar alguém totalmente. Podia ser qualquer pessoa da escola, brigando por qualquer motivo bobo. Isso era o melhor de tudo: cada um poderia fazer sua própria interpretação.

- Belo desenho. -A garota falou. 

Pepe olhou para ela, um pouco surpreso por reparar nele. 

- Obrigado. -Ele deu um leve sorriso e voltou ao desenho. 
- Você desenha muito bem. Tem muita imaginação. 
- Ah... 
- Por que não lê livros? Seus desenhos ficariam bem mais criativos do que árvores com rostos estranhos. 
- Por que você não presta atenção na aula? -Retrucou. - Livros não são tão reais. Não vale a pena ficar horas lendo uma coisa que você sabe que não é de verdade. E que nunca vai acontecer. 

A menina implicante pareceu sem resposta. Mas quando ele achava que podia voltar ao desenho, ela revidou:

- Para isso que servem os livros. Para sair da realidade. Existem livros sobre tudo, muitos deles são baseados em acontecimentos reais. Livro não é só Harry Potter, ou A Culpa é das Estrelas. Você tem... 

Pepe fingiu roncar. 

- Obrigado pela aula. Mas não preciso disso. 
- Pepe, Pepe, Pepe... -A professora foi até a mesa da dupla, parando a aula. - Vamos ver o desenho do dia. 
- Ah, hoje estou um pouquinho mais inspirado do que na segunda, Srta. Keen. 
- Lobos? O que será que quer dizer? -Ela riu. A Srta. Keen tinha um jeito muito paciente e feliz de dar broncas nos alunos. E expulsá-los da sala, quando estavam atrapalhando: - Está na hora da reunião matinal com o diretor. Vamos ver como ele interpreta dessa vez. 
- Já? Como o tempo passa rápido, não? -Riu. - Da última vez, o Sr. Wilson interpretou meu desenho das espadas guerreando com humanos como armas como um universo paralelo, dá para acreditar? 
- Universo paralelo?
- Pois é! Como se isso fosse possível! 

A professora sorriu. 

- Você vai se atrasar. Ande! 
- É... Melhor eu ir. Não quero perder o chá com o diretor de novo! -Pepe se levantou e recolheu seus cadernos e canetas. Saiu da sala e correu em direção à diretoria. A secretária praticamente nem precisava avisar o diretor da visita. Ele e Pepe já eram quase como amigos. 
- Com licença, Sr. Wilson. 
- Oh, Pepe! Arrumou encrenca tão cedo? Sente-se. Chegou bem na hora do chá. 

O diretor colocou o chá numa xícara e entregou ao aluno. Pepe agradeceu e bebeu um gole. 

- Então... Qual é o desenho da vez? Ou arrumou briga com o segundo ano de novo? 
- Ah... Fiz esse aqui especialmente para você avaliar! -Entregou o papel. 
- Lobos? Hum.... Interessante. Devo interpretar?
- É óbvio, Charlie! -Pepe sorriu e esperou o diretor colocar seus óculos e avaliar o desenho, interpretando-o.
- Você se superou nessa, meu rapaz. É uma visão sua a respeito de alguma coisa... Só não sei o que é.... 
- Acertou na mosca! É minha visão sobre a escola. Somos todos animais aqui dentro. 

Charlie, o diretor, olhou para Pepe impressionado. 

- Você se superou nessa, garoto. Devo dar os parabéns. -E devolveu o desenho ao dono, sorrindo. - Estou ansioso para o desenho de amanhã. Você tem talento, rapaz. 
- Obrigado. 

Charlie colocou açúcar na xícara e mexeu com uma colherzinha. 

- Bem, hoje recebi uma reclamação da Sra. Danvers. Ela me disse que você tem sido muito imprudente nas aulas dela. Posso saber a razão?
- Sinceramente... -Ele começou-, eu não suporto aquela professora. Ela é chata para caramba. Agora eu vou ter que fazer um trabalho sobre Shakespeare valendo 50% da nota! Você tem noção? Que absurdo! 
- Ela tem razão no que disse, garoto. Você está em uma das melhores escolas de seu país. 

Pepe se encostou na cadeira, e começou a balançá-la. 

- Eu não nasci aqui. Estou morando aqui temporariamente. -Esclareceu. 
- Sim, sim. Claro. Mas você precisa saber que esta instituição é para poucos. 
- Eu já sei disso, Sr. Wilson. Mas eu não consigo me acostumar com esse lugar. Cada vez que eu tento melhorar... Eu só pioro. Então, prefiro ficar na minha. E é isso que os professores não entendem. -Ele tomou mais um gole do chá, que já não estava tão quente. 
- Entendo... 

O diretor recebeu uma ligação da secretária. O telefonema não passou de: "Sim? Ah... É hoje?  Tá, tudo bem. Aham. Aham.... Sim. É! Okay, aham. Diga que já estou indo". Charlie olhou para Pepe novamente e disse:

- Reuniões... Preciso ir, meu rapaz. Terminamos nossa conversa outra hora. Por enquanto, vá começar seu trabalho. 
- Tudo bem, até mais, Charlie!
- Até mais, Pepe. 

Em seguida da despedida, Pepe correu para a biblioteca. Em silêncio absoluto, foi até a prateleira onde provavelmente estaria algo relacionado a Shakespeare. As prateleiras eram enormes e altas. Ele teve que subir uma escada para pegar o livro. 

- Shakespeare... Shakespeare... Shakespeare... Ahá! -Ele puxou o livro. Porém foi violento de mais. Acabou derrubando ele, as escadas, o livro que queria e mais alguns. 
- Ai, caramba! -Ele alisou a cabeça. - Para que essas enciclopédias? 

Quando finalmente tomou coragem, se levantou, guardou a escada e pegou os livros. Levou-os à mesa e se sentou. Seria um longo e cansativo dia... 

Uma hora depois, ele já havia anotado apenas um capítulo do livro. Tinham palavras difíceis e era muito chato. O garoto largou a caneta e se encostou de bruços em cima do livro. Só conseguia resmungar.

- Por que eu não estudo direito... ? Aaahh... A vida é cruel. 

De repente, ele viu um leve brilho em sua frente. Parecia uma pequena bolinha de luz. A luzinha chegou perto de seu nariz, e ele sentiu vontade de espirrar. A luzinha não parava quieta. 

- Vaga-lumes na escola? Sai! -Afastou-o com a mão. O inseto saiu de sua vista. Pepe se encostou na cadeira e suspirou. - Ahn... De volta ao trabalho. 

A bolinha de luz voltou de novo. Afastou-a com a mão novamente, e ela finalmente saiu. Em seguida ele escutou uma risadinha fina. 

- Você nunca vai conseguir terminar esse trabalho a tempo! 
- O quê...? -Virou-se para trás e não viu ninguém. 
- Ha, ha! Eu estou bem atrás de você!

Ele virou de novo. Só tinha ele e a recepcionista em outra sala. Ela olhou para Pepe e sorriu, deu um tchauzinho. Ele acenou desconfortável e voltou a ler o livro.

- Eu estou ficando louco!
 


Notas Finais


Pepe é um revoltado, não? Rsrs. Espero que tenham gostado do capítulo! Não se esqueçam de comentar a opinião de vocês, e favoritar a fic, caso gostem! Beijos no core :*

~ Isabella M.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...