1. Spirit Fanfics >
  2. O Livro dos Sonhos >
  3. Discursos dramáticos nunca foram tão úteis

História O Livro dos Sonhos - Discursos dramáticos nunca foram tão úteis


Escrita por: bellaborges02

Notas do Autor


Oi genteeee! Trouxe mais um capítulo para vocês! U.U. Está bem grandinho, sim :v mas espero que gostem! Amanhã tem mais um capítulo da maratona. Boa leitura!

~ Isabella M.

Capítulo 21 - Discursos dramáticos nunca foram tão úteis


Pepe agradeceu imensamente à Mercedes por mandar aquele sonho como alerta, para que ele acordasse. Seja lá o que ela havia feito, uma magia ou qualquer coisa parecida, ele acordou. E não do tipo "se levantou da cama". Mas ele conseguiu ver através da ilusão. Ele acordou das mentiras. Pepe conseguia ver tudo através da ilusão que estava impregnada naquele lugar. O quarto fantástico, na verdade não passava de uma caverna. Uma caverna. Pepe tinha dormido em uma pedra, e parecia a coisa mais confortável do mundo. Involuntariamente, dores em suas costas começaram a aparecer. Da mesma forma, ele dormiu por muito tempo, porque quando acordou já era noite. E mesmo que fosse uma pedra, aquele fora o sono mais tranquilo que ele já tivera. Mesmo que fosse a casa de um de seus inimigos, Pepe não se arrependeu totalmente por dormir lá. - Se levantando, o Herói da Geração foi em direção da porta. Não sabia exatamente o que faria para sair de lá, ou deter aquele cara estranho. Pepe só sabia que não podia continuar ali. Se isso acontecesse, todas as ilusões que agora ele sabia que não eram reais, se tornariam a própria realidade em sua mente. Ou talvez ele acreditasse que isso fosse acontecer. De todos os jeitos, Pepe não iria continuar ali. 

Andando nas pontas dos pés, Pepe abriu a porta da forma mais discreta que conseguia, tentando não fazer nenhum barulho. Quando abriu, ouviu o meio de uma conversa do cara estranho com outros caras estranhos. Logo, Pepe se escondeu.  

- ... Michelle irá me agradecer pelo favor, mais tarde. - Will, gargalhou. 
- Agradecer? -Alguém disse, ironicamente. - Ela irá levar todo o crédito pelo seu trabalho!
- É exatamente por isso que eu tenho um cérebro. - Ele continuou, cruzando os braços. - Tenho meu próprio plano. Aquela mulher acha que é totalmente esperta. Mas ela não sabe com quem está trabalhando. Damien Lauretta já está um passo à frente dela. Se no final, Michelle não me reconhecer como principal aliado, eu mesmo vou acabar com ela. Tenho meus contatos.
- Cara, você se refere a você mesmo na terceira pessoa. -Outro alguém riu. - Isso é muito estranho. 

Pepe ficou totalmente confuso, de repente. Sua mente estava brincando com ele. Uma hora, ele via a Will, o homem velho e estranho, com um olhar tranquilo e que passava confiança (talvez não tanta confiança assim). -Ilusão. E do nada, em um piscar de olhos, Pepe via Damien Lauretta, um adolescente normal, porém malvado. Que não passava confiança em nenhum dos aspectos. Um olhar perturbador, e penetrante que fazia qualquer um tremer. - A realidade, nada de ilusões. Barroso começou a se perguntar, como ele estava vendo tudo através daquelas ilusões. Era impossível que do nada ele começasse a ver através de ilusões. Totalmente impossível. 

Pepe se escondeu atrás de uma caixa, ficando um pouco mais próximo dos caras do Lado Negro da Força. E então, conseguiu escutar a conversa melhor.

- E o heroizinho? - Perguntaram. Damien, o falso Will, revirou os olhos. 
- Ah, aquele lá está sob meu controle. -Garantiu. - Michelle me mandou para manipular todo e qualquer herói que encontrasse. Encontrei esse por aí e... O enfeiticei também. Agora, sou um velho solitário, um quase herói, "amigo" do Guardião. Nunca vi herói tão bobo.

Pepe fez uma careta. Ele não era tão bobo quanto todos pensavam que fosse. O mesmo cara estranho riu.

- O enfeitiçou? Como? Da última vez, seus feitiços foram por água abaixo, cara.
- Está falando de Jorge Blanco? Não me subestime! O queridinho da pantera também está na minha lista negra. Ele quase me matou, mas agora, estou matando ele, por dentro. 

Damien ergueu o braço direito, em sua palma da mão saía uma pequena nuvem de poder. Nela, era possível ver o Harry Potter Falso, com grandes dores de cabeça. 

- Eu roubei um pouco dos poderes de Michelle, e agora, posso controlar todos os heróis que quiser. Jorge Blanco está sendo manipulado definitivamente. E o heroizinho dorminhoco, em breve estará sendo controlado por ilusões. Quando ele acordar, sua mente será enganada totalmente. E logo, ele trabalhará para mim.
- Grande idiota! - Pepe cochichou. Infelizmente, foi alto o suficiente para que Damien escutasse. Ele, e seu grupo de caras estranhos foram até Pepe, com uma expressão nada boa. - A-ah... 
- Escutando a conversa dos outros, heroizinho? -Damien cruzou os braços. - Isso vai sair caro para você. 

Pepe riu, com medo. Se levantou do chão, e ficou cara a cara com monstros e um aliado de Michelle. Dessa vez, Pepe tinha quase certeza de que as coisas não ficariam nada bem, definitivamente. 

- Não tenho direito a um telefonema? Quer dizer, vocês nunca viram fil...

Antes mesmo de começar suas referências idiotas, um dos monstros rosnou e o atacou. Dessa vez, Pepe não acabou no chão, e sim no ar. Não o machucaram fisicamente, mas mentalmente. Pepe estava sendo controlado como uma marionete. O falso Will estreitou os olhos e foi fechando suas mãos lentamente, Pepe sentiu seu pescoço sendo esmagado, ainda por cima flutuando. Malditos vilões poderosos, eles sempre conseguiam atacar Pepe sem nenhum esforço. Isso era tão injusto! Como Herói da Geração, ele também tinha direito de conseguir se defender de algum vilão, mas nunca conseguia. E justo agora que mais precisava, Pepe não conseguia usar seus poderes. Ainda não sabia como controlá-los. Com muita dificuldade, Barroso conseguiu tocar em sua pulseira holográfica, não era como de Martina, mas teria que servir para alguma coisa. 

  "É, eu sei. Também me odeio e tudo o mais. Mas nesse momento estou dentro de uma caverna, com um cara estranho, sendo manipulado por ilusões, e minha cabeça está quase explodindo. Você precisa me ajudar. - Pepe"  

Jorge não tinha nada contra Pepe. Afinal, sem Pepe, Jorge não existiria. Sem os desenhos de Pepe, Jorge ainda estaria enfeitiçado e servindo à Pantera Negra Louca do Mal. Pepe era muito importante, não só em relação ao Livro dos Sonhos, ou aos Heróis da Geração. O que parecia, era que Pepe parecia bem importante para Martina também.  Desde que a conhecera, Martina sempre foi uma garota bem "difícil". Pelo menos para ele. Martina sempre foi o tipo de Auxiliar que estava ali para ajudar em batalhas, e só isso. Mas com Pepe era diferente: eles pareciam amigos, ou até mais do que isso. Jorge já tinha reparado. E agora que "o Herói da Geração" estava com problemas, sua Auxiliar foi correndo para ajudá-lo. Se fosse há um ano atrás, as coisas seriam diferentes. 

Martina estava passando os comandos para todos, todos iriam ajudar, a situação parecia bem complicada mesmo. Jorge estava atrás, emburrado, apenas ouvindo. Era nítido em sua expressão que ele não parecia tranquilo com a ideia de Martina "resgatando" Pepe. Alguns diriam que era ciúmes. Talvez fosse. Mas Jorge não ligava para o que os outros pensavam, se fosse assim, ele não estaria ali, salvando os personagens do Livro dos Sonhos. Mesmo assim, Jorge ainda não gostava da ideia de Pepe e Martina juntos. 

- Pelo que eu entendi, Pepe está em uma caverna perto da área de Michelle. Temos que entrar de penetra e fingir que somos vilões. - Martina falou. - Depois disso, Lodovica fica em sua forma de pantera e distrai Damien, e os outros. Ruggero faz uma névoa dentro da caverna, e Jorge e eu resgatamos Pepe.
- E como vamos fazer isso exatamente? -Lodovica perguntou. 

Martina sorriu.

- Vamos usar fogo contra fogo. -Esclareceu. Ela foi até Jorge e entregou sua antiga varinha. - E aí, gostaria de ser... Vilão por mais um dia? 

Jorge pegou a varinha, confuso. Em seguida, mais lembranças vieram em sua mente: 

Depois de muito ouvir aquela voz em sua mente, Jorge decidiu escutá-la. Ele foi ao encontro da dona da voz, que sempre dizia o que ele deveria fazer ou dizer. A voz que controlava sua mente de uma forma tão grande, que fazia com que Jorge sentisse o que a voz mandava sentir. Raiva, ódio, rancor. Aquela voz fazia a cabeça de Jorge transformar todas as coisas boas, em coisas ruins. E agora, a voz finalmente havia mandado que ele a encontrasse. Que Jorge a servisse. Foi por isso que o Harry Potter Falso decidiu deter Michelle sozinho: foi tudo uma armadilha. A voz havia mandado que Jorge finalmente se tornasse fiel a ela. E ele estava pronto para fazer isso. -Obviamente, Michelle já o havia manipulado por completo. - Porém, naquela tarde, Martina também estava decidida a ajudá-lo. A acordá-lo de vez daquela hipnose mágica que ele havia se metido de alguma forma. Ela foi atrás dele, e o encontrou indo na direção que a voz o havia mandado ir. 

- Jorge. - Ela o chamou. Ele parou de andar. - Pare. Não vou permitir que você faça isso. 

Ele riu. Martina era extremamente teimosa. 

- Você não pode me impedir. -Ele olhou para ela. Suas íris, totalmente vermelhas. Seus olhos, cheios de ódio e tomados pelo poder de uma inimiga. - Eu vou deter Michelle, e todo o meu pesadelo vai acabar.
- Tem razão, eu não posso impedir você. Mas eu não vou desistir. Não vou desistir de fazer você voltar a ser o que era. Você é um herói Jorge Blanco, eu não vou desistir de você. Não vou desistir de
 nós.
- É melhor você acabar com essa ideia, Stoessel. Porque eu já desisti de nós faz muito tempo. 

Ela pareceu sem falas. Não. Aquele não era mesmo Jorge Blanco. Não o Jorge Blanco que ela conhecia. O Jorge teimoso e insistente. Irritante. Que a perseguia por onde quer que ela fosse. O Jorge Blanco que desde o começo sempre quis ser o herói dela, e lutou por isso. Aquele Jorge Blanco não desistiria dela. 

- Então, essa é sua decisão final?  Está disposto a acabar com tudo o que começou por... Poder? -Perguntou, com lágrimas em seus olhos. - Porque eu tenho certeza que isso não se refere mais à sua irmã. Se a amasse de verdade, não estaria ouvindo... A Michelle. A vilã que vai matá-la no fim de tudo isso. 
- Isso não vai acontecer se eu a deter antes. 

Jorge deu mais dois passos, voltando a escutar a voz. Martina segurou seu braço fortemente. 

- EU MANDEI PARAR! -Ela gritou.
- ME DEIXE EM PAZ, STOESSEL! 
- Jorge, ela está te controlando! Você não vê? Está tratando a todos mal. Desde que você soube de Lodovica, você começou a... Pirar! E ela está fazendo com que isso se torne uma coisa ruim! Porque ao invés de tentar mudar o destino dela, você não tenta... Conhecê-la? Amá-la? 
- Eu a amo! E é por isso que vou deter Michelle, Martina. Eu vou ser um herói. Vou acabar com todo esse império de vilões que ela criou. Lodovica vai me agradecer no final. 

Martina se aproximou dele. Tinha de haver alguma forma de mudar tudo. Tinha de haver um jeito de fazer Jorge voltar a ser o mesmo cara de antes. Ela piscou, impedindo que as lágrimas escorressem em seu rosto. 

- Jorge...

- Me solta! -Ele ordenou. - O que está acontecendo com você?! Só estou tentando proteger minha irmã! 
- Eu é que pergunto! - Ela soltou seu braço. - Você não é mais o mesmo. 
- Você já me disse isso. 

Ele continuou andando. Jorge realmente acreditava que escutando a voz, ele salvaria Lodovica de sua "morte heroica". Estava realmente pronto para seguir em frente, mas olhou para trás. Martina ainda estava lá. 

- Por que está tão preocupada com meu destino, Stoessel? Você sabe que eu sou um herói.

- É, mas agora não tenho a certeza de que você vá ser o meu herói. 

A voz parou de falar. Por alguns segundos, Jorge voltou a si. E lá estava Martina, com um olhar nada bom. De repente, momentos vieram em sua mente. Momentos com Martina. "Você é meu herói"... Jorge recuperou sua memória por alguns segundos.  

- Talvez nunca fosse para você ser meu herói. Talvez seu destino seja ser um vilão. Eu não posso fazer nada para mudar isso.

Ela deu as costas. Dessa vez, foi Jorge quem segurou seu braço. 

- Não, Martina, espere! V-você não entende, eu... 
-  ME DEIXA, JORGE BLANCO! VOCÊ NUNCA MAIS VAI SER MEU HERÓI! Então vai! Se encontre com Michelle, se alie a ela, faça o que quiser! Eu juro que tentei ajudar! 

Jorge ficou confuso. Quando ele "acordava" do feitiço, não se lembrava do que havia acontecido quando estava enfeitiçado. E vice-versa. Martina tentou se soltar, mas Jorge segurou seu braço mais forte.

- Argh, Jorge! 
- Me aliar à Michelle? Eu nunca faria isso, Martina. 

Ela olhou em seus olhos. As íris voltaram a ficar verdes, como sempre eram. Não transmitiam mais ódio. Jorge não parecia mais estar com raiva. 

- O quê? 
- Por que eu faria isso? Ela é a principal rival de Lodovica. E tudo o que eu quero é ser fiel à minha irmã. 
- Mas... Ah...

Jorge sorriu. Aos poucos, o sorriso foi se tornando maléfico de novo. A voz voltou. Então, ele ficou em uma luta interna, para tentar tirar aquela voz da cabeça. Suas íris, vermelhas de novo. Jorge, sendo idiota de novo. 

- Por que ainda está aqui, Stoessel? Esse lugar não é para você! Quer me soltar?!

- Mas é você quem está segurando meu braço. 

Ele a largou. O que a deixou muito, muito, muito, confusa. Uma hora ele era o Jorge irritantemente fofo, e em outra era o Jorge idiota e raivoso. Ela se afastou dele, em passos largos caminhou para bem longe dele. Porém, uma força a fez recuar. Ela voltou para ele. E disse sua última frase, antes que ele se tornasse um completo idiota:

- Jorge, antes de você fazer a idiotice que quer fazer... Saiba que... Eu te amo. E... 

Martina o abraçou. Jorge, mesmo enfeitiçado, não soube reagir direito àquilo. 

- Sei que um dia você vai voltar a ser o que era. Eu não vou perder você, Jorge Blanco! 

As íris dele ficaram verdes. Totalmente verdes. As covinhas, e o sorriso encantador e convencido, voltaram. Involuntariamente, Jorge a beijou. Os olhos dela se arregalaram, Martina se afastou. O observou tentando entender toda a situação... Ela fugiu. Martina correu, assustada e com raiva. Jorge se sentiu péssimo. Ele era um grande idiota. 

- Ah, ela não é para você, Precioso. Não ligue para ela. 

Jorge virou-se e a viu. Michelle. Ele rosnou.

- O que faz aqui? 
- Só estou exercendo minha função de vilã da história, Precioso.
- Não me chame de precioso! 

- Ah, mas é isso o que você é. Você veio até aqui, para se fiel a mim, Blanco. Você fez tudo o que eu mandei até aqui. Pessoas como você são realmente raras. É por isso que você é meu precioso. 

Ele ficou perplexo. A voz, era a voz de Michelle. 

Ela se levantou, e ficou em sua forma humana. Linda e jovem. Caminhou até Jorge e entregou algo a ele. 

- O que é isso? - Perguntou ele. 
- Considere um presentinho meu! Acho que está na hora de você mudar seu destino, Blanco. - Jorge olhou para o objeto. Uma varinha. - E aí? Gostaria de se tornar um... Vilão? 

Jorge, sem querer, permitiu que fosse manipulado. Michelle sorriu, e então fez o feitiço da manipulação. E desde então, Jorge foi fiel a ela. Jorge se tornou um vilão. 

- Jorge?  - Martina perguntou, despertando-o da lembrança. 
- A-ah... - Jorge olhou para a varinha de novo. 

"Seu destino está para ser mudado novamente, Blanco. Quer você queira ou não, você é meu precioso".

- Eu acho melhor não usarmos essa varinha. - Jorge pediu. - Quer dizer, eu... Não tenho boas lembranças dela. 
- Está tudo bem. -Martina sorriu. - Desde que você não esteja sendo manipulado ou algo assim, a varinha é inofensiva! Eu garanto. 

Ele ficou pálido. 

- A-ah... 
- Anda logo, Jorge. -Lodovica riu. - Não temos o dia todo! 
- Tudo bem, então... -Jorge suspirou, olhando para o chão. - Acho que... Consigo fazer algumas ilusões. 
- Obrigada. - Martina sorriu. O sorriso dela sempre foi muito lindo. 

Martina usou seus poderes de Auxiliar e "rastreou" Pepe. Eles caminharam rumo à caverna. Jorge ficou pensativo, as lembranças não paravam de surgir em sua mente. E todas meio que eram ligadas à Martina. E agora, estavam indo salvar o cara que estava no meio de tudo o que ele tinha com ela. 

- Você está bem? - A Auxiliar perguntou. Jorge deu um sorrisinho. 
- S-sim, estou. Eu só... Estou com um pouco de medo de usar a varinha de novo. Quer dizer, não que eu esteja, ahn, sendo manipulado ou algo assim, é só que... 
- Eu confio em você, Jorge Blanco. Sei que você não vai mais se tornar um vilão. 

Ela olhou para o chão. 

- Me desculpe. Pela forma que eu te tratei. Eu fui uma boba. Eu deveria ter acreditado em você. Desde o começo eu deveria ter acreditado em você. Não deveria tê-lo tratado como vilão. Você nunca foi um, e sim uma vítima.

Jorge a abraçou. Lá no fundo, bem no fundo mesmo, Martina era um pouco sensível. Mais raivosa do que sensível, mas ainda sim, sensível. (Só um pouquinho). 

- Está tudo bem. Eu fui um idiota. Um grande imbecil, também.  Por me aliar à Michelle, por congelar a Rosa Negra, por fazer ilusões, afastar heróis, matar pessoas inocentes... Por desistir de nós. Eu só espero que você me perdoe, algum dia. 

Ela sorriu. Com os olhos fixos nele, segurou suas mãos com firmeza.

- Talvez algum dia a possibilidade do nós volte a existir. 

Jorge ergueu as sobrancelhas. 

- Então, isso é um "eu te perdoo"?

- Isso é um talvez. Agora vamos. Temos que impedir que outro herói seja um grande imbecil. 

Pepe nunca quis tanto conseguir controlar seus poderes. Damien, e todos os outros vilões, estavam atingindo-o, como se fosse um saco de pancadas. Tudo o que ele queria, era sair dali. Pepe já estava no ponto de não conseguir se levantar. Nem piadas idiotas ele estava conseguindo fazer. Resmungando, ele tentou se levantar do chão. Seus braços enfraqueceram, Pepe caiu de novo. Os vilões gargalharam.

- Você é uma piada. -O falso Will riu. - Como consideram você um herói? Nem ao menos poderes você tem!
- Não é preciso ter poderes para ser um herói. -Ele comentou.

Todo o seu corpo estava dolorido. Seus olhos roxos, seus braços com enormes hematomas. Pepe cuspia sangue. Em outras ocasiões, Pepe estaria se sentindo uma vergonha. Porém agora, estava ocupado demais tentando se manter vivo e aguentar todos os golpes, e poderes que vinham junto em direção a ele. 

- Michelle não vai ter tanto trabalho dessa vez para matar todos os heróis. 
- Sou mais poderoso do que você pensa. 

Todos riram na cara dele. O máximo que aquele magrelo conseguiria, era ser o bobo da corte do império da pantera negra louca do mal, que iria reinar, no futuro. Nada mais além disso. 

Pepe rosnou. Agora era nítida sua raiva por Michelle. Barroso estava decidido a detê-la, e acabar com todos os vilões. Mesmo que se não soubesse como usar seus poderes, ele salvaria o Livro dos Sonhos, de uma forma ou de outra. Era esse o destino que ele queria escrever. E tinha certeza absoluta de que continuaria com essa decisão. 

Seus olhos percorreram pela caverna. Ora casa de um velho heroico, ora caverna do mal de uma aliado de sua inimiga. Sua cabeça estava a ponto de explodir. Pepe não aguentaria mais aquela situação. Porém, tinha que se manter forte. Fechou os olhos, tentando controlar sua respiração. Seus pulmões estavam queimando. Tinha certeza de que sua costela fora quebrada. Como ele ainda estava vivo? 

- Se você fosse mesmo poderoso do jeito que fala, já teria saído daqui. 
- Você é um velho bem chato, Will Smith Malvado. 

Aqueles vilões poderiam ser bem poderosos, mas eram bobões. Ainda não tinham descoberto que Pepe já conseguia ver através das ilusões. Olhando para a pulseira, o Herói da Geração recebeu um comunicado de Martina. Ele sorriu ao lê-lo.

"Não se mova. Estamos indo ajudá-lo. A propósito: você é um idiota, Barroso. - Martina" 

Pepe riu por dentro. A Martina, a Auxiliar chata, estava de volta. Ele agradeceu mentalmente por tê-la como "ajudante". Se tudo ocorresse como planejado, ele sairia dali ainda vivo. Ótimo. Estar vivo era uma coisa bem importante. Agora, tudo o que ele precisava, era distraí-los. Barroso juntou todas as forças que conseguiu e se levantou, sentindo muita, muita dor. Ele nunca quis gritar tanto! Por um momento, pareceu que seus órgãos tivessem sido derretidos. Se apoiando na parede, ele olhou para Damien. Um olhar desafiador, e irônico.

- Sabe, eu já fui um vilão. Quando isso aconteceu, eu meio que ainda não sabia que fazia parte desse livro. Mas sabe de uma coisa? Não me arrependo por ter me tornado um herói. Eu escrevo minha própria história, eu mudei meu destino. E para melhor. Posso estar fraco agora, mas sei que na frente, vou ter como controlar meus poderes. Vocês vão ver. Fui removido da Organização P.B.S., mas foi por escolha minha. Eu escolhi ser independente. Não dependo de nenhuma pantera que leva os créditos por todos os trabalhos que vocês, vilões bobocas, fazem. Agora, vocês podem estar "ganhando" de mim. Mas, acreditem, eu já ganhei de vocês faz muito tempo. É por isso que não preciso mostrar meus poderes. Eu já sou um herói faz muito tempo. 

Ele sorriu orgulhoso de si mesmo. Nada distrai mais do que um discurso dramático. Além disso, no fundo Pepe tinha certeza de que estava falando a verdade. A razão por ele ter sido escolhido para ser um Herói da Geração, é que ele não queria mais depender de um vilão. Pepe escolheu ser um herói.  Era o que seu coração mandava ele ser. Por isso, Diego o escolheu. Porque o coração de Pepe era enorme. E o Guardião tinha certeza de que ele não o decepcionaria. 

Damien pareceu surpreso com o discurso, porém nem um pouco atingido com o drama. Ele estava preparado para rir, quando ouviu um rugido extremamente alto. Pepe sabia que já havia escutado aquilo em algum lugar. Logo, todos viram uma sombra passar pela caverna. 

- Não acham que já o machucaram o suficiente? -Alguém perguntou. Pepe colocou a mão no peito, aliviado: Lodovica. - Deixem o herói em paz. Eu cuido dele. 

Ela apareceu na luz. Uma pantera negra, porém acabada. Com pelos cinzentos e olhos esfomeados. Santo poder da ilusão! Lodovica era Michelle naquele momento. 

- S-senhora, é uma honra tê-la aqui, em minha caverna. - Damien fez um breve reverência. 
- Poupe meu tempo, Lauretta. Me entregue o herói. 

Um dos vilões empurrou Pepe para perto da pantera, que se levantou e ficou em sua forma humana. Na verdade, Lodovica ficou na forma humana de Michelle. Barroso não pôde segurar sua vontade de sorrir. Fingindo estar sendo pego, Pepe baixou a cabeça, e fixou seus olhos no chão. Lodovica, a falsa Michelle, a pantera negra louca do mal, agarrou seu braço. 

- Vocês fizeram um ótimo trabalho. Finalmente tenho aliados que prestem! Agora, vão. Estão dispensados. 

Damien, olhou nos olhos dela, e logo desviou o olhar. Colocou as mão para trás e assentiu.

- Sim, senhora. 

Ele, e os monstros, caminharam até a saída da caverna. Antes que saíssem, Lauretta virou-se para "Michelle" e a atingiu. Lodovica voou para longe, como Pepe havia voado. O plano fora pelo ralo. Damien desmanchou a ilusão que estava em Lodovica, revelando uma garota completamente diferente de Michelle. Uma garota ferida e extremamente parecida com Jorge. Parecida com a principal rival de Michelle. Tayla, uma filha de Tayla. 

Ouviu-se um estrondo na parede da caverna. Ruggero, Jorge e Martina, apareceram, em uma entrada triunfal. Os monstros tentaram capturá-los. Porém foram todos mais rápidos: Martina, usando poderes de outros antigos Heróis de Gerações, fez a ilusão da caverna cessar por um todo. Em seguida, Ruggero, seguindo o plano original, manipulou o tempo, fazendo toda a caverna ficar coberta por uma névoa. Jorge apareceu então com sua varinha apontada para Lauretta. 

- Não se meta com os Heróis da Geração. 

Todos os vilões da caverna foram pegos. Eles foram encaminhados para a prisão dos monstros. De repente, Pepe se sentiu no Scooby Doo: "Se não fosse por essas crianças enxeridas, meu plano teria dado certo". Ele foi até onde os heróis estavam, conversando com Diego. 

- Ei gente. - Chamou. - Obrigado pela ajuda. Sério. Se não fosse por vocês... Eu já estaria morto. 

Pepe ainda se sentia fraco. Mas tinha certeza de que ficaria melhor. Martina revirou os olhos. 

- Você ainda é um grande idiota. 
- Sei disso. E me desculpem por tudo. Eu só não quero ser um vilão. -Esclareceu. -  Será que há alguma chance de vocês me quererem de volta?

Todos se entreolharam, duvidosos. 

- Só se você não me chamar de Ladra de Batatas. -Lodovica falou. 
- Eu prometo.
- Ótimo. -Martina sorriu. - Bem-vindo de volta, Pepe. 


Notas Finais


:V HAHAHA! EU NÃO ESTOU BEM COM NADA NESSE CAPÍTULO, É SÉRIO :V Jorge e Tini se reconciliando? :V KKKK :V AÍ TEM COISA :') Espero que tenham gostado do capítulo! Deixem a opinião de vocês nos comentários <3 Até o próximo :v

~ Isabella M.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...