CAPITULO 16
Ao chegar a casa de James, Dicky viu Bela lendo uma carta na sala, sozinha. Ele andou até ela e disse:
-Oi. O que está fazendo?
-Oi Dicky, eu estou lendo essa carta. Não sei do que se trata, mas tenho uma forte sensação de que está querendo dizer algo sobre nossa avó.
-Deixe-me ver.
Bela entregou a carta para Dicky e ele leu várias vezes antes de devolvê-la. Então, Bela continuou a ler e a fazer anotações. Dicky foi colocar as suas coisas na sala e sentou no sofá. Pouco depois, Rubi chegou e quando viu Bela lendo perguntou:
-O que está lendo Bela?
Bela se assustou, escondeu a carta e as anotações, e disse:
-Nada.
-Deixe-me ver!
-Ver o quê?
-O papel! Vamos!-disse Rubi, estendendo a mão.
Bela se virou com um sorriso falso e sem graça, e deu a carta para Rubi, que disse:
-Bela! Você pegou a carta!?
-É...mas, é que tenho a sensação muito forte de que está dizendo algo sobre a vovó!
-Isso é besteira!
-Não é!-Bela estendeu a mão- Me dê a carta!
Rubi bufou e deu a carta para Bela. Ela guardou no bolso e foi se sentar ao lado de Dicky:
-E então, você já está melhor? Digo, eu sei que não está muito bem, é claro, mas...está melhor do que antes?
-Bem, eu acho que sim.
-Que bom. Eu só quero que saiba que quando as coisas piorarem, eu vou estar...
-Bela-disse Rubi, interrompendo.
-Nós vamos estar aqui para te animar.
-Obrigado, Bela.
-Será que esqueceram que eu também existo?
-Desculpe! Obrigado Bela e Rubi.
Eles riram e Bela abraçou Dicky.
PARTE 2
CAPITULO 17
Surpresas e bolo
Passaram-se 5 anos. Após Helena ter se recuperado do ataque, Dicky foi morar com ela, pois ela era sua tia avó. Bela e Rubi continuaram a procura por sua avó. Como elas haviam crescido, agora podiam sair da vila sozinhas para procurar por ela. A época do lobo voltou ao normal: sem tantos ataques seguidos.
Era um dia comum. Bela estava sentada no sofá e Rubi estava fazendo café quando Dicky chegou correndo e disse:
-Venham comigo!!
Elas foram atrás de Dicky e Bela perguntou:
-Onde estamos indo, Dicky?
-É uma surpresa!
-Tomara que essa surpresa compense o meu café da manhã!-disse Rubi.
-Tenho certeza que vai! Agora fechem os olhos.
Bela fechou os olhos de imediato e Rubi bufou, revirou os olhos e os fechou:
-Está bem. Agora sigam a minha voz.
Elas andaram alguns metros de olhos fechados, até que Dicky pediu para que elas parassem e abrissem os olhos. Quando elas abriram, estavam na pracinha, ao lado da fonte. Todos que elas conheciam pularam de trás de uma mesa cheia de comida e gritaram:
-Surpresa!! Feliz aniversário Bela e Rubi!!
Bela ficou encantada. Seus olhos brilharam e ela não sabia o que fazer, então, só ficou parada até Dicky falar:
-Bela? Humm...parabéns!
Bela olhou para Dicky e depois de alguns segundos ela abraçou ele:
-Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada!
-De nada.
Rubi ficou olhando para tudo aquilo e, então, perguntou para Dicky:
-Já podemos comer?
-A ideia era comer só depois de cantar os parabéns...
-Podemos cantar agora?
-Rubi!! Pare de pensar em comida pelo menos uma vez na vida e aproveite o momento!-disse Bela.
-Os outros doces, você já pode comer-disse Dicky.
Rubi sorriu e foi em direção da mesa de doces. Bela olhou para Dicky e disse:
-Eu sei que já disse isso, mas obrigada...de novo.
-Você gostou mesmo, de verdade?
-Sim.
A festa durou o dia todo, e até um pouco da noite, pois era o último dia fora da época do lobo.
Quando se completaram oito horas, quase todos já haviam ido embora, e os que não foram, estavam arrumando as coisas. Menos Rubi, Bela e Dicky. Os três estavam andando pela vila, conversando. Dicky perguntou:
-Rubi, você gostou da festa?
-Sim. Foi legal. Por quê?
-É que, pela sua reação, não dava para saber.
-É, mas eu gostei. Falando em gostar, eu vou pegar um pouco mais de bolo.
Rubi foi correndo em direção à festa. Quando ela saiu, Bela olhou para Dicky e disse:
-A Rubi não é muito boa com sentimentos.
-É, eu já percebi.
-Ela quase nunca sabe quando, nem como, se desculpar ou agradecer.
-Há uns anos atrás, eu pensava que ela não gostava de mim, mas acho que era isso.
-Não, a Rubi não gosta de você mesmo.
Dicky deu uma risada contida e Bela também. Quando eles pararam de rir, eles ficaram em silêncio por um longo tempo, até que Dicky olhou para Bela. Ela corou e olhou para Dicky. Eles ficaram assim por um tempo, até que Rubi chegou com um prato:
-Nossa! Este bolo é maravilhoso!
Bela e Dicky olharam para ela e ficaram em silêncio, mas Rubi o quebrou:
-Por que vocês estão tão quietos?
-A gente só está...pensando-disse Bela.
-É. Sim. Claro-completou Dicky, sem saber o que dizer.
-Então, está bem...eu acho...
Todos ficaram em silêncio, até que James os chamou para ir para casa.
CAPITULO 18
Laços cortados por garras
Quando Bela e Rubi se preparavam para dormir, Rubi deixou seu capuz na mesa de centro e foi se deitar. Quando Bela viu, perguntou:
-Rubi, você não vai dormir com seu capuz?
-Bela, ele é muito infantil. Afinal, acabamos de fazer quinze anos.
-Está bem. Boa noite.
-Boa noite.
Elas apagaram as luzes e dormiram.
Quando Bela acordou, Rubi não estava em casa. Em sua cama, havia arranhões. Bela pulou da cama e começou a chorar, afinal pensou que um lobo havia atacado sua irmã.
Depois de algum tempo, Rubi chegou. Quando viu Bela chorando, se espantou.
-Bela?
Bela olhou para trás e, quando viu Rubi, foi correndo abraça-la. Quando a abraçou, sentiu sua mão molhada. Viu que era uma coisa vermelha, e pensou que poderia ser geleia. Ela soltou Rubi e perguntou:
-Rubi, onde você estava?!
-Na rua.
-O que você foi fazer na rua?
-Não sei. Não me lembro de ter acordado e nem de ter ido até lá. Só sei que, quando reparei, eu estava em uma rua vazia, perto da floresta e bem longe das casas.
-Que estranho. Vamos para a padaria, estou morrendo de fome.
-Eu também!
-Mas e aquela geleia no seu ombro?
-Que geleia?
-Ah, esqueça!
Elas foram até a padaria. Quando chegaram lá, havia uma fila enorme de pessoas aguardando a padaria abrir. Bela viu Dicky na fila e o chamou:
-Dicky! Onde está o James?
-Não sei. Não apareceu a manhã toda.
-Ele deve estar em casa. Vamos procura-lo, Rubi.
Elas foram para casa e começaram a procurar por James:
-Ele deve ter perdido a hora. Vamos lá em cima ver se ele está dormindo-disse Rubi.
Rubi subiu a escada e, quando chegou a metade, chamou Bela:
-Bela! Venha aqui! A escada, ela...ela...ela...James!!
Rubi subiu o resto da escada correndo. Quando abriu a porta, gritou. Bela correu até o quarto de James, e quando olhou lá dentro, se surpreendeu tanto que deu vários passos para trás e se apoiou no corrimão:
-James...Não...Não...Aquele lobo matou um monte de gente, matou o pai de Dicky, a vovó e agora o James?! A pessoa que cuidou da gente desde que chegamos aqui como se fôssemos suas filhas! Esse lobo merece ter o mesmo destino que essas pessoas! Ele merece morrer!
Rubi não disse nada. Ainda estava em choque. James estava no chão, morto.
-Rubi...-disse Bela- Mas, se o James morreu...quem vai cuidar de nós?
Rubi olhou para Bela e as duas saíram correndo até a casa de Helena. Começaram a bater na porta e a chamar por ela, desesperadamente. Quando Helena abriu a porta, elas a abraçaram. Helena perguntou:
-O que aconteceu?!
-O James...-disse Bela- O James ele...ele...ele...-e começou a chorar.
Helena não conseguiu entender por um momento, mas depois, soube do que se tratava.
-O James está morto?!
Bela olhou para ela e assentiu com a cabeça.
-Como assim?!-disse Helena, soltando-as e indo em direção à casa de James.
Ela foi seguida pelas meninas e, quando olhou para dentro do quarto de James, ficou muito assustada e não disse nada. Bela começou a chorar e Rubi conteve o choro. Nesse momento, Dicky ia correndo para a casa de Helena, mas viu Rubi pela janela de James e resolveu ver o que estava acontecendo.
-Por que vocês estão paradas na frente da casa de James?
Bela olhou para Dicky e ele viu que ela estava chorando:
-Bela, o que houve?!
-O James-disse Helena.
-O quê?
Helena apenas olhou escada acima e Dicky já entendeu a resposta. Ele subiu as escadas e, quando chegou lá em cima, se assustou:
-Como assim?! Quer dizer que o James morreu?!-disse ele, descendo as escadas.
-Temos que avisar a todos-disse Rubi enquanto saía de casa.
-Mas, porque o James?!-disse Bela.
Dicky foi para perto dela, botou a mão no ombro dela e disse:
-Não existe um porquê. Simplesmente, as pessoas morrem.
Bela olhou para Dicky, o abraçou e começou a chorar:
-Por que esse lobo sempre ataca alguém que tem ligação com a gente?! Primeiro nossa avó, depois seu pai, daí a Helena, então o James?!
-Temos coisas para resolver-disse Helena-Primeiro, quem irá cuidar da padaria, depois, com quem vocês irão ficar.
-Elas podem ficar com a gente!-disse Dicky-Por favor, Helena!
-Vamos ver, mas essa noite vocês podem passar lá em casa.
Todos ficaram em silêncio, até que Rubi voltou:
-Todos avisados. O engraçado é que alguns nem ficaram tristes por ele, ficaram bravos por causa da padaria.
Ela sentou no sofá e todos ficaram em silêncio até que Helena disse:
-Arrumem suas coisas! Eu vou chamar a funerária e ver o que vamos fazer com a padaria.
Elas arrumaram suas coisas. Ao fim do dia, quando tudo já tinha sido feito, eles foram para casa de Helena. Como as coisas estavam ruins, ela preparou um chocolate quente e contou histórias de sua infância. Depois de um tempo, Helena foi para cama e Bela, Rubi e Dicky ficaram conversando sobre a vida deles ou histórias que conheciam. Já era tarde quando resolveram dormir.
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