História O Lobo Azul - Capítulo 20

Nash Point Of View

A cada respirar do meu pulmão um fluído descia testa abaixo. Nunca havia suado tanto na minha vida. Era uma sensação de agonia, a cada rua que Max dirigia numa velocidade lenta, prolongando mais meu nervosismo de saber se Luna estava bem.

O que dizer de uma noite em que pretendia investigar mais sobre Tom após ver que ambos os panos eram do mesmo e foi rasgado e separado por mãos humanas. Que possivelmente Tom assassinou alguém. O que mais me intrigava era quem ele matou. Seria um lobo azul ou um lobo comum? E por que ele mataria um lobo que está do seu lado? Impossível. Era um lobo azul. Mas que lobo azul seria? Todos estavam presos. Ou não?

Aquilo estava muito estranho. Aquele sangue...  Eu já senti aquele cheiro, mas onde?

Então eu vi a hora e com a demora de Luna, tudo só piorou.

- Max, pelo amor do Deus Lunar, acelere!  - supliquei, sentado ao seu lado enquanto ele dirigia.

- Eu estou tentando. Esse é o máximo de velocidade que eu posso dar nessa estrada. - explicou, com a mão no volante.

- Você não é o Flash? - lembrei-o.

- Ei, isso só soa legal quando eu digo. Como sabe sobre isso?

- Fica de olho na estrada! - mandei.

- Tá bom. - virou numa curva e continuou a correr.

Luna Point of View

- música-

- Uma salva de palmas para Luna Parker! - pediu Chad.

Encerrei o prometido e todos vibraram, batendo palmas e assobiando para mim como se eu fosse uma cantora famosa. Corei agradecida e Chad me abraçou ali mesmo do palco me agradecendo e ele tentou beijar na minha bochecha, acabou beijando metade da minha boca. O mesmo aconteceu com Taylor na descida.  Nós soltamos eu desci a escada. Fabian vinha até mim batendo palmas e fazendo o sorriso meigo. Sem olhar para o degrau, eu acabei pisando em falso e caí nos braços do mesmo que me segurou de imediato.

Espera... Isso está certo? 

- Wohoooo, amiga, sua linda! Amei! – Jessie veio até mim, enquanto eu olhava nos olhos de Fabian que logo me soltou para que eu pudesse falar com minha amiga e a mesma me abraçou e eu agradeci. Ela sussurrou - Repara a cara da cascavel?

Notei que Katy me observava de braços cruzados no fundo do palco, bufando. Eu estava na sua mira, mas eu nem liguei. Foi até divertido vê-la se remoer de ciúme.

- Uau garota que arraso hein. - elogiou Lox impressionada.

- Não é, menina. Só ela que não acredita. - contou Jessie para Lox.

- Sério? - Lox riu para Jessie.

Fabian ainda me olhava com o mesmo sorriso.

- Obrigada. – agradeci e ele me puxou para si, abraçando-me novamente.

- Você foi ótima. - beijou o meu pescoço e eu senti uma tontura repentinamente.

- Preciso beber. - minha garganta estava seca.

- Pode ficar com meu copo. - ofereceu seu sétimo copo.

- Não de álcool. Preciso de água e sem nenhum gás. - expliquei me afastando do mesmo e entrando na casa.

A cada passo que eu dava até a cozinha a tontura piorava e eu comecei a entender o que estava acontecendo...

Flashback on

Antes de subir no palco, estava muito nervosa e Chad percebeu. Então o mesmo pediu a Taylor que me desse algo para melhorar meu pânico e o dono da festa trouxe para mim. Olhei para uma bolinha branca que Taylor disse ser eficaz contra estresses e algo assim, despertando o ânimo por algumas horas. Peguei e coloquei na minha língua como ele indicou.

E subi no palco...

Flashback off

Merda. Acho que eu fui drogada. Aquilo era anfetamina? Ali eu entendia por que quase todos estavam na piscina num frio daquele.

Comecei a ver tudo girar. Uma sensação confusa, visão turva. Sensação de felicidade, prazer. Meu corpo estava elétrico e eu estava ficando com muito calor conforme andava.

- Oi, Luna! - a voz do Gilinsky agarrado com Heather no corredor novamente.

 Eles deviam ir logo pro quarto transar e apagar essa chama... Espera. Por que eu estou pensando nisso?

Merda. Eu não estou normal.

Continuei a andar, esbarrando em adolescentes. O chão parecia uma rampa e eu achei que fosse cair. As vozes de todos estavam ficando distante. Cheguei à sala onde todos dançavam agarrados e eu via gente desmaiada e se pegando por ali mesmo. Notei que Jack J estava jogando cartas numa mesa de centro da sala e Carter ao lado da lareira apagada. O mesmo estava me olhando com uma face estranha. Seus olhos estavam todo preto ou era impressão de distância?

Ele estava tão estranho comigo e Aaron também.

Shit! Eu estou sob efeito.

Cheguei à cozinha e ela estava deserta de adolescentes. Corri para geladeira e não achei nenhuma água. Eu estava com cede e com muito calor. Resolvi tirar o salto que estava atrapalhando e podia me fazendo cair. Juntei-os num canto. Minha garganta implorava por água e não tinha nenhuma. Somente ponche e bebidas alcoólicas.

- Que tipo de casa é essa? - rosnei ficando desesperada e só me restava o ponche, então o peguei e tomei na jarra mesmo.

Dane-se. Se eu não fizesse aquilo, a piscina seria minha última opção. Achei um absurdo não ter água numa casa rica daquela. Taylor só podia ter escondido, com intuito de deixar todo mundo louco.

Saciando a sede suprema, chegando a me molhar. Coloquei a jarra em cima da mesa e vi uma sombra na porta dos fundos e quando olhei nitidamente, formou-se figura escura e estranha na minha frente. Os olhos eram vermelhos e acesos. Sua dimensão sombria e suas presas pontudas se expuseram para mim, como no meu pesadelo.

O lobo negro!

Tentei correr em direção contrária e escorreguei, caindo sentada. O lobo começou a rosnar na porta e eu a tremer e suar. Parecia que eu tava pegando fogo.

- Não... Por favor, saia daqui! - gritei e a luz da cozinha se estourou. Fechei os olhos com força.

- Luna? - a voz do Fabian. Abri meus olhos e enxerguei a silhueta de Fabian no escuro, parado de pé atrás de mim.

- Fabian! - levantei-me rapidamente e quando olhei para trás, o lobo desapareceu.

- O que você está fazendo no escuro? - perguntou.

- Um... - pensei em falar, mas eu não podia. Ele não acreditaria em mim mesmo se eu pudesse dizer.

- Um? - ele não entendeu e levou a mão até o interruptor - Ué... A luz está queimada.

- Fabian, cadê a Jessie? - perguntei trêmula - Preciso ir embora - afastei-me dele para sair da cozinha.

- O quê? - ele pegou no meu braço e me levou para si. Chocamos nossos corpos - Ah não, Luna. Poxa. A Jessie foi embora com o Matthew. Ele levou-a para casa.

- Como assim? Mas - ele me segurou.

- Ela foi com ele e pediu para te avisar. Ela vai ficar bem. Ela te procurou e você tinha sumido - ele soltou risos com nossos rostos próximos - Diz para mim. O que você estava fazendo no escurinho, hein?

- Eu? Nada. - arfei.

- Estava me esperando né? - fez um sorriso travesso.

- O quê? Claro que não! - neguei.

- Fala a verdade... - seu corpo foi para mais perto de mim naquele escuro e eu fui indo para trás, mas ele não me largava – Seus olhares não me enganam.

- Fabian! - vociferei franzindo a testa e senti o hálito de cerveja sair dos seus lábios.

Ele riu, escondendo a face na curvatura do meu pescoço. Fabian estava bêbado e eu estava quente. Muito quente...

- Eu estou brincando... - ele continuou vindo para cima com um sorrisinho sacana e me pegou com força pelas pernas, pondo-me em cima da mesa, derrubando copos de ponches postos ali - Mas eu tenho que confessar que você me transforma.

O quê?

- Fab-

- Nossa... Você está tão quente... – começou a beijar meu pescoço de leve e com lentidão. Suas mãos alisavam as minhas coxas e pelo meu campo imaginário pareciam enormes. O mesmo encaixou entre minhas pernas e por eu estar de vestido ficou mais fácil para sentir o quão ereto ele estava.

- Meu Deus... – murmurei enquanto Fabian me beijava no queixo, sentindo os dedos do mesmo entrando pelo vestido e cravando na alça da minha calcinha.

Ruborizei.

- Você é muito linda, Luna. Eu não estou aguentando ficar sentindo você só por fora. - sussurrou no meu ouvido e por eu ainda estar sofrendo afeitos, senti meus pelinhos se ouriçando e uma sensação tão boa.

Ele afastou nossas faces e eu vendo seus olhos encantadores e os lábios. O cabelo dourado. Ele parecia um anjo.. Um anjo mau.

Quando me dei por mim, nossos lábios já estavam unidos. Beijo molhado e excitante. O gosto era quente e eu não conseguia parar.

Meu medalhão ficou frio e eu sentia que a droga estava mexendo comigo.

- Fabian! Para! Por favor! - fiz força para empurrá-lo. A tontura estava melhorando e eu lutava para tirá-lo de cima de mim.

- Eu não paro de pensar em você... - ele falou e avançou outro beijo, mas eu virei à face, lembrando-me do Nash.

- NÃO! - esbravejei e Fabian foi arremessado para longe de mim, batendo na parede e caindo sentado no chão.

- Uau! - falou com os olhos arregalados. Massageou o ombro que havia se chocado contra a parede - Caramba...

Percebendo que o medalhão me defendeu naquele escuro. Resolvi sair dali antes que tudo virasse uma confusão.

- Preciso ir! - falei, pegando meus sapatos do chão e saindo da cozinha rapidamente.

- Luna! Espera! - ele veio correndo atrás de mim.

Voltei lá para fora, onde havia a piscina, descalça. Fui até o Chad e os meninos.

- Pessoal. - chamei, indo até eles que pareciam se divertir e eu sentia que ali não era o meu lugar.

Sentindo-me sozinha naquele mundo, veio-me uma tristeza profunda e eu parei ali, com vontade de chorar.

- Meu Deus, Parker, entrou numa Sauna com roupa e tudo? - a voz da Katy atrás de mim – Deixe-me ajudá-la a se refrescar!

Ela me empurrou com uma força absurda para dentro da piscina e eu acabei submersa. Abri os olhos debaixo da água e vi os bateres de pernas, se afastando de mim. O fôlego estava partindo, então subi até a superfície.

Voltei a respirar.

- Viu? Bem melhor, não é? - perguntou Katy com Samantha e Brianna atrás dela e a mesma começou a rir de uma maneira bizarra para atiçar os outros e logo uma onda de risadas me rodeou.

- Luna? - a voz do Chad confuso, sério, sem entender nada e Lox também junto com Shawn e os outros no palco. Porém, a maioria ria de mim.

Voltei a olhar para Katy e senti tanto, mas tanto ódio. Desejei sumir.

Ela se curvou na ponta da piscina com uma das mãos na cintura e a outra estendeu para mim.

- Vem. Eu te ajudo a sair. - falou com uma voz sínica e o sorriso repugnante, querendo se passar por boazinha.

Naquele momento, meu sangue subiu para a cabeça e olhando nos olhos dela, a borda a qual sustentava seu salto se partiu e ela foi de encontro à água, caindo de cara. Tão depressa que todos pararam de rir no mesmo segundo.

Ela afundou e quando tentou subir, alguma coisa a impediu bem lá no fundo da piscina. Eu via uma luminosidade assombrosa, coibindo sua volta à superfície. Ela começou a se sacudir lá no fundo. Com certeza implorando para respirar. Tentou segurar na minha perna, mas tomou um choque que a fez ir para longe de mim, submersa. Ela foi parar do outro lado. E todos confusos se perguntando se ela não sabe nadar, mas as suas amigas dizia para todos ali que ela sabia. Então concluíram que ela estava se afogando.

Ops!

Samantha me encarou e sua face não era nada tranquila...

- Pega ela, Luna! - chamou a mesma - Faça alguma coisa!

Por que eu faria alguma coisa? Ela procurou.

Eu não respondi... Mas, tentei fazer parar, dominando o medalhão. Respirei fundo e fechei os olhos, tentando rompê-lo.

- Saia da piscina, Luna! - a voz do Taylor. Abri os olhos rapidamente - Deixa que eu a trago de volta! - o mesmo tirou a camisa e pulou na água para salvá-la. E ele conseguiu. Trazendo-a de volta. E sua bandana verde ficou boiando na piscina.  Taylor a colocou na borda e ela estava desmaiada. Chad passou a frente e resolveu fazer respiração boca a boca e por fim, Katy cuspiu a água e começou a tossir descontroladamente, como se sua garganta estivesse sido estrangulada.

- Você está bem? - Chad perguntou a ela.

- O que aconteceu? – Katy falou grogue.

- Essa doida está bêbada!  - zoou Lox e todos voltaram a rir - Eu a vi entornando todas!

- Eu falei para ela não beber! - lembrou Brianna com as mãos sobre a cintura.

- E ela ia te ouvir. - Samantha revirou os olhos, suspirando.

Ninguém notou que fui eu, mas, eu sei que Katy notou após o choque e por sorte... Ela estava bêbada.

- Luna! - o mesmo eu posso dizer de Fabian que veio para cima de mim como se eu tivesse me afogando também. Saí da água antes que ele chegasse feito louco para cima de mim. Segurou nos meus ombros - Você está bem?

- De quem é essa faca dobrável? - perguntou Taylor ensopado e olhei para o mesmo, notando que Brianna puxou a faca da mão dele, depressa.

- Deve ser para abrir cerveja... - falou ela, passando para a mão da Samantha que a guardou no bolso da jaqueta e eu percebi ali que aquela faca era da Katy...

Ela queria me ferir?

- Luna, fala comigo... - Fabian me abraçou novamente.

- Fabian, chega. – pedi, empurrando-o - Estou indo embora.

- Não, Luna, por favor, fica. - implorou.

- Não! Eu tenho que ir! - do jeito deplorável que eu estava; com o vestido todo molhado e o cabelo pesado. O empurrei e fui até a saída da casa do Taylor. Cheguei à sala e tinha muita gente ainda dançando e parecia que todo mundo era zumbi e o som muito alto, iriam todos ficar surdos no dia seguinte. Eu só queria ir embora.

Abri a porta e saí.

- Não!  Luna! - ele continuou a me chamar depois de eu ter jogado ele longe, ainda insistia, vindo atrás de mim pela calçada. Seguia a pé para casa. Seria um caminho longo, mas eu não ligava. O vento gélido batendo em meu corpo molhado. Doeu a espinha. Ele realmente estava muito bêbado para não ter noção do que estava fazendo - Por favor.

O mesmo me pegou pelo braço novamente, usando sua força e uniu nossos corpos suados. O olhei e ele voltou a fazer aquele olhar perdido. Suas bochechas estavam coradas pelo efeito da bebida.

- Eu te adoro garota... - falou em tom baixo. – Então deixa eu te levar para casa.

- O quê? - beijou-me novamente nos lábios e eu o empurrei - Você não sabe o que está dizendo... Mal consegue parar em pé, quem dirá dirigir.

- Eu sei sim. Você é diferente, Luna, assim como eu. E eu gosto disso... - os olhos deles estavam marejando e eu paralisei, sentindo minhas bochechas esquentarem.

- LARGA ELA!  - ouvi uma voz entre rosnados do Nash e Fabian foi socado com todas as forças e voou no chão, chegando arrastar as costas na calçada. Dois adolescentes bêbados na porta da casa do Taylor pararam para olhar. Nash estava de frente para Fabian caído na calçada, com os punhos fechados e o maxilar travado. Eu via a veia roxa subindo sobre ambos os braços. Eu via o transformar da fera.

- Vai se ferrar! - esbravejou Fabian ainda no chão, cuspindo um pouco de sangue. Nash foi para cima do mesmo e o pegou pelo pescoço e com apenas uma mão ele estrangulava-o.

- Repita! - rosnou Nash apertando-o com muita força, fazendo-o gemer de dor - Que pena, eu não estou entendendo... Mas eu também não gosto de você!

Nash agia cruel.

- Nash! Para com isso! - vociferei e ele me olhou com os dentes caninos expostos e um olhar sombrio e aceso. Aceso como daquela vez que ele queria me morder - Você vai matá-lo!

- Fique longe, Luna! - sua voz estava monstruosa.

Oh não...

Desesperei-me vendo-o sufocar o Fabian e tentei impedi-lo.

Meu braço foi pego por outra mão.

- Luna. - era o meu amigo Max, com uma face nada agradável - Vamos.

- Mas, o Nash - queria pará-lo - Não o machuque! Fabian está bêbado!

- Deixa-o. Ele sabe o que está fazendo. Só venha comigo. Por favor. - implorou e eu via o olhar aflito do Max e fiquei incrédula ouvindo suas palavras - Você precisa voltar para casa. É muito perigoso.

Ele disse como se fosse o Nash através dele. E me levou a força e eu estava me sentindo furiosa, então o empurrei e fui para cima deles. Fabian já revirava os olhos, fechando-os lentamente.

- NÃO! - esbravejei, segurando o Nash por trás, com os braços em sua volta, formando um abraço. - Por favor, Nash, você prometeu que não faria isso... Por favor...

O lobo pareceu se controlar e enfraqueceu, soltando o pescoço do Fabian.

Ele parou e Fabian jogou a cabeça na calçada e fechou os olhos tossindo e ofegante.

- Fabian! - soltei o Nash e corri até o garoto caído. Toquei no seu pescoço, meus dedos sujaram de sangue e aquilo me fez tremer - Desculpa.

- Luna... Luna... - ele tentava puxar meu ombro, mas mal conseguia abrir os olhos e estava grogue - Por favor... Fica...

Aquilo me partiu o coração.

Encarei Nash parado de pé na frente dele, ainda o olhar frio, bufando pelo nariz. As veias estavam sumindo e seus olhos voltaram ao normal. O que foi aquilo? Mas, por que todo aquele ímpeto?

- O que estão olhando? - berrou Nash para os meninos nos olhando - Nunca viram uma briga!

Ambos bêbados fingiram que não era com eles e entraram na festa.

- Vamos. Antes que eu mude de ideia. - o mesmo falou ríspido e foi até a porta do carro, ainda de punho firme, pisando duro, deixando Fabian caído sobre o chão. O coitado nem conseguia se levantar.

- Espera. - pedi - Precisamos levá-lo para casa.

- OK. - disse Max.

- Não! - Nash ainda estava furioso - Deixe-o apodrecer nesse chão. Uma hora os outros imbecis o encontram e o levam.

- Nada disso, Nash! - me zanguei – Por que tanta repulsa?

- Você sabe. – encarou-me e eu franzi a testa desentendida – Entra no carro. Agora.

- Não. - o encarei.

- Nash está certo, Luna, é melhor irmos embora. - indicou Max, mudando sua escolha.

- Não! – vociferei firme.

- Anda Luna. - a voz do Nash estava grossa como uma fera - Se não eu vou levá-la a força.

- Não vai me obrigar. - me recusei, arqueando a sobrancelha.

- Ah é? - fez um sorriso maléfico e veio para cima de mim como um lobo ousado.

- PAREM! - pediu Max irritado e Nash parou por ali - Deixa que eu resolvo isso. Eu o levo para dentro. Entrem logo na droga desse carro e esperem até eu voltar. E se quiserem se matar que seja fora do carro do meu pai, ok?

Max foi até o Fabian e tentou levantá-lo, mas não estava conseguindo sustentar o peso dele sozinho.

- Eu vou com você. - ignorei Nash e fui com eles.

- Em casa vamos ter uma conversa, Luna. Somente nós dois... - ouvi o lobo dizer e eu continuei a andar me perguntando se aquele era o seu ciúme.

Concluí ali que ele viu quando Fabian me beijou...

Merda.

-quebra de tempo-

Deixamos Fabian nas mãos dos meninos e explicamos que ele estava caído de cara na calçada após um tombo feio e que essa foi à causa de seu sangramento, além de estar delirando. Culpamos a bebida e todos acreditam e ficaram surpresos e ver Fabian tão bêbado assim. Lox ficou de cuidar do ferimento dele.

Avisei que Max veio me buscar e Taylor e os outros queriam que ficássemos, mas tínhamos que ir. Imediatamente. Antes que eu ou Nash fizéssemos outra besteira. E por fim, nós voltamos para o carro.

No caminho, pensei sobre o estado do Fabian. Eu sabia que não fez aquilo por mal, pois eu também não estava literalmente sóbria. Senti-me culpada...

Entrei e me sentei ao lado do Max e Nash estava nos esperando, olhando para o além.

- Nossa. Agora que eu estou reparando. Você está ensopada. - Max me notou confuso.

Revirei os olhos suspirando. Ele tirou seu casaco preto com zíper, expondo sua camisa de dormir com símbolo do Batman e pôs o casaco aberto envolto dos meus ombros.

- Isso vai te aquecer por um tempo até chegarmos. - previu e suspirou e eu agradeci  - Nash tinha razão. Você não devia ter vindo a essa festa.

- Por que vieram me buscar? - perguntei a ele. Nash não respondeu.

- Já viu que hora é essa? São quase quatro da manhã, Luna. Nós ficamos preocupados com você. - respondeu Max, parecendo meu pai - Além disso, até a Jessie foi para casa e disse que te esperou muito para vocês poderem ir embora.

- Falou com a Jessie? - fiquei surpresa.

- Falei. Ligamos para ela e ela disse que estava te esperando, mas eu tive que mentir e disse que eu estava indo buscá-la porque você pediu. Ela entendeu e foi embora com aquele metido... - ele parecia invocado ao falar dela - Enfim. Eu senti que ela estava meio ligada então com certeza você também está... O que eles te deram nessa festa. Maconha?

- Não. Eu não estou bêbada.

- Luna, você não me engana. Você bebeu que eu sei. É uma tentação assustadora. - falou.

- Sim, eu bebi. Mas eu só bebi um copo. Mas, depois...

- Luna, o que você fez? Luna. - ele tocou na minha bochecha - Nossa... Você está quente demais.

- EU SEI! - vociferei nervosa e a rádio começou a dar interferência juntamente com as luzes do carro. 

- É o medalhão, não é? - Max concluiu e eu fiquei sem saber o que dizer - Nash me contou que essa pedra passa poder para você...

Surpresa, eu olhei para o retrovisor do teto e vi que Nash me encarava com um olhar tão zangado que eu sabia que ele estava esperando chegarmos para estourar e eu engoli a seco, pois no fundo, eu também errei.

- Luna, no que está pensando? - Max perguntou.

- Eu quase matei... Eu quase matei a Katy. - tive que contar ainda perplexa e me sentindo mal.

- O quê? - Max ergueu as sobrancelhas, tentando focar na estrada.

- Eu... Eu não queria matar, eu só queria que ela parasse... Mas, eu quase a afoguei naquela piscina. Na verdade, o medalhão a atacou, para me proteger.

- Caramba, Luna... Katy tentou te machucar? - Max perguntou preocupado e Nash não se pronunciava - O que tem na cabeça dela?

- Eu não sei. Ela me odeia por motivos que não vem ao caso agora, mas... Ela usou uma faca contra mim e isso fez com que o medalhão reagisse. - contei para Nash ouvir também - Quando ela encostou-se à minha perna, levou um choque.

- E como ela ficou? - perguntou Max, de cenho franzido.

- Ela estava desmaiada e Chad Baker tentou fazer respiração boca a boca. - contei - Ela acordou se perguntando o que aconteceu.

- Mais alguém além dela tentou te machucar? - Max perguntou.

- Não... - lembrei-me do que havia feito com Fabian na cozinha após ver o lobo negro. Mas, preferi não falar sobre aquilo, pois eu não sabia o que foi real ou o que foi alucinação naquele momento. Mas, Fabian não parecia querer me ferir e sim me beijar, então por que o medalhão me protegeu? Por que eu queria que ele saísse de cima de mim? Por que meu medalhão ainda estava frio? Por conta da droga? Ou Fabian tentou puxar meu medalhão de mim? - Não houve mais ninguém.

Refleti sobre o ocorrido.

- Jessie tinha toda razão, Katy anda armada. Essa garota é muito perigosa. Ainda bem que ela está bêbada. Luna, não é por que eu não goste daqueles caras, mas, eu acho melhor você parar de andar com eles... - Max deu sua opinião, perplexo - Pelo menos até isso acabar.

- Eu acho que eu sei uma parte do meu poder. – eu disse pensativa.

- E qual seria? - perguntou o mesmo.

- Escudo.