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História O Lobo e a Ruiva - Confissão de um lobisomem


Escrita por: Russo_

Notas do Autor


Como seria um romance entre Remo Lupin e Lílian Evans?

Capítulo 2 - Confissão de um lobisomem


Fanfic / Fanfiction O Lobo e a Ruiva - Confissão de um lobisomem

Eu nunca tinha sentido tanto ódio por Tiago Potter. Cada partícula do meu corpo gritava de fúria e minha única vontade era torturá-lo até a loucura. Ou cortar seu corpo em pedaços com uma adaga afiada e dar de comida para testrálios esfomeados. Ou dar-lhe um veneno que o fizesse ter uma morte lenta e dolorida. Ali, pendurado de cabeça para baixo com o sangue descendo para o meu cérebro eu só conseguia pensar numa maneira de fazer aquele mauricinho pagar por sua covardia.
   E de repente BAM, Eu cai de cara no chão.
   Alguém tinha realizado o contra-feitiço e me libertado. Eu me levantei sentindo dores no corpo provocadas pelo impacto e olhei para ver quem tinha me salvado. Meu coração disparou e toda raiva passou.
   - Lilian?
   - Remo... Eu vi aqueles três saindo daqui e sabia que tinha algo errado. Eu estava te esperando para a gente conversar. - Seu rosto corou levemente e ela desviou o olhar. - parece que você está me ignorando esses dias.
   Era verdade, eu realmente a estava evitando naquela semana, mas pensei que minhas desculpas estavam funcionando. Não queria que ela percebesse que era de propósito, pois sabia que ela ia ficar mal, e eu não queria fazê-la sofrer.
   - Lilian eu tenho que ir. - foi com muita dificuldade que eu pronunciei aquelas palavras, eu sabia que iam soar meio grosseiras, mas eu tinha menos de uma hora até a transformação ocorrer e precisava sair dali. Passei por ela sem olhar em seus olhos, aquilo doeu, mas eu não poderia dar nenhuma explicação no momento.
   Desci depressa as escadas e passei como um raio pela comunal saindo pelo buraco do retrato. Eu sabia que Lilian ia ficar magoada, mas o que eu poderia fazer? Na verdade, ela já estava magoada e era minha culpa. Eu sempre tive um defeito terrível, que era dar ouvidos ao que as pessoas falavam de mim. Aquele último mês que vivi ao lado de Lilian foi o melhor da minha vida, apesar de eu ter brigado com meus amigos, assumir o namoro com Lilian me deixara muito feliz. O simples fato de poder andar com ela de mãos dadas pelos corredores ou de poder abraça-la em locais públicos era gratificante, mas naqueles ultimos dias as coisas não andavam tão bem assim. Essa seria minha primeira noite de transformação desde que começamos a namorar, e a perspectiva desse dia me fez pensar nas palavras que Tiago me dissera. Ele tinha razão, eu era uma aberração e Lilian não merecia isso para a vida dela. Como eu poderia fazê-la feliz? Como eu poderia desejar que alguém se casasse um dia com um lobisomem? Eu não desejaria isso para ninguém, nem para a pior pessoa do mundo. E o que a família dela pensaria? Como ela reagiria ao saber o que eu realmente era? Eu estava certo em me afastar dela, mesmo sabendo que ela iria sofrer, seria muito mais dolorido para mim, afinal foi eu que fiquei esperando muito tempo até ela reparar em mim, eu que sufoquei por anos esse sentimento e que sonhei por muito tempo em namorar com ela, e agora que esse dia chegou eu teria que abrir mão de tudo. Eu sentia como se alguém tivesse me dado um presente e depois tomado ele de mim.
   Quando eu cheguei à casa dos Gritos faltava uns trinta minutos para a tranformação, me sentei em uma cadeira velha com a cabeça a mil. "Vai ser bom me transformar hoje" pensei comigo mesmo "pelo menos vou ficar livre de pensamentos". Não estava fazendo menos frio ali, o vento batia nas janelas tapadas com tábuas fazendo barulhos macabros, talvez seja por isso que demorei a identificar o som de passos no outro cômodo. Me levantei com a varinha em mãos e olhei pela porta, Lilian estava parada ali com uma expressão estranha.
   - Lilian? O que você está fazendo aqui? - minha voz saiu aguda de tensão.
   - Remo... - ela disse e sua voz parecia aliviada. - Que bom que você está aqui! Eu te segui para saber onde você ia... - ela corou - mas quando cheguei aqui e reconheci ser a Casa dos Gritos fiquei com medo e...
   - Lilian você não pode ficar aqui, por favor vai embora! - interrompi desesperado.   - Ei não fala assim comigo! Eu não estou te entendendo Remo, não estou mesmo! - lágrimas brotaram nos seus olhos -  Eu não sei o que está acontecendo com você,  pra você ficar todo estranho esses dias... mas você disse que me amava e eu acreditei, eu confiei em você então eu te peço que não faça isso comigo!  - as lágrimas começaram a rolar em seu rosto mas ela falava com convicção, como se estivesse treinado muito tempo para falar aquilo. - se você não me ama mais por favor, é só falar, vai ser difícil mas eu vou superar, mas não faça isso comigo, não se afaste de mim sem dar explicações, é como se você estivesse levando uma parte de mim com você...
   Ela terminou de falar e enxugou as lágrimas. Demorou um tempo para sua respiração voltar ao normal, mas ela suspirou esperando uma resposta, como se já tivesse dito tudo o que precisava. Eu fiquei mudo, tinha noção que o tempo estava correndo mas não sabia o que dizer, só pensava em tirar ela dali a qualquer custo. Preferi contar a verdade. 
   - Lilian eu tenho que... que te contar uma coisa... - eu não sabia como continuar.
   - Pode dizer, eu aguento. - ela fechou os olhos como alguém que nao queria ver a agulha na hora de tomar injeção.
   - É... é que... por favor, não fique brava comigo por não ter te contado antes! - eu abaixei a cabeça - Eu sou um lobisomem Lilian.



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