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História O Manicômio - Capítulo Um


Escrita por: livitha

Notas do Autor


Esta história foi escrita pelo meu irmão, então todos os créditos vão para ele ^^.
Boa leitura!

Capítulo 1 - Capítulo Um


Seja bem-vindo à minha casa, fique à vontade e se sente nesta poltrona. Sei por qual motivo você veio para cá, é para saber a minha história, como eu cheguei até aqui, como eu recebi estas cicatrizes e minhas habilidades, e mais, quer saber como eu sobrevivi àquele lugar, não é? Pois bem, lhe darei todos os detalhes que você está procurando, talvez seja o suficiente para que o exército ou algum órgão militar mais poderoso possa destruir aquele lugar, seria um grande alívio para mim, finalmente eu iria me sentir vingado...

Bom, vou começar por onde eu nasci. Eu sou ucraniano, meus pais são de uma pequena cidade chamada Kotovsk, este foi o local do meu nascimento. Minha família não tinha muito poder aquisitivo, então eu estudei em uma escola pública e tive que trabalhar assim que completei 15 anos, ajudando meu pai nos negócios, ele era dono de uma banca de frutas e verduras que nós mesmos cultivávamos. Não fiz ensino superior, assim que terminei o médio passei a trabalhar definitivamente com meu pai na banca, crescendo o negócio bastante, tal que já estávamos vendendo para outras cidades. Foi aos 25 anos que aquilo aconteceu. Quando eu acordei, estava preso na delegacia, quando perguntei ao policial, ele me disse que eu tinha assassinado meus pais e quatro vizinhos e me banhado no sangue deles. Aquilo não fez o menor sentido para mim, eu não me lembrava daquilo, eu não tinha feito aquilo, algo estava bem errado... [...]

 [...] Depois de 15 dias na prisão, eu finalmente fui a julgamento. Mas como eu já estava imaginando, eu fui declarado culpado. Não conseguia imaginar porque Deus estava me castigando daquele jeito, ter tirado minha família de mim e ainda ter me colocado para a cadeira, talvez por 20 ou 30 anos... Porém tudo piorou, mais do que eu poderia imaginar, eu fui declarado como mentalmente desequilibrado e fui sentenciado a passar o resto da minha vida em um manicômio que ficava em uma ilha, afastado do continente, reservado apenas para os loucos mais perigosos que existiam no país. Meu destino estava cada vez pior, meu desespero só aumentava. Por que eu tinha sido incriminado daquele jeito? Por que eu iria ser mandado para um lugar daqueles? E a pergunta que mais estourava na minha cabeça: O que iria acontecer comigo lá?

Cinco ou seis dias depois, não me lembro ao certo, eu fui colocado em um carro e fui levado para a região portuária, de lá peguei uma barca que me levou para a ilha. No total, foi uma viagem de 3 dias. Eu não me lembro muito bem da viagem, já que estava dopado, lembro apenas de alguns vislumbres de campos verdes e do mar. Enfim, eu estava naquele prédio, que nem nome tinha, mas era carinhosamente chamado de “Asilo infernal” pelos marinheiros que estavam me levando. Lembro de alguns trechos da conversa deles com os policiais, comentaram algo sobre ouvirem muitos gritos vindo daquele lugar quando estavam levando suprimentos, por causa disso eles queriam ficar o mais distante possível dali.

Assim que cheguei, fui apresentado ao diretor do prédio e a alguns dos psiquiatras e cientistas que trabalhavam lá. Em um momento da conversa todos saíram dali e ficaram apenas três pessoas: o diretor, uma cientista loira e um psiquiatra careca que tinha uma expressão assustadora, ele parecia mais louco do que os pacientes. O diretor me contou, com um sorriso enorme no rosto, que ele havia mexido os pauzinhos para que eu fosse acusado de louco, ele havia contratado alguém para matar minha família e vizinhos, para que eu fosse preso e levado para ele. “E por que você fez tudo isso só para me ter aqui?”, perguntei, afinal esta dúvida estava fervendo na minha mente, porém desta vez foi a vez da cientista começar a falar. “Você tem, digamos, uma pré-disposição para o que estamos pesquisando aqui no subsolo deste manicômio, e era sobre isso mesmo que queria falar contigo, começaremos os testes amanhã”. Após esta fala eu fui dispensado, sem saber o que aconteceria comigo no próximo dia, que tipo de teste seria executado em mim.

No dia seguinte, meus pesadelos vieram à realidade, os testes não eram nada interessantes. Primeiro eles me colocaram em uma sala esquisita, completamente branca, a princípio parecia comum, porém com alguns minutos eu já me senti completamente enjoado, cheguei a vomitar algumas vezes. Após essa sessão de enjoo, fui levado para tomar café da manhã e depois fui para outra sala, desta vez me colocaram em um tubo, onde eu senti que estavam disparando descargas elétricas a cada 5 segundos em meu corpo, causando desconforto e formigamento. Esta rotina seguiu por dias, semanas e meses. A intensidade dos choques foi só aumentando, chegou um ponto que eu sentia como se um raio estivesse atravessando o meu corpo. Novos testes também foram inseridos, como me colocar num tanque de água gelada, numa sala quente, me fazer correr por horas...

Durante a tarde eu recebia “aconselhamento psiquiátrico”, o que era apenas uma desculpa para relatar que eu estava recebendo algum tipo de tratamento para melhorar minha condição mental. Eu não tinha um psiquiatra fixo, de vez em quando eu era consultado por um outro. O pior de todos era aquele careca, eu ouvi de outros pacientes que ele era um psicopata que gostava de torturar os outros, aquilo me deixou assustado, eu não gostava de ficar sozinho na mesma sala que aquele homem. Em um fatídico dia, estávamos no meio de uma sessão de psiquiatria, aquele homem avançou para cima de mim, tentando me cortar com um bisturi, falando que queria ouvir o meu desespero em forma de gritos de dor, conseguindo até desferir um corte em minha bochecha. Não tive como me defender já que estava de camisa de força, mas a bagunça atraiu a atenção dos guardas e eles seguraram o doutor, por sorte eu era uma boa cobaia e não poderia morrer ali, era o único motivo para terem detido o careca, que agora estava proibido de me ver.

Num dia, consegui ver a data pelo jornal que um segurança estava segurando, eu já estava a 4 anos naquele local. De fato, eu já tinha consciência que se passou bastante tempo, mas não imaginava que era tanto. Já estava me convencendo que eu era louco apenas de conviver com aqueles pacientes. Os únicos que eram tão normais quanto eu eram as outras cobaias, mas nós não tínhamos tempo de interagir, pois enquanto uns estavam livres, outros estavam sob os testes. Eu já tinha me acostumado a todos aqueles testes, meu corpo já estava resistindo à maioria dos danos que eu estava recebendo neles, isso era considerado um progresso para a cientista. Eu não estava feliz, mas ao menos estava vivo e inteiro. Mas não por muito tempo...

Quando abri os olhos, minha visão estava embaçada e eu pude perceber que estava sendo arrastado pelas pernas, não sabia direito o que estava acontecendo e estava cansado demais para reagir a qualquer coisa. Mas não era cansaço, eu estava drogado. Quando finalmente voltei à minha consciência, estava amarrado em uma cadeira, em uma sala do manicômio que eu nunca havia visitado, haviam várias ferramentas de corte na parede e sangue espalhado pelo chão. Pude ouvir um sorriso maquiavélico e aquela voz que eu conhecia, era a voz do psiquiatra, eu estava em seu cantinho particular de tortura, para a minha infelicidade.

Perdi a noção do tempo, tudo o que me concentrava era naquela dor que estava sentindo. Meu corpo estava cortado em vários pontos, ele estava fazendo cortes com uma faca, apenas para me ver sofrer, ainda não tinha causado nenhum dano mortal. “Eles tentaram me afastar de você, foda-se se você é a cobaia favorita deles, eu quero ver você sofrer, quero ouvir seus gritos, quero que você morra sofrendo”. Ele ria de forma psicopata enquanto proferia aquelas palavras aterrorizantes. Meus olhos se arregalaram quando eu vi a ferramenta que ele estava pegando, uma tesoura de jardineiro. A dor que senti foi diferente de todas as outras, era uma escala quase insuportável, que me fez gritar a plenos pulmões. Ele havia cortado fora meu dedo!

Naquele instante, uma raiva se apossou de meu corpo, eu queria muito destruí-lo, rasga-lo em pedaços pelo que ele fez comigo, aquele desgraçado! Tudo aconteceu num instante, eu apenas observei uma mão feita de energia agarrar a cabeça do psiquiatra e o jogar na parede, aquilo me deixou bem assustado, ela estava vindo detrás de mim, alguém deveria estar ali atrás. Porém, para a minha surpresa, ela estava saindo do meu ombro, agora o meu corpo estava todo coberto por uma aura esquisita, como se fosse uma fumaça branca translúcida. Senti meu corpo mais forte do que nunca, fui capaz de quebrar as amarras sem qualquer dificuldade e me colocar de pé. Agora eu tinha duas opções, usar minhas recém-adquiridas habilidades para fugir ou me vingar daquele homem.

Claro que escolhi a segunda, foram 3 horas bem gastas de tortura, fiz aquele desgraçado pagar por tudo o que ele me fez. Após tortura-lo, eu o matei, sem qualquer piedade. Bastou apenas um soco para derrubar a parede e com um salto eu já estava a um quilômetro de distância do manicômio. Me escondi pela noite e fugi com a barca que veio deixar suprimentos no dia seguinte. Primeiro fui para um hospital, onde eles cuidaram da minha mão esquerda, agora eu não tinha mais o dedo anelar esquerdo.

Assim que minha mão estava curada, eu fugi do país. Agora estou morando aqui no Canadá, ainda tenho pesadelos quase todas as noites com o que aconteceu naquela ilha, vai ser uma coisa que eu nunca irei esquecer. Mas então, agora você sabe de toda a minha história, quero saber o que você vai fazer com ela. Vai guardar para você ou vai expor para o mundo? Para que juntos consigamos destruir essa maldita organização que faz testes em humanos. O que me diz, está comigo ou não?


Notas Finais


Espero que tenham gostado, se sim comentem o que acharam.


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