Seis meses se passaram. Se você pensa que eu fiquei sem fazer nada durante todo este tempo, está completamente enganado. Agora que estava vivendo em Toronto, no Canadá, passei a me dedicar em apenas uma coisa, desenvolver as minhas habilidades. De início, eu imaginei que era algo relacionado a controlar a minha aura, por conta daquela energia, porém eu estava enganado. O que eu fiz foi uma utilização muito bruta de energia mágica, eu havia usado apenas a energia pura, sem qualquer modificação nesta, o que é desvantajoso, pois eu gastei muita energia, sendo que eu seria capaz de desperdiçar menos.
Uma coisa eu já sabia, eu sou um usuário de magia. Agora eu precisava descobrir como eu poderia desenvolver estas habilidades, de que forma eu poderia me tornar poderoso o suficiente para destruir toda aquela organização maligna que estava sequestrando pessoas daquele jeito. Enquanto pesquisava, descobri diversas formas de magia que existiam: magia arcana, necromancia, magia negra, druidismo, alquimia, voodoo e tecnomagia... Esta última me chamou bastante a atenção, unir magia e tecnologia, que a princípio são dois opostos, parecia ser bem interessante e poderoso. Ainda me permitiria um domínio sobre computadores, o que me ajudaria a esconder minha presença deles. E então começou o meu treinamento, o primeiro passo foi encontrar material que me ajudasse a ter conhecimento teórico sobre o assunto, precisei fazer algumas viagens para algumas pequenas cidades onde houvessem indícios disto, inclusive encontrei alguns outros usuários de feitiçaria, que me auxiliaram bastante na procura.
Consegui cinco livros que tratavam bem deste conteúdo, então voltei para o local onde eu iria treinar – o porão de minha casa – e li aqueles livros até memorizar tudo que havia neles. Depois disso foi o momento de realizar o ritual de iniciação na tecnomagia. Não vou conta-lo, pois é arriscado você querer tentar, se fizer isso sem possuir uma aura mágica é capaz de morrer. Passei um dia e uma noite inconsciente após o ritual, meu corpo estava se organizando e se adaptando ao ritual que acabara de ser imposto sobre mim. Um tecnomago iniciado não é mais considerado humano, ao menos não completamente. Meu corpo passou a produzir, juntamente com as células normais, nanomáquinas que funcionam como células, porém sendo capazes de substituir qualquer tipo de célula e dar um condicionamento sobre-humano ao corpo e um controle preciso sobre o metabolismo e funções corporais. Meu cérebro se tornou mais poderoso que o CPU do melhor computador do mundo, minha capacidade de aprendizado e memória foram expandidos de tal forma que eu conseguiria aprender qualquer coisa em segundos.
Quando acordei, me senti completamente diferente. Minha força, velocidade, resistência e capacidade regenerativa aumentaram para níveis incríveis, meu cérebro estava tão poderoso que agora eu conseguia me comunicar e/ou controlar qualquer aparelho eletrônico num raio de 500 metros. Sentia como se fosse capaz de atravessar o país correndo e não ficar cansado. Meu cérebro estava sedento por conhecimento e eu não negaria isto a ele. Liguei o computador que havia em minha casa e minha mente já se conectou remotamente a ele, potencializando a internet e o processador dele para a velocidade que eu precisava. Em questão de minutos eu já havia adquirido grandes conhecimentos, já podia atuar como um médico, advogado ou engenheiro, conhecia mais de 20 línguas, algumas até mortas, como latim, hieróglifos e runas. Eu estava acessando páginas em velocidade bem acelerada, memorizando informações de 4 páginas em 0.5 segundos, me sentia mais poderoso que um supercomputador.
Agora que eu tinha conhecimento o suficiente, comecei a trabalhar em atualizações e adaptações, eu precisava estar pronto para uma luta, precisava de armas. E agora eu tinha o potencial para fabricar minhas próprias armas. Haviam duas exigências básicas: a primeira exigência é que elas deveriam ficar ocultas e o mais compactas possível, para que eu conseguisse andar por aí armado até os dentes e ninguém sequer percebesse isto; a segunda era que elas fossem construídas a partir de minhas nanomáquinas, pois seriam mais resistentes e eu poderia controlar com mais facilidade. Primeiro, eu precisava de um acessório de visão que me permitisse ter visão infravermelho e raio-x, além de me trazer informações acerca de assuntos desejados, este foi construído a partir de uma nanomáquina, que agora estava em tamanho macroscópico. Foi projetada para se assemelhar a um brinco, porém quando desejado ele projetaria uma tela de polímero na frente dos meus olhos, com as características que eu precisava.
O segundo equipamento iria ficar escondido quase o tempo todo, apenas quando eu o ativasse que ele iria aparecer. Este se tratava de dois braceletes de metal, um em cada pulso. Cada bracelete possuía uma abertura circular na parte inferior, seria por ali que eu iria soltar as macrocélulas que iriam se transformar nas armas durante o combate, estas células seriam armazenadas dentro do bracelete. No esquerdo ficariam as munições e algumas armas (no caso de espadas gêmeas e pistolas, que uma ficaria em cada mão) e no direito ficariam as armas propriamente ditas. Já tinha em mente uma espada, katanas gêmeas, um arco, pistolas, um rifle sniper e algumas granadas.
Dois dias depois e eu havia construído todas as armas, elas estavam armazenadas em meus braceletes e eu estava pronto para enfrentar meus inimigos. Já tinha deixado alguns projetos em minha mente, precisava de um holo-computador para ter acesso a ele em qualquer lugar, precisava lançar um satélite na órbita para ter meu próprio provedor de banda larga e também estava querendo fazer alguns upgrades no meu corpo, mas deixaria para depois desta primeira missão que eu havia formado.
Enquanto estava hackeando algumas informações sigilosas na internet, descobri que havia uma base de estudos de meta-humanos perto de Toronto, escondida no meio de algumas montanhas, a base estava ativa. Minha primeira missão seria ir até aquele prédio, resgatar os meta-humanos e matar todos os funcionários dali, explodindo o prédio logo após isto, não iria deixar nenhuma parede daquele lugar maldito em pé. Seria apenas um passo em direção à minha vingança, já que ainda haviam centenas de bases espalhadas pelo mundo.
Na madrugada de um sábado, por volta das 2:30 da manhã, eu já estava pronto e caminhando em direção ao local da base. Estava me sentindo muito animado, finalmente iria dar um bom golpe naqueles que haviam me torturado e mutilado...
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