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História Game Over - Turbilhão negativo


Escrita por: Pesadelo_Proxy

Notas do Autor


O capítulo de hoje está ó, uma bosta hehuehue
Dei uns últimos retoques agora enquanto dava a última revisada.

Capítulo 2 - Turbilhão negativo


Ben Povs:

Parece irônia do destino, mas Kessy veio parar justamente na mesma sala que eu. Não que eu não ache isso bom mas... sei lá, não vejo como isso pode dar certo. Essa turma não é lá a melhor da escola, aqui só tem criança problemática, valentões e aqueles que embora tenham notas boas, tem uma personalidade nojenta. Não vejo como ela se encaixa nisso.

Ah sim, por falar nisso, essa professora é nova, e ficará conosco até o ano acabar... se ela aguentar. Por ser nova e novas crianças terem sido transferidas para cá, ela decidiu fazer um novo jeito de apresentar todos aos novatos e de nos conhecermos melhor. Não sei se aprovo isso, mas eu aprovando ou não, não é decisão minha. Em resumo arrumamos as bancas em um único círculo, isso é bem idiota.

- Me chamo Ben, gosto de jogar e... odeio histórias de terror.

Os que vieram da mesma sala do ano passado devem ter percebido que sou meio medroso, e para o resto da escola isso não é novidade.

Senti alguma coisa tocar próximo ao meu pulso, encarei Karin que queria me passar um papel todo dobrado, mas antes de o pegar, olhei para quem provavelmente o enviou para mim.

Samuel é simplesmente desprezível, ele ama me importunar nas horas vagas. Eu bem que queria sacar qual é o lance dele comigo, eu sei que sou fraco e que ele é maior do que eu apesar de ser alguns meses mais novo. Ele também é melhor do que eu nos estudos e um jogador a altura... ou seja: ele é uma existência perfeita se comparada a minha.

Sua carinha inocente, e grandes olhos castanhos não são nada além de um disfarce, mesmo que os adultos saibam muito bem o tipo de criança que ali se esconde.

Abri o bilhete.

"Eae perdedor, pronto para o ano letivo?"

Já vou preparando o meu dinheiro do lanche... o bom é que sempre resolvemos isso com uma partida de algum jogo da preferência dele. Ele diz que assim é melhor do que tomar meu dinheiro na violência, já que evita complicações com nossos responsáveis, mas continuo chamando isso de roubo! Não é como se eu quisesse apostar meu dinheiro a troco de nada!

Me encolhi na cadeira e percebi que o de cabelos castanhos não era o único que me olhava, como também tinha a Kessy que logo interceptou para quem eu olhava antes.

Isso não vai dar certo.


Finalmente hora do recreio! Como o esperado ele vinha atrás de mim colocando o braço em volta do meu pescoço.

Se a intenção era me fazer sentir vulnerável... conseguiu.

E-ei! Não bagunce o meu cabelo!

- E aí, Ben? - me soltou. - Recebeu o meu recado naquela hora, né? Está pronto?

- Er... - meio inseguro abaixei o olhar para o chão. - Sam, eu posso dividir meu dinheiro com você... - estou com medo da resposta. - não precisa pegar ele todo.

- Oh pode?

Por um breve momento fiquei feliz pela possibilidade de ele aceitar um acordo.

- Quem sabe se me vencer entramos em um acordo? - sorriu.

- Sim... mas tem que ser um jogo rápido.

Sam assentiu.

- Hey Jason! - chama um dos amigos.- Traz uma folha e uma caneta.

- Vá pegar você! - respondeu rude.

- Deixa de ser chato e pega logo, ou quer que eu arraste sua cara na parede?

- Vem aqui e diz isso na minha cara. - apontou para si mesmo com o polegar.

Sem mais discussão, Jason pegou a folha de um caderno qualquer e ofereceu a própria caneta, eles são bons amigos apesar de agirem dessa forma um com o outro. Nunca os vi se batendo de verdade além de trocarem ameaças constantemente, vai ver é o jeito deles de demonstrar amizade.

Ficamos jogando o jogo da velha até sair o resultado final, eu venci... é estranho... parece até que perdeu de propósito.

Entreguei-lhe metade do valor, como o combinado.

Kessy veio ao meu encontro assim que eles saíram de perto de mim. Ela havia pego dois pães.

- Olha eu me esforcei muito para convencer a tia. - me entrega um deles. - E podemos dividir o suco... vi que demorou e como não apareceu na cantina, pensei que iria perder o lanche.

- A-ah... - até tentei recusar. - obrigado mas...

- Só aceita. - pisca. - É pra isso que servem os amigos.

Desde quando eu disse que somos amigos? Essa menina está apressando demais as coisas.

Eu ia agradecer Kessy por sua bondade de ter pensado em mim, porém de repente meu peito doeu de forma inexplicável.

- Aconteceu alguma coisa? Que gemido foi esse?

- Não foi nada! - falei com a mão no peito.

Que estranho, isso vem acontecendo desde a semana passada. Será que devo contar para meus pais?

Depois disso eu fui comprar meu próprio lanche, claro que devolvi o pão a mais que ela tinha me dado. Eu não como muito, então acho que o dinheiro que meus pais me dão para o lanche é um exagero.

Retornei para a sala.

Kessy conversava com uma novata, ambas pareciam estar se dando bem e riam bastante.

Como eu sinto falta dos meus antigos amigos, só me restou Wesley, mas ele anda meio afastado, tristonho... e não quer ter mais nenhuma relação comigo.

Dirijo o meu olhar para ele no canto da sala, sentado de cabeça baixa, ele está bastante abalado desde que o resto do nosso grupo desapareceu.

Caminhei até ele, após isso me sento na banca.

- Wesley. - ele me olha. - Quer?

Seus olhos são tristes, ele está mais pálido do que costumava me lembrar, também parece mais magro. Mas não o culpo, deve ser difícil não conseguir seguir adiante.

- De você eu não quero nada, já recebi muita coisa. - disse ríspido.

- Eu sei que não tem como esquecer o que nos aconteceu mas... tente se alimentar melhor, construir novas lembranças felizes... sorrir mais.

Eu não queria fazê-lo passar por tamanho sofrimento. Puxa, nós éramos quase irmãos! E mesmo não sendo culpa minha, eu... sinto que deveria ter feito algo.

- Bell era a mais nova, era a minha queria irmãzinha! - bateu na mesa. - Ela te via como um irmão... - põe a cabeça entre os braços na banca. - assim como eu.

Posso não compreender o nível do seu sofrimento, ou mesmo não saber nada sobre.

Eu sinto falta daqueles dias, me sinto solitário de algum jeito.

Eu fiquei feliz quando eles apareceram e... estranho quando começaram a desaparecer a dois anos atrás.

- O que há com ele? - uma voz diz atrás de mim.

- ...

Decidi sair dali enquanto comia. Como Kessy é curiosa, veio atrás de mim, quando ela vai arrumar os próprios amigos e desgrudar um pouco de mim? Não gosto de ser observado dessa forma.

Kessy Povs:

Ben está um pouco quieto hoje, mais do que de costume já é. Julgo eu que esteja preocupado com algo, parece estar pensando. Devo deixar ele assim?

O que é isso que acabei de escutar? É a musiquinha do carro do sorvete!

- Vamos, preciso comprar um! - olhei para o menino antes de sair correndo.

Eu sei que ele vai se sentir melhor depois de tomar sorvete. No entanto... cadê esse bendito? Ah ali está! Quase na esquina.

De repente um par de mãos cobriram minha boca, me puxando para trás.

- Ben? - olhei para o loiro que parecia bem nervoso olhando para o carro.

Foi então que eu vi o sorveteiro puxar um garoto para dentro, só precisei forçar um pouco o braço de Ben para baixo.

- Ei você! - gritei.

Sei que não é uma boa ideia, mas se eu começar a gritar, talvez alguém perceba o que está acontecendo... mesmo a rua sendo tão vazia.

- Não o chame! - o ouço dizer desesperado.

Consigo me desvencilhar dos braços dele, mesmo com Ben tentando me agarrar, apenas o deixei com minha mochila depois que saí correndo. Não é possível que não tenha um adulto nessas casas!

- Devolva o menino! - me aproximo. - Soc...

De repente o homem se debruçou para fora agarrando meu cabelo e puxando para sua direção, gritei para que me soltasse, mas assim que meu corpo já estava próximo suficiente da lataria, também fui puxada para dentro.

- Kessy! - Ben me chama.

Enfim alguém apareceu além de nós, mas fui jogada de uma vez no chão da vã, caindo em cima de alguma coisa. Eu olho para o menino que parecia bastante assustado sentando em um canto, abraçando as pernas.

Resolvi me juntar a ele para tentar o consolar.

A van arrancou.

- Hey... qual é o seu nome? - tentei demonstrar ser de confiança.- Me chamo Kessy Faith.

- Nós vamos morrer, para quê precisamos de nomes agora? - se encolheu mais.

Céus, estou encrencada, deveria ter pensado mais antes de tentar ajudar esse menino. Ele talvez tem razão, nós vamos morrer.

Ben Povs:

Eu não sei o que fazer, então numa tentativa desesperada joguei a mochila para dentro da cabine do motorista para o acertar. Não surtil efeito e ele partiu.

Tentei correr atrás, gritando, mas é óbvio que não iria conseguir acompanhar um automóvel, então parei.

Droga! Eu tentei, não tentei?! Mas Kessy tinha que se intrometer no sequestro dos outros. O que devo fazer? Não posso deixar isso ficar assim!

Olhei para o alto procurando alguma câmera, depois de localizar uma, olhei para o relógio no meu pulso.

Vou para casa dizer aos nossos pais o que aconteceu... eles vão saber o que fazer, né? Eles são adultos, sempre sabem como resolver qualquer coisa!


Com um pouco de esforço consegui voltar para casa, tão nervoso como estava era como se minha mente desse um branco.

- Mamãe! - grito pela casa quando chego.

Ela deve estar em algum lugar! Kessy, seja forte.

- Ben?

Corri pela casa até entrar por uma porta, assim que a vejo, sem pensar duas vezes a abracei com todas as minhas forças.

- Ben, o que foi? - me perguntou mexendo nos meus cabelos. - Está assustado e tremendo... Está chorando por quê?

Tentei o máximo que pude, mas minhas frases sempre saiam confusas... preciso me controlar, me acalmar. Respirei fundo e dessa vez saiu, cheio de rodeios mas consegui dizer o que aconteceu.

Depois disso percebi que atrapalhei o banho dela, e também sujei a cerâmica. Mamãe agarrou uma toalha antes de sair do banheiro, o chuveiro ainda estava aberto, então tive que ir fechá-lo no lugar dela.

Finalmente desci para a sala, mamãe estava molhada, porém vestida, tentava secar o cabelo enquanto falava com alguém do outro lado da linha.

Eu realmente não sei mais o que fazer, depois de falar com a polícia, mamãe foi correndo avisar a família da Kessy.

Eu deveria ter sido mais persistente, mas ela conseguiu se soltar... foi tão fácil e rápido.

Saí de dentro de casa para me sentar no balanço da árvore.

- Ei garoto. - uma estranha me chama.

Não precisei me esforçar para encontrar a dona da voz, uma menina de cabelos castanhos e olhos verdes do outro lado da cerca. Ela estava séria.

Enxuguei as lágrimas e fui na direção dela.

- Estava chorando? - me encarava.

- N-não... - provavelmente meu rosto deve estar muito vermelho, não admiro que ela tenha notado que estava chorando.- O que você quer?

A menina me chama para mais perto, eu me aproximo.

- Como não? - sorriu de canto. - seus olhos estão avermelhados ao redor e o mesmo acontece com seu rosto. - ela me dá um peteleco na testa.

Quem ela pensa que é para ter tanta intimidade comigo?

Mais algumas lágrimas escorreram antes de novamente eu as secar.

- Não precisa chorar, sua amiga sumiu né? - eu assenti automáticamente.- Escuta loirinho... Eu cuidei disso por você. - sussurrou. - Me deve uma, viu. - sorriu.

Senti meu peito apertar. Por que ela diz uma coisa absurda como essa? Isso não é legal, muito menos engraçado.

- Não brinque com uma coisa dessas! - gritei.

- Mas é sério, realmente fiz isso! - dessa vez ela quem fica brava. - Não me subestime.

A menina na minha frente fazia uma careta com os braços cruzados.

- Quer mesmo que eu acredite nisso? Não seja idiota! Pare de mentir para mim e saia daqui!


Notas Finais


Oh, eu realmente gosto do próximo capítulo, estou fazendo tudo certinho.
E tudo indica que terei meus novos óculos, ou seja: nada do meu olho direito me incomodar com essa merda de duplicação. Sério, é estranho.
Com isso também poderei detectar quando sair um "i" acentuado com mais facilidade kkk


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