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História O Médico Louco - Uma má ideia


Escrita por: Almafrenz

Notas do Autor


Olha a Alma de volta, pessoal!
Alguém ainda lembra da minha pessoa? (silêncio mortal precede a pergunta...). Tudo bem, demorei um pouco para trazer a terceira temporada, mas é que a coisa foi complicada nesses últimos meses... no entanto, tomem pelo ponto positivo, levei meses para trazer uma temporada nova, mereceria levar bandas de tijolo se eu levasse meses para trazer um capítulo novo, aí seria muita tortura, prometo manter as atualizações como de costume (todo sábado), não vou torturar vocês com demora nas postagens dessa temporada, srsrs...
Agora vamos para os avisos de costume:
1 – Fanfic sem Beta, ou seja, ninguém mais além da minha pessoa leu a fic antes de postar para vocês. Caso esbarre em algum deslize provocado pela minha pressa na em escrever e postar, não entre em pânico, respire fundo, seja um ninja altruísta, desvie e siga adiante.
2 – Enredo com teor homossexual. Se você não gosta desse tipo de conteúdo e caiu aqui acidentalmente passando por todos os avisos sem perceber, direcione o cursor do seu mouse para a delicada seta no canto superior esquerdo da página e dê um gentil clic e seja feliz.
3 – As atualizações desta fanfic podem ser esperadas todos os sábados (prometo me esforçar para cumprir essa meta).
4 - Capa elaborada por mim!
5- Esta fanfic possui trailer, pesquise no Youtube copiando e colando o título da trama na caixa de pesquisa, assista e dê o seu joinha caso aprecie o trabalho.
6 – Se não leu “o último sorriso” e “o vendedor de livros”, sugiro que leia-os (na ordem citada) antes de ler “ o médico louco”, isso ajudará você a se orientar diante de algumas referências.
7 – A autora se sente muito estimulada mediante oferta de comentários e compartilhamento de experiência de leitura, então não se acanhe, deixe suas preciosas impressões no setor de comentários. Beijos a todos e boa leitura!
8- Tem livro meu na Amazon, gente, deem umas estrelinhas no meu livro por lá, ficarei feliz ;-)
9- Quem tiver interesse na versão física de o Médico Louco (que está linda) é só usar o link no final deste capítulo.

Capítulo 1 - Uma má ideia


Fanfic / Fanfiction O Médico Louco - Uma má ideia

A mulher pálida e desorientada sobre a maca em seu consultório fazia John recordar que, não importava quantas jovens ele já tinha atendido em situação semelhante, ele sempre iria ficar espantado com o que algumas noivas fazem para caber no vestido dois a três números abaixo do que realmente vestem. Aquela era a terceira só naquela semana, ao que tudo indicava, estavam todas desesperadas para perder peso até a primavera.

O médico encerrou sua avaliação fazendo um gesto para que a paciente sentasse, o que ela fez com notável esforço e lentidão. O médico suspirou e ofereceu ajuda para que a mulher se postasse confortavelmente sentada e em seguida falou:

– Senhorita Allen, dietas de privação alimentar não é o meio mais seguro para a perda de quilos extras com a finalidade de entrar no vestido de noiva. Vou encaminhá-la para uma nutricionista para orientá-la a conseguir perder alguns quilos. Afinal, se continuar deixando de comer, não lhe restará forças nem para andar até o altar para se juntar a seu noivo.

            “...e muito menos para a noite de núpcias”, John pensou sentindo um leve sorriso dançar em seus lábios. Se o noivo da sua paciente tivesse metade da energia que Sherlock tem na cama, ela teria que poupar cada caloria que pudesse ser convertida em energia para esse momento. Há três noites Sherlock realizou a revanche por ter sido algemado no espelho da cama pelo médico e levado várias vezes ao orgasmo há algumas semanas. A desforra do detetive começou às oito da noite e terminou às cinco da manhã com um médico desmaiado de exaustão, porém, muito feliz.

– Está pensando na sua esposa? – a noiva perguntou curiosa despertando John para o fato de que ele estava com um enorme sorriso no rosto.

– Sim... não! Quero dizer... bem, nós não somos casados, mas sim eu estava pensando em alguém especial para mim. – o loiro respondeu atrapalhado.

– Parece ser uma pessoa muito especial mesmo, dá para ver na sua expressão de felicidade. Por que você não a pediu em casamento ainda?

– Oh, não é ela, é ele... – John respondeu meio encabulado.

– Não me diga que esse é o motivo para não ter proposto casamento, doutor! O senhor deve conhecer um pouco das leis do nosso país, o casamento gay já é perfeitamente legal aqui. – afirmou a noiva com uma energia que John achava que ela não tinha devido à privação alimentar que se auto-impôs para perder quilos.

– Sim, eu conheço um pouco das leis britânicas e a senhorita deve conhecer agora a Dra Emília Otha na quinta porta à esquerda no corredor, ela vai informá-la das regras básicas da reeducação alimentar para emagrecer com segurança e não desmaiar na porta da igreja, senhorita. – o médico desconversou assinando o encaminhamento à nutricionista e esticou a folha para a paciente fazendo um gesto para que a mesma tomasse o rumo do consultório da outra profissional.

            A noiva pálida era sua última paciente do dia, John olhou o relógio e viu que daria tempo para passar no mercado, tinha verificado a ausência do seu chá favorito quando procurou por algum vestígio do produto na noite passada, e ele achava que essa quebra de rotina havia feito com que ele consumisse mais café do que o habitual durante o serviço, a bebida deixou um gosto muito esquisito em sua língua. Decididamente o café daquela sexta-feira estava digno de queixa.

            Ao por o pé na calçada do hospital, o loiro foi recebido pelas primeiras gotas de uma chuva modorrenta que ainda assolava Londres naquele final de novembro, obrigando-o a levantar a gola do casaco grosso e a armar seu guarda-chuva enquanto tentava obter algum táxi.

            Quando o médico entrou no mercado, felicitou intimamente o sistema de aquecimento do ambiente, os 10°C que desciam na rua, perfuravam a carne dos transeuntes dando a impressão de cristais de gelo estarem se alojando impiedosamente em seus ossos.

            Depois de escolher frutas e alguns cereais, John dedicou-se a escolha de seu precioso chá, intimamente contente de poder contar com uma xícara quentinha da bebida mais tarde nesta noite fria. Quando havia se dado por satisfeito com sua compra, seus olhos pousaram em um exótico pote de geleia de pimenta que se destacava com seu vermelho translúcido quase febril na prateleira branca, fazendo sua boca salivar com as possibilidades de degustação que assaltaram sua mente de forma quase vertiginosa. E não, as possibilidades não tinham nenhuma conexão com pães, bolos ou biscoitos.

            Em segundos o pote de geleia de pimenta estava no cestinho do médico. Sua exultante satisfação com seu pote de geleia exótica esfriou quando a voz metálica do leitor de código de barras no caixa acusou erro na leitura do pacote de chá.

– Ah, não! Está de brincadeira, né? – o médico resmungou recordando sua última experiência com o leitor de código de barras.

            Ele respirou fundo e tentou passar o produto novamente e, para seu desgosto, a máquina voltou a acusar o erro.

– Qual é seu cérebro de lata, eu quero tomar o meu chá hoje, ok? – o loiro protestou em um tom um pouco mais alto chamando atenção de outras pessoas na fila.

– Talvez o código na embalagem esteja amassado, amigo. – disse um rapaz sardento com uma camisa dos Holliston. – Olhe só. – Disse escavando um pacote do mesmo chá em seu carrinho de compras, passando-o em seguida pelo leitor que disparou um tranquilo sinal de leitura reconhecida, adicionando o produto à soma da compra do médico. – Pegue esse, eu coloquei mais do que devia no meu carrinho.

– Nossa, obrigado. – John agradeceu com profunda sinceridade.

            O trajeto para o 221-B naquela noite pareceu mais longo do que o habitual, John tinha a impressão estranha de que demorara tempo excessivo em algum lugar ao longo do curto caminho, mas atribuiu esse pensamento ilógico ao seu cansaço e ao estresse no caixa do mercado.

As ruas estavam vazias em seu entorno, culpa quase que total da chuva fina que precipitava-se sem parar. John sentia-se cansado e por um momento sentiu-se meio zonzo, sua mente parecia lutar contra alguma informação indefinida, no entanto ele continuou a caminhar empunhando seu guarda-chuva e segurando suas sacolas. Ao entrar no apartamento, encontrou Sherlock sentado em sua poltrona perto da lareira acesa e o homem parecia relaxado, perdido no monótono som que produzia beliscando a corda Sol do seu violino.   

– Boa noite, Sherlock. – o médico saudou tomando o rumo da cozinha. – Espero que não tenha colocado nenhum pedaço de cadáver na geladeira hoje!

– Já disse que a sua esperança é vã, John. – o detetive respondeu parando de repuxar a corda do seu instrumento. – Você demorou hoje. É estranho, pois é sexta-feira, seu último paciente deve tê-lo deixado às dezoito horas, há poucas pessoas na rua, então você levou menos de um minuto para conseguir um táxi, o trajeto de táxi do hospital para o mercado onde você provavelmente foi comprar o chá que estava em falta ontem, é de 12 minutos com o trânsito livre desta noite. Depois de chegar ao mercado deve ter levado algo em torno de 38 minutos escolhendo os outros itens que traz nas sacolas, e de lá para cá são apenas mais cinco minutos a pé, como presumo que você veio, levando em consideração a sua capa úmida e gola erguida à altura do pescoço e o guarda-chuva ensopado, de modo que deveria estar aqui no máximo às sete,  e já são sete e meia da noite. Isso quer dizer que você demorou trinta minutos a mais para chegar. Então... Feitas essas considerações, responda a pergunta: o que aconteceu?

­– Trinta minutos? Nossa, nem percebi que tinha sido tanto...tem certeza? – o médico indagou pondo as sacolas de compras sobre a bancada da pia já que a mesa estava repleta de tubos de ensaio.

– Tenho. – o detetive respondeu e entrou na cozinha encarando-o como um falcão curioso.

– Que seja... Obrigado por me mostrar o quanto sou previsível... – John resmungou começando a arrumar as compras em seus lugares – A culpa foi do leitor de código de barras, ele atacou novamente. Recusou-se a reconhecer o código do pacote de chá que escolhi.

– Não me diga que você voltou a discutir com uma máquina. – Sherlock disparou com um meio sorriso debochado.

– Eu discuti, sim, e daí? Ela me deixa nervoso! Eu não entendo, só pode ser marcação comigo!

– John... Isso não faz sentido, é só uma máquina. – o detetive disse entre abismado e divertido. – Você desistiu do seu chá?

– Não, fui salvo por um rapaz que me cedeu o pacote do carrinho dele. Ao que tudo indica, o meu pacote estava com alguma rasura no código... Vou ter mais atenção com isso da próxima vez... – o médico murmurou como quem faz uma anotação mental. – Você vai querer chá?

– Não, obrigado, eu preciso de um novo caso, isso sim! Tenho a impressão de que os criminosos dessa cidade preferiram dedicar as últimas noites de outono para tomar chocolate quente perto do fogo enquanto escovam o pelo de felpudos gatinhos persas! Estou com tédio! Muito tédio! Nada de interessante aparece há tempos!  – reclamou o detetive voltando para sua poltrona para tamborilar os dedos no braço almofadado do móvel.

– Tenha paciência, algo vai aparecer, ok? Nem que eu precise fabricar esse algo para te tirar do tédio. – o médico brincou pondo a água para esquentar e em seguida, parecendo lembrar-se de algo, puxou uma das sacolas e desencavou uma lâmpada média. – Comprei uma lâmpada nova para o seu abajur de cabeceira, notei a luminosidade falhando ontem.

 – Oh, sim, obrigado. Você poderia trocar para mim? Não estou com paciência para trocar lâmpadas. – o detetive pediu escorando a cabeça no encosto da sua poltrona fechando os olhos em seguida.

– Claro. – anuiu o médico de forma resignada. – não exploda nada enquanto estou no quarto verificando seu abajur, ok?

            O detetive abriu a boca para vir com alguma resposta indignada, mas John não ficou para ouvir. Chegando ao quarto, ele rodeou a cama para pegar a luminária que guarnecia o criado mudo do detetive, realizando rapidamente a troca da lâmpada.

– Pronto, está novinho em folha. – declarou para si mesmo ligando e desligando o lume testando-o e em seguida levantou-se para voltar à cozinha.

            No entanto, reteve sua retirada ao perceber o pedaço de uma das camisas de Sherlock prensada para fora da porta do guarda-roupas.

– Desse jeito fica difícil ter camisas impecáveis, Sherlock. – John murmurou balançando a cabeça enquanto abria a porta do móvel para sacudir a peça para trás.

            A sacudida que a peça levou provocou um abafado som de deslocamento entre as roupas, fazendo uma caixa de papelão escuro rolar aos seus pés revelando um pequeno objeto retangular de média espessura que fez seu coração falhar uma batida.

            O longínquo apito da chaleira indicando a temperatura ideal da água para seu chá, arrancou John do seu leve torpor. Rapidamente ele juntou o objeto, lançou dentro da caixa e o repôs no fundo do guarda-roupas,  seguindo depois para a cozinha com a expressão mais calma que pode formar.

O chá foi preparado diligentemente e depois despejado de forma cuidadosa na xícara de porcelana que se envolveu em um gracioso vapor adocicado prontamente inalado pelo médico com crescente satisfação antes de caminhar até sua poltrona para sentar-se nela de frente ao namorado, dando o seu primeiro gole no líquido aquecido e aromático. Sua expressão era de puro prazer.

– O chá está bom? – o detetive perguntou encarando-o.

– Si, está... muito bom – disse dando outro gole encarando o moreno.

– Está quente?

– Quente o suficiente.

– Ah, entendo... quente o suficiente – o detetive repetiu mordendo o canto direito do lábio inferior.

– Tem certeza que não quer um pouco?

– Sim, pois na verdade, eu quero outra coisa. – o moreno respondeu lambendo os lábios.

– Se eu puder ajudar... – John dispôs-se.

– Oh, sim, acho que você pode. – Sherlock respondeu levantando-se graciosamente.

            John voltou a tomar outro gole da sua bebida quente observando seu companheiro se aproximar como um felino exigente lhe cravando o olhar de pupilas dilatadas. Era óbvio para o loiro, quais eram as intenções do detetive por traz daquelas perguntas tão simples.

            O médico deixou sua xícara de lado e permitiu ter a boca tomada por um beijo profundo, admitindo a intrusão de uma língua que pressionava com firmeza as paredes internas de sua boca com uma força e vontade que o estava conduzindo a uma falta de ar com a qual estava longe de se importar.

            Mãos longas e firmes agarraram o colarinho da sua camisa puxando-o para cima e o médico sentiu-se envolver em um abraço quente e toques excitantes que varriam seu corpo, puxando as pontas de sua roupa para ter acesso à pele, apertando, alisando e aquecendo. O prazer que sentia ao toque daquelas mãos longas e ávidas, o deixava tonto, mergulhado em um êxtase quase narcótico, dentro do qual respirar era um detalhe recorrentemente negligenciado.

            Quando sua consciência estava perdendo a noção de tempo e espaço, sentiu Sherlock puxá-lo para o corredor por onde ele o seguiu meio cambaleante. John Watson nunca foi um sujeito para vícios, não fumava, bebia socialmente, não experimentara químicos ilícitos, mas se Sherlock Holmes fosse catalogado qualquer dia desses como uma droga, John não teria problema em assumir-se totalmente viciado e nenhum pouco disposto a combater sua dependência.

            Ele não percebeu o momento no qual atravessou a porta do quarto e a próxima coisa que ele sentiu assim que notou o ambiente a sua volta, foi as mãos exigentes do seu companheiro expulsar os botões da sua camisa das respectivas casas enquanto esfregava o nariz na curva do seu pescoço, enviando-lhe irresistíveis faíscas de prazer pelo corpo fazendo-o gemer em antecipação às coisas que o detetive pretendia realizar com ele naquela noite.

            Uma das novidades que o médico descobriu sobre seu colega de apartamento depois que iniciaram uma relação amorosa foi que, nas fases de tédio, Sherlock canalizava boa parte da sua energia nervosa e ansiedade para o sexo, fazendo-o um homem sexualmente hiperativo e quase insaciável. John não se queixava dessa novidade.

            Depois de ter a camisa desabotoada, sentiu as mãos do namorado deslizarem para sua calça desabotoando-a e puxando a peça até a altura dos seus joelhos  junto com sua peça íntima, expondo seu baixo ventre excitado. No momento seguinte o loiro sentiu-se ser girado e estimulado a apoiar o tronco sobre a beira da cama. Beijos quentes foram salpicados em sua nuca e mãos firmes alisaram suas nádegas expostas mergulhando-o em um quase completo estupor que foi quebrado com a sensação áspera e escaldante da ereção do detetive invadindo o ponto rugoso entre seus glúteos.

– Oh! Céus! – John grunhiu apertando os olhos subitamente lacrimejantes com a ponta inicial de desconforto.

– Em poucos segundos te levarei a ele, John e prolongarei sua estadia por um tempo razoável no paraíso... – Sherlock murmurou meio arrogante respirando asperamente perto do seu ouvido.

            John quase chegou ao ápice só em ouvir a promessa de prazer prolongado.

            Os movimentos começaram em ritmo médio nos primeiros segundos, enquanto o moreno buscava ângulos melhores para enterrar sua ereção o mais completamente possível, depois de encontrado o ritmo e o ângulo,  o detetive afundou as mãos firmes no  flanco do parceiro puxando-o com firmeza de encontro aos seus golpes acelerando-os dentro do loiro que pressionava a boca contra os lençóis na tentativa de abafar seus gemidos.

            John estava bem próximo de estourar sua satisfação sobre a beirada da cama, quando sentiu Sherlock retirar o pênis de dentro do seu canal para arrancar-lhe totalmente a calça e a cueca, atirando as peças para o canto da parede perto do criado mudo, fazendo o mesmo com suas próprias calças.

            O médico foi puxado para o meio da cama, posto de lado com uma das pernas levantada por uma mão forte, voltando a receber a penetração do membro túrgido do seu companheiro deitado atrás dele impondo-lhe penetrações ávidas somando-as a beijos em seu pescoço, orelha e têmpora. John gemia livremente, totalmente perdido na sensação de êxtase narcotizante que cravava suas garras poderosas por todo o seu corpo que sacudia celeremente no ritmo imposto pelas investidas dos quadris do detetive.

            Estava tudo se Acumulando novamente de forma sufocante e deliciosa em seu corpo para o seu clímax quando mais uma vez Sherlock decidiu mudar de posição. John sentiu os longos braços do detetive envolverem seu tronco e, como uma habilidade surpreendente, ajustá-lo para conseguir ser montado pelo médico.

            John estava meio desorientado com a mudança súbita de posição, mas foi despertado por incisivos movimentos ascendentes que o quadril do detetive estava realizando no sentido da sua abertura, jogando-o violentamente para o alto. O médico apoiou as mãos suadas e trêmulas no peito do moreno, aceitando de bom grado a delirante montaria que parecia querer parti-lo em dois enquanto o prazer rasgava suas veias e seu cérebro entrava em alerta de curto-circuito pelo acúmulo de sensações esmagadoras que buscavam desintegrá-lo em milhões de partículas de si.

            John balbuciava coisas incoerentes montado em Sherlock, quando o detetive ergueu o tronco e removeu a camisa amassada que ainda pendia no corpo médico, atirando-a junto com a própria aos pés da cama, ficando ambos finalmente inteiramente nus para em seguida fazer o parceiro deitar de costas nos lençóis sob seu corpo longo, encaixado entre as pernas do loiro que envolveu seu pescoço com ambos os braços puxando-o para mais perto, formando um casulo de dois corpos suados e irmanados no prazer compartilhado.

            Sherlock buscou os lábios do seu namorado balbuciante e sugou-lhe o ar com um beijo exigente enquanto voltava a penetrá-lo com vigor, fazendo-o gemer ininterruptamente dentro da sua boca.

            John estava prestes a perder os sentidos, totalmente embalado no êxtase do seu orgasmo que estava chegando para aliviá-lo, quando a mão do detetive segurou a base do seu falo.

– Ainda não... – Sherlock reclamou sem parar as penetrações.

– Por favor Sherlock... é o suficiente... – John implorou necessitado de atingir seu clímax depois do que lhe parecia horas de atividade sexual sem interrupção.

– Tenha paciência. – o detive disse estourando um beijo em seu pescoço, metendo seu pênis mais fundo em John.

– Você vai me matar, Sherlock... – John gemeu sentindo o conflito entre os alertas do seu corpo de que seu orgasmo estava pronto para estourar e a pressão na base da sua ereção escura dizendo que não era possível concluir o clímax.

– Sim, John... de prazer. – Sherlock murmurou ao seu ouvido com um toque de riso nos lábios.

            Sherlock manteve as penetrações ainda por longos minutos, tempo este que John tinha a impressão de que perderia os sentidos a cada nova investida que esmagava precisamente sua próstata esgotando toda a sua força para gemidos. Quando finalmente o loiro sentiu a pressão em seu falo sair, ele mergulhou nos efeitos da eclosão quase extenuante de esperma que o sacudindo por inteiro como uma corrente de alta voltagem, fazendo-o apagar por alguns segundos enquanto Sherlock convulsionava sobre seu corpo injetando seu gozo quente e pegajoso em seu interior.

            Quando John voltou a ter noção de tempo e espaço, percebeu-se envolto nos braços de um Sherlock muito sereno que, apesar dos olhos fechados, não estava dormindo, estava apenas relaxado depois do prolongado exercício sexual. O médico sentia-se exausto, mas não estava se queixando, a maratona de posições foi boa em sua opinião. Além de quase insaciável, Sherlock era um companheiro criativo de modo que era impossível cair numa rotina na alcova.           

Ambos ficaram longos minutos um nos braços do outro, Sherlock apreciando o relaxamento que o sexo lhe proporcionara e John recuperando o equilíbrio motor e a sanidade de sua mente entorpecida pelo orgasmo. John amava esses momentos, a sensação boa de pertencer e ter alguém tão singular. Ele sempre quis algo assim, agora ele tinha e queria ter isso pelo resto de sua vida.

            Esse pensamento fez com que uma melindrosa ideia que o perseguia há dias, se esgueirasse feito um demônio sedutor para frente e o incitasse a verbalizá-la. “Por que não?”, ele se perguntou, se remexendo nos braços do namorado relaxado. “É uma má ideia”, algo respondeu dentro de sua mente e ele se encolheu tentando fugir de uma possível verdade. “Como ter certeza?”, ele se perguntou e já sabia a resposta, ele tinha que fazer a pergunta fatal, então ele respirou fundo e perguntou:

– Sherlock, você quer casar comigo?

– Casar? – Sherlock indagou desenlaçando o braço que envolvia a cintura do médico para encará-lo melhor. 

– É, casar, trocar alianças, ser marido e marido... Nossas leis permitem isso.

– Sei que permitem.

– Então? Quer casar?

– Não.

–Não?! – John sentiu-se dormente como se todo o sangue tivesse sido drenado do seu corpo.

– Você ouviu. Não quero casar, casamento não faz o meu estilo e pensei que você soubesse que eu me considero casado com a minha profissão. O matrimônio é uma convenção tola. Você certamente iria chamar para a cerimônia uma dezena de sujeitos que acha que são seus amigos, mas que na verdade te odeiam, já escrevi um detalhado artigo sobre ódio reprimido totalmente inspirado neles, você já leu?

– Não... – John suspirou amargurado.

– Pois deveria. Finalizando a conversa: eu não ligo para convenções.

– Mas eu ligo, Sherlock. – o médico disse sentando-se na cama.

– Por que isso agora? Não está bom do jeito que estamos? Nós dividimos a mesma cama, fazemos sexo e outras coisas que casais fazem, é suficiente.

– Não para mim.

– Como assim?

– Eu quero que nossa relação seja oficial, eu sempre busquei alguém por quem me apaixonar e casar, eu sempre sonhei em ter uma esposa e...

– E filhos. – Sherlock completou de forma irritada encarando-o sombriamente. – Só que, ora, vejam só! – disse apontando para a própria virilha. – Eu sou um homem! Eu não posso ser sua esposa e nem mãe de seus filhos, John, sinto muito. – pontuou se levantando para catar roupas para vestir-se – Não, pensando bem... – ponderou de forma teatral enquanto deslizava as calças sociais pelas longas pernas após ter posto a cueca. –  Não sinto muito, não,  ser a esposa sensível cercada de filhos esperando o marido voltar do trabalho para massagear-lhe os pés seria um tédio, um perfeito inferno, então estou muito feliz em não poder satisfazer o seu sonho colorido de uma família feliz numa casinha com cerca de madeira pintada de branco, margaridas na janela e um cachorro no quintal. – finalizou rumando a passos duros para a porta enquanto abotoava sua camisa.

– Sherlock...hei, para onde você pensa que vai? – John indagou levantando da cama puxando o lençol para cobrir sua nudez.

– Para um lugar mais divertido.

– Que local? – John perguntou o seguindo pelo corredor até a sala.

– O necrotério do São Bartolomeu! De repente lembrei que ainda não testei os níveis de machucados que uma folha de papel pode provocar dependendo da tensão da matéria em contato com a pele humana – respondeu pondo o sobretudo sobre o corpo para depois enrolar o cachecol em torno do pescoço.

– Sherlock, pare... Vamos conversar direito... você está distorcendo as coisas...

– Não estou, você é que está fantasiando um conto de fadas comigo.

            John suspirou fundo e virou o rosto encarando as janelas da sala.

– Oh, você está decepcionado? – o detetive zombou.

– Excelente dedução, Sherlock. Sim, estou decepcionado. – o médico voltou a encará-lo com expressão sinceramente chateada.

– Você está me confundindo com outra coisa, John! Príncipes encantados não existem! E se eles existissem, eu não seria um deles.  

– É claro, claro que não seria, porque príncipes encantados não guardam com tanta devoção por tanto tempo o celular de uma mulher com quem andou flertando há séculos, mesmo estando com outra pessoa. – John disparou.   

– Do que você está falando?

– O celular de Irene Adler, pensa que eu não sei? Você o tem muito bem guardado na sua caixinha de preciosidades em seu guarda-roupas!

– Esteve revirando minhas coisas?

– Eu não revirei nada, eu fui colocar um peça de roupa sua lá e a caixa rolou, o objeto caiu e eu não pude evitar! Você ainda pensa nela, mesmo estando comigo! – o médico acusou apontando-lhe nervosamente o dedo indicador na cara.  

– Isso é um absurdo, John! Sendo assim eu poderia acusar você de pensar em suas ex-namoradas. – Sherlock rebateu.

 – O quê?

– Pensa que eu não sei que você ainda guarda os ingressos da noite circense daquele grupo de chineses mafiosos a qual você foi com a Sarah?

– Você foi junto!

– Contra a sua vontade. Você queria estar sozinho com a médica e guardou os ingressos para se lembrar dela!

– Eu os guardo porque é uma lembrança de um dos nossos casos, Sherlock!

– Ótimo, porque eu também guardo o celular como lembrança de um dos meus casos.

– Sabe que essa afirmação soou estranha, não é? – John perguntou franzindo a testa.

– Não, não soou estranha porque você sabe o que eu quis dizer. Você está fazendo tempestade na tampa de um colírio. Está delirando! – o detetive disse saindo da sala e dando passos apressados pela escada rumo à porta da rua sendo seguido de perto pelo médico.

– Talvez eu estive delirando, mesmo! – John respondeu em um tom um tanto alto para em seguida baixar a voz temendo perturbar os vizinhos e concluiu em um sussurro ácido. – Talvez, estive preso a um prolongado delírio enquanto pensava que você me amava! Você nunca disse isso, afinal. Talvez eu estive confundindo seu desejo com amor, sei que ambos são perfeitamente diferentes... o problema é que eu quero muito mais do que satisfação de desejos, Sherlock.   – o médico informou sério.

– Está sendo infantil, John. – o moreno pontuou de forma áspera. Cobranças emocionais o deixavam nervoso e um pouco irritado.  

– Talvez tenha razão. Sim, você sempre tem razão. Tenho sido infantil em acreditar na gente, desculpe se esperei demais de você. – o médico falou tomando o rumo do apartamento deixando o detetive na soleira da porta da rua assistindo-o subir as escadas, passar pela porta e fechá-la de uma forma assustadoramente calma.  

Sherlock ficou parado pestanejando repetidamente diante do estranho paroxismo entre a expressão de vulcão prestes a explodir que atravessava a face do ex-militar enrolado no seu lençol e a sua suave retirada para o apartamento que ambos compartilhavam.

Algo lhe dizia que o contraste era algo como a combinação de compostos geradores da nitroglicerina. Desse modo, um estranho dilema se instalou em sua mente: subir e tentar esclarecer alguns pontos distorcidos na conversa recém-encerrada e arriscar-se a uma briga para o quarteirão inteiro ouvir e chamar a polícia, ou seguir para o pacífico ambiente do necrotério.  Afinal, uma folha de papel seria capaz de provocar um ferimento sério? Essa era uma boa questão para distrair-se de problemas domésticos.

Depois de alguns segundos ponderando suas alternativas, seu pé moveu-se para o primeiro degrau no sentido do apartamento, disposto a correr o risco de ter que se explicar com a polícia metropolitana, mas nesse momento seu celular tocou.

Sherlock atendeu. Era Lestrade e o resumo de um caso.  

– Estou indo. – o detetive sentenciou voltando-se para a porta da rua.

            A rua estava vazia e a chuva insistente havia dado uma trégua, tecendo um silêncio agourento que para as almas mais sensíveis, poderia ser prenúncio de coisas muito ruins. Para Sherlock, a cortina de um espetáculo macabro se levantaria nessa noite e um jogo mortal iria começar.   


Notas Finais


Então? Alguém aí está com alguma curiosidade para saber em quais mistérios nosso amado detetive vai se meter dessa vez? Aguardo as impressões de leitura de vocês. Beijos e até o próximo sábado!
p.s.: eis o link para o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=opCo2gZtbRE
Espero que gostem!
link para o livro físico:https://loja.uiclap.com/titulo/ua46002


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