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História O medo de Willy Wonka. - Capítulo 14


Escrita por: Ryuuaka

Notas do Autor


Ola!
Tudo bem com você?
Sim, eu estou bem.
Vamos para mais um capítulo? Ele está bem curtinho, mas achei tão fofinho.

Capítulo 15 - Capítulo 14


O elevador de vidro estava cheio de caixas climatizadas, caixas enormes e também medianas. Os Umpa Lumpas não paravam de andar para lá e para cá, empurrando as esculturas para dentro da caixa, as caixas para dentro do veículo e depois voltando para checar se algo deu errado. Uma das esculturas demorou a ficar pronta, o Umpa Lumpa responsável pelo acabamento dela foi terminando dentro da caixa que era levada para o elevador.

- Charlie! Charlie!

O pupilo corria para o quarto, onde tinha deixado os papeis com o texto que ele e Willy falariam.

- Um minuto!

- Onde está minha bengala? – Willy passou correndo pelo pupilo, os sapatos cantando contra o piso lustrado. – Não esquece a gargantilha, Charlie!

A fábrica, naquele dia, acordou alvoroçada. Dóris estava enlouquecida, com o cabelo todo bagunçado, a saia torta, o casaquinho amarrado na cintura para que ela não derretesse de calor. O senhor Bucket tinha saído cedo, sabendo que a loucura tomaria conta da fábrica poucos segundos depois do galo cantar o nascer do sol.

Mas enquanto Charlie corria para o elevador, seguido de Willy que segurava a bengala e a cartola na mão enquanto a outra segurava o relógio de bolso, o pupilo sabia que nunca trocaria aquela loucura por nada no mundo.

Absolutamente nada. Ele queria viver o resto de sua vida dentro daquela fábrica maluca e fantástica e junto do chocolateiro que tanto amava.

- Prontos? – Willy gritou quando chegou ao elevador.

Os Umpa Lumpas confirmaram enquanto o que fazia o acabamento dava um passo para fora da caixa e os outros a lacravam. Terminaram tudo a tempo, nos mínimos detalhes que tanto agradavam Willy Wonka e com tanta delicadeza que era capaz de fazer o mais frio dos homens chorar pela beleza de tudo.

- Maravilha! – O chocolateiro bateu palminhas rápidas, a eletricidade da expectativa o contaminando por completo. – Vamos estrelinha, vamos fazer sucesso!

 

W.W.

 

  A festa de Veruca Salt estava maravilhosa. Na entrada, um tapete vermelho feito com materiais recicláveis se estendia para que os convidados entrassem, o tapete carregava miniaturas de croquis que a aniversariante tinha feito, mas na porta havia as iniciais em um tom prateado que muito lembrava a lua. Antes de passarem pela cortina de fotos, onde uma empresa contratada tiraria foto dos convidados, uma maquininha soltava bolhas de sabão; impregnava o ar com um cheiro suave de perfume, deixava as crianças felizes.

Lá dentro, havia um setor só para que as crianças pudessem jogar energia fora, pessoas para cuidar delas enquanto os pais curtiam uma festa mais adulta.

Tinham pensado em tudo. Em uma decoração que combinava com a personalidade da aniversariante, mas também com a personalidade das marca que ela tinha lançado e agora fora premiada.

Veruca Salt, por sua vez, estava deslumbrante. Usava um vestido verde, cor que ressaltava seus olhos. Ela sorria para todos, cumprimentava e ria de alguma bobeira que tinham lhe contado. O cabelo era o mesmo de quando ela visitou a fábrica, longo e de pontas cacheadas. Estava com um penteado simples, deixando o brilho para o vestido e os sapatos feitos especialmente para tal data.

Charlie observava tudo de longe, com o elevador pousado no telhado do lugar, perto de uma entrada que fizeram especialmente para o elevador de vidro. Os doces tinham sido entregues logo cedo, agora só faltava as estátuas esculpidas em chocolate.

- Ansioso? – Charlie perguntou ao tutor. – Acho que vou vomitar. – Estava ansioso demais. Era a primeira vez que fazia uma apresentação junto com o chocolateiro.

Mas Willy não conseguiu prestar atenção. Lia o papel em que escreveu o que falaria quando entrassem, caminhava de um lado para o outro, murmurando palavras e xingos quando errava.

- Willy?

O chocolateiro levantou a cabeça. O corpo parou teso, os olhos semicerrados, o ouvido escutando tudo o que não escutava um segundo atrás. O a festa rolava, estavam dando a deixa dos dois.

- Charlie, está na hora.

Lá embaixo, a secretária de Veruca agradecia a presença de todos e anunciava uma última surpresa. A senhorita Salt olhou para o palanque onde estava sua secretária, não estava entendendo que de mais mágico poderia acontecer. Já tinha recebido os doces da fábrica Wonka, tudo estava indo bem e as pessoas elogiavam a festa, o prêmio que tinha recebido e como pensaram em permitir que as crianças também aproveitassem a festa.

- Senhora e senhores – enquanto a secretária falava, os seguranças abriam uma roda no meio do salão, bem onde um telhado de vidro se abria, onde o chão se cobria com uma fumaça prata. – é com grande honra que saudamos os convidados de honra da noite, aqueles que auxiliaram na carreira de nossa querida aniversariante.

Veruca olhou para cima, para onde as luzes apontaram. Um objeto no tamanho de um enorme elevador descia lentamente, com jatos de ar saindo de penduricalhos que estavam sobre ele. Não havia cabos sustentando o objeto que descia com elegância e leveza, coberto com um manto roxo cheio de bordados que lembravam a letra W.

A aniversariante conhecia um elevador muito parecido com aquela coisa, conhecia e lembrava-se de tê-lo visto voando sobre ela, com duas pessoas lá dentro. Lembrava-se de estar suja, saindo da fábrica Wonka, de ter levado bronca o caminho todo para casa e de ter decidido dar a volta por cima de seu maior defeito.

O veículo pousou. A porta se abriu com um sino tocando ao fundo, mas nada além da cortina foi visto.

A cabeça de Charlie Bucket saiu pela cortina. Os olhos correram pelo salão e então pararam sobre Veruca. Ele lhe ofertou um sorriso.

- Veja só, chegamos bem a tempo.

A plateia ovacionou a presença de Charlie, que permaneceu parado até que calassem. Sob o silêncio da expectativa, o herdeiro da fábrica Wonka saiu do elevador e então se aproximou da aniversariante, tomando sua mão e presenteando com um beijo elegante.

- Feliz aniversário, senhorita Salt.

- Ora, ora, Charlie. – Willy Wonka saltou do elevador.

Sua voz ecoou pelo ambiente, arrancando a crença das pessoas. O chocolateiro mais famoso e recluso realmente estava lá? Ele realmente tinha saído de seu casulo para comemorar o aniversário de Veruca?

- Está tentando seduzi-la?

Charlie olhou para trás, o rosto ruborizado.

- Willy, não conte meus planos para todo mundo.

O chocolateiro se aproximou do casal, os olhos afiados na garota que tinha tentado pegar um de seus esquilos¹. Apesar de não poder demonstrar, não tinha gostado de Charlie sendo tão carinhoso com ela.

- Senhorita Salt, agradecemos o convite para sua festa. – O chocolateiro arrancou a cartola para curvar o corpo em uma saudação formal. – Como meio de parabenizar sua evolução, o vencimento de seu maior defeito, lhe trouxe um presente.

Charlie pegou sua deixa.

- Quando visitou a fábrica, a senhorita não conseguiu vencer seu maior defeito por um bem maior, mas isto não lhe impediu de se conhecer melhor e trabalhar suas falhas ao longo do tempo.

- Vencer suas limitações é o mais importante. – Willy concluiu enquanto virava para o elevador. – E eis o troféu que você mesma criou.

Tanto Charlie quanto Willy apontaram um dos braços para o elevador. Ciente do sinal, o veículo deixou que as cortinas caíssem e então três enormes esculturas foram reveladas. O chocolate lapidado poderia ser confundido com uma pessoa real, as roupas tinham tamanha leveza que não havia como esquecer que eram apenas doce, os fios do cabelo podia até mesmo voar com o vento.

- Parabéns, Veruca. – Charlie piscou para ela.

O coração da aniversariante batia forte, quase descontrolado. A respiração estava quase enlouquecida, o cérebro desligado. Ela não conseguia crer no que via, nas vozes que escutava.

Enquanto uma lágrima de felicidade escorria pelo rosto da aniversariante, o braço direito dela ergueu-se até tocar no ombro de Charlie, aquele que ela tinha menosprezado quando visitou a fábrica Wonka.

Era real. Eles estavam ali.

A garota saltou sobre o herdeiro, abraçando o pescoço dele e sentindo o perfume suave que o cabelo expelia. O herdeiro era mais alto que ela, mas o salto alto desviou o problema, ela podia estar em frente a todo mundo, mas a alegria de ver quem estava ali lhe fez ignorar qualquer possibilidade de entenderem algo errado sobre sua atitude. Mesmo o menosprezando, mesmo tendo vivido com ódio de Willy Wonka por anos, a garota, hoje, os amava mais do que qualquer coisa que o mundo pudesse lhe dar.

Primeiro, tinha orgulho de ver que Charlie merecia a fábrica e que ambos estavam crescendo mais do que se achava possível. Depois, não teria se tornado quem era se não fosse os dois.

- Charlie! – Ela gritou ao saltar contra o garoto.

- Upa! – Gemeu o herdeiro.

Não esperava que Veruca Salt saltasse contra seu corpo e só a segurou por puro instinto.

Willy virou para ver o que havia acontecido. Algo dentro dele ferveu, estourou, escorregou por todo o corpo arrancando o sorriso de alegria e orgulho que ele ostentava. Mas o pior de tudo foi ter que permitir que aquela lesminha agarrasse o seu pupilo, pois um chilique não seria bem visto pela sociedade.

 


Notas Finais


1. Ou pato dos ovos de ouro, dependendo de sua versão favorita. Eu prefiro a de 2005.


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