História O melhor amigo do meu irmão - Décimo Quarto Capítulo

Entrei em minha casa, juntamente com Alexis e ver o salão com as mobílias arrumadas a um canto, uma mesa improvisada de bar e uma aparelhagem estranha na casa fez-me deixar cair minhas chaves no chão – Aiden! – gritei seu nome e este e JK surgiam da área de acesso à cozinha – Que é isto? – indiquei o estado do salão.

- Party, “sis”! – Aiden anunciou animado e logo abraçou Alexis e tomou-lhe os lábios num beijo demorado e minucioso, semicerrei os olhos, cruzei braços ao peito e aguardei nova resposta do casal – Os pais saíram por três dias, disso tu sabes...então...convidei uns amigos próximos e vamos fazer uma pequena festa. Deixei um aviso e pedido de desculpa adiantado à vizinhança e uma vez que é sexta-feira, ninguém se opôs. – Aiden falou e piscou-me o olho no final.

- Amigos próximos... – murmurei – devem ser uns 30 no mínimo, não? – guinchei.

- Nada disso. Seremos uns 18 no máximo. – informou – Portanto a minha adorável irmã... – chegou junto de mim e pousou mãos sobre meus ombros e olho-me fixamente – vai preparar-se, bem adorável como ela consegue e depois a festa começará. – abriu um amplo sorriso.

Apontei meu irmão e olhei Alexis – Sabias disto? – ela afirmou suavemente – Tu idem... – olhei JK que simplesmente encolheu seus ombros e deu um breve sorriso – Da última vez que decidiste dar uma “pequena” festa aqui em casa a policia veio aqui ter e quase me levam para uma casa de abrigo devido a irresponsabilidade da tua parte, Aiden.

- Mas agora tu és de maior e os pais sabem o que se vai passar aqui, só para te tranquilizar, ok. – afastou-se – Vamos beber, dançar, dar a louca e engatar. – anunciou e Alexis gargalhou – Tu estás por minha conta. – avisou-a e mandou-lhe uma palmada ao rabo; respirei fundo e afastei-me. Aquilo não ia ser bom, não de todo.

Mas eu sabia que aquela festa súbita de Aiden não ia ser boa, Alexis e meu irmão eram anfitriões de festa e pergunto-me qual dos dois está mais bêbado. JK nem sequer havia dirigido palavra a mim, aliás ele mantinha-se afastado mas pelo menos não estava a engatar miúdas e eram todas as convidadas que procuravam por sua atenção. O copo de plástico que eu segurava, agora, vazio foi esmagado quando vi JK a dançar discretamente e a ser alvo de uma dança não tão discreta assim da parte de uma rapariga alta e corpo torneado, sério, ela movia-se de modo insinuante e como ela se esfrega contra Jung Kyun...quer dizer...eu se fosse homem já lhe havia mandado uma palmada no rabo e me apoderado dela. Que digo eu? Ah... porque é que eu tenho que testemunhar isto novamente? Ron, Ron podia estar ali mas acho que eu não iria conseguir esquecer o que acontece com JK como fiz na minha festa de aniversário. Atirei o copo esmagado para o saco do lixo, alcancei um novo copo e tirei a garrafa de Vodka das mãos de um dos amigos próximo de Aiden. – Hey... – olhou-me surpreendido enquanto eu descartava a ideia de utilizar um novo copo e visto que a garrafa estava a meio e ainda existia muitas mais no stock bruto de bebida que Aiden comprara para a noite...passei a beber da garrafa mesmo – Que miúda, hum. – sorriu-me de canto – És a primeira que vejo fazer isso que não esteja na Universidade, ainda. – gargalhou pois eu estava pouco a me lixar para a imagem ou palavras dele.

Sei lá, simplesmente cheguei a um limite, JK ignorou-me sempre, ontem ele falou aquelas cenas todas e deixou-me confusa e hoje mantem distancia e deixa que aquela... – ...aquela vadia... – murmurei contra o gargalo da garrafa ao ver aquela tipa a esfregar seu rabo contra a cintura de JK e este olhava a cena atentamente e de sorriso de canto embutido em seus lábios.
Procurei Alexis mas esta estava no seu mundo à parte juntamente com Aiden e outros no centro do salão que era a pista de dança improvisada.

- Porque não danças comigo? – o tipo a quem tirara a garrafa perguntou enquanto estudava meu corpo com seu olhar, ok, eu estou com uma saia justa e uma simples blusa com decote pequeno mas aparentemente meu corpo magro chama por sua atenção; bem eu ganhei algum peso por conselhos médicos da minha mãe e psicológicos do meu pai então eu acho que ganhei alguma forma feminina. Do nada o rapaz rodeou-me pela cintura e incentivava-me a dançar próxima de si e eu de momento não sei o que faça.

- Não precisa tanto. – falei para ele e afastei-me mas sua insistência fez-se perceber – Eu sei dançar sem ser agarrada a alguém. – atirei com algum receio.

- Mas juntos é mais interessante. – ele falou próximo do meu rosto, pensei em elevar a garrafa de Vodka e bater-lhe com esta mas isso não deverá ser aceitável, não é mesmo.

- Mas eu não quero. – tentei afastá-lo de mim mas não me valeu de nada. O som da música era alto e seria difícil para eu captar a atenção de Aiden, movi-me novamente e o rapaz insistiu e acabou por me apertar contra si, debati-me por espaço e percebi que uma rapariga notava aquilo mas apenas assistia e nada falava. Aiden, eu quero o meu irmão, não estou a gostar da insistência deste rapaz...eu... debati-me novamente e nada de sucesso. Vou gritar, seja o que for, eu vou gritar – Jung Kyun! – gritei alto, bem alto que julguei que ia romper alguma corda vocal. Óh, era para ter chamado meu irmão porque foi JK quem...

O rapaz foi forçado a se afastar de mim e eu cambaleei e encarei a cena de JK a apertar o braço do outro e afastá-lo mais de mim – Não devias beber tanto já que sabes que tens tendência a abusar nas coisas, Will. – JK falou, notavelmente, chateado e vi-o soltar o dito insistente. Aiden surgiu na frente daqueles dois e quando Alexis se preparava para falar comigo, o melhor amigo do meu irmão reapareceu na minha frente e segurou meu pulso com cautela e puxou-me atrás de si, dirigindo-nos para a cozinha.

Entrei na cozinha de minha casa e aguardei que JK fala-se algo, ele continuava a me segurar pelo pulso, eu ainda mantinha a garrafa numa de minhas mãos e agora estudava atentamente a imagem de costas para mim daquele rapaz – Sentes-te bem? – ele questionou e embora o som da música que provinha da sala se fizesse ouvir, dava para perceber bem e falar num tom mais normal.

- Sim. É que...aquele rapaz estava a ser muito...insistente e... – baixei meu olhar, encarando meu pulso envolvido e pressentindo o aumento do pulsar do meu coração – Estou bem. – terminei por falar.

- Não quero... – olhou por cima de seu ombro, era como se ele evitasse que eu encara-se seu rosto – não quero ver outro tipo a agarrar-te daquele modo. – disse.

Minha boca descaiu e meus olhos arregalaram-se – Quê – saiu quase impercetível na minha voz.

- Não quero ver-te junto de outro homem e ainda para mais a ser tomada por este daquele modo. – ele refez sua frase e por fim passou a me encarar.

- E porque não? – quis saber.

- Porque não gosto, não quero. – apertou seus lábios.

- Ah. – suspirei – Mas eu quero ver-te alvo daquelas investidas quase dignas de pornografia das outras tipas? – elevei a garrafa de Vodka – Eu bebo bem mas para chegar a isto...hum...que achas, idiota! – falei aborrecida para si – Sendo doida de paixão por ti desde os meus 13 anos e ver-te sempre alvo de outras mulheres, ver-te bem encaixado no meio destas, ver como as olhas, como lhes sorris...tudo...achas que é agradável para mim? Odeio-te por te amar tanto, idiota! – amar, porque raios saiu tal palavra poderosa de meus lábios – E agora não gostas de ver.... – fui puxada de súbito e foi ai que meus lábios tocaram os dele e um beijo se formou com uma naturalidade que eu julgava que só existia na televisão.

Afastei-o de mim. Porque o fiz? Nem desconfio – Para de me confundir tanto JK, não gosto disso. – murmurei.

- Não, confundir não. Quero afirmar meu lugar. – declarou.

- Que lugar? – meu corpo foi rodeado por si, abraçando-me de um modo tanto carinhoso como protetor e novamente a naturalidade de um beijo entre nós aconteceu.

Afastámo-nos e ficamos a nos encarar em silencio até que Alexis entrou meio na falta de equilíbrio naquela cozinha – Eu não sei o que se passa mas...a festa continua, então... – dito isto voltou-nos costas e saiu.

- Que raios... – murmurei e sem saber exatamente se era acertado, segui atrás da minha melhor amiga e pelo caminho terminei a garrafa de Vodka.

Aiden e Alexis riam descontroladamente junto de um outro casal a um canto do salão, eu estava parado quase no meio deste e mantinha uma garrafa em mãos, a festa fora dada por terminava e a garrafa que sobrara de Vodka sobrara para mim, bem...eu tinha-a ido buscar porque né...fui beijada duas vezes pelo rapaz dos meus sonhos, ou bebo ou desmaio depois de tudo acalmar nos meus pensamentos; o amigo de Aiden pedira desculpa pelo seu comportamento e havia sido um dos primeiros a ir embora e JK, esse falava com um futuro colega de curso na Universidade mas mulheres junto deste ou cenas, nunca mais haviam acontecido. – Ah... – pestanejei e levei a garrafa aos lábios, bebendo vários e longos tragos de bebida – meu cérebro entrou numa misturadora. – falei junto do gargalo da garrafa após beber. Simplesmente estava a ser demasiado para associar. Terminei minha garrafa, deixei-a junto de todas as outras vazias e segui para meu quarto, entrei neste e despi minhas roupas, deixando-as de modo desleixado no chão e apenas apanhei uma blusa que curiosamente era de Aiden, que este deixara perdida no meu quarto e nem sei porque motivo mas a peça estava limpa e servia de camisa de noite para mim; descai pesadamente sobre minha cama e só desejei dormir mas ainda ouvia os burburinhos dos convidados que restaram e os outros três que ficariam na casa. – Preciso de organizar-me, a sério. – falei para o teto de meu quarto e deixara de ouvir os sons das vozes, sorri, ia poder dormir.