História O Melhor Maknae - Tell me what to do

Luizy 

            No entanto, antes que eu cedesse, porque aquela dor na minha perna definitivamente estava me matando… Eu precisava saber. Eu tinha que ouvir de Taemin. Eu não sei, eu só preciso.

            E se ele me disser que não teve culpa? O que eu vou dizer de volta?

            Eu não consigo apoiar minha perna. Mas eu estou longe demais de Taemin. Então, talvez essa não seja a melhor ideia que eu já tive, mas eu começo a rastejar em direção a ele.

            Yibo me olha surpreso, a confusão se espalhando por seu rosto. Não importa.

- Seungyeon o que está fazendo? – ele me pergunta atônito.

- “Como se ele não soubesse” – penso comigo – “Ele só não quer acreditar no que está vendo, e eu sei o que ele está sentindo, pois também não quero acreditar no que vi”.

            Taemin ergue os olhos. Apenas seus olhos se movem. Há surpresa neles também.

            Se ao menos eu pudesse andar...

            Mas, então ele se ergue. Primeiro se senta como alguém que acaba de acordar assustado de um pesadelo. Depois ele fica me olhando, como se eu fosse uma visagem ou algo assim.

- Tae... – a minha voz soa rouca por conta do choro que tive – O que você estava fazendo? Por que Taemin? Me diz...

            E já perto o suficiente ele me olhou nos olhos e acariciou minha bochecha com seu polegar.

- Nada que eu vá dizer fará algum sentido – e percebendo o olhar impaciente de Yibo ele afastou sua mão de meu rosto – Mas, eu sinto realmente muito por isso.

            Eu olhei com compaixão para seu rosto inchado.

- Eu sei – disse numa tentativa falha de compreender.

- Ah Luizy, por favor! – disse Yibo – Ele tentou estuprar você!

- Que provas você tem?! – ergui a voz para ele – E que direito você tinha para resolver as coisas desse jeito? Bater nele te fez sentir melhor? Sua justiça foi feita? Conseguiu lavar suas mãos dessa forma?

- Eu só estava tentando proteger você! Mas, que merda...

- Eu não me lembro de ter pedido sua ajuda!

            Isso fez ele se calar. Eu não queria magoá-lo, mas eu estava furioso.

-Ah! – arfei sentindo a dor me possuir de novo.

            Seus olhares recaíram sobre mim como se eu fosse uma porcelana prestes a se quebrar. Mas, de fato estava mais forte, quase insuportável.

- Nós não estamos em condições de discutir – falei sentindo minha voz vacilar – a minha perna não vai aguentar, quer dizer, eu não vou aguentar essa dor, e nós precisamos de ajuda. E se quisermos sair, vamos ter que trabalhar em equipe.

            Eles se olham como se eu acabasse de lhes propor algo impossível, inviável.

- Certo... – disse tentando me mostrar firme – Tae eu te desculpo seja lá pelo quê que estava tentando fazer, mesmo agindo de forma impulsiva e estúpida. E Yibo eu também desculpo você mesmo que tenha agido de forma irracional.

            Como eles não dizem nada. Eu me sinto na obrigação de forçar a situação.

- Estão esperando o que? – pergunto sem paciência – Quem vai ser o primeiro?

Façam logo as pazes!

            Ás vezes os poderes do Yixuan para botar a casa em ordem fazem falta. Seria bem útil agora persuadir aqueles dois teimosos a se resolverem de uma vez. Estávamos sendo infantis. E no momento, eu não tinha disposição, tempo ou paciência para lidar com isso.

- Ok, tudo bem, continuem brigados – resmunguei contrariado – Mas, eu preciso de alguém para infelizmente me ajudar a me colocar de pé e me arrastar pela floresta e eu preciso de alguém saiba usar a droga do mapa e ache uma rota para sairmos daqui. Ou seja, preciso de vocês dois, então pelo menos tentem não se matar no caminho!

            Como eu esperava depois de uma encarada não muito amistosa entre ambos, Taemin se levantou do chão e Yibo puxou o mapa em sua mochila.

- Sobe – disse Taemin apontando para suas costas.

- Não precisa, só me dê apoio com os seus braços, eu posso me equilibrar.

- Sobe, ou vou te levar no colo – ele parecia estar falando realmente sério – você não está em condições de andar, não seja tão teimoso.

            Hesitante, obedeci à ordem. E apesar de sentir os punhos de Yibo se fechando demais em torno do mapa, ele não disse nada sobre isso.

- Tenho que nos localizar primeiro – ele falou e seu tom estava mais áspero que o normal – Mas, não vai demorar.

Narradora

            Kibum parou do nada no meio do caminho e abriu sua mochila, fazendo todo o pessoal atrás dele ser obrigado a parar também.

- O que você está fazendo? – perguntou Minho.

- Olhe e verá – respondeu Key.

            E ele tirou da mochila, acredite você ou não, vários sinalizadores.

- Você ficou louco? – disse Yixuan se apressando em segurar seu pulso – Quer morrer e levar todos nós com você?

            O guia parou também e olhou para trás para ver o que estava acontecendo.

- Tire as patas de mim – disse Key com a voz áspera.

- Tem certeza de que vai acender isso? – disse Sungjoo tentando intervir.

- Mas, é claro que sim, agora mande a droga do seu líder soltar o meu pulso!

- Não, não, não! – exclamou o guia tirando o sinalizador da mão de Key – Quer incendiar a floresta inteira?

            Kibum colocou um bico nos lábios e suspirou fundo, depois disse:

-Tem alguma ideia melhor espertão?

- Key não fale assim com o guia! – pediu Wenhan.

- Não se mete! – bradou Key.

- Vou relevar a parte de “espertão”, pois eu tenho uma ideia melhor sim.

- Ah, é? E qual seria? – Key exigiu saber.

- Amplificadores de som – ele disse simplista.

- E por que você não disse antes “cabeçudo”? – Key estava completamente alterado.

- Okay Key, já chega – disse Jonghyun se aproximando dele.

            Se havia uma pessoa no mundo capaz de acalmar Kibum, então essa pessoa era o Jong.

- O que você? – disse Key, mas se interrompeu.

            Ele foi pego pela intensidade dos olhos castanhos de Jonghyun cravados nos seus.

            Jong chegou perto do ouvido dele e sussurrou:

- Ou eu vou te castigar mais tarde...

            Kibum corou e ninguém entendeu nada.

- Então, como funciona esse negócio? É tipo um alto-falante? – perguntou Jong trazendo todo mundo de volta para o problema real.

- Sim – respondeu o guia – Mas eu queria evitar fazer um estardalhaço na floresta. Há todo tipo de animal que pode se sentir desconfortável com o barulho.

            Key tentou se controlar contando até dez, mas sério ele nem chegou até o cinco e explodiu:

- Por que raios você está preocupado em irritar os tímpanos dos animais quando o meu bebê pode estar sendo atacado por um deles?

            Jong o encarou com um sorrisinho sacana nos lábios.

            Key engoliu em seco sabendo que mesmo que fosse tarde demais agora ele ainda devia mudar a sua postura diante da situação, ou seu “castigo” poderia se tornar pior.

- Quer dizer, você entendeu né? – Key falou com uma estranha calma na voz – Nós precisamos usar tudo que temos para podermos achar eles.

            O guia se limitou a olhar para ele com uma sobrancelha arqueada.

- Tudo bem – ele disse parecendo também contar até dez – Vamos ligar isso aqui.

            Depois de alguns ajustes para evitar um irritante chiado que vinha do amplificador, o guia estendeu a todos protetores de ouvido.

- Isso é mais potente do que parece – ele se limitou a dizer ao grupo.

            Hesitantes, todos acataram a ordem. E mais um breve chiado foi ouvido antes da mensagem do guia eclodir pela floresta.

- Senhores Lee Taemin, Wang Yibo e Cho Seungyeon, se vocês estiverem ouvindo essa mensagem, puxem seus mapas da mochila. Produção do programa O Melhor Maknae, se estiverem nos ouvindo venham imediatamente para as seguintes coordenadas: Oeste, 3 km da orla da floresta onde estão estacionados os carros. Repetindo: Oeste, 3 km da orla da floresta. Estaremos à espera de qualquer contato possível...

            Mesmo com os fones era possível entender a mensagem, o que os levou a crer que onde quer que eles estejam eles iriam ouvir. Eles só esperavam que os três fossem capazes de achar o caminho, e conseguissem retornar em segurança.

Yibo

            Embora eu parecesse bem por fora meus pedaços estavam se quebrando por dentro. Olhar e perceber que Seung havia se apegado daquela forma a Taemin espetava com agulhas afiadas o meu coração. Olhei para o mapa em desistência tentando me esquecer de como eu me sentia.

            Então a mensagem soou, como um grande eco no vazio. Eu não conhecia a voz, mas prestei atenção nas coordenadas mesmo assim. Devia ser alguém da produção também. E nossa, graças a Deus nós estamos perto!

            1,5 ou 2 km no máximo até lá.

            Acho que ele vai conseguir aguentar, e nós vamos chegar ao reality e um médico poderá cuidar do ferimento em sua perna.

- Nós estamos perto – viro-me para eles para avisar.

            Viro-me de volta quase que automaticamente, arrependido. A cabeça de Seung encaixada perfeitamente no ombro de Taemin, seu rosto de traços infantis se erguendo mínimos centímetros e parando de esmagar sua bochecha.

- Que bom... – Luizy diz com a voz vaga.

            Eu não digo mais nada e como Taemin também não diz, eu começo a andar apressadamente em silêncio e sinto Tae caminhando na mesma direção atrás de mim.

            Eu não arrisquei mais olhar para trás. Eu simplesmente não suportaria.

            Os impulsos nervosos passavam por mim como ondas que se dissipavam nas pontas dos meus dedos fechados em punhos. Eu não sabia o que fazer.

            Ah, Seunggie... Me diga o que fazer!

Eu irei até você em uma rota totalmente estranha

Eu secarei as lágrimas em suas bochechas e lhe direi

Me diga o que fazer

Me diga o que fazer whoa [...]

Naega meonjeo dagaga

Makdareun gil kkeuteseo

Heullin nunmure da jeojeobeorin

Du boreul dakkajugo mureobollae

Tell me what to do

Tell me what to do whoa […]

Palavras indiferentes e dolorosas

Cicatrizes profundas deixadas nesse dia

Me fizeram perceber que eu ainda pareço um tolo

Se eu pudesse te apagar

Se ao menos eu pudesse[...]

Musimhaessdeon apeun mal

Gipeun sangcheoreul namgin nal

Naega yeojeonhi baboran sasilman kkaedatge doeneun mal

Jiul suman issdamyeon

 Geureohgeman doendamyeon […]

Continua...