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História O Menino e o Palhaço - Meu novo amigo


Escrita por: Vam_pirina

Capítulo 1 - Meu novo amigo


Após o falecimento de seus pais em um violento acidente de carro, Bernardo um garoto de cabelos castanhos e que tinha na época sete anos foi mandado para o Orfanato Santa Clara, um lugar administrado pelas irmãs freiras, onde se tornou um garoto recluso, solitário no mundo. Os garotos do orfanato – e até mesmo do colégio -, ao invés de pesarem por conta de seu sofrimento, passaram a incomodá-lo, empurrando-o, fazendo com ele brincadeiras maldosas e até mesmo o machucando. E um dos garotos que mais incomodava Bernardo ( agora com treze anos) era Erick – um robusto garoto baixinho, de cabelos loiros e estilo alemão, que era da mesma sala do menino. Possuía quatorze anos de idade, pois recebeu uma "bomba" na oitava série. E, por ser mais velho que os demais, Erick se sentia no direito de incomodá-los.

Ele sempre incomodava Bernardo. Sempre que o via, Erick fazia questão de ir até ele incomodá-lo, empurra-lo, jogar os seus materiais no chão ou simplesmente roubar seu lanche. Bernardo odiava Erick – aliás, ele odiava a todos, do fundo do seu coração, por ninguém respeitar a sua dor e o seu sofrimento:odiava as irmãs que controlavam o orfanato, por estas deixarem os incômodos ocorrerem por dizerem que isso é "sadio" às crianças; odiava os colegas de orfanato, mesmo os que não lhe incomodavam, por estes rirem quando alguém lhe atacava. Porém não odiava a todos da sala de aula, mas também não gostavam destes – com exceção de Geraldo e Matheus. Estes, sim, Bernardo gostava. Não conversavam, não trocavam ideia um com o outro, mas ambos tentavam ajudar Bernardo a não sofrer mais com os incômodos de Erick.

Era maio. O vento frio já anunciava o inverno iminente. As folhas das árvores se soltavam dos galhos e caminhavam pelo ar, lentamente, até se esbarrarem no solo. O menino caminhava pelas ruas da cidade, encontrava-se de regata, apesar do vento frio – o que lhe rendia dolorosos calafrios pelo corpo. Caminhava em direção ao orfanato, para mais um dia de tortura. Ficara a tarde inteira na rua – tinha o hábito de, após o término das aulas, por volta do meio-dia, ficar vagando pela cidade – e só estava retornando para o orfanato porque o Sol começava a dar sinais de que se poria em breve.

O garoto continuou sua caminhada, até o instante em que avistou, um parque de diversões, que não se encontrava ali dias antes. Sorriu – adorava parques. Olhou o seu relógio, para averiguar se dava tempo de dar uma desviada rápida em sua rota e, após, entrou no parque.

Dentro do parque de diversões, este caminhou praticamente todo o tempo olhando para cima e para os lados. Viu a montanha-russa, a roda gigante, as brincadeiras de tiro... sentiu-se maravilhado e com uma vontade irresistível de brincar. Sabia que precisava de dinheiro para brincar em qualquer brinquedo – e sabia que as madres jamais lhe dariam dinheiro para vir ao parque se divertir -, então ficou andando pelo local vendo os outros se divertindo e se imaginando fazendo o mesmo.

E, de repente, avistou uma tenda marrom, com telhado vermelho e ligeiros traços brancos. Nela estava dependurado balões de várias cores. À frente dela, um palhaço, de rosto esbranquiçado, cabelo laranja estilo Black-power, nariz avermelhado e roupas coloridas. Ele entretinha um grupo de crianças, que estavam sentadas de frente para a tenda.

-Hoje tem marmelada?

-Tem sim, senhor.

-Hoje tem goiabada?

-Tem sim, senhor.

-E o palhaço, o que que é?

-É ladrão de mulher!

Bê passou pela tenda sem parar, porém ficou a olhando constantemente. Algo naquela tenda ou naquele palhaço lhe chamou a atenção. Então o palhaço o Chamou.

- Olá, amiguinho.

Olhou para os lados ao perceber o palhaço lhe fitando, a fim de descobrir se realmente era consigo a conversa. E, de fato, era.

– Venha, venha, não tenha medo, amiguinho. 

O menino, mesmo receoso, começou a caminhar em direção ao palhaço. Algo naquela voz fina e aguda fez ele se sentir bem e confortável.

– Vem brincar, vem brincar com o Penny.

Bê chegou próximo ao palhaço. Este logo passou o braço direito por seu pescoço pequeno e o levou ao local onde ficavam os balões.

- Você quer um balão, amiguinho? Pode escolher a cor...

- E...Eu... não tenho dinheiro.

- Pode levar, amiguinho, é de graça.

– O que foi, amiguinho? Você está triste. O que te chateia?

A voz suave do palhaço trouxe a Bernardo uma serenidade e uma paz jamais conhecida antes. Fez o seu corpo – normalmente estressado - relaxar. Acabou chorando.

- Amiguinho, não chore... venha, venha aqui.

– O que te chateia, amiguinho?

- E...Eu não tenho ninguém nessa vida.

- Não fique assim, amiguinho. Você certamente possui muitas pessoas nesta vida. 

- N...Não, Sr. Palhaço. Eu moro no orfanato...

A expressão facial do palhaço modificou rapidamente, transformando-se em algo mais sério.

- Sinto muito por seus pais. Mas, certamente, você possui amiguinhos na escola ou no orfanato...

Bê chorava com mais intensidade. Tentou balbuciar alguma palavra, mas não conseguiu. Apenas balançou a cabeça, em sinal negativo.

- Sinto muito. Mas não se entristeça, amiguinho. O palhaço Penny vai te dar tudo aquilo o que seu coração desejar.

Ao ouvir aquelas palavras, um raio de esperança atravessou o peito dele, dando-lhe confiança.

- C...Como? 

- Venha. Siga-me.Deixe-me levá-lo ao meu castelo.

O menino se irritou, pois já era crescido demais para que o palhaço evitasse dizer que aquela pequena tenda era um "castelo" e sentiu sendo tratado como se tivesse seis anos. Entretanto, não exteriorizou sua irritação momentânea e seguiu o palhaço em silêncio.

- Qual o seu nome, amiguinho?

- Bernardo. 

- Eu sou o Palhaço Pennywise. Mas pode me chamar de Penny.

- Pode me chamar de Bê.

O interior da tenda era pequeno e claustrofóbico. Possuía uma pequena mesa em um dos cantos, um guarda-roupa de sucupira no outro e uma porta entre ambos. Do lado oposto, havia uma pilha de brinquedos.

- Este é o seu "castelo"? 

- Claro que não, nobre amigo.O meu castelo está aqui dentro.

Pennywise abriu a porta. A luz solar adentrou no local, cegando Bernardo momentaneamente.

- Venha. Siga-me, até o local onde todos os desejos contidos no seu coração serão realizados. 

- Como os desejos contidos no meu coração serão realizados?

E o palhaço não respondeu, mas mesmo assim algo no interior do seu peito ardia em brasas. Era a esperança, de que todo aquele inferno acabaria e de que dias melhoras viriam. Endireitou-se, ficando com a coluna completamente reta. Sorriu. Estava confiante. Adentrou pela porta. Pennywiselhe seguiu-lhe, fechando-a logo atrás.

- O que é isso?! 

...


Notas Finais


CONTINUA...


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