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História O Menino e o Palhaço - A Fábrica de Sonhos


Escrita por: Vam_pirina

Capítulo 2 - A Fábrica de Sonhos


Bê se encontrava no interior de um campo florido com rosas e girassóis, a perder de vista. Borboletas coloridas voavam pelo local, à procura de néctar. Havia uma grande quantidade de finas árvores pelo campo. Ao fundo, havia uma grandiosa fábrica, com suas quatro chaminés que liberava no ar uma fumaça avermelhada. À direita desta, havia uma roda gigante igualmente grandiosa.

- Que lindo. Onde estamos?– exclamou o menino.

- Seja bem-vindo amiguinho. À Fábrica de Sonhos.– disse Penny.

- Fábrica de Sonhos? – perguntou.

- Sim, nobre amigo. Esta é a Fábrica de Sonhos. Aqui, todos os desejos contidos no seu coração se transformam em realidade.- respondeu o palhaço.

-Estamos dentro do parque?-  perguntou Bê.

-Sim amiguinho.

-Cadê as outras pessoas?

-Eu não trago muitas pessoas aqui.

Olhou no entorno do local. Não havia muro algum, nem nada. Somente o campo. A única coisa de pé no local além deles e das árvores era a porta, às suas costas. Penny já se encontrava longe dele.

- Ei, amiguinho... vai ficar aí parado? – perguntou o palhaço.

O garoto acordou de seus pensamentos.

- Peraí. – gritou, enquanto corria em direção a Penny. 

Parando ao se encontrar com o palhaço, ele retomou o ar do pulmão encostando-se na árvore que dava sombra ao local onde ele e o palhaço se encontravam. Neste instante, percebeu algo pendurado logo acima de sua cabeça, junto a um galho da árvore. Notou que eram balas de goma.

- Uma árvore que dá balas de goma? – perguntou.

- Sim.Você adora balas de goma, não é? Elas estão te agradando... – respondeu Pennywise.

Então os galhos ao seu lado começaram a sacudir.

– Sirva-se. Pode pegar quantas balas quiser.

- Muito obrigado. – disse Bernardo.

Catou a maior quantidade de bala de goma que conseguiu e as enfiou na boca de uma vez só.

- Você realmente gosta de bala de goma, amiguinho. – disse o palhaço.

- "Adouo" – respondeu.

O garoto mastigou as balas de goma contidas no interior de sua boca e as engoliu. Neste instante, recebeu uma pancada no peito, de algo aparentemente macio. Olhou para a direção aonde o objeto veio. E percebeu o palhaço rindo incessantemente de sua cara. Retirou dos galhos algumas balas de goma e lançou uma delas na direção de Penny. Todavia, a bala acabou por passar longe do palhaço, que debochou deste. Ele começou a correr em direção àquele, que correu na tentativa de se distanciar do menino, mas Bernardo correu atrás de Penny pelo campo, tentando lhe acertar balas de goma. Vez ou outra, o palhaço revidava, retirando algumas balas do interior do bolso de sua calça.

Em determinado momento, exausto e bastante ofegante, o garoto se jogou no campo e deitou no local, relaxando o corpo. O palhaço se deitou ao seu lado.

- Que lindo esse céu. Eu queria ficar aqui para sempre, se pudesse.– disse o rapaz.

- Você pode ficar aqui comigo pra sempre, se quiser. Eu adoraria ter você como meu companheiro.

- Não posso.Preciso voltar para o orfanato. Já deve ser tarde. – disse o garoto voltando a ficar triste.

- Você realmente não gosta de ficar neste orfanato, não é?

- Não. Todos lá me zoam, me humilham, só porque eu sou mais calado. Na escola é só um garoto, Erick, mas no orfanato... até as freiras ficam em silêncio e deixam a humilhação acontecer.– respondeu o garoto.

- Entendi. Venha. Está na hora de você fazer o seu pedido. – Penny se levantou.

Sem pestanejar, levantou-se e caminhou logo atrás do palhaço. Atravessavam o restante do campo quando o garoto sentiu um cheiro diferente no ar.

- Morango? Sim, é morango.

- Gostou? É o cheiro da fumaça da fábrica.

Leo olhou para cima. Percebeu que a fumaça que saía das chaminés da fábrica eram avermelhadas.

- Que legal.Eu adoro morango. É meu sabor favorito. – disse o garoto, voltando a sorrir.

Havia um salão imenso, com paredes vermelhas e nenhum móvel. No alto, haviam diversas esteiras, que passavam acima da cabeça de todos e que ia de uma sala, a outra. Na esteira se passava de tudo. Abaixo das esteiras, havia um par de portas, uma em cada parede. A parede oposta a da entrada possuía diversas portas, idênticas às anteriores.

- O que são aquelas coisas agarradas na esteira? – perguntou o garoto.

- Pedaços de sonho.

- E aquelas portas?

- Lá estão as salas onde as pessoas fazem os seus pedidos.

- Que legal.É você quem comanda esta fábrica?

- Sim. Quer fazer o seu pedido? – respondeu o palhaço.

- Claro. – disse o garoto.

- É só você se dirigir a alguma daquelas salas. Eu ajustarei as máquinas para que o seu sonho se realize.– disse o palhaço.

- Certo. – disse o garoto.

Enquanto se afastava, começou a imaginar qual pedido faria. Pensou em pedir uma árvore que dava bala de goma para o orfanato, mas imaginou que chamaria muita atenção de todos. Pensou em pedir em morar em algum lugar legal, como a Fábrica de Sonhos. Lembrou-se, todavia, das palavras de Penny, que disse que a fábrica realizaria os desejos do seu coração. E ele sabia exatamente qual desejo o seu coração mais queria naquele instante – deixar de ser infeliz, de ser atacado e humilhado diariamente. O garoto caminhou até a porta mais próxima e a abriu. Adentrou no local em seguida. Assustou-se. Era um pequeno cômodo, do tamanho de um elevador. As quatro paredes e o teto eram espelhados. O menino fechou os olhos e desejou o que o seu coração mais queria no momento. Ao terminar, saiu do interior da sala, voltando para o salão principal da fábrica. Lá estava Penny, esperando o garoto terminar o seu desejo.

- Pediu? – perguntou.

- Sim. Aquilo que o meu coração mais quer no momento.– disse Bernardo.

O palhaço abriu um sorriso, de orelha a orelha.

- Eu preciso ir agora, Boguinho. Já deve ser tarde. – disse o garoto

- Eu te levo até a porta. – disse o palhaço – E logo, logo o seu desejo se tornará realidade.

- Fico feliz, Boguinho. Você não sabe o quanto.

Leo saiu da Fábrica de Sonhos junto de Boguinho, atravessando o campo e voltando ao interior da tenda. Despediu-se do palhaço e saiu, sorridente. Ao sair da tenda, todavia, se assustou, pois o céu já se encontrava escuro. Olhou o seu relógio e percebeu que já se passava das 10 horas da noite. Correu o mais rápido que pôde até o orfanato onde morava. Precisava inventar uma desculpa qualquer para as freiras quando chegava ao orfanato, pois o limite de horário para se chegar por lá era 7 horas. Ao chegar, inventou que houve um assalto perto dele e que o garoto foi levado à Polícia para ajudar nas pistas para descobrir o assaltante, entretanto, um dos internados dedurou Leo, dizendo que o viu entrar no parque, por volta das 5 horas da tarde e ficar de conversa com o palhaço do local. Leo foi levado a uma sala pelas freiras, onde recebeu uma surra como castigo, além de não poder sair do orfanato por dez dias, exceto para ir ao colégio.

Naquele instante, Leo desejou mais do que nunca que o seu desejo se transformasse em realidade.


Notas Finais


Continua...


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