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História O Menino e o Palhaço - A perceguiçaõ


Escrita por: Vam_pirina

Capítulo 6 - A perceguiçaõ


- Mas você me disse que podia desejar somente um pedido por vez... – disse Bernardo.

- Sim. Mas você pediu os dois desejos com tanto afinco. Não tem como não realizar ambos.

Bê saiu correndo do interior da sala. Visualizou Penny parado no centro do salão principal e afastou-se o máximo que pôde dele.

- É inútil. Não adianta fugir, o seu destino é ficar aqui comigo...

- Cala a boca. – respondeu o garoto.

Arregalou os olhos e viu uma grande porta  tão logo abriu esta e ao passar pelo portal viu o que se encontrava no interior de um grande cômodo. Havia pessoas dependuradas em ganchos cravados em seus queixos, espalhados por todos os lugares. Alguns se encontravam em esteiras aéreas, onde máquinas o atacavam, desmembrando-os.

- Meu Deus, o que é isso?

- Não adianta se esconder, amiguinho. 

O garoto escutava o barulho do machado se arrastando ao chão, em sua direção. Bernardo afastou-se da porta, entrando de vez no recinto. Como sentia o coração prestes a parar quando chegava perto de algum cadáver, o garoto tentou se afastar destes o máximo que pôde. Correu em direção ao lado oposto da porta de entrada.

- Cadê? Cadê? 

- Quer brincar de pique-esconde, amiguinho? – perguntou o palhaço.

Bê se escondeu atrás de um amontoado de cadáveres, Penny começou a cantarolar enquanto passeava pelo local e girava o machado no ar. O coração do garoto saltitava dentro do seu peito, quase saindo de seu corpo. O palhaço caminhou até ficar próximo a uma pilha de cadáveres situada em um ponto distinto ao deste.

- Será que você está...aqui?

O palhaço disse já jogando os cadáveres para longe com vários golpes de seu machado, o garoto arregalou os olhos.

- Ou, você não está aqui.Onde você estará?

Bê percebeu Penny procurando por outras pilhas de cadáveres. Lembrou de só haver mais uma pilha no local e sabia que ​o palhaço iria até ela. Poderia tentar se mexer e esconder em outro lugar, mas não havia como.

- Será que você está ali? 

O garoto não perdeu atenção. Aproveitando que o palhaço ainda se encontrava distante, correu em direção à porta.

- Olha, você apareceu. Vem cá, vem ficar com o Penny.

Bernardo saiu correndo de onde estava, voltando novamente para o salão principal da fábrica, lá ele olhou de um lado para o outro. Pensou em entrar em uma das salas onde se realizavam os pedidos, mas, se Penny o achasse, não teria como fugir. E após ter pensado algo iluminou sua mente, dando uma luz de esperança.

- É isso. – pensou o garoto.

Saiu correndo, a toda velocidade, em direção à saída da fábrica. Atravessou o salão principal e, após, o batente da porta. Estava do lado de fora da fábrica novamente. Surpreendeu-se ao visualizar o cenário externo, pois o incêndio havia tomado conta de praticamente todo o campo, transformando em chamas as plantas carnívoras, o gramado e a grande maioria das árvores. Pouco restava de natureza naquele cenário outrora tão belo. Mas o menino não teve tempo de admirar o novo cenário à sua frente. Escutou o palhaço com o machado logo atrás dele e voltou a correr. Enxergou a porta de entrada à Fábrica de Sonhos e a colocou como seu foco. O garoto atravessou o campo o mais rápido que pôde.Desviou-se das árvores e das plantas carnívoras em chamas com certa dificuldade. Ao passar perto de uma árvore ainda intacta, Bê se assustou quando os cadáveres se mexeram, tentando agarrar o garoto como podiam. Afastou-se do tronco e continuou sua corrida. Estava próximo da porta de entrada.

Sentiu, às suas costas, uma queimadura insuportável. Olhou para frente. Enxergou todo o cenário atrás de si em chamas. Dava para sentir o calor, de tão próximo que estava. Após ter conseguido, finalmente, chegar à porta de entrada, ele se decepcionou, pois a porta estava trancada. Forçou-a duas vezes, tentando abri-la, porém a porta não se mexeu nem mesmo um centímetro. O garoto soltou a porta e olhou ao seu redor. Enxergou o fogo tomar conta de grande parte do cenário, além de Penny perto dele.

- É inútil! Já disse que estou realizando o seu segundo desejo...

- Não enche. Palhaço chato. – resmungou.

- Ei! Eu escutei!

- Bom que você para de me perseguir.

- Eu estou realizando o seu desejo. Quem mandou pedir para ficar aqui?

- Eu pedi para FICAR aqui, e não para MORRER.

- E quem disse que você vai morrer?

- Você. Você está carregando um machado por causa de quê, então?

- Para dançar. "I´m singing in the rain. Just singin in in the rain/ What a glorious feeling/I´m happy again... O que foi?

- Foi horrível sua piada.

- "Foi horrível sua piada". E eu tenho culpa de seu senso de humor ser horrível? Você é péssimo em pia...

Interrompeu sua fala, ao ouvir passos rápidos. Percebeu se tratar do garoto.

– Aff...Essa brincadeira está ficando chata, Bernardo. – gritou

- Então pare de brincar. – gritou o garoto.

- Você quem está brincando de pique-esconde...

- É lógico. Não quero ficar aqui...

- Nossa, valeu. Valeu mesmo.

- Olha este lugar, Penny. Está feio. Tem cadáveres e incêndio. Até você...mudou.

- Você ainda não percebeu, não é? É normal que você não... 

Penny parou de falar no exato momento em que percebeu o menino passando próximo a ele, a toda velocidade. Virou-se para trás e visualizou o garoto correndo rapidamente, atravessando o fogaréu e os cadáveres em pé, em direção à fábrica.

– O que você está pensando? –perguntou o palhaço

 

 


Notas Finais


CONTINUA...


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