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História O Menino que não enxergava (Sendo Revisado) - Lembrança


Escrita por: ThaN1 e Park_Stylison

Notas do Autor


Olá,
Sinceramente desculpe pelo atraso, aconteceu um imprevisto, falo com vocês no final.
Sem delongas bora para o cap.
Desculpe qualquer erro, não corrigi nada, saiu do forno esse cap.
*Aviso* Preparem os corações, tem muita bomba nesse cap, muita revelações.
Saranghae <3

Capítulo 17 - Lembrança


Ter em quem se aconchegar enquanto está frio não tem preço, mas ter alguém que você pode se aconchegar e além de receber mimos da pessoa é outro nível. Jongin parecia mais grudado comigo, muito mais do que antes acredite, pois se depender dele, ele vai comigo até no banheiro. Basicamente o nível de grudes aumentou em um ponto que ele dorme comigo umas 4 vezes por semana, tipo ele vem na quinta para cá e fica até sábado, depois ele vai embora e eu vou junto para ficar lá até segunda.

– Fica mais um pouco na cama. – Falou ele se esticando.

– Jongin hoje o Lay vai vim. – Respirei fundo. – E vem visita com ele, mas pode ficar na cama se quiser, eu pessoa ajuda do meu irmão.

– Não precisa, eu prometi que ia te ajudar. – Ele falou manhoso. – Quem são os outros?

– É o Suho, Kris e o noivo dele que não conheço. – Respondi, me levantando, pego minha bengala longa e me guio até a porta. – Vou tomar banho, quando voltar quero a cama arrumada.

– Posso tomar banho com você? – Falou em uma voz manhosa.

– Você é um pervertido. – Digo antes de sair do quarto.

Caminho com a orientação da bengala longa e além também de minha habilidade geográfica, assim que encontro o cômodo, por sorte o encontro vazio e logo entro nele. Não demoro muito no banho, porquê ainda tinha que pedir ajuda para fazer almoço e além também pedir para meu irmão terminar de arrumar a sala, já que mãe iria ir cedo para o trabalho hoje e deixar nós jovens em casa.

Volto para o quarto, onde Jongin já reclama de que queria ficar deitado e eu apenas o ignoro, termino de me arrumar e vou em direção ao quarto do meu irmão, ele provavelmente está com o Leo, pois o Jongin disse que o mesmo dormiu aqui em casa o que é raro. Quando bato na porta sou recebido pelo irmão, com a voz sonolenta, me diz para esperar um pouco ele se arrumar e o Leo também, confirmando o que meu Nini falou.

Eu volto para o quarto, encontro o silêncio, sabia que o Jongin tinha ido para o banho, ontem fomos dormi tarde da noite, pois o Jongin parecia triste, mas não quis me contar. Ele até mesmo chorou um pouco, tentei fazer ele falar, mas nada adiantou, ele apenas dizia que era coisa de família e que não era para me preocupar, que era apenas para eu dar carinho nele e assim eu fiz, o carinho ficou mais sério e ele fez carinho onde não devia e eu nele.

Jongin chega no quarto, logo avisando que estava quase pronto para me ajudar a fazer o almoço, ele tinha dado a ideia de fazer uma macarronada, uma coisa diferente do habitual e sair um pouco da rotina, já que tinha visita. Eu nada falei, pois achei a ideia incrível, ele até mesmo me falou que iria me ensinar que a cozinhar a melhor macarronada que pode se ter na coreia, como eu tenho um namorado modesto.

Descemos indo direto para a cozinha, onde logo o Jongin pegou os ingredientes, ele me posicionou no balcão e logo botou os ingredientes na minha frente. Ele colocou uma faca em minha mão, eu sinceramente estava com medo de cortar, pois como não dá para ver nada fica difícil para mim, mas o pior mesmo é cortar tudo errado e ainda cortar meus dedos.

– Não fique com medo, eu estarei te ajudando a cortar. – Falou ele logo se posicionando atrás de mim. – Você fica sexy cozinhando.

– Você é um tarado. – Falei dando um tapa em sua mão que pegou em minha coxa. – Porque eu namoro um tarado mesmo?

– Porque você gosta. – Falou em meu ouvido. – Você não reclamou essa noite, quando eu fiz carinho no seu boneco.

– O que você fez ontem de noite não podia, pois era uma das regras daqui em casa, pois só podemos fazer carinho quando ninguém está em casa. – Franzi o cerro. – Vamos parar e cozinhar? E atende esse celular que está vibrando. – Falei sério e escuto sua risada, se afastando de mim.

Enquanto ele vai atender o telefone fico ali parado, posso dizer que gosto desse lado tarado dele, pois faz eu rir bastante, por ser algo bom e reconfortante, não fica aquele clima pós briga como muitos casais. Jongin me faz bem do jeito safado que ele tem, que na verdade adquiriu um dia depois da nossa primeira vez.

– O Sehun perguntou se pode vim depois aqui? – Perguntou ele de longe.

– Pode sim. – Gritei de volta.

– Ok. – Ele respondeu e eu apenas dei um sorriso. – Ele disse que o Minseok quer falar com você. Você quer?

– Tudo bem. – Respondi.

Fico me perguntando o que ele quer, talvez peça desculpas como ele fez com o Jongin, eu irei aceitar, sei que ele pensou que iria correr atrás dele, mas o Jongin é o único na minha vida, sei disso e ele vai saber isso hoje também. Mas irei perdoar ele por essas coisas, ainda mais sabendo que ele tem uma possessão sobre mim, quero saber como ela surgiu, porque não é normal ter isso pelo um cego.

Sem aviso nenhum Jongin chega por trás de mim, fazendo eu me arrepiar da cabeça aos pés e ainda mais quando sua respiração bate em minha nuca, tento não parecer nervoso, mas obviamente não dá certo, o que acabo recebendo foi um som de sorriso do mesmo. Ele me dá um beijo na nuca e leva suas mãos em meus braços, descendo lentamente até minhas mãos, fazendo o arrepio prolongar e confesso que poderia ter um orgasmo ali mesmo.

– Pega assim a faca. – Ele coloca a faca em minha mão e logo sinto ser a cebola também. – A faca tem que estar encostada nas suas unhas assim. – Ele coloca como tinha falado. – Assim nunca vai se machucar. Agora corte.

Fiz o que ele pediu, ele começou a me mostrar como se cortava e a velocidade que eu tinha que alcançar para cortar certo e tudo mais. Ficamos fazendo a comida que logo foi para o fogo, ele me contou que era um dos seus hobbies cozinhar e que iria sempre cozinhar para mim, sendo que nunca iria enjoar de sua comida.

Depois de meia hora, a comida estava quase pronta, meu irmão e o Leo apareceram, começaram a arrumar a mesa do jantar e também a sala. Quando estava tudo pronto, esperávamos o pessoal chegar, o que não demorou muito, pois logo a campainha foi tocada e meu irmão foi atender, eu e o Jongin ficamos ainda na cozinha, para terminar todos os preparos.

– Cadê meu filho? – Escutei a voz do Lay e a porta da cozinha sendo aberta. – Aí está ele, fico feliz que esse babaca resolveu tudo.

– Não fala dele assim. – Fiz um bico. – Eu não tinha ouvido ele.

– Não protege. – Falou indignado o Lay, me fazendo rir. – Sorte que o Kyungsoo resolveu tudo, pois hoje quando chegasse iria perder aquilo que adora chamar de seu pequeno Junior. – Podia apostar na cara de assustado do Jongin, assim fazendo eu rir. – Mas vim aqui não para brigar e sim apresentar os noivos.

– Cadê eles? – Pergunto confuso, pois não escuto nada além do Lay.

– Aqui. – Falou o Kris. Ele me abraçou e quase me levantou para cima. – Você não cresce?

– Você não deixa de ser idiota? – Respondi emburrado. – Cadê o seu domador?

– Aqui. – Escutei uma voz diferente e dei um sorriso. – Sou Huang Zitao. – Meu sorriso morreu e uma cara fechada surgiu. – Oh Jongin quanto tempo.

Pego a mão do Jongin, sinto a mesma soada, tento acalmar ele através do meu toque e percebo que está dando certo. Sei como para ele é doloroso, ainda mais quando pensou que nunca mais iria reencontrar esse ser. Dou um sorriso na direção que acredito ser onde eles estão, para amenizar as coisas, pois eles vieram para aproveitar e não para brigar.

– Você é o ex do Jongin. – Falei como se tivesse lembrando. – Ele me falou de você, mas vamos aproveitar o momento hoje, sem pensar no passado?

– Por mim tudo bem. – Falou o Jongin e todos logo concordaram.

Diferente que eu pensei, o clima não ficou desconfortável, muito pelo ao contrário, todos falavam e faziam brincadeira, riamos e comíamos o almoço que por sinal estava espetacular, nem eu acreditei que tinha sido eu e o Jongin que fizemos. Todos nos elogiaram, Leo e Zitao também se conheciam e conversaram um pouco, mas quem mais falou foi o Tao como ele quis ser chamado, pois o Leo quase não fala, nem comigo que sou seu cunhado.

Kris conversou bastante comigo e como ele estava animado, ele me perguntou se eu sabia da história do Tao e do Jongin, eu disse que sim e que não era o momento para isso. Ficamos o almoço todo conversando, queria saber se o Jongin estava com raiva ou não, pois sua voz saia neutra e às vezes assustada com as ameaças do Lay para ele e que fazia todos nós rirmos.

Sehun, Luhan e Xiumin chegaram um pouco depois que nós almoçamos, que logo se enturmam com o pessoal, Luhan, Tao e Kris entraram em uma conversa em mandarim que eu apenas fiquei sem entender nada. Mas logo eu e o Lay começamos a conversar, ele me falou que o Suho tinha que trabalhar com o pai dele, assim não pode vir, me contou que as coisas entre eles estavam bastante bons e que poderia vir um casamento um pouco mais cedo que ele imaginava e que eu serei seu padrinho.

– Com licença, D.O posso conversar com você? – Perguntou Xiumin, eu apenas confirmei com a cabeça.

Seguimos para a cozinha, eu decidi ser mais fácil do que subir as escadas, ele nada reclamou apenas concordou. Sua voz quando me chamou, consegui identificar que estava nervoso, o que me deixa ainda mais apreensivo no que vai falar, mas nada digo apenas continuo a andar até a cozinha, que era perto da sala, mas parecia uma eternidade.

– Bom, espero que o que vou falar aqui, não fique bravo comigo ou algo do tipo. – Ele começou. – Primeiro quero pedir desculpas por ter sido assim com você, percebi que eu estava aposseado por vocês e isso não estava sendo bom para você e nem para mim.

– Desculpas aceitas. – Deu um lindo sorriso na direção que acredito que seja a dele.

– Você deve se perguntar por que eu sempre fui possessivo com você? – Eu apenas confirmei com a cabeça. – Talvez o que vou te contar vai mudar tudo em sua vida, mas será bom aliviar esse peso que tenho e carrego comigo a muito tempo.

Ele suspirou, estava entendendo nada para falar a verdade, tanto que era algo que está me deixando o deixando muito apreensivo com isso, muito mais que eu achei, muito mais que eu queria.

– Quando eu tinha 8 anos de idade, eu e meu pai estávamos voltando de uma praça que ele sempre me levava. – Diz ele, sua voz consigo identificar uma felicidade. – Eu estava pedindo para abrir a bolinha de sabão enquanto dirigia e ele apenas pedia que depois abriria, mas no fim quando eu estava quase chorando, ele pegou a bolinha de sabão e um menino estava na frente do carro, meu pai quando viu era tarde demais, pois ele atropelou o menino. Ele fugiu com medo de ser preso e entrar em um escândalo com sua empresa, mas antes ele ligou para o socorro e dando todas as informações no anonimato. – Ele fez uma pausa para respirar. – Mas ele não desistiu do menino, pois ele procurou os pais do mesmo, apenas encontrando a mãe do mesmo no hospital, ele fez um trato com ela, que daria de tudo do bem e do melhor para seu filho sobreviver, ela aceitou na hora, mas a condição era que você nunca poderia denunciar meu pai, foi quando ele descobriu que era você.

Agora faz sentido quando minha mãe perguntava se eu lembrava de algo, me dizia que se eu lembrasse era para falar para ela primeiro depois ela resolveria, mas nunca me lembrei de nada, até porque foi rápido demais. Eu sempre me perguntei, quem feria isso comigo sem prestar socorro, ainda mais para uma criança como eu era.

– Com isso, meu pai pagou todos os seus tratamentos, desde especialistas até mesmo aparelhos que vieram da capital. – Ele falou. – Quando você aceitou a deficiência, minha mãe voltou a procurar a sua, para pôr em nossa escola, que logo foi atendido já quer era a melhor de nossa cidade. Quando você entrou para a escola, pensei que era apenas mais uma pessoa qualquer, mas quando cheguei em casa e minha mãe me contou que era você quem meu pai tinha atropelado, uma culpa me atingiu. – Eu conseguia escutar seu fungar baixo. – Pois depois que meu pai te atropelou, ele mudou drasticamente, tanto que ele nem me tratava como filho e minha mãe como esposa. Passou a trabalhar mais do que devia, ainda faz isso e tudo isso por causa de uma bolinha de sabão. – Um soluço saiu no final da frase. Eu também comecei a chorar com ele, pois era a minha vida sendo exposta de um jeito que me faz pensar que ninguém teve culpa. – Então eu disse que iria te cuidar e fazer você feliz, já que a culpa era minha. Pedi para minha mãe fazer com que sua mãe aceitasse um acordo de nos casar futuramente, mas isso ela não aceitou, alegando que você só se casaria com que amasse. Eu não desisti, então botei em minha cabeça que iria fazer você se apaixonar por mim, mas fiz da forma errada, pois o proteger virou uma possessão e fazendo você ficar infeliz, eu só percebi quando me meti na sua vida com o Jongin.

 Ele respirou e pegou minha mão, não tinha percebido até aquele momento que ele estava de joelhos, pois meus sentimentos estavam tão frustrados que nem ao menos deu o trabalho de perceber as vibrações daquele lugar. Eu já chorava muito, já sentia muita dor, por saber como exatamente fiquei assim, como minha mãe mentiu para mim, mas como para a família inteira e como o Minseok carregava uma culpa em seus ombros.

– Me perdoa por ter feito isso com você. – Sua voz era de rouco choroso, fazendo meu coração apertar. – Me desculpe, por sempre estragar sua vida, me desculpe por tudo, eu sei que não mereço essas desculpas.

– Xiumin, eu te perdoei, pois você foi sincero comigo e eu gosto de pessoas sejam sinceras. – Respirei fundo, assim evitando qualquer gagueira que possa surgir. – Começamos do jeito mal, mas agora podemos recomeçar uma amizade sem mentiras, quem sabe você e eu não viramos amigos.

– Obrigado...

– Eu quem agradeço por sua sinceridade. – Dei um sorriso.

 XX

Depois da conversa com o Xiumin, eu tentei agir normal, mas Lay percebeu que tinha coisa errada e então contei tudo para ele. No começo Lay não acreditou, mas com muita insistência e dizendo que o Xiumin falava a verdade, me aconselhou a conversar com minha mãe, pois eu não sabia o lado da minha mãe e que ela podia ter uma razão para isso, porém primeiro tinha que testar ela dizendo que eu me lembrava das coisas e que iria denunciar.

E era o que eu iria fazer, estava esperando ela chegar, todos já tinham ido embora, até mesmo o Jongin, mas porque eu insisti, se não ele iria dormir aqui, mas para ele ir embora tive que contar tudo para ele. Ele falou a mesma coisa que o Lay sobre conversar com a minha mãe. A porta da sala se abre, uma tensão entra em orbita no ambiente por minha parte, sabia que era minha mãe, pois o Ravi e o Leo saíram para jantar.

– Oi filho, tudo bem? – Perguntou minha mãe depositando um beijo em minha testa.

– Uhum... Mãe. – Chamei antes que ela suba e recebi um “Hm? ” – Eu lembrei do meu acidente hoje. – Menti. – Lembrei que eu vi o Xiumin e o pai dele no carro.

– Sério filho? – Sinto ela sentando do meu lado e pegando em minha mão.

– Sim. – Comprimi os lábios. – Eu vou denunciar eles hoje, pode ir comigo?

– Você tem certeza disso? – Perguntou e eu confirmei. – Você sabe que se acusar eles sobre seu atropelamento e eles tiverem a prova que não foram eu serei presa.

Bingo, aí está a mentira, Xiumin estava falando a verdade sobre minha mãe saber sobre eles e ainda mais quando ela bota como vítima de uma situação improvável como ela sendo presa. Eu tento respirar, mas a dor da mentira foi mais grande, queria saber porque ela mentiu para mim todo esse tempo e sendo que ela nunca iria me contar a verdade.

– Você já sabia, não é?

– Como assim? – Falou um pouco apavorada. – Eu não sabia.

– Mentira. – Eu me exaltei. – O Xiumin me contou tudo, me contou sobre o trato que você fez com o pai dele. Ele me falou sobre o acordo que mãe dele fez sobre me casar com o filho dela, mas isso teve consciência sobre eu dizer que eu me casaria com quem eu amasse. Mas você mentiu para mim todo esse tempo, nunca me contou que sabia quem tinha me atropelado.

– Filho, você tem que me entender. – Ela falou com uma voz embaraçada que provavelmente do choro. – Eu fiz porque eu estava perdendo você.

– Não entendo, estava me perdendo, mas podia me perder escondendo isso de mim. – Minha voz saiu de forma magoada. – Sabe como eu me senti um lixo por não lembrar? Sabe como eu chorei todas as noites de ser cobrado de uma coisa que nem me lembro?

– Eu fiz tudo por você. – Ela falou um pouco mais agitada. – Eu tive medo de te perder, como quer que eu te conte algo que poderia te prejudicar.

– Me prejudicar? – Dei um sorriso irônico. – Você me prejudicou assim que escondeu isso de mim, é a minha vida você quer o que? Acha que se eu descobrisse iria ficar feliz?

– Você não entende, um dia quando tiver filhos, vai entender o que eu senti. – Ela disse como se eu fosse o errado, pois sua voz não mostra arrependimento e nem nada. – Eu fiz porque amo você e você ficou ingrato por isso.

– Você não entende. – Disse ainda não acreditando no que acabo de escutar. – Você fez isso por você e não por mim. Você fez para não sentir dor, mas me fez sentir dor, me fez eu me culpar por ser assim e agora que sei que não tive culpa não vou mais me lamentar em ser assim e apenas aceitar.

Não quero mais brigar com ela, não quero escutar que eu sou o errado e que ela fez pelo amor dela. Pode até ser, mas ela tinha que me falar, pois passei anos da minha vida acreditando que eu era o culpado de ficar na frente daquele maldito carro. Me levanto e pego minha bengala longa e sigo para a porta, não quero ficar ali hoje, pois sei que a briga não iria acabar ali e muito menos ela seria a culpada disso tudo.

– Onde você vai? – Ela me parou, mas logo me solto de suas mãos.

– Para onde não existe mentiras, onde o amor eu consegui com a verdade. – Falei rude e sai pela porta.

Ignorei seus gritos, apenas caminhei rápido para sair de perto daquela casa, não sei para onde estou indo, apenas sigo reto e minha mente apenas faz com que imagens que nunca tive, viessem átona. Caio de joelhos com a dor que minha cabeça faz, tento me concentrar nos sons ao redor, mas nada acontece e apenas as imagens vem.

Soo vamos brincar?Perguntou meu irmão animado, eu dei um sorriso para o mesmo. Ele era tão pequeno, mas tão inteligente, prometi que cuidaria dele.

Vamos sim.Dei um sorriso para o mesmo, pegamos a bola e fomos para a calçada.

Wonsik jogava para mim e eu para ele, ficamos assim até que um dos seus chutes foi para no outro lado da rua, ele imediatamente saiu correndo para pegar a bola. Olhei meu irmão correndo, ele era tão fofo que tive vontade de apertar ele, mas olhei para o lado um carro estava vindo em sua direção e então o lado protetor me atinge, corri como se fosse o mais rápido do mundo, mas consegui tirar meu irmão. O problema foi que não consegui sair da frente do carro, foi tudo muito rápido, só sei que a última coisa que eu vi foi eu sendo jogado contra o vidro.

– Você está bem? – Escutei uma voz desconhecida. A pessoa pegou meu braço e me arrastou até um banco e me sentou. – Qual é seu nome?

– D-Do Kyungsoo. – Falei com um pouco de dificuldade. – Onde estou?

– Bom está na frente de uma loja de conveniência. – Escutei um barulho de cadeira sendo arrastada. – Me chamo Cha Hakyeon.

Seu nome ficou em minha mente, me lembro de já escutar esse nome de um lugar. Então vem em minha mente o Jongin falando do seu irmão que tinha abandonado o nome da família Kim para só o nome de solteiro de sua mãe, quando ele me contou sua voz trazia um tom de nostalgia e felicidade.

– Jongin. – Falei.

– Você conhece o Jongin? – Perguntou Hakyeon. Assenti e logo percorri meu bolso em busca do meu celular, procurei o número onde tinha o telefone do Jongin.

Mas antes que eu ligasse a pessoa que me socorreu me levantou e disse que me levaria até a casa do Jongin, nada falei apenas concordei e seguimos. Ele se apresentou como seu irmão e eu me apresentei como seu namorado, o mesmo ficou surpreso, pois a última vez que viu seu irmão pessoalmente ele ainda estava solteiro. Contei que o Jongin tinha falado dele e que sentia saudades dele e o mesmo disse que também sente. Assim que paramos ele me informa que tínhamos chegados, mas que não podia entrar comigo e nem ficar muito tempo aqui na frente.

Com sua orientação apertei a campainha, para falar a verdade, descobri que tinha uma campainha agora, pois sempre vinha com o Jongin aqui e nunca precisamos apertar nada, óbvio era a casa dele. Não demorou muito para o portão ser aberto, era um dos empregados da casa que logo me levou para dentro.

Eu era considerado da família pela maioria dos empregados, mas claro sempre tem aqueles que são o puxa saco do patrão e não aceita minha relação com Jongin, mas não me importo com os comentários deles. Mas nenhum nunca me tratou mal, pelo ao contrário quando estavam perto de mim diziam que era bonito e tal, mas quando estava um pouco mais longe podia escutar suas conversar sobre mim.

– Soo? – Escutei a voz do Jongin assim que o empregado me pediu para esperar no jardim. – O que está fazendo aqui?

Não consegui responder, apenas me agarrei nele e chorei tudo que estava me sufocando, o mesmo me apertou em seus abraços e deu vários beijos em minha cabeça tentando me acalmar. Ele me leva para dentro e escuto um som de piano tocado, era uma melodia simples e bastante significativa pela casa.

– Quem é que está tocando piano? – Perguntou ainda agarrado em seus braços. Eu já estava calmo, na verdade Jongin me deixava calmo em poucos minutos.

– A senhora Heemin. – Diz ele, quando mais entramos mais o som fica perfeito. – Ela sempre toca quando está com os sentimentos a flor da pele.

– Que música ela está tocando? – Pergunto assim que paramos.

– Bluestone Alley. – Quem me responde é a senhora Heemin, como sempre sua vez sai doce como mel. – Que adorável surpresa ou nem tanto.

Jongin avisa que iria buscar água para mim, o que não demorou muito, assim que sento conto tudo para eles o que aconteceu entre mim e minha mãe. Senhora Heemin me falou que minha mãe não estava errada, pois ela só ativou o instinto protetor de toda mãe, mas que foi errado ela ter escondido de mim e que era pelo menos ter me falado sobre quem tenha feito isso comigo.

Ela também perguntou se eu iria denunciar as pessoas que fizeram isso, mas eu disse que não, que foi por causa deles que eu soube a verdade por estar assim. No começo ela não entendeu, mas depois expliquei que me lembrei do dia do acidente e que foi por salvar meu irmão que eu estou assim, antes eu me arrependia de ser assim, mas hoje não sei que fiz o bem em proteger meu irmão.

Ela me contou que foi muito bom da minha parte e que iria ser recompensando em breve, eu até ri disso, pois não quero nada em troca além da vida do meu irmão e sendo ele feliz. Acho que agora nunca mais vou me lamentar por estar cego, pois agora sinto orgulho de mim mesmo, sinto a pessoa mais feliz por salvar meu pequeno Wonsik, assim sei que ele vai ser feliz para sempre.

Eu morreria por ele, como morreria por todos que eu amo.

XX

Faz um mês que estou dormindo na casa do Jongin, não porque eu quero, mas sim porque minha mãe meio que me expulsou de casa. Eu tinha ido para casa no dia seguinte, mas minha mãe perguntou se eu realmente ainda morava ali, foi quando nós discutimos e liguei para o Jongin, peguei algumas roupas, já tinha algumas na sua casa e desde então estou aqui.

Jongin e a senhora Heemin não reclamaram com isso, muito pelo ao contrário, eles ficaram do meu lado e disse que é um bom ficar aqui e esfriar a cabeça, esperar minha mãe se resolver seus próprios pensamentos. Durante minha estadia, meu irmão venho me visitar, contei o que lembrei o mesmo chorou muito, me pediu perdão e que era tudo sua culpa, que sempre carregou isso e eu apenas disse que não me importava com isso, apenas fiz, o amo e nunca me perdoaria se deixasse algo acontecer com ele e que não é para ele se culpar, ficamos chorando por um tempo até ele ir embora.

Uma coisa boa que aconteceu aqui, foi que o hospital me ligou e dizendo eu tinha uma pessoa que irá doar os olhos, eles falaram que a pessoa quis doar especialmente para mim. Fiquei muito feliz com isso, finalmente vou poder enxergar e ver as pessoas que eu amo, principalmente a senhora Heemin e o Jongin, falando em Jongin ele nesse mês anda muito estranho, ele sempre está do meu lado, mas ao mesmo tempo parece que ele não está.

Cheguei a perguntar o motivo, mas ele nunca fala, apenas diz que está cansado e que seu pai está para voltar o que estressa ele. Eu não acredito, mas nada o questiono, porém quero meu namorado de volta, quero seus mimos e ele não me beija toda hora ele, não me dá mais aquele carinho e sem contar que às vezes ele chora e tenta esconder de mim.

– Jongin. – Falou quase sussurrando, nós estávamos deitados, hoje é domingo, normalmente nós não fizemos nada além de ficar deitado. – Por que está tão distante?

– Eu ando cansado amor. – Falou ele se aconchegado mais em mim. – Desculpe se não estou dando muita atenção, mas como esse é o último ano da escola, ano que vem eu vou para faculdade e assumir a empresa do meu pai, o que fez muita responsabilidade caísse sobre mim.

– Desculpa, eu que estou exagerando. – Falei sem graça.

– Que isso, não fala assim. – Ele me deu um beijo. – Estava pensando comigo aqui.

– O que?

– Que tal nós casarmos ano que vem? – Eu fiquei nervoso com isso, não pensava que casaria tão cedo, mas não duvido nada que isso aconteceria.

– Hum, acho que eu tenho que pensar. – Falei de um jeito fofo. Jongin é assim uma pessoa que sempre pensa primeiro que eu, na verdade ele sempre é quem decide. – Quem sabe?

– É só você aceitar ficar noivo de mim. – Ele falou me dando um beijo na bochecha. Uma coisa que minha mãe me ensinou foi que oportunidades não se recusa e essa oportunidade de ficar noivo de alguém que eu amo também não se recusa, com certeza ela vai enlouquecer quando contar para ela que estou noivo, isso me faz ter saudades da mesma.

– Só se me buscar algo para beber. – Falei.

– Ok. – Ele me dá um selinho antes de se levantar.

Senhora Heemin já está no piano, pois o som percorre a casa, um sorriso meu é dado, ela sempre toca aquele piano, dizendo que faz lembrar do seu falecido marido e que é a melhor coisa a se fazer quando sente saudades. Ela me ensinou a tocar a sua música favorita, no começo confesso que é difícil, mas depois você pega o jeito, para mim foi mais complicado, pois tinha que entender cada nota e contar onde elas estavam, mas a senhora Heemin foi paciente comigo e me ensinou certinho.

Agora aquela melodia que tocava e fazia que os sons se suavizavam pela casa, transformando ela de vazia para cheia e aquecedora, tudo que a senhora Heemin fazia se transformava nisso, trazia a paz e o aconchego dessa casa. A cada nota era cada sentimento, tudo passado pela harmonia dos dedos da mais velha, me senti a paz com aqui, me sentia aliviado com aquilo, a música era relaxante, mas tudo tem um fim.

Um fim que não esperava, um fim que nem era um, pois estava no meio da música, no meio da melodia, no meio da harmonia, mas ele insistiu de acabar ali com um estrondo e meu coração parou, assim como todos os meus movimentos. Gotas de lágrimas saiam de meus olhos, informando que algo de ruim aconteceu, pois não era normal um estrondo de algo cair sobre as teclas do piano, não era normal o silêncio que se formou, nada era normal nesse exato momento.

Mas a música voltou, ela continuava o mesmo ritmo, porém a diferença era que estava triste e melosa, o sentido de dor estava passando por ela, conseguia senti, mas a única coisa que consigo é sorrir, pois nada de ruim aconteceu com a senhora Heemin e fui um bobo de pensar nessa besteira.

피아노는 제공되는 멜로디를 통해 자신의 감정을 전달한다. - 저자 알 수없는 (O piano transmite seus sentimentos através da melodia proporcionada. - Autor desconhecido)


Notas Finais


Olá de novo.
Bem esse é o último cap do ano, ou seja, Feliz Natal, Ano novo e que dê tudo certo na vida de vocês e que no próximo ano tenha bastante fanfic para lerem.
Agora sobre o Cap. Bombas para mais de bombas, fiquei até sem respirar aqui, sério. Atrasei, mas vim com um cap como esse e ainda o maior da fanfic até agora, pois acho que o próximo vai ser maior. Tenho medo do próximo, pois nem comecei a escrever já começo a chorar sahuashauhas.
Ele vai ser bem triste, na verdade ele já começa triste, esse é um dos motivos por eu publicar ele depois do Ano Novo.
**********Pergunta: Querem um cap de Wontaek de presente de natal? Bem vai ser um especial deles e depois eu apago, me contém até amanha de noite, para eu conseguir escrever antes do natal.
Acho que falei demais, antes disso, quero que a fanfic termine o ano com 300 fav, me ajuda? Quem sabe não faço um especial de 300 Fav?
E outra a fanfic tem entre 5 a 8 cap para acabar contanto com o epílogo.
Acho que é isso.
Até ano que vem, ou sabado com o especial Wontaek.
Tchau
Boas Festas
Saranghae <3


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