História O Menino que não enxergava (Sendo Revisado) - Como conquistar?

Sabe quando você pensa que tudo poderia ser fácil, mas não é, daquele mesmo módulo onde todos têm uma chance para ser bom, porém no fundo ninguém é. Me lembro de quando eu entrei para a escola e meu pai disse para ser o melhor de lá, que assim eu daria orgulho para família e mostrar quem realmente manda naquele lugar.

Hoje eu tento dar orgulho, já que não consegui dar no passado, passado digo a uns dois anos atrás. Eu sei que tudo que eu fiz foi por amor, mas acabou afastando eu de minha família, não que eu já não tivesse longe deles, mas sim por sempre que brigamos eles jogam em minha cara o quanto eu fui irresponsável.

Eu quero apenas que meu pai chegue e diga que eu sou a pessoa que mais dá orgulho para ele, mas isso não é verdade, já que o mesmo já disse várias vezes quando brigávamos. Meu pai sempre foi aquele que joga as coisas na sua cara, ele não se preocupa se vai doer ou não, isso é o problema seu, a única coisa que ele quer de mim ainda é que eu assuma sua empresa no futuro e vai ser o que eu vou fazer.

Chega a ser vergonhoso minha situação, tenho plenos dezessete anos e não sei como cantar alguém, mas não tenho culpa, eu só namorei uma vez na vida e sendo que foi quase dois anos a trás. Naquele tempo eu ainda era um louco apaixonado e essa situação é diferente, apenas quero que alguém se apaixone por mim.

Agora sentado na frente do seu amigo e do namorado dele, tentado cantar alguém que nem mesmo enxerga e olha que pensei que fosse fácil, mas quando eu o elogiei hoje ele me chamou de estranho. Eu estou meio inseguro de conseguir fazer isso, mas mesmo assim quero livrar ele da escola. Os dois me olham como eu fosse o maior babaca do ano, não que eu não fosse, mas é estranho o que eu estou fazendo.

– Olha pelo meu ponto de vista. – Falou Luhan quebrando silêncio. Ele ainda me olhava de forma séria. – Você não deve fazer isso. Também não vou me meter.

Sabia que ele não ia me ajudar, Luhan é tudo certinho para esse tipo de coisa, ele mesmo tinha falado para eu parar com esse ódio com pessoas cegas. Ele dizia que eu era um babaca completo por fazer isso com os outros, ele mesmo já defendeu um, mas esse também não escapou de sair da minha escola.

Ele se levanta deixando eu e o Sehun sentados um olhando para o outro. Sehun era aquele tipo de amigos que te ajuda, mas por baixo dos panos, até porque ele mesmo já foi um deficiente – e não é mais –, ele tenta tirar essas ideias da minha cabeça dizendo que muito ruim da minha parte fazer isso com quem não merece. Talvez seja, mas ainda tinha que tirar aquele cego da escola e não tinha ninguém disposto em mexer com ele, pois subiam que ele bateu no Taekwoon e agora os dois eram cunhados.

– Bom o que posso falar? – Ele olhou para mim com uma cara de que fiz ou vou fazer merda. – Vai ser meio difícil você conquistar ele.

– Como assim? – Olhei confuso para ele.

– Primeiro você elogiou ele e te chamou de esquisito. – Falou tentado não rir. – Pois você surge do nada elogiando ele, sendo que ele te conhece como um cara sério.

Isso era verdade, eu não podia mudar da água por vinho e ainda chegar elogiando do nada. Eu ainda estava enferrujado em conquistar alguém, pensei que seria fácil, mas quando ele me chamou de estranho meu plano foi por água baixo, eu não sou estranho, sou apenas na minha e eu sou uma pessoa legal. Sei que as vezes eu pareça um grosso, mas não muda o fato de eu ser uma pessoa gente boa e divertido de se conhecer.

– Então me ajuda, como eu vou conquistar ele? – Pergunto e o mesmo fica olhando para o mesmo ponto.

– Você não deve dar presentes para ele.

– Como? – Perguntei confuso.

– Ele odeia receber presentes. – Falou mais uma vez e eu continuei com aquele olhar confuso. – Sabe que eu sei fazer leitura labial com a minha experiência como surdo. – Eu apenas confirmei com a cabeça. – Então eu estava observando ele a mais de 5 minutos e chegou o menino novo com um tipo de presente para ele, e ele falou que odeia receber presentes.

– Ok, presentes estão fora de questão. – Confirmo e me viro para a mesa onde estão sentados.

Kyungsoo está sentado na ponta esquerda e o menino novo na ponta direita, eles pareciam próximo até de mais, pois o mesmo tentava assegurar a mão do Kyungsoo e o que faz ele tira. O Kyungsoo parece não estar gostando do mesmo fazer isso, mas mesmo assim ri de coisas que o outro diz.

– Qual é a relação dos dois? – Pergunto para o Sehun que mantinha o contato visual para a mesma mesa que eu.

– Pelo que eu entendi o aluno novo se mudou da mesma cidade para vir atrás do Kyungsoo. – Falou, Sehun é o melhor amigo que poderia se ter, quem lê leitura labial tão bem. – E o mesmo diz que não era para ter vindo e dizendo que ele iria levar o aluno novo para a polícia e dizer que é perseguição.

– Perseguição? – Perguntei confuso.

– Sim, pelo que eu entendi o aluno novo é apaixonado pelo Kyungsoo, só que o mesmo não é. – Ele me olhou e deu um pequeno sorriso. – Além de que o outro diz que vai seguir ele para sempre e ele responde que é para ele ir para o inferno.

– Há entendi. – Confirmei com a cabeça, espero que o aluno novo não me atrapalhe.

– Hoje temos educação física, não é? – Eu apenas confirmei com a cabeça. – Então senta com ele hoje e tenta conversar com ele sobre o que ele gosta e o que ele faz de interessante, seja você e tenta ser como você é comigo.

– Mas ele vai me chamar de estranho de novo.

– Não vai. – Diz dando um sorriso para mim. – Ele pode achar de primeira, mas provavelmente ele vai querer conversar com você invés do aluno novo.

– Você tem razão. – Tinha totalmente razão, ele era a melhor pessoa para fazer planos como isso.

– Eu sei. – Falou convencido. – Eu fiz isso com o Luhan e deu certo.

Antes de ele começar a falar de como conheceu o Luhan-Hyung eu saio da mesa sem falar nada, mas o mesmo nem deu bola, pois estava atento demais lendo os lábios alheios. Eu acho engraçado essa façanha de ler lábios, poderia saber das coisas que os outros falam sem eles mesmo saber. Uma vez perguntei como ele conseguiu aprender a ler lábios, a única coisa que ele falou foi que era fácil e era um superpoder de quem tem alguma deficiência, eu não acreditei muito, mas quem sou eu para discordar.

Me dirijo para a mesa onde está o Kyungsoo e o aluno novo, quando cheguei mais perto pude ver que a risada do Kyungsoo era de alguém para dar na cara da pessoa que está falando. Agora mesmo faz sentido quando o Sehun falou que o mesmo não queria que o aluno novo estivesse ali, eu acho que esse aluno novo é uma vítima igual a mim de pessoas assim, mas não quero saber da sua história de sofrimento.

– Desculpa atrapalhar, mas nós temos que ir Kyungsoo. – Falei da forma mais educada que alguém poderia dizer.

– Vamos então. – Ele se levantou na mesma hora e tentando localizar onde eu estou e eu pego em sua mão.

De certa forma isso deve ser ruim de fazer, se ele não fosse cego eu até pensaria em gostar dele, mas como ele é dificilmente isso irá ocorrer. Não sei como o aluno novo gosta dele ao ponto de perseguir o Kyungsoo até aqui, sei que Kyungsoo é bonito, mas mesmo assim ele é um cego que necessita dos outros.

Espero que o aluno novo não me dê trabalho se não o meu problema será com ele, nunca precisei expulsar algum aluno normal da escola, pois sei que eles são vítimas dessas pessoas. Se ele quiser ainda estudar é melhor ele esquecer o Kyungsoo de alguma forma, não que eu me incomode de ele estar atrás do Kyungsoo, mas ele não pode estragar meus planos.

Sigo ele para a sala, eu não saberia o que falar, já que o mesmo disse que eu sou estranho por eu apenas trocar uma palavra com o mesmo. Eu vou ser eu mesmo, ao mesmo tempo vou seguir o que Sehun tinha me falado, tenho que saber o que ele gosta e o que não gosta, espero conseguir tirar algo, mas não sei nem como começar uma conversa com ele e sendo que não sei nem como falar direito com alguém.

Assim que chegamos, o professor apenas fez a chamada e já estávamos nos dirigindo para o pátio, Kyungsoo apenas pediu para eu deixar ele em uma sombra onde ele pode ler. É estranho escutar ele dizendo que vai ler se ele é cego, eu nunca me interessei nesse tipo de leitura de cego, mas acho que sei como me aproximar dele.

Assim que acho uma sombra, sento ele e me sento em seu lado, ficamos naquele silêncio por um bom tempo, eu observava o pessoal fazendo educação física. Eles corriam para lá e para cá, sempre reclamando de que estavam suados e que aquilo era pior que trabalhar como escravo, um bando de idiotas.

– Como você consegue ler? – Pergunto quebrando o silêncio, acho engraçado que ele lê de olhos fechado se ele não enxergasse.

– Não sei como te responder. – Falou abrindo os olhos, ele fritava sua frente. – Sei que é meio complicado quando se está aprendendo e tem que ter um senso de memória, não muito diferente de como se memoriza as letras. Quer que eu te ensine como ler em Braille?

– Acho que eu não consigo. – Respondi meio inseguro, pois só vejo pontos naquela página. Ele pega a minha mão e bota em cima do livro, por um momento eu tentei tirar, mas o mesmo não deixou que eu fizesse isso.

– Confia em mim, é complicado, mas não impossível. – Falou confiante com um sorriso no rosto. – Feche os olhos e deixe suas mãos leves para conseguir sentir os pontos. – Eu fiz o que o mesmo me indicou e logo senti um ponto pequeno entre meu dedo. – Está sentindo esse ponto pequeno?

– Estou, o que significa?

– Ele é o A e logo em seguida vem mais dois pontos em cima esse é um C. – Diz ele, eu apenas confirmava. – Agora em seguida em “L” pequeno é um H e depois vem mais um ponto é um A. Viu você formou a palavra acha e não foi tão difícil assim.

– Quero saber como é uma frase inteira. – Falei animadamente, não acredito que apendi a ler assim.

Ele começou a me explicar as próximas letras, eu estava realmente gostando de aprender a ler daquele jeito, talvez seja algo que eu nunca pensei que ia conseguir. Ele me mostrou mais de que uma frase e sim um texto inteiro do livro que ele lia, eu achava aquilo de forma muito legal de se aprender.

Ele ria da minha animação quando eu já tinha decorado as letras do alfabeto, as vezes eu confundia e falava uma palavra que nem ao menos existia. Eu parecia uma criança que acabou de descobrir sobre o mundo novo, mas é o que realmente aconteceu, eu descobrir a ler algo que nem ao menos sabia que era possível fazer, eu estava feliz por aprender algo.

– Obrigado por me ensinar a ler. – Falo.

– De nada, estamos na escola e estamos aqui para aprender. – Deu um sorriso e se acomodou mais as costas na parede.

– Posso te fazer perguntas? – Falei olhando para o mesmo, ele não teve nenhuma expressão.

– Se está eu puder responder.

– Por que você não gosta do Minseok? – Falei e ao mesmo tempo vi ele dando suspiro de cansado.

– Não que eu não goste dele. – Indago. – Só que ele sempre se sente superior por ter dinheiro e além de ele tentar me comprar com presentes, sem ao menos saber o que eu realmente gosto.

Eu realmente não entendo esse comentário do Kyungsoo, pensei que todos de sua espécie querem dinheiro para serem curados de alguma forma, mesmo que seja de uma forma, eles sempre querem serem curados. Tem possibilidade de ele ser diferente dos outros que já conheci, mas mesmo assim ele é um deficiente.

– E o que você gosta? – Agora tenho que dar a tacada.

– Hum, pergunta difícil. – Ele fez uma cara de pensativo. – Gosto de HQ, principalmente do Demolidor, pois ele é igual a mim. Quando eu tinha uns treze anos eu dizia que não existia ninguém para quem eu me expirar e aí o Kris me apresentou o Demolidor. – Ele deu um sorriso lembrando de seu passado. – Depois ele me mostrou Jogos Vorazes onde o Peeta perde a perna e fica que meio que deficiente.

– Quem é Kris? – Perguntei meio confuso, pois seu irmão se chama Wonsik.

– Meu ex-namorado. – Falou um pouco triste. – Ele se mudou para china e faz quase dois anos que não se falamos mais.

O engraçado é que a pessoa que eu mais odeio nessa vida também se mudou para china, mas diferente do Kris, ele nunca me contou muito de sobre seus gostos. Eu fui um bobo apaixonado que no final acabei perdendo tudo que eu tinha, coração, dignidade, confiança e amor. Agora sou assim, um cara grosso que não se importa com as pessoas e muito menos quer saber quem sofre ou não, apenas protege aqueles que consideram importante.

Eu me odiava por ter me transformado, mas odiava mais ainda a pessoa que me fez ficar assim. Sabe quando você se sente usado uma vez e dói? Bom eu sinto essa dor toda vez que eu acordo e me lembro o quanto podre eu me transformei, eu nunca pensei que iria ser um adolescente tentando achar uma forma de ser feliz. Agora aqui estou eu, tentando conquistar um cego para fazer ele sofrer, talvez seja melhor ele sofrer que eu e não me importo se ele irá querer se matar isso é problema dele e não meu.

– Por que não se falaram mais? – Perguntei curioso. Acho que nunca fiquei tão curioso na minha vida como agora.

– Não sei, ele simplesmente parou e nunca mais me ligou ou algo do tipo. – Deu um suspiro. – Mas meu melhor amigo sabe e nunca me quis falar.

– O que mais você gosta? – Troquei de assunto, eu sei como ele se sentia desconfortável em falar do passado.

– Gosto de ir em lugares diferente. – Deu um sorriso de aliviado por ter trocado de assunto. Vejo que seus olhos pareciam que sairiam lágrimas. – Gosto de comer e muito, acho que comida é a melhor coisa. Gosto da cor preta e se eu pudesse sempre teria roupa preta, mas o problema é que nunca sei se estou vestindo preto ou não, minha mãe nunca conta. – Deu uma risada e sacudido a cabeça. – Acho que só. E você?

– O que eu gosto? – Tento pensar, seria mais fácil dizer o que eu não gosto, ou seja, tudo. – Gosto de sossego, de praia, de viajar e de comer. Acho que só.

– Nossa que emoção. – Ele debochou de mim. Sentei mais perto dele fazendo nossos ombros se encostassem.

– Gosto de música.

Botei o fone em uma de minhas orelhas e depois botei na dele, ele tomou um susto no começo, acho que eu iria dividir uma das coisas que poucos tem o privilégio de saber. Eu desbloqueio meu celular e entro no aplicativo de música, escolho a melhor que eu gosto. Começou a tocar Number Nine, uma música significa muito para mim, apesar de ela ter uma batida de dance a letra é triste e conta um pouco de mim.

– Não sabia que gostava de T-ara. – Falou ele, eu me surpreendi ainda mais.

– Você escuta também? – Ele localiza meu rosto como se dissesse, isso é meio obvio.

Ele tinha um musical muito bom isso eu devo admitir e falo ainda mais quando se trata de T-ara, elas sempre sabem o que eu sinto. Sempre quando eu estava triste e deprimente botava elas no último volume e começava a chorar, sei que parecer estranho, mas a letra conta tudo que eu sentia.

– O que tanto vocês conversam? – Vi o aluno novo chegando perto onde estávamos, ele ainda se jogou no meio de nós nos separando. – Estão muito grudados.

– E você está suado, sai de cima de mim. – Falou Kyungsoo com uma voz séria e tentando se levantar. – Por que você me seguiu?

– Já falei que é porque eu te amo. – Respondeu ele um pouco baixo e perto do ouvido do Kyungsoo, se eu não tivesse perto de mais eu não iria escutar. – Não acha que está apertado de mais aqui. – Ele me fritou com os olhos como se quisesse me matar.

– Bom eu já vou indo. – Não queria briga, ainda não. – Depois te levo para a sala.

– Não, me leva agora que eu não quero ficar sozinho com ele. – Falou se levantando. Pelo jeito vai ser difícil com esse guri aqui.

Eu pego seu braço e ponho em meu ombro, caminhamos em direção a sala, ele nada dizia, pois parecia irritado de mais para falar algo. Ele era fofo assim, o que eu estou pensando, só posso estar louco. Assim que chegamos ponho ele em sua cadeira e logo sento em seu lado.

Ele me entregou seu celular pedindo para que eu colocasse meu número na agenda de contatos, assim que eu coloquei o sinal bateu para irmos embora. Levo ele até a saída onde seu irmão já está lá com o Leo e os dois riam e falam entre si, às vezes tinha troca de olhares entre os dois como quisesse dizer várias coisas.

– Oi. – Falei, Leo apenas me olhou com uma cara sério. – Está entregue.

Passei para a mão do seu irmão, o mesmo apenas deu um sorriso para mim e pegando seu irmão, Kyungsoo se despediu de mim da mesma forma de sempre. E os três seguiram pela rua ao contrário da minha, eu apenas baixei a cabeça e botei meus fones antes de seguir para minha casa.

– Você é surdo? – Falou o menino novo me puxando pelo braço. Por um momento pensei em revidar, mas me fiquei calmo. – Eu estava chamando por você.

– O que você quer? – Falei um pouco grosso, ou muito.

– Quero que se afaste do Kyungsoo. – Indagou com uma certa raiva. – Ele é meu e demais ninguém.

Eu podia ser a melhor pessoa, mas cair na gargalhada depois de escutar isso, foi de mais para mim, eu apenas ria do que eu acabei de escutar, ele ficou me olhando por um tempo e aposto que ele achou que eu fosse louco como qualquer outro.

Eu olhei bem para seu rosto, meu sorriso agora desmanchou por completo, como se nunca tivesse existido antes e ele me olhou ainda sério esperando uma resposta minha. Eu apenas queria formular uma resposta, uma que não entregasse meu plano para um desconhecido, ainda mais por um que está apaixonado pelo guri que quero que se apaixone por mim.

– Se eu dizer não. – Falei debochado.

– Você vai se arrepender. – Respondeu ele. – Eu sou muito bom em avisar, mas posso ser muito ruim também. Melhor você se afastar antes que algo aconteça com você.

– Acha mesmo que tenho medo dessas ameaças? – Digo ainda debochado. Era só o que me faltava, ele era a pessoa mais babaca para dizer isso para mim, dizer o que eu devo fazer. – Não vou desistir dele.

– Então será que vou ter que ser ruim. – Falou agora com um sorriso no rosto.

– Não vai ser ruim comigo, pois eu também ser ruim. – Falei me virando para ir embora. – Ah, melhor você se cuidar, já que essa escola é minha.

Deixo ele antes de ele pensar em responder, não tinha paciência para pessoas assim, agora entendo o porquê do Kyungsoo ignorar e não gostar dele, por ele achar que o Kyungsoo é sua propriedade. Até eu conquistar ele e ser meu, mas depois que eu machucar o coração do Kyungsoo ele pode cuidar dele e assim farei um favor para o aluno novo.

Assim que chego em casa vejo minha vó sentada lendo um livro, acho que minha vó já leu mais uns mil livros, pois é o que ela mais gosta de fazer. Quando era pequeno minha vó sempre lia histórias para mim, desde as mais bonitas até as assustadoras, era isso que eu gostava em minha vó, ela sempre esteve do meu lado. Me aproximo lhe dou um beijo em sua bochecha e me sento em seu lado, me deito para falar a verdade, e ponho minha cabeça em sua perna.

– Senhora Heemin. – Falei manhoso, eu sou o único que a chamo ela assim, não por mal.

Quando eu era pequeno era assim que meu vô chamava ela, e eu peguei o costume de chamar ela assim e não vou mudar tão cedo, já que ela gosta de ser chamada assim. Ela baixa o livro e olha para mim, seu sorriso era umas das coisas mais perfeita que eu já vi na minha vida e era isso que sempre me animava.

– Oi meu filho. – Diz com um lindo sorriso. – Como foi a aula hoje?

– Foi bom. – Falei sincero e respirei fundo. Não entendo o porquê de eu estar tão nervoso por causa de uma coisa boba, sei que falar como conquistar alguém é difícil e já tinha falado com o Sehun, mas meio que necessitava do conselho da senhora Heemin. – Posso fazer uma pergunta?

– Hum. – Ela fez uma cara de pensativa e eu sorri, seus olhos me olharam. – Pode sim.

– Como eu faço para fazer uma pessoa gostar de mim? – Falo e ela me olhou curiosa. – Tipo estou gostando de um guri e quero que ele goste de mim como eu faço?

– Bom, isso é meio difícil. – Deu um suspiro, minha vó sempre me ajudou nessa relação de conquistar alguém e acredite sempre funciona. – Mas não impossível. Acho que você tem que levar essa pessoa em um cinema para se conhecer melhor.

– E se ela for alguém que é cego? – Ela me olhou um tanto desconfiada. Sei que eu falei que estava gostando do Kyungsoo, mas porque não podia contar que era meu plano de tirar aquele cego da minha escola.

– Aí mesmo eu convidava para o cinema. – Olhei confuso para a mesma e ela me retribui com um sorriso. – Pois sei que será uma coisa especial, já que ele não pode ir e aposto que vai ser a primeira vez dele no cinema. Além de que ele vai se sentir especial.

– Especial? – Perguntei ainda confuso, não entendi muito bem o que ela quis dizer com se sentir especial.

– Para pessoas como ele, ser especial é ser normal. – Começou a mexer em meus cabelos. – Então para ele ir no cinema é ser considerado uma coisa que só pessoas normais fazem e se ele fazer vai se sentir especial.

– Entendi. – Dei um sorriso, acho que vou levar ele no cinema. – Tem algo a mais?

– Bom tem que me trazer para eu conhecer. – Ela deu um sorriso, não sei o motivo, mas pensar em trazer o Kyungsoo me deixou envergonhado.

– Pode deixar senhora Heemin. – Digo com minha voz de obedecer.