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História O Mestiço e o Vingador do Planeta Vermelho - Prédios iguais sempre caem


Escrita por: SpiderFromMars

Capítulo 13 - Prédios iguais sempre caem


Fanfic / Fanfiction O Mestiço e o Vingador do Planeta Vermelho - Prédios iguais sempre caem

   - Filha, precisamos conversar!
   O clima era tenso e o ar pesado. A filha, sentada em uma cadeira atrás de uma mesa quadrada de madeira, sentia um desconforto interior ao ser chamada para aquela conversa. Sabia que o pai ia finalmente falar sobre o alienígena prisioneiro.
   O pai, em pé e parado, designava mentalmente como falar para a filha adotiva como a mãe dela realmente morreu.
   - Pode falar.
   - Bem... você lembra, alguns anos atrás quando eu te contei como sua mãe morreu?
   - Lembro - respondeu Ana, olhando nos olhos do pai. - Por quê?
   - É que naquele dia eu não fui muito sincero.
   - Como assim?
   - Antes de te contar, eu queria que você ficasse calma - disse Gabriel, puxando uma cadeira e se sentando. - Naquele dia chuvoso não houve nenhum raio. Sua mãe foi levada por seres alienígenas.
   Nenhuma frase poderia ser mais chocante de se ouvir. Sua reação corporal mostrava que aquilo poderia ser traumatizante. Uma rápida tontura assombrou sua mente. Precisou respirar fundo para amenizar a dor e processar aquela informação.
   - Aquele - ela dizia respirando com dificuldades - que está lá na prisão matou minha mãe?
   Esta parecia ser a oportunidade perfeita para contar a ela que o alien preso nasceu da mãe dela, e ao perceber o momento oportuno, decidiu contar ali a verdade sobre o assunto em questão, mas uma interrupção inesperada o fez adiar o que tinha a dizer.
   - Senhor, um assunto urgente.
   Era a voz de Jason Lovitz.
   - Tem que ser agora? - perguntou Gabriel, girando o pescoço e vendo o amigo parado com a porta entreaberta.
   - Sim. É sobre o "A".
   Após alguns segundos pensando se ia com o amigo ou contava tudo de uma vez à filha, decidiu seguir a primeira opção.
    - Eu te conto tudo depois - disse para a frágil Ana Lívia.
   Levantou-se e com largos passos atravessou a porta, encontrando seu amigo no corredor. Com a pressa que estavam, chegaram na sala de Gabriel em poucos segundos. Lá, em pé ao lado de uma cadeira se via um homem, que vestia uma roupa militar e esbanjava nervosismo.
   - Posso saber o que se passa agora?
   O homem que aguardava o rei bateu continência assim que o viu.
   - Senhor, este é o guarda Rossi - respondeu Jason. - Ele me contou algo há alguns minutos atrás. Algo terrível!
   - E o que foi? - perguntou Gabriel, olhando preocupado para o guarda assustado.
   - Senhor, aconteceu algo horrível lá na Vila Estrela. Enquanto eu rondava aos arredores, vi uma criatura grande, vermelha e com poderosas armas matando... matando todos. Tenho quase certeza de que é um alienígena, e ele estava vindo para cá.
   Gabriel e Jason trocaram olhares já sabendo o que deviam fazer. Deixaram o guarda na sala e correram para as celas subterrâneas, preocupados.
   Depois de um "abre e fecha" de portas eles se aproximaram da cela onde o híbrido estava encarcerado.
   - Contaram a ela... - dizia o prisioneiro.
   - Cala a boca! - interrompeu Gabriel, grosseiro. - Você não disse que todos em seu planeta estavam mortos?
   - Sim. Morreram todos. Eu mesmo testemunhei.
   - Ah, é mesmo!? Porque um dos meus guardas jura que viu um grande alien matando pessoas aqui perto.
   - Impossível!
   - Alguém deve ter vindo atrás de você... te seguido... - citou o Jason.
   - Não - disse o mestiço, assustado com o que pensava. - O único que conhecia este lugar e que estava em uma nave... Troan!
   - Quem é esse? - quis saber o rei.
   - Ele era o líder supremo de Redder.
   - O que levou a mãe de Ana? - perguntou o Dr. Lovitz.
   - Ele mesmo.
   Diego olhava para baixo como se quisesse se enterrar e nunca mais sair. Desejava a morte.
   - Tem algo que não entendo - disse Jason, andando inquieto pelo corredor úmido à frente da cela. - Se ele é seu líder, por que chegou aqui matando pessoas em vez de vir falar com você?
   - Acho que ele não veio aqui para conversar - respondeu o mestiço, cabisbaixo. - Tem mais uma coisa que preciso contar.
   "Fui designado por Troan para lutar com o líder inimigo.Enquanto eu me preparava para enfrentar os invasores, minha mente começou a ficar distraída e, eu acabei... falhando. Troan me culpou pela derrota e decidimos que íamos fugir com os sobreviventes. Enquanto deixávamos Redder, recebemos um pedido de socorro de Troan, pois a nave dele havia sido danificada. Kevin disse para não voltarmos, porque era arriscado e todos morreríamos. Seguimos em frente e deixamos ele para trás, e, talvez, de algum modo, ele tenha sobrevivido. Com todos os redders mortos e sem o planeta, acho que ele não vê mais motivos para eu existir. Eu já contei a vocês a razão de eu ter nascido. Essa razão acabou."
   Os dois homens estavam mais preocupados do que nunca. Boquiabertos, miravam o alien com olhares desconfiados. Gabriel foi o primeiro a falar depois da curta explicação de Diego.
   - Você precisa ir lá e conversar com ele. Falar para ele parar de matar.
   Aflito, o mestiço sabia que não seria fácil pedir calma ao seu ex-líder. Também sabia que Troan não havia ido à Terra para ouvir desculpas, e sim para matá-lo.
   - Isso, isso não adiantaria muito. Como eu já disse, ele provavelmente veio aqui para me matar.
   - Eu acho que você não entendeu. Isso não é um pedido. Se você não pará-lo, eu te entregarei a ele e aí vocês irão resolver suas desavenças espaciais bem longe daqui.
   - E se eu falar com ele e não adiantar?
   Ao pensar sobre o assunto, Gabriel chegou a uma conclusão que, mesmo sendo diferente, ainda era prejudicial a Diego.
   - Então terá que pará-lo à força. E isso não...
   Os "Prédios Gémeos", como era conhecida a moradia do rei, não foram projetados nem construidos por um renomado arquiteto, mas tinha lá sua beleza. A base, de concreto e tijolos, era segura, mas não suportava mais do que três andares. Abaixo do solo, as instalações úmidas eram revestidas de pedras cinzas e forradas por fortes madeiras. O chão era calçado com paralelepípedos gastos e velhos.
   Dava para sentir um certo conforto naquele "porão", onde o som parecia ser abafado, fazendo daquele lugar perfeito para guardar segredos ou, simplesmente, isolar-se do mundo.
   Veio uma breve oscilação e depois um barulho de explosão. Sentiram que tudo desabava lá em cima, como se o céu estivesse desmoronando sobre suas cabeças. Para se protegerem, seguraram nas paredes e sentaram no chão, com cautela.
   Pedaços do teto caíam e alguns ratos e baratas corriam pelo local. Gritos e um vozeiro desorganizado foi ouvido e depois uma outra explosão foi sentida.
   - Mas que diabos foi isso? - perguntou Gabriel, lutando para se manter estável ao se apoiar na parede mais próxima.
   - Acho que... foi um terremoto - respondeu Jason, se equilibrando para ficar em pé.
   Com pressa e com cuidado, os dois homens correram para ver o que se passava lá em cima. Ao chegarem na segunda porta, a que dava acesso às escadas, viram que a passagem estava bloqueada. Tentaram empurrar, mas o máximo que conseguiram foi derrubar um pouco de terra em suas cabeças.
   - Parece que tudo lá em cima desabou...
   - Não! Não! - gritava Gabriel, balançando a cabeça para os lados. - Ana! Filha!
   - É melhor ficarmos calmos. Vamos voltar para as celas e ver o que podemos fazer.
   Voltaram andando pelo escuro corredor, confusos e preocupados.
   As celas ficaram ainda mais empoeiradas e sujas. Pelo teto, alguns feixes de luz chamavam a atenção dos dois homens ali presente. Alguns buracos eram grandes suficiente para uma pessoa adulta passar.
   Como se tivesse sido combinado, olharam um para o outro simultaneamente, e depois para a cela de Diego, onde viram que todo aquele abalo danificou as grades da cela, resultando na fuga do mestiço.
   - Droga! Ele fugiu! - gritou o rei, vermelho de raiva.


Notas Finais


Prox. Capítulo: "Suspenso no ar."


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