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História O Mestiço e o Vingador do Planeta Vermelho - Estratagema


Escrita por: SpiderFromMars

Capítulo 5 - Estratagema


Fanfic / Fanfiction O Mestiço e o Vingador do Planeta Vermelho - Estratagema

   O planeta Redder era extremamente grande e volumoso, ainda mais por não possuir oceanos ou algo do tipo. Levava muito tempo para dar uma volta completa em si mesmo. 24 horas na Terra equivaliam a 35 horas em Redder. Para dar uma volta completa em torno de seu imenso sol demorava 398 dias. Isso tudo levando em conta de que era o último planeta desse sistema solar, de um total de três, e, embora os dias fossem brutalmente quentes, as noites eram bem frias, mas os nativos já estavam acostumados com essa mudança clímatica do dia e da noite.
   Nesse gigante planeta vermelho não havia nenhum satélite natural para ornar as noites como na Terra. Nada havia para substituir o sol quando ele ia se pôr no vasto horizonte de terras avermelhadas. As noites eram escuras, as estrelas eram poucas e as madrugadas eram medonhas, ainda mais com os animais locais que cantavam, uivavam e assobiavam agourando a escuridão. O mais típico animal noturno do planeta era o Craver, que pareciam com pequenos lobos selvagens, com asas e um enorme bico no rosto. Esse animal geralmete se alimentva de animais menores que encontrava por perto, mas poderia passar dias e dias sem se alimentar. Por conta da guerra dos últimos anos, vários animais do planeta, que já não eram muitos, foram extintos. Os cravers foram um dos poucos que restaram, pois era comum viverem sozinhos e a maior parte do dia ficavam no subsolo. Com suas grandes patas e garras afiadas, cavavam grandes túneis para encontrar água nos poços abundantes debaixo da terra.
   As noites no planeta Redder duravam aproximadamente 15 horas e nesse meio tempo era comum escutar os gritos melancólicos e sobrenaturais dos cravers, que saíam sempre para respirar o calmo ar da noite. Foi em um desses calmos momentos noturnos que um dos sentinelas da base militar avistou ao longe o exército dos arzarianos, que se aproximavam para tomarem o local. Com milhares de guereiros que pareciam incansáveis, o grande batalhão de Arza marchava lentamente, sendo guiados por Cacuhan, que determinado e insaciável, liderava seu exército com sangue nos grandes olhos azuis. Um craver gritava com um tom agudo, seu típico som, e como sempre, levantava suas asas para demonstrar que ele era quem mandava na noite. Apesar de ser um animal alado, ele só podia voar em curtas distâncias.
   O animal parou de gritar de repente e encolheu as asas ao ouvir o barulho que os arzarianos faziam ao se aproximarem da base, no meio da escuridão. Levantou o seu par de orelhas e depois entrou no primeiro buraco que viu, indo parar em uma grande toca, onde se escondeu. A esta altura, o vigia já havia informado Troan que o inimigo se aproximava, então todos os soldados se preparavam para defender o que sobrou do planeta com todas as armas disponíveis. É claro que a esperança de salvar o planeta das garras inimigas estava depositada na profecia que envolvia Diego, mas Troan também sabia que cada guarda, cada soldado e cada comandante poderia fazer a diferença. Kevin, junto com algums redders que estavam impossibilitados de lutar, foram para uma pequena sala fortemente segurada dentro da base, onde tudo que poderiam fazer era sentar e esperar.
   Antes de ir para essa sala fortaleza, ele foi até Diego, que se preparava junto a outros soldados.
   - Nervoso? - Diego fez que sim com a cabeça. - Não fique. Tenha fé de que tudo dará certo.
   Diego refletiu rapidamente no que dissera o velho homem.
   - Sinto muito, mas, o que é fé? - ao perguntar, deixou o homem sem jeito porém não surpreso.
   - Bem... apenas acredite em si e no que você pode fazer.
   - Tá bom. Acreditarei.
   Kevim abraçou o mestiço e seguiu para a fortaleza da base, onde se juntou a um grupo de feridos, doentes, idosos, fêmeas e crianças.
   Havia um perigoso silêncio naquele momento pré-batalha, onde todos estavam em seus postos, parados e concentrados. Diego, como sempre, se mostrava estar viajando em pensamentos longínquos, mas logo que percebeu que todos estavam fazendo os últimos preparativos, disfarçou. Troan se posicionou na frente do seu exército, que estava agora pronto para defender a honra do planeta, e levantou o braço direito com uma arma na mão. Ficou com o braço levantado por alguns segundos e viu todos em sua frente fazer o mesmo. Com um rápido movimento, abaixou o braço, sendo então imitado por todos. Sem dizer nada, saiu da base, pois ia defendê-la do lado de fora, e foi junto a ele a metade de seus soldados. A outra metade ficou do lado de dentro com Diego.

   No meio desta mesma madrugada, caçava suas presas o maior mamífero de Redder. Um gigante animal, com dentes enormes, com força para dilacerar qualquer carne. Seu detalhado e longo focinho, que era quase uma tronba, lhe dava um olfato 30 vezes mais sensível do que os dos cães da Terra. Até os redders os temiam. Com quatro poderosas patas, tinham 2,30 metros de altura, mas quando se levantavam e ficavam em duas patas, passavam dos 3 metros. Pólus, como era chamado o animal, se alimentava basicamente de outros mamíferos e de algumas espécies de ervas. Qualquer animal que ousasse passar em sua frente se tornava um lanche fácil.
   Um típico pólus, um que parecia bem experiente e feroz, devorava uma carcaça de um Chorfs, (roedores semehantes a capivaras ) quando viu um luminoso raio de luz cruzar o céu. Apesar de ser musculoso e perigoso, o pólus correu como um coelhinho assustado e, ainda com os retos mortais de sua vítima na boca, se escondeu em uma gruta ali perto. Os pólus praticamente enxergavam com o nariz, e, apesar de seus olhos funcionarem muito mal, eram sensíveis à luz ou à claridade. Assim como os cravers, os pólus também só costumavam sair à noite.
   O brilhante raio de luz iluminou a escura noite e esse flash atingiu a base militar dos defensores. Todos, do lado de dentro e de fora, se assustaram quando viram que o inimigo tinha lançado o primeito ataque. O poderoso exército dos arzarianos se mostrou forte e capacitado para ganhar esta batalha. Ao se aproximarem da base não houve um soldado redder que não mostrou preocupação, pois sabiam que o inimigo em questão era capaz de qualquer coisa e não seria agora que facilitariam.
   Depois de algums minutos do primeiro ataque, o batalhão de Arza, liderado por Cacuham, se aproximou perigosamente, ficando face a face com os redders que guardavam a base do lado de fora. Todos os soldados olharam para os arzarianos e notaram que um deles se destacava. Cacuham, que olhava diretamente nos olhos de Troan, já tinha em mente todo o prossedimento que tomaria para vencer os resistentes locais. Troan também encarava seu rival e, mirando os olhos azuis do arzariano, tentava imaginar o que seu inimigo queria ocupando seu planeta e matando seu povo. A troca de olhares entre os dois foi tão intensa que quase podiam ver o que pensavam. Um via a alma do outro.
   Do lado de dentro da base, Diego esperava pacientemente pela luta, e o silêncio que rondava o local fazia com que a ansiedade só aumentasse. Aquele silêncio era perigoso para o mestiço, que, quanto mais esperava, mais se distraía. Um dos soldados não se aguentou e questionou a ele o que havia lá fora.
   - Calma. Vamos esperar - respondeu falando bem baixinho.
   Do lado de fora, Cacuham caminhava lentamente pelo chão vermelho, sem desviar o olhar ou piscar. Os soldados de Redder aguardavam as ordems do líder, mas nada foi ordenado, estavam em total posição de defesa. O comandante do exército de Arza ficou a poucos metros de Troan, até que gritou para o seu numeroso batalhão, em seu idioma.
   - Matem todos!!!
   Os Redders tinham uma tecnologia que permitia a eles traduzir qualquer idioma em segundos. Assim que ouviram o arzariano pronunciar aquelas palavras tiveram a noção do início do verdadeiro confronto. Um terço do batalhão dos arzarianos correu até as portas da base empunhado todos os tipos de armas possíveis. Atiraram sem piedade, matando vários soldados antes que pudessem ter a chance de se defenderem. Troan se assustou com a rapidez dos arzarianos ao atirar, mas ele não tinha proposto uma postura defensiva à toa. Ele tinha um ótimo sistema defensivo naquele local.
   - Todos apertem o botão! - gritou Troan aos seus soldados.
   logo, todos os redders apertaram um pequeno botão acoplado no unifirme, bem na altura do ombro direito. Troan viu em seguida que todos estavam protegidos e acionou um comando em um aparelho tecnológico que carregava no pulso, e viu uma vasta teia de energia elétrica atingir em cheio todos os arzarianos que batalhavam na frente da base. Os redders nem sentiram o choque, enquanto que um terço dos arzarianos foram pulverizados em uma fração de segundos. Cacuham e os outros soldados ficaram boquiabertos ao verem que quase metade do exército havia virado pó.
   O comandante arzariano se conteve e manteve sua postura rígida e, através de sua pálida face, mostrava aos redders que aquilo não o assustava. Os soldados do planeta vermelho se alegraram internamente, uma vez que o plano inicial havia funcionado. Troan manteve sua postura de líder, mas ainda se preocupava, pois havia mais soldados inimigos e não ia ser fácil detê-los. Agora que sabiam daquele truque, os arzarianos iriam adotar uma nova estratégia. Cacuham ficou calado, pensativo, tentando imaginar como iria fazer para furar o bloqueio que os impediam de invadir a última parte do planeta que eles não tinham dominado.


Notas Finais


Prox. Capítulo: "Um mestiço indeciso."


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