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História O Mestiço e o Vingador do Planeta Vermelho - Terra, planeta água


Escrita por: SpiderFromMars

Capítulo 8 - Terra, planeta água


Fanfic / Fanfiction O Mestiço e o Vingador do Planeta Vermelho - Terra, planeta água

   Escuridão infinita, sede, cansaço, dores, desorientação, perda parcial dos sentidos... Era o que o viajante vivia depois de dez diaz vagando pelo espaço. A nave seguia automaticamente para o Sistema Solar, mas a viagem parecia nunca ter fim. Perdido em uma imensidão espacial, Diego já estava sem forças para pensar em como ia fazer para sair dessa situação. Abalado, chegou a lembrar do conselho sobre fé que tinha escutado de um velho amigo. Amigo esse que estava deitado em um cantinho da nave, com um pano a cobrir seu corpo e um mau odor por estar morto há dez dias. O cheiro forte ocupava toda a nave, o que fez o mestiço pensar em ejetar o corpo morto, mas recordou dos seus momentos juntos, e, mesmo com todas as mentiras que ele descobriu que existiam, achou melhor deixar o corpo ali.
   Mais vinte e quatro horas (horas da Terra) haviam se passado e Diego desmaiou de novo. Sentado na cadeira princpal, estirado e com a cabeça prndurada para o lado direito, acordou com um pulo ao vomitar no vidro à sua frente - onde escorreu até o chão e ali mesmo ficou. Após cuspir no piso da nave ele olhou com tristeza para o infinito horizonte com tanta profundidade que pode ver mais uma vez o seu reflexo. E como ele estava horrível! Estava acabado, com a face pesada e com o corpo criticamente magro. Qualquer um que o visse naquele estado não o daria mais do que algumas horas de vida. Ele fechou os olhos. Parecia que nunca mais quisesse se ver. Forçou e reprimiu as suas pálpebras como se nunca mais quisesse acordar, até que uma luz com um brilho enfático encheu o seu mundo perdido de esperança. Colocou a mão direita na frente para diminuir a intensidade antes que o sol pudesse cegá-lo.
   Aquele sol que ele encarava parcilamente parecia ser diferente do que ele estava acostumado. Agora ele testemunhava um sol que era mais vivo, e foi quando sentiu uma magia astral rondando sua "alma" que percebeu que sua angustiante viagem estava chegando ao fim. Em poucas horas deixou o sol para trás, se afastando em uma distância segura. Algum tempo depois e ele avistou um grande planeta. Já nos limites de suas forças, ficou imaginando se era o planeta natal do seu velho amigo humano. "O sol é tão perto...", pensou. Ao que se distanciava, via o colossal planeta ficando menor e o calor, apesar de ainda ser muito, diminuia. Mais alguns minutos no espaço fizeram o mestiço desmaiar novamente. Caiu de costas no chão da nave, parando perto de uma nojenta poça de vômito.
   Depois de ver maravilhas espaciais (mesmo sem prestar atenção), Diego não estava acordado para ver a imensidão azul ao se aproximar do nosso humilde planeta. Esse azul, combinado com porções continentais de terras amarronzadas, foi ganhando forma e densidade conforme a nave ia se aproximando. Entrou na órbita da Terra e automaticamente desceu em alta velocidade, parando apenas ao se chocar com as águas do oceano. A nave foi ao fundo do mar e voltou à superfície, onde permaneceu a boiar. O sol brilhava forte e se encontrava no meio do céu, com raios iluminando as calmas águas do mar.
 
Uma hora se passou desde a queda da nave redder e perto dali um pequeno barco branco movido por um prático motor navegava rumo às margems. O barqueiro que passava por ali em seu veículo aquático avistou a nave. Pegou um binóculo e observou com calma aquele veículo que flutuava no calmo rítmo da maré. O homem, que tinha a idade de 50 anos, não acreditava no que via. Precisou olhar umas dez vezes para ter certeza de que não era uma alucinação. Nervoso e preocupado, guiou o seu barco (cheio de peixes recém- pescados) até a nave, onde manteve uma certa distância de segurança.
   - Mas que diabos é isso...? - se questionava o velho pescador.
   Ele pulou do seu barco até às águas e nadou até à nave espacial, onde subiu por uma pequena escada externa que ia até o topo. Ao andar por cima da nave, ele viu todo o horizonte azul. Se sentiu o rei do mundo. Mas algo aconteceu: ele sentiu a nave tremer e caiu de costas no mar. Nadando, viu a porta principal abrir sozinha. Ele foi até à nave mais uma vez e desta vez passou pela porta, entrando no veículo desconhecido.
   O que ele via do lado de dentro, óbvio, ele nunca tinha visto antes, e cada vez que ia mais longe sentia mais medo. Percebeu rapidamente que aquela tecnologia não era local, pois havia uma energia muito densa lá dentro. As luzes que iluminavam o interior da nave eram extremamente brancas e fortes, o que dificultava a vista do pescador.
   - Alô!? Tem alguém aí? - perguntou, sem obter respostas.
   Mais dois passos à frente e viu um volume no formato de um corpo estirado e jogado no chão, com um pano branco ao seu lado. Era um velho homem morto e o pescador se assustou com o que vira. Saiu andando de costas, com um passo de cada vez, mas parou ao tropeçar em algo. Olhou para o piso atrás e gritou como nunca. Sentiu todo o corpo ficar gelado ao ver a criatura alienígena deitada e desmaiada, com manchas e poças de vômito ao seu lado. O velho homem do mar correu para sair da nave e ao cruzar a porta, pulou no mar, onde nadou de volta para sua pequena embarcação. Subiu todo encharcado e, com as mãos trêmulas, pegou uma antiga arma de fogo que guardava ali no barco. Pulou outra vez na água e voltou a entar na nave, desta vez empunhando uma velha espingarda nas duas mãos. A entrada foi mais uma vez tensa. Lentamente, deu dois passos e se aproximou do alien desacordado. Deu três chutes fracos no braço direito dele e uma leve batida com a arma. Nada! Virou o rosto da criatura e viu que suas feições não eram muito estranhas, já que o rosto do híbrido lembrava muito o rosto humano, principalmente os cabelos escuros e lisos que enfeitavam sua cabeça.
   - Mas... O que será... De onde...? - perguntava-se o pescador, apontando sua arma para o E.T.
   Com o coração quase saindo pela boca, colocou a arma no chão e aproximou sua cabeça ao corpo caído do forasteiro, para ver se esse último estava vivo. Ao encostar a orelha no peitoral do mestiço, o velho pescador só pode ouvir os seus próprios batimentos. Decidiu então checar a respiração e, ao sentir que ele respirava, estando consequentemente vivo, recuou. Mais assustado do que nunca, pegou de volta sua arma e a pendurou no pescoço, pela alça, tendo assim as duas mãos livres. Agarrou os braços de Diego e o carregou com muito cuidado, como se ele fosse de vidro, e o levou para o seu pequeno barco. Voltou à nave e pegou o humano, mesno vendo que o mesmo já estava morto. Ajeitou os dois em um cantinho do barco e partiu rumo ao litoral, admirando sem piscar a nave espacial flutuando sobre a imensidão azul.
   Apenas alguns metros separavam o barco das areias brancas da praia. Tais areia estavam tão quentes que refletiam o sol nas formosas dunas beira-mar. Cada grão foi se dispersando conforme o barco ia se encaixando na orla. Quando sentiu sua modesta embarcação firme, o homem pulou no chão e a arrastou com as mãos até amarrá-la com uma corda e prendê-la em uma estaca enficada entre as areias ferventes. Ainda não havia decidido o que ia fazer com o alien que encontrou, então, antes de mais nada, decidiu enterrar o corpo do humano falecido. Levou-o até uma área mais distante e o enterrou, pregando perto do túmulo dois pedaços de madeira, formando uma cruz. Depois de sepultar o homem, voltou à praia correndo pois, devido ao calor, já estava com os pés vermelhos e inchados. Já estava novamente próximo do seu barco, onde observava o ser desmaiado, que mais parecia dormir como um bebê - mesmo estando com uma aparênçia cansativa e fraca.
   O velho pescador entrou em seu barco e retirou a rede de peixes que lá estavam e a jogou nas areias da praia. Com um pouco de medo, pegou a criatura pelos braços e também a jogou nas quentes areias, olhando aos quatro cantos, temendo que alguém o espiasse. Vendo que a praia estava deserta, olhou de novo para o alien e se agachou ao lado dele, tentando descorir apenas com o olhar o que era aquilo diante de seus olhos.
   Diego já estava acostumado com as altas tempeaturas de Redder, mas as areias daquela praia estavam quentes como nunca tinha sentido. O homem percebeu que as areias queimavam a pele do alien, e se levantou, esperando ancioso pelo que aconteceria. O mestiço conseguia sentir cada grão amassando sua pele e a queimando como brasa, o que lhe foi muito bom, já que assim conseguiu acordar do desmio.
   - Aaaahhh!!! - gritava, enquanto pulava do chão escaldante. - Tá muito quente!
   Ao ver aquela massa aquática à sua frente, nem pensou duas vezes antes de se jogar nela. O pescador sentiu tanto medo que quando foi se esconder, tropeçou em sua rede de peixes e caiu com a cara na areia. Se levantou e empunhou sua arma. Quando já tinha em mãos sua velha espingarda, mirou no alien que se refrescava no mar. Esse último mergulhou com medo, enquanto via o homem mirar em sua cabeça. Não parecia ser um bom mergulhador, pois em cinco segundos já estava de volta para tomar o ar que necessitava.
   - Fica parado aí! Não se mova! - ordenou o homem armado, que viu Diego levantar as duas mãos, como se tivesse compreendido.
   O homem se espantou mais uma vez. Tinha quase certeza de que o alienígena havia entendido o que ele falou. Mas para ter certeza, resolveu ordenar de novo.
   - Abaixe as mãos, devagar!
   O sol que estava a luzir fortemente fazia com que o velho pescador suasse, mas o que realmente o fez suar foi ver o E.T. abaixando as mãos, bem como havia ordenado. Assustado, ele também abaixou um pouco a arma, e tremeu todo o corpo quando decidiu, sem pensar muito, fazer mais uma pergunta.
   - Você - pigarreou por causa do nervosismo -, você pode... me entender?
   Ao terminar a pergunta, o velho homem do mar esperou ancioso para obter uma resposta.
   - Ahh, sim... entendo - respondeu o mestiço.
   Com esta confirmação o pescador teve certeza.
   - E quem é você? O que quer aqui? - perguntou novamente, voltando a mirar a arma para o alien que ainda estava no mar.
   Desta vez ele não teve tempo de ouvir a resposta, pois, ali perto, um pequeno carro verde se aproximava. Três homens e uma mulher saíram do veículo, todos com roupas de verão.
   Um deles era bem alto; tinha o corpo bem musculoso e, na cabeça, cabelos longos e castanhos. O segundo era baixo e um pouco acima do peso. O terceiro era tão alto quanto o primeiro, porém, era magro e careca. A mulher era esbelta e tinha cabelos negros. Usava um pano na cabeça para se proteger do sol.
   Enquanto os quatro se aproximavam, o homem do barco não teve tempo nem de raciocinar direito. Desajeitado, pediu ao alien para entrar e, antes que os banhistas pudessem vê-lo, escondeu o E.T. e também sua arma.
   Os praianos que acabaram de chegar logo prestaram atenção na pequena embarcação ancorada ali. Decidiram se aproximar do pescador, que estava de pé, dentro do barco, tentando não demonstrar nervosismo.
   - O que faz aqui, pescador? -perguntou o homem alto e careca.
   - E o que mais poderia um pescador fazer no mar? Estou pescando! - respondeu o barqueiro com um sorriso disfarçado.
   - O sol está quente, não? - perguntou o gordinho, se aproximando lentamente.
   - É, está sim. Muito quente.
   Dentro do barco, Diego estava aflito, temendo que mais pessoas o vissem.
   - Já pegou muitos peixes? - voltou a perguntar o careca, se aproximando cada vez mais do barco.
   - Não muitos. Só estes que estão aí na areia -  respondeu o velho, apontando para a rede de peixes estirada na areia. - Bem, se vocês me dão licença, eu preciso levar o barco de volta ao mar.
   Já se preparava para navegar com o alien escondido mas a mulher quis, por curiosidade, conferir o interior da embarcação, e, ao ver Diego, gritou, fazendo os três homens correrem em sua direção.
   - Tem alguma coisa lá dentro! - gritou a moça, se afastando incrédula.
   Os três homens foram checar e  também se assustaram quando viram aquela criatura. Recuaram um pouco e, quando Diego se levantou, fizeram as caras mais cômicas que aquele mestiço já tinha visto.
    - Eu... Não... Esperem, eu posso... - tentava explicar o alienígena.
   - Mas que... droga é essa? - perguntou o cabeludo musculoso.
   Do lado dele a mulher acabava de desmaiar, caindo nas quentes areias daquela praia.
   - Calma pessoal, calma - disse o velho pescador tentando diminuir a gravidade da situação.
   - Temos que levá-lo ao "rei" Gabriel - disse o gordo, sem querer dar chances do velho se explicar. - Billy - se virou para o careca que estava com a mulher desmaiada -, vá pegar a arma.
   O rapaz foi correndo até o carro e ao voltar, com a arma na mão, viu o velho pescador com os seus amigos na mira de sua velha espingarda.
   - Ninguém aqui vai levá-lo a lugar nenhum!


Notas Finais


Prox. Capítulo: "O mestiço e o rei."


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