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História O mestre e a Serva - Prólogo


Escrita por: DanDelRey

Notas do Autor


Olá pessoal, sou nova aqui no site e estou postando meu mais novo trabalho. Tenho conta em outro site e essa história também está sendo postada lá. Mantive o mesmo nome de usuário para os dois sites. Espero que gostem da minha dinâmica e das minhas idéias. Enorme beijo.

Capítulo 1 - Prólogo


                No esplendor da noite de lua cheia ele havia feito seu chamado. Pediu para que qualquer criatura existente o ajudasse. Ele estava coberto por pecado e luxúria, e sua vida inteira foi simplesmente um mar de diversão. Até que se encontrou sozinho e falido, sem nenhum traço de esperança, sem nenhuma alegria dentro de si. O álcool e a luxuria estava o corroendo por dentro. E o suicídio era a única maneira de conseguir acabar com aquele sofrimento. Por isso ele estava em cima do prédio mais alto da cidade, prédio onde ele havia trabalhado por dez longos anos, antes de se perder completamente. A vida lhe ofereceu tantos caminhos e a maioria deles eram extremamente sedutores. Mesmo quando tudo parecia errado, a vida lhe sorria e fazia ser certo. Ao menos, era nisso que ele acreditava. Viver uma vida de mentira era o que estava lhe matando, esse era seu câncer.

                Sua mulher havia o deixado depois da milésima vez que ele chegou em casa pela madrugada cheirando bebida e mulheres. Ela hesitou tantas vezes, queria ser uma boa mulher e ajudar seu marido a sair dessa vida, não queria abandonar o barco quando ele estava afundando, mas seu chefe deu todo o carinho que ele nunca havia dado para ela e então ela o soltou. Soltou de uma única vez, e ela era tudo que ele tinha. Seus pais já haviam morrido em um acidente de carro há alguns anos e seu relacionamento com seus irmãos era péssimo. Essa foi a primeira vez que ele chegou em casa e não havia ninguém, ninguém para se preocupar, para brigar, para deitar ao seu lado, para tentar mais uma vez.

                Pouco tempo depois perdeu seu emprego, a bebedeira e as festas costuram seu rendimento e seu chefe não hesitou em dispensá-lo. As drogas vieram depois de pouco tempo, e ele já não sabia mais onde estava, já não sabia nem porque havia entrado nessa vida. Ele se lembrava de reclamar que seu casamento estava ruim, e que tudo estava ruim. Então bebia para esquecer. Só que ele já não podia nem aguentar mais a falta que ela fazia. Agora tudo isso não passava de uma lembrança, vaga! Extremamente vaga.

                Agora ele apenas olhava para o chão, lá de cima e mal conseguia ouvir seus pensamentos. Ele ainda vestia um social, todo sujo e desarrumado, sua barba estava grande igual os cabelos, porém seus traços lembrava um homem bonito, que já fora um dia. Desistiu da ajuda que havia pedido e havia decidido colocar um fim em sua vida.

--- Você não quer se matar, meu querido! --- Ele ouviu uma voz feminina falar bem atrás dele.

                Rapidamente se virou e viu uma mulher parada atrás dele. Ela vestia um longo vestido preto de seda, decotado ao ponto de deixar seu colo nu. Seus pés estavam descalços.

--- Como subiu até aqui? --- Ele perguntou assustado.

                Ela nada disse, porem se aproximou encarando os olhos cansados dele. E os dela eram extremamente penetrantes, da cor do mel ela tinha a pele alva e extremamente delicada, os contornos de seu rosto eram doces e remetia uma sensação de tranquilidade. Sua boca era vermelha, porém não parecia ser batom, tudo parecia ser natural naquela mulher. Seus cabelos lisos até o ombro a deixava com uma fisionomia leve.

--- Como eu subi aqui não é importante. O que importa é que você está no meio de um suicídio, certo? --- Ela disse enquanto sorria. E ele não pensava mais no que estava pensando, sentiu um desejo carnal por ela fora do comum, era como se seu cheiro fosse afrodisíaco. E ela sabia as intenções dele.

--- Quem é você? --- Ele perguntou se aproximando dela.

--- Me chamo Cassandra. --- Ela se abaixou fazendo graça. Ele sorriu.

--- Meu nome é Roberto.

--- Eu sei, e sei também que está perdido. Não sabe mais que caminho tomar. Sua mulher o abandonou para ficar com o chefe dela e agora você fica sem nenhuma esperança de uma vida melhor. Acha que chegou no limite. Interessante, você também não tem coragem de por um fim na sua vida.

                Ele fechou completamente o sorriso que estava dando e sentiu-se mal. Queria saber como aquela estranha poderia saber de coisas tão particulares dele. Assustou-se com a sabedoria da moça e deu um pequeno passo para trás.

--- Como sabe de tudo isso? --- Ele questionou com os olhos arregalados.

--- Eu sei de tudo da sua vida, meu querido. E você deveria prestar mais atenção no que você fala. O desespero não é desculpa para tudo. Você pediu ajuda para um ser, seja infernal ou celestial. Eis me aqui! --- Ela abiu os braços e sorriu.

                Ele sentia uma mistura de medo com deboche. Não sabia se acreditava ou não. Fora muito religioso, mais agora havia perdido toda sua crença. Lembrou-se que havia pediu ajuda a qualquer ser que estivesse disposto a ajudá-lo.

--- O que você quer de mim? --- Ele disse se afastando lentamente.

--- Essa pergunta é minha, afinal de conta, você quem me chamou. --- Ela sorriu e  passou a mãos pelos cabelos escuros como a noite. --- Você não acreditava que alguém fosse aparecer, pediu por pedir. Esses são os meus preferidos, porque vocês sempre se desesperam quando percebem que nós existimos. --- Ela novamente tornou a sorrir e a encarar fortemente. Sua presença não podia ser humana, ele podia sentir a vibração tomando conta de seu corpo. Algo simplesmente inexplicável.

--- Você pode me dar minha vida de volta? --- Ele disse com os olhos cheios de lágrimas. Sentia um tanto quanto ridículo por estar falando dessa forma. Ainda não acreditava totalmente no que ela dizia.

--- Seu emprego? Sua mulher? Sua casa? Seu Dinheiro? Tudo? Eu posso devolver tudo isso e ainda melhor.

--- Pode mesmo? --- Lagrimas agora escorriam pelos seus olhos e ele sentia que devia acreditar, essa era a única esperança que ele poderia ter. --- O que eu tenho que fazer?

--- Você não deve fazer nada! Deve acreditar de todo seu coração! --- Ela sorriu mais uma vez. E ele sentiu toda a tranquilidade do sorriso sincero da mulher.

                Logo ele pensou que seu pedido foi atendido por um anjo, o mais lindo de todos. Ela era como uma pintura, extremamente delicada e linda. A felicidade tomou conta dele por completo! Talvez ela estivesse a todo tempo do lado dele, como se fosse seu anjo da guarda!

--- Você é meu anjo da guarda? --- Ele perguntou com os olhos cheios de alegria.

                Ela o encarou. Seu sorriso doce se transformou em algo cheio de malicia e desejo.

--- Você faria sexo comigo? Com um anjo?

                A pergunta fora um tanto quanto desesperadora. Ela era a criatura mais linda que ele já teve o prazer de ver. Porém, pensou se não fosse um pecado mortal. Um humano com um anjo. Isso talvez fosse uma abominação.

                Porem ela foi se aproximando e o seu cheiro doce entrou nos pulmões dele e o derrubou. Então ele avançou pra cima dela. Como um animal, foi ali que ele se desprendeu de toda e qualquer civilidade. Ela sorriu satisfeita enquanto ele beijava seu pescoço nu. Ela tratou de arrancar a camisa de botão dele rapidamente, deixando seu belo peitoral nu. Ele já fora um lindo homem, hoje estava cansado de viver como se fosse nada. Ele mirava a boca dela e ela o deixava pegar como e onde quisesse. A energia era extremamente forte e pesada.

--- Acha que é pecado desejar um anjo? --- Ela sussurrou no ouvido dele.

                Sem conseguir responder ele a pegou no colo e a penetrou com forca e rapidez. Ele estava fora de si, um animal abatendo sua Caça. E o sorriso dela só crescia. Ele a estocava com movimentos rápidos e fortes, era como se a luxuria encarnada estivesse ali. Ela era simplesmente maravilhosa, e a sua pele tão macia quanto veludo.

--- Acha que está pecando? --- Ela repetiu.

                Dessa vez ele ouviu e pensou na resposta.

--- Não sei. --- Ele parou e olhou nos olhos dela.

--- É um pecado mortal! --- Ela respondeu. --- Sua alma estaria condenada e eu pra sempre estaria presa. Ou seria condenada a me tornar mortal. Como você.

                Ele parou por um segundo e se assustou. Como seria possível?

--- Ainda bem que não sou um anjo! --- Ela sorriu de orelha a orelha olhando para ele.

--- O que você é então? --- Ele perguntou assustado e ofegante.

--- O oposto disso!

                Ele a soltou e ela se arrumou seu vestido rapidamente, sentia-se satisfeita e ele estranhamente também. Ele se afastou, deu dois passos para trás.

--- Quer dizer que você é um demônio? --- Ele perguntou assustado!

--- Exatamente!

                Então ele mergulhou em um mar de sentimentos que nunca havia experimentado antes, era tudo tão confuso que nem com todo o tempo do mundo ele conseguiria descrever e entender o que se passava na cabeça dele nesse momento. Tudo estava estranho demais, e que fim sua alma levaria?

--- Pode me devolver tudo o que disse que pode?

--- Mais é claro que posso! --- Ela sorriu. --- Mas não vou!

                O rosto dele se fechou na mesma hora.

--- Você foi o culpado de tudo ter acabado, se entregou as vontades mundanas, esqueceu seu lar e sua esposa, você fez todas as escolhas erradas e não tem segunda chance. Você só tem uma chance por cada vida. E desperdiçou essa.

--- O que?

--- Isso mesmo seu humano fraco e patético. Se jogue de cima desse prédio e coloque um fim nessa vida medíocre! Seu Inútil! --- Ela disse com os olhos cheios de ódio. O que era difícil acreditar, porque tudo nela ainda estava tão doce e delicado.

--- Meu Deus! --- Ele gritou.

--- Não chame por Deus, ele não pode te ouvir, você está no meu domínio! E aqui quem manda sou eu e eu estou te ordenando! Pule daqui de cima e venha viver o resto da eternidade comigo. Podemos fazer sexo pela eternidade! --- Ela disse passando as mãos nos seios.

                Ele nada mais respondia. Apenas se afastava, estava com medo e tentado por ela.

--- Humano tolo e fraco! Não sabe que o fim é a única certeza? Você estragou tudo o que podia estragar! Já está na hora de sair dessa terra, e deixá-la mais leve. Você é um peso morto, não serve para mais nada, sua função acabou! Morra! Morra agora! --- Ela gritava e se aproximava dele.

                Ele olhou para baixo, para ela e para o céu. Murmurou. "Que Deus tenha piedade". E se jogou de costas na imensidão da cidade.

 



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