De manhã foi o mesmo jeito de sempre. Não totalmente, já estava quase me acostumando com a ressaca. Mas ver aquele saco, de droga, me chamando, não aguentei. E logo cedo já dei a primeira cheirada, estava totalmente dependente.
Pensava que já tinha superado Melissa, até chegar na escola e vê-la com Lucas, conversando outra vez. Estava dando graças a Deus que já é sexta-feira e não teria mais que olhar pros dois juntos. Tentei ir até Allana, ela estava acompanhanda de Matheus, mas mesmo assim fui.
Eu falei 'oi' para ela, ela me ignorou e foi para outro lado. Não sabia o que estava havendo, meu cheiro estava forte, provavelmente por causa da maldita droga. Como pode um menino tão novo, se envolver com aquilo?!
Fiquei a aula inteira quieto, até a hora da saída. Lucas e seu grupinho bocó veio me atormentar. Eles deram um tempo por causa do lance do estupro, mas o que é vivo sempre volta. Iria se tornar, outra vez, constantemente.
Eles vieram me chamando de esquisito, drogado e puxaram minhas calças. Eu, não fiquei parado, levantei as calças e com muito ódio, peguei um lixeiro daqueles ecológicos grandes e pesados, joguei na cabeça do Lucas quando ele estava caminhando de costas.
Ele caiu, junto com todo o lixo, eu apenas fiquei olhando. Por um momento, eu achei divertido, ver aquilo acontecer com ele, não sei se era apenas ciúmes, ou um distúrbio que tenho na cabeça.
Todos vieram olhar, o bando que andava com Lucas queriam ir me atacar, mas alguém chamou a diretora, e ela me chamou para sua sala. Lucas não acordava, fou levado pela ambulância, com a professora do último horário.
A diretora me fez várias perguntas.
_O que te levou a fazer isso? Qual o problema? Como é seu convívio em casa? Toma alguma coisa? O que aconteceu?
_A resposta para todas as perguntas, é "a minha mente" apenas minha mente, meus distúrbios e psicose.
A diretora ligou para Cinthia ir na escola. E disse que eu teria, uma seção com elas todas às tardes, mas eu continuaria estudando.
Então a diretora me liberou para ir, e disse que não precisaria de uma advertência, suspensão ou algo do tipo, porque só depois de um mês de seções, poderá saber, o que mereço.
Eu levei um bilhete pra casa, avisando das consultas junto com o motivo. Mostrei para minha mãe quando ela chegou.
_Mas para que isso? -disse ela surpresa.
_A senhora ainda não percebeu? Sério mesmo?
_Perceber o quê? Se você jogou aquilo no menino foi porque você estava em um momento de raiva.
_Mãe. Eu nunca te contei. Mas eu tenho um problema.
_Problema? De impulsividade?
_Não só isso.
_Então o quê? -perguntou se sentando na cama ao meu lado.
_Desde quando comecei a ver Antônio batendo na senhora, eu comecei a ter alucinações, insônia, e principalmente pensamentos que não são normais.
_Não são normais como?
_Todas as vezes que estou de mente vazia, penso em matar pessoas, matar multidões, fazer massacre, torturar, e até mesmo me suicidar mãe! -chorei.
_Por quê não me disse antes?
_Eu ando perdendo o meu contato, a minha intimidade com a senhora sabe?! Preciso muito de alguém pra falar isso, desabafar sei lá. E se você não percebeu, a escola soube antes de você, minha própria mãe.
_Desculpa, desculpa. -se despediu minha mãe
Ela saiu, porque eu tinha que ir na primeira seção com a Cinthia, psicóloga da escola.
Lembrei que quando todos correram para ajudar a tirar o lixo de cima do Lucas e tentar levanta-lo, Camila não foi ficou apenas olhando de longe, isso me faz pensar que havia muita possibilidade de ele ser o estuprador. Não fui falar com ela, estava paralizado na hora. E a diretora logo em seguida, já estava me levando para a sala dela.
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