História O meu melhor lado - Eu tenho fé em você.

Após se alimentarem de alguns peixes deixados por Happy e se banharem em um lago formado pela água do mar próximo dali, Natsu e Lucy estão deitados sobre suas mochilas no chão da caverna escura, ambos virados de costas um para o outro, e ambos de olhos abertos sem conseguir pegar no sono.
—Ei Natsu, você acha que a Levy-chan ficará bem? 
Lucy pergunta em meio a escuridão.
—Claro que vai! O Gajeel foi resgatá-la, não foi?! 
Natsu responde positivamente mas, é perceptível o tom de preocupação em sua voz.
—Bem... O Gajeel é forte, então... 
Lucy começa a frase sem certeza alguma e antes que termine inevitavelmente seus olhos se enchem de lágrimas.
—Eu... Eu estou tão preocupada, não posso perder a Levy-chan, ela é... como minha família entende?! 
Lucy fala entre soluços.
Natsu se enfurece ao perceber que "aquele homem" fez a Lucy chorar, instintivamente ele se senta e faz uso de sua magia para obter fogo nas mãos, assim que sua  chama ilumina o ambiente ele vê a meia luz que a Lucy também se sentou e está  próxima a ele... Durante alguns minutos ele  a observa chorar abraçando os joelhos contra o peito , ver a Lucy sofrer desta forma o faz sentir um turbilhão de sentimentos, fúria, melancolia, nostalgia, pena e um outro sentimento do qual ele não consegue compreender, mas ele o faz querer cuidar dela, faz com que seu coração palpite e que sua respiração se torne irregular. Natsu acende novamente a pequena fogueira com gravetos secos e se aproxima ainda mais da Lucy.
—Natsu... 
Lucy fala seu nome baixinho.
Natsu toca a delicada face da garota com a mão direita, o que faz Lucy ruborizar e  estremecer, seus olhos estão vidrados no dela. Eles se olham calados durante alguns segundos, neste instante passa um filme na cabeça da Lucy, como um retrospectiva de todos os seus momentos juntos, todos sorrisos, perigos, salvamentos...
Lucy nunca viu esse olhar antes no Natsu, ela quer dizer algo, mas simplesmente não consegue se atrever a falar  e nem desviar os olhos. Natsu passa gentilmente o polegar em seu queixo e depois faz o mesmo em suas bochechas limpando as lágrimas do rosto da garota, Lucy não consegue evitar os arrepios que lhe sobem a espinha, ela está cada vez mais vermelha então abaixa a cabeça se desviando do olhar furtivo do Natsu. Mais uma vez ele se aproxima dela, está tão perto que pode sentir sua respiração acelerada assim como ouvir seu coração, o garoto aspira o perfume doce de sua pele macia, Lucy não consegue se mexer quando Natsu ergue seu rosto para que ela possa encará-lo, ele encosta sua testa na dela e ela fecha os olhos se fundindo a brisa leve que agora sopra seu cabelo.
—Lucy... Eu... 
Ela pode sentir ele aproximando os lábios, seus lábios agora estão entreabertos, ocultamente seu corpo e alma anseiam por este momento e quando estão dois centímetros um do outro Natsu afasta a cabeça para o lado a envolvendo em um caloroso abraço.
—Eu não quero mais ver você chorar... 
Natsu fala enquanto a abraça de olhos fechados.
—Eu sei que posso ter fé em você. Você sempre protegerá nossos amigos.
Lucy fala mais calma agora quando Natsu a solta do abraço.
—Sim. 
Natsu responde com certeza e volta a se deitar, em seguida Lucy faz o mesmo tendo em mente que não conseguirá dormir esta noite.
Gajeel se vê perdido entre os vários corredores da ruína, ele se sente em um verdadeiro labirinto e está cada vez mais cansado devido toda a correria que teve para chegar ao lugar, passando pelo mesmo corredor pela quinta vez ele consegue sentir um leve cheiro que lhe é familiar, sem dúvida, esse é o cheiro da Levy, Gajeel pensa antes de voltar a correr pelo extenso corredor de tijolos vermelhos, sentir o cheiro dela o fez ficar revigorado e com força total ele segue o perfume agradável que lhe enche as narinas. O cheiro fica cada vez mais intenso e ao chegar ao fim do corredor ele encontra uma porta enorme de madeira, sem pensar duas vezes Gajeel golpeia a porta usando sua magia para transformar seu braço direito em uma espécie de barra composta por ferro.
Levy que dormia sobre a mesa depois de um dia inteiro de esforço para traduzir o livro desperta com estrondo vindo da entrada, a pequena garota salta da cadeira e segurando um bastão feito de uma antiga cadeira que se quebrou ela caminha mancando em direção a entrada, mas antes que consiga sair do cômodo ela escuta a voz do Gajeel:
­—Levy, você está aqui? Levy!
Ela suspira aliviada e não consegue conter um sorriso involuntário que tende a aparecer em seus lábios.
—Gajeel! Eu estou aqui! 
A garota que esta´ ferida e um dia inteiro sem comer, reúne forças para gritar e sua voz é ouvida por Gajeel que corre desesperadamente a seu encontro.