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História O meu mundo Ice and Fire - Bran I


Escrita por: ThaiSnow

Capítulo 10 - Bran I


Fanfic / Fanfiction O meu mundo Ice and Fire - Bran I

Bran I

 

- Ache esse maldito cavaleiro  com um escudo de árvore. Ache-o e traga-o até mim. Vocês pensam que eu estou louco, que eu não sei que vocês querem tomar a minha coroa. Eu sou  rei, eu sou o rei. Rhaegar será rei quando eu morrer, mas isso não acontecerá tão cedo.

- Rhaegar,  traga-o pra mim. Preciso saber quem está conspirando contra o Reino.

- Rhaegar, você é meu filho, meu herdeiro. Mas não pense, nem por um instante, que eu renunciarei ao meu trono. Você pode até fazer parte das conspirações, mas eu o conheço e sei que você não tem o que é preciso para matar seu velho pai. Você é bom demais. E bons reis não duram muito. Meu pai era um bom rei, e veja como ele terminou.

- Vá, traga-o! Ache esse maldito. Hoje saberei quem conspira contra mim e muitos morrerão.

Rhaegar convocou um grupo de soldados, entre eles, Seu fiel amigo Barristan Selmy. Dividiu o grupo quando encontrou a primeira pista, não tinha certeza se pretendia entregar o cavaleiro ao seu pai. Decidiria com base no que viria a descobrir.

Enquanto uma parte do grupo ia na direção oposta a trilha encontrada pelo Príncipe, Rhaegar e Barristam seguiam o que pareceria ser o caminho certo. Não muito a frente, Rhaegar viu o que pareceria ser o escudo, o material era demasiado simples, rústico até. O Cavaleiro não pareceria ter condições de ter algo melhor. O desenho remetia aos deuses do Norte, isso havia deixado Rhaegar curioso no dia justa. Mas ele não lembrava dos deuses rindo, isso trazia humor ao Cavaleiro. Não fosse a situação, poderiam ser amigos.

Mais à frente, escutou um barulho vindo do rio. Pediu para que Barristan ficasse para trás, para o caso de o cavaleiro não estar sozinho. Seguiu, silenciosamente, até o rio. Cuidando para, sempre, tentar ficar escondido entre as árvores. O cavaleiro que buscava não era nenhum tolo, e Rhaegar não queria morrer de forma tão estúpida.

A imagem a sua frente não era nada do que ele poderia esperar. A armadura estava atirada às margens do rio, e era ainda mais simplória do que havia pensado.

Mas o que estava no rio era lindo, uma mulher com a pele tão branca que os reflexos da água em seu corpo nu formavam desenhos de luz. Seus cabelos eram negros,  assim como o de sua esposa, mas a pele era tão alva como se nunca houvesse sentido o calor do sol.

Ele não tinha dúvidas, seu cavaleiro era uma bela mulher. Mas quem era ela?  Sabendo que não havia ninguém à volta e que a mulher, em sua ausência de trajes não poderia lhe causar qualquer perigo, aproximou-se.

- Perdão,  senhorita! Confesso que não imaginava ter tão bela vista.

Constrangida e acuada, a  moça mergulhou quase inteiramente na água, deixando apenas a cabeça de fora. Seu belo corpo não estava mais ao seu dispor, apenas seus olhos cinzas. A vista ainda o agradava.

- Será que a senhorita poderia sair do Rio. Entenda, entrar de armadura na água é sempre um inconveniente. Não estou muito interessado em um banho agora, mas, se não sair, o farei. Mas, como ainda não confio na senhorita, terei que chamar o meu amigo, que está logo atrás.

- Como será?  o que devo fazer?

- Fique. Eu saio! Vossa alteza, poderia, por favor, virar o rosto.

- Perdão,  senhorita! Mas quem me garante que a minha gentileza não custará a sua fuga. Além do mais, já estou aqui há algum tempo lhe admirando, imagino que, a essa altura, não há muito o que eu não tenha visto.

Ela o olhou energicamente e isso o deixava extasiado. Ela era linda, mas não era só beleza de seu corpo nu, de seus seios ligeiramente pequenos e empinados,  de suas curvas. Era a ferocidade que ele via em seus olhos. Ela vinha em sua direção sem, nem por um segundo que fosse, baixar seus olhos. Ela o olhava fixamente. E quanto mais se aproximava, mais ele podia reparar o seu tamanho, a sua jovialidade. Ela era uma menina, não deveria ter mais que 15 anos. Chegava até a ser baixa, mas altura dela, montada em um cavalo, provara que o seu tamanho não era nenhuma desvantagem em uma justa.

- Alcançou o vestido à moça para que ela pudesse se recompor e assistiu enquanto ela se vestia.

- Bom, já que não o convencerei a olhar para outro lado. E já que vossa alteza está aqui, será que poderia, ao menos, me ajudar a fechar esse vestido.

Ele não conseguia resistir a audácia daquela menina. A sua frente estava um príncipe, ela sabia quem ele era. Não existiam tantos Targaryen no mundo, e Rhaegar era um belo exemplar de sua espécie. Era alto, possuía longas madeixas prateadas. Seus olhos eram púrpura e sua pele só não conseguia ser mais branca do que a da moça que estava ali. Em todos os sete reinos, não haviam mulheres que não quisessem ser suas, e ali, bem ao seu alcance, surgia uma que parecia sequer notar sua existência. Ele estava fascinado.

Enquanto fechava seu vestido, reparava na delicadeza de sua pele. Era tão alva e macia. Não conseguiu se conter, e enquanto amarrava seu vestido, deixou sua mão deslizar pelo seu pescoço, e como que num impulso,  imprevisto e impensado, a segurou pela cintura, a virou e olhou intensamente em seus olhos cinzas.

Foi a primeira vez que ele viu seu corpo tremer, enquanto estavam ali, sozinhos. Ela em seus braços. Ele não resistiu, precisou beijá-la. Isso nunca havia acontecido com ele. Ele nunca havia traído Elia. Ele respeitava sua esposa, mas essa mulher que estava a sua frente era algo que ele nunca havia visto. Era algo que ele precisava sentir.

A beijou arduamente, e ela retribuiu. Seu corpo esmoreceu em seus braços. Ela não queria fugir e ele não queria sair daquele momento.

A demora fez com Sor Barristan fosse atrás de seu príncipe, interrompendo um beijo que Rhaegar manteria pela eternidade.

- Vossa graça, está tudo bem?

- Sim, Sor Barristan. Encontrei nosso cavaleiro.

A armadura estava no chão, mas nos braços de Rhaegar o que ele via era uma bela menina.

- Não entendo,  vossa graça. Ele escapou?

- Não, meu caro amigo. Ela está aqui, agora em roupas mais adequadas.

- Peço desculpas, não a tratei com o devido respeito. Pelo tecido posso ver que não é uma simples camponesa,  My lady. Posso saber o seu nome?

- Não imagino que possa escondê-lo por muito tempo. Minha família deve ficar até o final do torneio. E  se vossa alteza me entregar ao seu pai, imagino meus irmãos irão ao meu socorro.

- Meu nome é Lyanna, da Casa Stark. Filha do Protetor do Norte, Lorde Rickard Stark.

- Uma loba. Não esperava por isso. Verdade seja dita,  não conheço tão bem assim os Starks. Nossas famílias não são muito próxima. Mas,  se não me engano, em algum momento fogo e gelo se uniram em nossa história, não? Talvez você mesma tenha um pouco de sangue de dragão.

- Não acho muito provável, vossa graça. 

- Pretende me entregar para o Rei?

- Não, não vejo razão para isso. Mas me diga, por que resolveu disputar aquela justa?

- Eles maltrataram uma amigo, um vassalo de minha casa. Quis apenas retribuir e mostrar o faz um bom cavaleiro.

Vamos, vou levá-la até Harrenhal. Conto com a sua discrição sobre o que aconteceu aqui. Você certamente não faz parte de nenhuma conspiração para acabar com o reinado de meu pai, e levá-la até ele poderia trazer mais complicações. Vamos, my lady. Espero que a senhorita não participe de mais justas nesse torneio, combinado. Odiaria ter que enfrentá-la. Sua beleza merece ser coroada e, não, destroçada.

- O que o faz pensar que me venceria em uma justa? Dê-me um cavalo e posso lhe provar o contrário.

- Ele não resistia a ela. Novamente se via tentado a tê-la em seus braços. Mas não havia sido correto antes, e não era correto agora. Ela era uma nobre dama e ele homem casado. Ele a desejava, mas ela não poderia ser sua.

- Quem sabe em outro momento. Por ora, acho melhor levá-la até sua família.

- Ele a deixou perto de onde estava sua família e se dirigiu ao rei. Narrou que seguiu a trilha até o rio, onde encontrou a armadura atirada às margens. Omitiu, apenas, a existência da garota Stark. Seu pai seguiu consternado, quem seria esse cavaleiro, estaria ele à espreita?

Mas Rhaegar sequer notou a aflição de seu pai, só conseguia pensar em Lyanna. Só conseguia lembrar do sabor do seu beijo.

 

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Ela estava de volta com a sua família, eles estavam tão empolgados com o torneio que sequer sentiram a sua falta. Benjen brincava com espadas, imaginando-se como um cavaleiro. Brandon, estava excitado demais com festas e histórias dos cavaleiros, imaginando ele mesmo o seu futuro, e cogitando se ele não poderia conhecer uma menina para ter um pequena experiência antes de seu casamento. Ned, como sempre, estava quieto e não aprovava as pretensões de seu irmão. Ele estava praticamente prometido à Casa Tully. Mas Brandon queria apenas aproveitar o momento.

Howland foi único a perceber o retorno de Lyanna e a notar sua distração. Ele sabia que era ela quem competira a justa, inclusive, a havia ajudado. Imaginava que seu estado de espírito se devia a emoção recém sentida. Se aqueles cavaleiros imaginassem que uma nobre dama os havia vencido.

- Vejo que o banho no rio lhe fez bem, Minha Senhora!

- Banho de rio? você estava lá,  por favor, não conte nada. Eu prometi.

respondeu, assustada

O amigo vassalo a puxou, mantendo uma certa distância dos irmãos mais velhos, para que pudessem conversar mais reservadamente.

- Lyanna, me referia ao Cavaleiro da Arvore que Ri. Mas a senhora parece ter muito mais a contar.

- Eu fui descoberta, Howland, o príncipe me achou. Ele prometeu que não dirá nada, mas eu também não posso contar a ninguém, por favor, vamos esquecer esse assunto.

Ela sempre fora tão confiante. Tão certa de suas posições. Sempre queria ser mais parecida com seus irmãos, queria poder lutar justas, ir para guerras. Ela nunca havia sido uma legítima dama, daquelas que gostam de vestidos e bordados. Ficava realizada quando montava em um cavalo e sentia a brisa no seu rosto. Imaginava as aventuras que poderia ter, até, voltar a realidade  e lembrar-se como o seu pai reprovava essas atitudes.

Toda vez que ele a via com uma espada, Lyanna era imediatamente chamada para uma longa conversa. Embora sempre argumentasse que na Ilha dos Ursos e em Dorne as mulheres podiam lutar, seu pai a lembrava que não havia necessidade para que ela desempenhasse tal papel. Além do mais, seu destino já estava selado, ela era uma nobre dama que casaria com o herdeiro de Ponta Tempestade, seria sua senhora e ele a protegeria para sempre.

Lyanna não amava Robert, se tivesse escolha, jamais casaria com ele. Mas o compromisso já estava tomado. Robert jurava a Ned o quanto a amava, mas, mesmo amando-a, já possuia filhos bastardos. Lyanna sabia que ele nunca ficaria apenas em um leito e que seu casamento a faria infeliz, mas seu pai não a ouvia. Ned sentia-se culpado,  ele queria acreditar no amor do amigo, mas,  ao mesmo tempo,  também queria ver sua irmã feliz.

Harrenhal poderia ser a última vez que Lyanna estaria com seus irmãos. Sem o compromisso de ser uma senhora, cuja missão seria obedecer seu marido e cuidar de seus filhos. Competir a justa havia lhe proporcionado uma memória para os dias futuros. Mas não era a justa,  não era o fato de ter provado a si mesma sua capacidade que ocupava seus pensamentos. Era Rhaegar, eram os lábios do príncipe pressionando os seus. Eram seus olhos sobre o seu corpo nú. Eram suas mãos em sua cintura.

Ela nunca havia acreditado em histórias de amor, sempre às achava enfadonhas. Mas,  naquele momento, via-se como tantas outras meninas, suspirando por um príncipe que jamais teria.

Tentava imaginar se Robert teria o mesmo toque gentil, se seus lábios seriam quentes. Mas não conseguia compará-los, ao fazê-lo, imaginava Robert muito mais bruto. Até mesmo suas feições eram mais robustas. Não conseguia imaginar delicadeza no homem que viria a ser marido, e não imaginava que jamais, jamais ele a olharia como Rhaegar a olhou naquele dia no rio.

O príncipe visitou os seus sonhos e a menina loba não conseguia parar de pensar no beijo. Seu primeiro beijo. Um beijo secreto, uma beijo que ela deveria esquecer. Rhaegar era casado, e ela estava prometida a Robert.

Como nunca fizera antes, naquele dia, Lyanna arrumara-se além das expectativas. Havia até ficado feliz por ter trazido um vestido azul turquesa mais arrumado, se fosse por ela, teria apenas colocado seus clássicos vestidos cinzas de lã, já que seu pai não a permitiria usar seus trajes meio masculinos.

O vestido havia sido posto ali por sua ama, que insistira que a moça deveria estar bem apresentada. Ela nunca havia ficado tão feliz com ama em toda sua vida. Naquele dia,  como uma dessas meninas tolas,  Lyanna havia até arrumado o seu cabelo.

Benjen olhava-a impressionando, nunca havia visto Lyanna tão bela. Brandon tinha outras preocupações, sequer notara a irmã. Mas Ned a estranhara, ele sabia que algo estava acontecendo com ela. Mas nada iria acontecer, tudo estaria apenas em seus sonhos. Não havia necessidade de preocupar o seu irmão, e ele e Robert eram grandes amigos, se porventura contasse sobre o Rio, Ned ficaria perturbado.

Quando a justa entre Rhaegar e Barristan começou,  seu coração parecia estar descontrolado. Era como se ela mesma estivesse no lugar de Rhaegar. A cada vez que Sor Barristan ameaçava e trazia uma entrada perigosa, Lyanna suspirava em desespero. Em uma das investidas, apertou tão forte a mão de Ned que ele a olhara preocupado. Ela tentou disfarçar,  era o calor do momento.

Mas não, ela estava preocupada com seu príncipe. E se, se ele morresse. Quando, na última volta,  em um movimento preciso Rhaegar encontrou uma abertura e derrubou Sor Barristan, seu coração pulava de alegria. Seu príncipe havia vencido. Ela tentou se conter,  mas a sua alegria era genuína.

Mal havia derrubado o amigo, o príncipe saltara de seu cavalo para ver se o havia machucado. Uma vez que Sor Barristan anunciara que estava bem,  Rhaegar celebrou sua vitória. Ele era o campeão e sua esposa seria coroada como a Rainha da Beleza.

Era uma linda coroa de rosas azuis, as flores preferidas de Lyanna. Ele pegara a coroa e percorrera um longo caminho, quando ele passou por sua esposa  e seguiu em sua direção, ela sabia, não era só o seu coração que batia num ritmo de diferente desde o rio. Era o de ambos. Eles estavam em sintonia. Era errado, mas quando a coroa caiu em seu colo e o príncipe a olhou, tudo o que ela queria era pular em seus braços e, mais uma vez, sentir seus lábios.

Ele lhe deu um leve sorriso e se afastou. Ela pegou a flores e chorou.

Naquele mesmo dia,  o príncipe presenteara os participantes como linda canção, uma despedida ao torneio. Sua voz era tão linda. Mas, depois do ocorrido na justa, seus irmãos a mantinham sob vigilância extrema. Não haviam gostado do comportamento do príncipe.

Lyanna não pôde se aproximar muito, teve que vê-lo e ouvi-lo a distância. Sua voz alcançara a sua alma e ela sabia, ele era o homem que amaria até o final de seus dias. Ele poderia nunca vir a ser seu, mas ela seria dele até o seu último dia.

Bran retirou as mãos da árvore, inundado pelo amor que pode sentir entre Rhaegar e Lyanna. Ele não imaginava que ela havia sido sequestrada. Algo a mais havia acontecido e ele precisava saber de tudo antes, antes de contar ao seu irmão. O frio era intenso e Bran estava exausto. Mas ele, ele precisava saber o resto dessa história.

 


Notas Finais


O torneio de Harrenhal e a história de Lyanna e Rhaegar é uma das coisas que mais quero ver nesse temporada. E que forma mais óbvia e esperada do que sob o ponto de vista de Bran. Ele precisa saber os detalhes.

E Rhaegar e Lyanna parece ter sido uma linda, breve e trágica história de amor. <3 Tá bobinho, eu sei. Mas um romance faz bem às vezes.


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