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História O meu mundo Ice and Fire - Daenerys II


Escrita por: ThaiSnow

Capítulo 17 - Daenerys II


Fanfic / Fanfiction O meu mundo Ice and Fire - Daenerys II

Daenerys II

Ela procurara Drogon por todos os cantos. Fez com seus dragões mergulhassem em busca do irmão. Mas seus esforços foram inúteis. Ela sabia, ela havia perdido um de seus filhos. Curiosamente, o que mais a protegia.

Cinco dias após as buscas procurou pelo lugar onde nasceu,  lembrava das coordenadas. Embora não tenha sido preciso, vislumbrou uma pequena embarcação com o símbolo da casa Martell, se aproximou, ainda montada em Viscerion, e pôde ver Theon. Desceu.

- Minha Rainha. Estávamos desesperados à sua procura.

- Verme cinzento apenas os olhava.

- Por que estão a sós aqui? Onde está o resto da minha frota?

Theon, nervoso, a informou sobre a decisão de seu mão. Já estavam próximos de Pedra Dragão, e ela estava cansada e com fome. Mesmo enfurecida com a decisão de Tyrion,  preferiu descansar por uma noite antes de encontrá-lo em Winterfell. Não sabia se tinha feito a escolha certa, nomeá-lo como seu Mão. Ela mal conhecia do homem. Ele inspirava confiança, mas ele poderia traí-la. Jorah a enganara,  porque o  anão não faria o mesmo.

Logo que anoiteceu chegaram no castelo que nasceu. Foi recebida por Ellaria Sand. Não sabia se achava prudente deixar os Dothrakis sob o comando delas, mas confiava em Yara, que também estava no castelo.

- Minha Rainha. Fico feliz que esteja bem.

 

- Obrigada! Vocês chegaram bem? Como estão todos?

 

- Tivemos severas baixas por causa do ataque de Euron, perdemos uma grande parte de seus Dothrakis. Yara tem conseguido acalmá-los,  mas os homens ficaram temerários. Eles precisam de sua Rainha.

Verme Cinzento e Theon já haviam lhe reportado suas baixas. Ela precisava ver o resto de sua horda, mas não naquelas condições. Eles seguiam poder, e ela estava, visivelmente, acabada.

- Já fui informada sobre as baixas. De qualquer forma, amanhã falarei com eles.

- Alguma notícia de  Lorde Tyrion?

 

- Sim, minha rainha. Ele enviou alguns corvos. Peço desculpas por ter lido, pensei que poderiam ter notícias suas.

 

- Que seja. O que diziam?
 

- Jon Snow sabe que é um Targaryen. Tyrion acredita que seja possível uma aliança. Uma guerra está se aproximando e ele precisa de seus exércitos e de seus dragões. Ele pede que vossa alteza siga o mais breve possível até Winterfell.

- Aparentemente a irmã do anão, Cersei,  está louca de vez. Em seu posto de rainha decidiu que se o Rei do Norte deve escolher entre casar com ela ou ir para um guerra contra ela.

 

- Alguma de vocês conhece o Rei do Norte?

As duas sinalizaram que não.

- Imagino que o Lorde Tyrion não tenha gostado da proposta da irmã.

 

- Acredito que seria melhor rei casar com a Rainha Targaryen. É difícil lutar contra o Norte, é uma região imensa. Pyke nunca conseguiu controlá-los. E com um Stark à frente, não vejo muitas probabilidade.

- Eu sei que você tem os seus dragões, mas, se Euron conseguiu derrubar o mais forte deles. Imagina o que o rei do norte, com seus selvagens e lobos gigantes,  ainda mais unido com os Lannister poderia fazer.

Yara tentou argumentar.

- Achei que Euron estava com a Cersei?

 

- Eu acho que está. Só que o acordo deve ser outro. De um jeito ou de outro dele deve ter ganho algo, minha rainha.

 

- Estou cansada, preciso comer e dormir. Vocês podem pedir que me preparem algo enquanto tomo um banho?

- Onde está Missandei?

- Não responda. Em Winterfell, claro. Tudo está lá.

Foi escoltada até o maior quarto do castelo. Seu banho já estava sendo preparado. Sob a cama vestidos e roupas grossas para suportar o frio do castelo e da região. Entrou na água escaldante, mergulhando a cabeça inteira. Drogon não saia de seus pensamentos. Mesmo exausta, não conseguia parar de pensar em seu amado Dragão.

Estava preocupada com o os outros dois, mas os havia levado no fosso, onde seus ancestrais costumam deixar seus dragões. Pediu que ovelhas  fossem colocadas lá, com sorte, os animais comeriam e descansariam ali mesmo. Amanhã os levaria consigo, eles a acompanhariam, eles sempre estrariam ao seu alcance. Ela não perderia mais nenhum.

Uma jovem serviçal entrou no quarto lhe trazendo comida. A menina era nova, não devia ter mais do que 13 anos. Conversou com a menina sobre Westeros. A menina estava assustada, mas lhe contou da antiga princesa que morava ali, Princesa Shireen. Ela tinha escamagris e havia sido curada, a conversa a animou, Sor Jorah também podia encontrar uma cura. Ele poderia voltar.

Comeu a comida e sem que percebesse, adormeceu. Seus sonhos não foram tranquilos, Drogon voava, mas não era ela quem o comandava mais. Euron aparecia para matá-lo milhões de vezes. O anão a traia e Cersei sentava no trono com dragões ao seu lado. Acordou angustiada. Deveria, mesmo, ir até Winterfell. E se fosse uma armadilha.

Ela já estava cansada de todos exaltando as qualidades do Rei do Norte, a honra da Casa Stark. Sequer pensava no fato de ele ser um Targaryen ou não, estava sendo consumida por incertezas. O homem que havia nomeado para ser seu Mão estava lá. Seus imaculados estavam lá, mas sem Verme Cinzento. E se fosse um plano. Queria Jorah. Ele, apesar de tudo, a amava. Ela podia confiar nele.

Passeou pelo castelo, viu as estátuas de dragões, e ficou pensando nos Targaryens que moraram ali. Tentou lembrar do que Viscerys lhavia lhe contado sobre o seu nascimento. Logo em seguida, o sol começava a despertar entre nuvens. Westeros era mais cinza e úmida, completamente diferente dos lugares em que viveu durante toda a sua vida. Não fossem as roupas, estaria congelando. Desceu ao grande hall, onde era aguardada por seus generais,  como gostava de chamá-los. Anunciou que todos partiriam para Winterfell. Ela não dividiria suas forças e, de lá,  seguiriam por  terra até Porto Real. Os dias de Cersei e Euron estavam contados. Seus olhos ardiam, ela vingaria Drogon. Vingaria seus irmãos e vingaria seus sobrinhos. Crianças inocentes trucidadas pelo comando dos Lannisters.

Depois, foi até os seus Dothrakis,  eles ainda estavam assustados e teriam mais uma parte do trajeto no mar. Lembrou a eles que as mortes não foram por causa da água,  mas por causa de um homem que eles deveriam aniquilar. Lembrou que a Khaleesi deles estava viva prometeu vingança a todos. Eles destruiriam Porto Real.

Seus homens embarcaram enfurecidos,  ma sabia,logo que zarpassem, todos  estariam ansiosos pela terra. Sabia o risco, Dothrakis são inúteis no mar. Precisava deles em terra. De Winterfell eles poderiam marchar até Porto Real.

Com todos prontos para partir, montou em um dos seus dragões e seguiu as instruções de Theon. Dragões era incrivelmente mais rápidos do que barcos. Pode ver os prenúncios de civilização e num horizonte ainda distante, uma construção que deveria ser Winterfell.

O lugar era maior do que havia imaginado. Nunca havia visto tanta neve ou sentido tanto frio. O inverno era uma sensação desconhecida. Era a primeira vez que via neve e sentia o frio cortando sua pele.  Mas a adrenalina a altura da aquecia. Viscerion era mais gentil que Drogon. Seus movimentos eram mais delicados. Havia tentado, mais de uma vez,  montar em Rhaegal, mas ele não deixava. Estava incontrolável, não sabia se era morte de Drogon.. Ainda doía pensar.

Pensou em posar e solicitar entrada no castelo. Mas ela era uma rainha, não solicitava, ordenava. Ela não se anunciaria.

O pátio era grande. Desceu com Viscerion, sendo seguida por Rhaegal. O Pátio de Winterfell era menor do que havia imaginado. As pessoas começaram a correr. Dragões tinham esse efeito, e ela sabia. Assim como, sabia que deveria mostrar que era forte. Se estivesse nos portões, sozinha, seria uma menina frágil. Em seus dragões, era uma conquistadora. Daario estava certo. Será que um trono seria suficiente!? Do alto das torres, pode ver que homens apontavam flechas em direção aos seus dragões.

Viu de longe seu Mão correndo em sua direção, assim como seus Imaculados. Estava segura.

A frente de todos e às vésperas de alcançá-la,  um homem vinha em sua direção, ignorando o tamanho de seus dragões. Desceu antes que eles o comessem vivo.

O homem parou em sua frente, a poucos metros dos Dragões. Não esboçava nenhum medo. Só podia ser ele. Não se parecia com um Targaryen. Seus cabelos e olhos eram negros.

 

- Imagino que seja Daenerys Targaryen!

 

- Rainha Daenerys Targaryen, respondeu, irritada com a afronta.

 

- Uma rainha teria mais respeito antes entrar em um castelo. Mesmo que senhorio tenha a pretensão de apoiá-la.

- Não percebe que assustou a todos. Sua imprudência poderia ter machucado alguém.

 

Ele tinha razão, ela sabia. Mas não podia admitir.

- Já lhe disse,  sou uma rainha. Você deveria se curvar a mim, me respeitar.

 

- Pretende que eu me curve a sua vontade porque é Rainha. Outros tentaram agir dessa forma e falharam. Quer mesmo seguir por esse caminho?

- Até então você tem sobrevoado com seus dragões e feito homens se curvar a sua vontade. O Norte é diferente. Eu posso vir a me curvar, mas, somente o farei,  se houver uma boa razão.  

- Se você pretende me subjugar através do medo, eu vi coisas muito piores e muito mais assustadoras. Metade dos homens que estão nesse pátio viram coisas muito piores do que o seus dragões.

- Acho que você está no lugar errado se acha que conquistará Westeros assim. Nem mesmo os seus dragões serão páreo para o que se aproxima.

Ele se aproximou, ficou ao seu lado, e sem que mais ninguém pudesse escutar, ao seu ouvido, lhe lembrou:

- Se tentar me matar aqui com seus dragões, não será muito diferente do seu pai. E a história dos Targaryens e dos Starks nunca poderá ser reescrita. Muito provavelmente você perderá uma aliança que poderia ter conquistado. Ou,  melhor, por capricho, você destruirá tudo o que conquistou até agora.

Ele tinha razão, ela sabia. Ela não estava sendo sensata.

Ele e ela estavam no meio dos dragões. Isso nunca havia acontecido antes. Viscerion estava ao seu lado, e Rhaegal ao lado de Jon. Ele ficou de frente para ela, dando as costas a um de seus dragões.

O pátio estava imóvel. Aos olhos dos demais, o Rei do Norte havia sido imprudente. Estava no meio de bestas que poderiam matá-lo em questões de segundos. Os lanceiros e arqueiros ainda estavam em posição de ataque. Os homens no pátio, todos, com suas mãos nos punhais de suas espadas. Todos estavam preparados para uma batalha.

Ela mesma não acredita no que estava acontecendo. A situação fora além do que poderia ter previsto. Se perguntava porque havia arriscado dessa forma,  porque agira de forma tão impulsiva.

Ele continuou encarando ela, olhou profundamente em seus olhos.

- Minha ama costumava ler muitas histórias, entre elas, a dos primeiros Targaryens e como eles comandavam os seus dragões. Quando eu era criança eu achava fascinante. Na época pedi ao Meistre Luwin mais livros que contassem sobre a casa que,  a época, eu imaginava estar extinta.

- Dragões, meistre Luwin ria. Especialmente quando Arya e Bran, anos depois, também tiveram o mesmo interesse e passaram a ler as histórias nos antigos livros que Winterfell guardava.

-Não sei se nesses nossos livros tinham todos os comandos, mas alguns palavras em Valiriano eu nunca esqueci.

Parou de olhar para ela e se direcionou ao imenso dragão verde:  

- Vlad!

Seus dragões voaram,  saíram de Winterfell. Ela estava indefesa. Era a primeira vez que obedeciam outra pessoa. Talvez Drogon não a tivesse abandonado, sua ligação era mais forte com o dragão negro. Ela não acreditava no que havia acontecido.

Ele riu. Nem ele mesmo parecia acreditar no que havia acontecido. Por mais que quisesse odiar o homem que mostrava-se mais perigoso do que ela poderia antever. Ao mesmo tempo, suas dúvidas quanto a verdadeira origem do Rei desapareciam. Ela não era mais última. Rhaegar tivera um filho com a garota Stark. Um filho que, assim como ela,  sobreviveu para ser um dos últimos de sua linhagem.

- Agora, minha Rainha. O que acha de me acompanhar até o grande salão, lá vossa majestade estará mais aquecida e poderemos conversar de forma mais civilizada. Não há necessidade de começarmos uma guerra.

- Quando encerrarmos, se quiser, a levo a um outro local do castelo em que poderá chamar seus dragões. Onde eles poderão ficar sem aterrorizar ninguém,  e perto de suas tropas. Imagino que mais estejam a caminho, seria mais interessante se tivéssemos um acordo o mais breve possível.  

Tyrion correu para seu lado. A pegou pelo braço e a guiou até o grande salão.

O homem que agora caminhava à sua frente, claramente, não lhe oferecia perigo. E, assim como todos já haviam lhe dito, era amado e respeitado por seu povo.

Notou que ao seu lado um imenso lobo branco começara a acompanhar o rei. O animal era lindo, com um pelo branco como a neve.

- Acho que ele gostou de você. Ghost, assim como seus dragões, sempre pôde ver através das pessoas. Ele sempre soube quem poderia ser uma ameaça e quem poderia ser um amigo. Espero que ele continue certo.

Como nunca havia imaginado antes, Winterfell era aconchegante e estranhamente quente. Ela se sentia segura, talvez,  ela pudesse baixar a sua guarda.

O grande salão tinha uma mesa posta para os senhores do castelo, não possuía um trono. Ao fundo, outras mesas se espalhavam pelo salão, onde outros lordes a aguardavam. Todos lhe saudaram como Rainha,  o que a deixou preocupada, Tyrion teria selado um acordo sem o seu consentimento.

- Minha Rainha,  Sansa a acompanhará aos seus aposentos.  Creio que tenha muito a tratar com o Lorde Tyrion antes que possamos chegar a um acordo.

- Saiba que é bem-vinda a Winterfell.

Uma mulher ruiva e alta, com olhos azuis penetrantes se aproximou e acompanhou. A forma como andava, como se todos ao seu redor fossem seus súditos. Não tinha dúvida, era a filha de Ned Stark, a menina com que Tyrion havia se casado. A menina que Theon falava com os olhos tristes, quando recordava as torturas pelas quais havia passado nas mãos de seu mesmo algoz.

Missandei surgiu. Um rosto familiar que trouxe um certo alento. Sentia falta da menina, era sua confidente.

Sansa a deixou em um quarto enorme, pela posição, parecia pertencer ao senhor do castelo.

- Esse quarto pertence ao Rei?

 

- Sim, vossa majestade. Respondeu Sansa, de forma seca, como se a sua presença não a agradasse.

 

- Não se parecia em nada com Jon, nem fisicamente e nem na  forma como a olhava.

 

- Jon achou que ficaria melhor acomodada aqui. Além do mais, é um dos quartos mais quentes do castelo.

 

- De onde vem esse calor?

 

- Das paredes. Winterfell é construída sobre um manto fluvial de águas quentes. As paredes concentram esse calor.  

 

- Sansa, fique um pouco. Me diga um pouco mais sobre o seu irmão. Aliás, você ainda se refere a ele assim?

 

- Jon sempre será um Stark. Ele foi criado pelo meu pai. Jon sempre será Jon pra mim. E eu nunca permitirei que nada lhe aconteça. Ele é o meu Rei.

- Eu não a conheço ainda, minha Rainha. Mas eu tive o desprazer de conviver com péssimos reis e rainhas. Jon é bom, é justo. Ele está disposto a se sacrificar pelo bem maior. Ele não precisava estar aqui em Winterfell. Ele está aqui porque eu pedi para que ele fosse a uma guerra para salvar o Norte. Ele está aqui porque ele tentou salvar meu irmão.

 

- Ouvi dizer a batalha estava perdida até a senhora intervir com ajuda do Vale.

 

- Jon foi para uma luta com menos homens. Não existiria vitória sem Jon na linha comando.

 

- Você o ama?


 

- Sim.

 

Seus olhos eram frios e penetrantes. E nem por um milésimo de segundo havia exitado em dizer que o amava. Parecia que a menina faria de tudo para proteger o rei do Norte. Ela o amava, mas de que forma? O amava como irmã ou como mulher? Ela não conseguia saber ao certo. Sansa com seu belo rosto, sua pele alva de porcelana e seus olhos azuis contrastando com seus cabelos vermelhos eram enigma.

Foram interrompidas por Tyrion.

- Minha Rainha. My Ladies!

 

- Creio que já esteja acomodada. Se precisar de algo, Missandei sabe onde me achar. Espero que tenha uma boa estadia e que possamos firmar uma aliança.

Se despediu e os deixou a sós.

 

- Então você decidiu que deveria vir para cá com parte do meu exército?

 

- Perdão, minha rainha. Mas temi que pudéssemos ser emboscados. Com a tropa dividida,  se fosse necessário, teria como resgatá-la.

 

- Qual acordo tem em mente com o Rei do Norte? Devo me casar com ele?

 

- Seria o ideal. O Rei diz não ter interesse nos sete reinos, quer apenas o Norte.

- Mas o que realmente o preocupa é uma guerra que, segundo ele, não deixará vivos se não for parada. Não acho que ele esteja mentindo.

 

- Ele insiste no casamento?

 

- Ao contrário,  vossa majestade. Mas creio que ele aceite.

 

- E quanto a Cersei? Ouvi dizer que ela também tem interesse no Rei do Norte?

 

- Uma armação de Mindinho,  sem dúvidas. Mas o homem morreu. Jon jamais se casará com a Cersei. A mulher traiu os Starks, queria Sansa morta e por último planejava vê-la casada com a Euron. Ele nunca permitiria isso. Ele ama a irmã.

 

- Ama? De que forma, Lorde Tyrion? Da mesma forma que ela o ama?

 

- Não sei se compreendo.

 

- Esqueça. Deixe pra lá. Preciso descansar. Pretendo falar com Rei ainda hoje, pode solicitar.

 

- Sim, claro. Pedirei que organizem o salão.

 

- Lorde Tyrion,  quero falar a sós com o Rei. Apenas eu e ele.

Naquela mesma noite, o Rei a procurou em seus aposentos. Aproveitou o calor do local para vestir algo mais leve. Não tinha bem certeza do que pretendia, mas, certamente,  não descartaria a ideia de seduzir o Rei. Daario e Jorah fariam qualquer coisa por ela. Jon poderia fazer o mesmo. Além do mais, ela nunca havia estado com um homem de Westeros. Ou com um homem honrado.

- Vossa majestade. Lorde Tyrion disse que gostaria e conversar a sós. Se preferir, podemos andar por Winterfell, talvez o seu quarto não seja o melhor local.

 

- Na verdade, pelo que entendi, esse é o seu quarto. Além do mais, prefiro o calor dessas paredes. Não tenho a menor de intenção de sentir frio agora.

 

- Não gostaria de chamar alguém, talvez Missandei.

 

- Tem medo de mim, Jon?

 

- Medo, não. Apenas receio do que podem comentar, Daenerys.

 

- Ela riu. Ele a chamou pelo seu nome, em resposta a forma como ela mesma o havia tratado.

 

- Pouco me importo com que os lordes nortenhos falarão de mim. Certamente não será pior do que a forma como vários homens me trataram até agora.

 

- o que deseja, Daenerys?

 Ela se aproximou, ele era mais baixo do que os homens com quem havia estado. O que,  de certa forma, a deixava em posição de maior vantagem. Estava a um palmo de seu rosto, quando ele, gentilmente, se esquivou e se dirigiu até a lareira. Começou a colocar lenha.

Ele sentou na cadeira que ficava a frente, induzindo para que ela fizesse mesmo, sentando-se na outra cadeira.

- Imagino que seja um hábito seu. Sentar-se aqui, contemplar o fogo.

 

- Meu pai,  digo, meu Tio Ned Stark, costumava ficar aqui. Quando eu era criança, eu costumava entrar nesse quarto, eu e Rob. Entrávamos correndo e os víamos aqui. Conversando. Ele e sua esposa.

- Rob era sempre bem recebido. Lady Catelyn sorria ao vê-lo. Minha presença, no entanto, era ressentida.

- Eu demorei a entender o porquê. Uma vez a chamei como Rob a chamava, mãe. Ela me olhou severamente. Meistre Luwin interveio e me explicou minha posição. Eu era um bastardo, filho apenas do Lorde Eddard Stark. Aquela havia sido a última vez que eu havia entrado nesse quarto, antes...

- Ainda o estranho. É como se eu não pertencesse  este espaço. Como se estivesse sendo expulso.

- Insisti para que Sansa ficasse aqui,  meu velho quarto me serviria. Ou de Rob, realmente não importava. Mas Sansa não achava certo que o Rei ficasse em um cômodo inferior.

- Obrigada por ter me livrado daqui, nem que seja por um período.

 

- Isso aqui é apenas um quarto. Paredes. Não há nada de mais. Não há ninguém para lhe expulsar.

- E, afinal de contas, você não é mais um bastardo.

 

-Meus lordes do Norte ainda não sabem. Ou, melhor, não sabiam. Não imagino que seja um segredo ainda.

- Mas o que você queria conversar?

 

- Você e eu somos os últimos Targaryens, Jon Snow. Os últimos a possuir o sangue da Antiga Valíria. Talvez isso não importe tanto para você como importa pra mim. Eu cresci ouvindo as histórias dos nossos antepassados. De tudo o que haviam conquistado e a forma como haviam sido aniquilados.

- Eu cresci com o desejo de retornar a Westeros e tomar o que era meu por direito.

- Eu nunca pisei em Porto Real. Eu nunca, sequer, estive próxima fisicamente do Trono de Ferro. Mas, apesar de tudo,  eu o quero. Ele me pertence. Ele pertence aos Targaryens. Ele pertencia ao seu pai e ao meu pai.

- Ambos cometeram erros.

Ela se levantou da cadeira, se aproximou e se ajoelhou em frente ao homem.

- Mas nós podemos ser melhores. Nós podemos restaurar o nome da nossa família. Nós podemos reerguer os Targaryens e cumprir as profecias e os sonhos de nossos ancestrais.

- Nós podemos manter viva a nossa linhagem.

Ela pegou a sua mão e colocou sob seu peito. Seu vestido era fino, de um tecido quase transparente. Ele começou a olhá-la nos olhos, como se a desejasse da mesma forma que ela o estava desejando naquele momento.

Ele pegou sua mão,  se levantou. Centímetros era o que os distanciava. A beijou arduamente. Suas mãos começaram percorrer o seu corpo. Ela estava novamente sendo impulsiva, se entregara ao beijo e sentia-se consumida por sua voracidade. Seus lábios eram quentes e suas mãos eram delicadas. Sua pele não era calejada. Até mesmo sua barba era macia.

Ele gentilmente parou de beijá-la e se afastou.

- Eu não posso fazer isso. Ao menos não desse jeito. Você é uma rainha e eu sou um rei. Não somos mais donos de nossas vontades, e sim regidos pelo bem do nosso povo.

- Precisamos chegar a um acordo.

Que homem era esse que se atrevia a recusá-la. Ela estava ali, pronta. Ela o queria. Mas ele havia se esquivado.

 

- Eu sou uma Rainha e você é um Rei. Podemos fazer o que quisermos.

Ela voltou se aproximar dele.

Ele tocou suavemente o seu rosto, suas mãos seguiram até os seus cabelos, pescoço e costas. Seus corpos, novamente, estavam próximos. O desejo a consumia novamente.

- Sim, somos Rei e Rainha. Mas se agirmos impulsivamente sem pensarmos nas consequências seremos iguais aos nossos pais, iguais aos Baratheon e Lannisters. Sussurou o rei, em seu ouvido. Ela tremia e sentia que ele também estava resistindo aos seus impulsos.

 

- Não vejo melhor solução do que uma aliança por casamento e se esse for o nosso consenso, não vejo razão pela qual não possamos continuar o que estávamos fazendo aqui. Respondeu, enquanto tentava se desvencilhar da roupa do Rei.

 

- Existem milhares de possibilidades. Casamento, certamente seria uma delas. Mas você poderia ficar viúva muito em breve. Uma guerra se aproxima. Disse o rei, mais uma vez se afastando.

 

- Nós temos a melhor pretensão ao trono. Juntos podemos reinar como iguais. Eu seria sua rainha e você o meu rei. Se quiser, podemos, inclusive, construir um novo trono.

- Eu prefiro reinar ao seu lado do que disputar uma guerra. Se nos casarmos, nenhuma outra aliança poderá nos ameaçar. O trono será dos Targaryens.

- Não quero correr riscos, Jon.

- Além do mais, você precisa dos meus exércitos. E essa é a minha proposta. Case-se comigo o mais rápido possível. Juntos enfrentaremos Cersei, Euron, e essa guerra que tanto o preocupa.

- Pense a respeito. Mas não vejo razão para recusar a minha oferta.

Ficou na ponta dos pés e o beijou. Dessa vez de forma calma,  sem segundas pretensões. Um beijo que seria selo a sua proposta.

O rei saiu do quarto, prometendo-lhe uma resposta o mais rápido possível. Logo que fechou a porta, Missandei entrou em seu quarto.

- Chame Tyrion, por favor.

O anão entrou em seu quarto logo a seguir.

 

- Tyrion, quais as chances do Rei do Norte em relação ao Trono?

- Se estou certa, o exército dele se assemelha ao meu.

 

- Com as recentes baixas, creio que sim minha rainha. Mas você ainda tem seus dragões.

 

- Meus dragões não o atingirão. Não percebeu, eles se curvaram.

 

- Enquanto Jon não for uma ameaça a vossa alteza. Eles sempre a defenderão.

 

- Drogon, sim. Viscerion e Rhaegal, eu não sei. E não pretendo descobrir. Eu preciso que você consolide uma aliança com Jon. Nós devemos nos casar e reinar juntos.

 

- Soa como uma proposta irrecusável ao Rei. Não entendo o porquê de sua aflição, minha rainha.

 

- Nenhuma proposta é inteiramente irrecusável. E Jon Snow é filho de Rhaegar, eu diria que impulsividade por amor está no seu sangue.

- Não pretendo correr riscos. Precisamos do Norte, então, trate de assegurará-lo.

- Tyrion, o mais rápido possível. Eu quero sair de Winterfell casada.

Seu Mão assentiu e saiu de seu quarto. Ela passou a noite pensando em Sansa. A menina era linda.

Jon havia resistida a ela, poucos homens haviam feito isso. Ele a queria, podia sentir. Mas ele não a amava ainda.

Que espécie de relação ele teria com a irmã? Malditos Targaryens. Lembrou-se de Viscerys dizendo que tudo era sua culpa, sua culpa por não ter nascido antes. Por não ter casado com seu irmão. Por sua causa Rhaegar teve de casar com Elia, e não contente,  precisou achar outra mulher. Uma Stark.

Agora era ela quem temia uma Stark. Eles tinham o Vale. Sansa conhecia bem os Tyrell, ela via. Lady Olenna poderia, muito bem, mudar de lado. Não, isso não poderia acontecer. Sua proposta era irrecusável. Jon havia sido criado por um homem melhor. Ele faria o que é melhor para o seu povo. E ela, Daenerys Targaryen era, sem dúvida,  a melhor opção.

 



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