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História O meu mundo Ice and Fire - Davos I


Escrita por: ThaiSnow

Capítulo 2 - Davos I


Fanfic / Fanfiction O meu mundo Ice and Fire - Davos I

Davos I

 

O rei do norte estava estranhamente calmo, como se não se importasse com a possibilidade de não mais ser rei. Imaginava como Stannis enfrentaria a situação,  as guerras que enfrentaria pelo seu título. Mas Jon era diferente. Ele não se sentia confortável, mesmo que, aos demais, parecesse que havia nascido para isso. Era firme em suas decisões, benevolente, e sua única preocupação era a Guerra com os Outros, e como faria para proteger todos.

Ele observava o peso que jovem rei suportava. Não bastasse, ainda se preocupava com Sansa, que apesar de declarar sua aprovação, ainda mantinha uma relação próxima demais a alguém de pouca confiança. Davos conhecia Lorde Petyr, ou melhor, as histórias de Mindinho. Sabia que não era possível confiar no homem, mas, Lady Sansa apesar de dizer mesmo, frequentemente era vista ao lado de Petyr. Não poderia imaginar que a menina trairia o irmão, mas sabe-se deus o que se passou com ela nas mãos dos Lannister e depois dos Boltons. Davos escutara histórias terríveis. E sabia bem como Jon havia reagido a elas.

O rei sentia-se responsável por não ter feito nada. Por ter permitido. Diariamente enfrentava seus demônios,  visitava a Árvore Sagrada e somente a ela, em pensamento, parecia confidenciar seus pesares. Sua incapacidade de proteger seus irmãos. E Sansa, tão perto e tão longe. Mesmo agora, pareciam tão distantes.

- Lady Sansa!

- Sor Davos! Achei que o senhor acreditasse em outro Deus.

-  Perdão, Mi Lady. Não queria incomodá-la. Não, na verdade não acredito em deuses, sinto como se eles tivessem me abandonado há muito tempo, busco apenas o consolo do silêncio e a beleza do local para divagar entre os meus pensamentos.

- Costumava fazer isso quando estava em Porto Real, era o único lugar que ninguém me importunava. Que Joffrey não me torturava. Era o único lugar que eu podia lembrar que era uma Stark.

- Sabe, Sor Davos, meu pai acreditava nos antigos deuses, mas minha mãe era do Sul, e ela sempre acreditou nos novos deuses. Talvez por ser tão parecida com ela e tão diferente do meu pai, seguia o exemplo de minha mãe, até mesmo na Fé dos Sete.  Raramente vinha até aqui. Quando eu era criança eu vivia em outro mundo, um mundo de príncipes e princesas, de cavaleiros lutando pela justiça. Eu acreditava em canções. As vezes me assombra o quão estúpida eu era, Arya sempre soube melhor, sempre entendeu esse mundo melhor. Eu precisei enxergá-lo pelo que é para ter certeza de como as pessoas são.

- Eu não tenho certeza se ainda posso confiar no senhor,  Sor Davos. Confiança é algo raro, mas Jon parece acreditar no senhor. Talvez eu devesse confiar também, afinal, você foi um dos responsáveis por trazer Jon de volta, por permitir que hoje estivéssemos todos aqui. E talvez o senhor também devesse acreditar mais em mim, acreditar que eu nunca trairia Jon. Ele é o que me resta de família. E se Arya ainda estiver viva, ela nunca me perdoará se eu permitir que algo aconteça com Jon.

- Eu posso ser parecida com a minha mãe, e certamente eu tenho muito de Lady Catelym em mim. E isso me deixa honrada. Mas eu também sou uma Stark. E Jon é um Stark. E eu prometo que a minha família não sofrerá mais perdas, não enquanto estiver ao meu alcance evitá-las.


Lady Sansa despediu-se cordialmente e retornou ao castelo. Davos sentia-se, de certa forma, compelido a acreditar na menina. Seus olhos,  apesar de frios, pareceriam sinceros. Ela não parecia temer nada e, quando mencionava sua família, seu nome, Jon, seus olhos ardiam de uma forma inesperada. Como se ainda houvesse vida.

Davos caminhou por mais um tempo antes de se retirar aos seus aposentos. Apreciou a imponência do castelo, e quando reparou estava nas criptas de winterfell. Stannis sempre mencionava as lendas que cercavam os Starks e as construções do norte. Embora diferentes, a muralha e Winterfell traziam a mesma aflição, o mesmo frio. Como se fosse atraído,  Davos começou a vasculhar os tortuosos caminho das criptas, e encontrou os famosos Reis do Norte. Lembrava-se das histórias, apenas os reis recebiam estátuas em sua honra. Mas Lorde Eddard Stark homenageou seu Pai, seu Irmão, e sua Irmã.

Davos ficou admirado ao olhar a estátua da mulher que os levara a guerra. Que fizera com que Robert fosse coroado rei. Quantas vidas o sorriso dessa mulher havia tirado. Por um instante Davos quis odiá-la,  mas lembrou-se que era uma menina. Odiou, então,  Rhaegar, o príncipe que todas acreditavam ser bom. Davos o vira uma vez, ele gostava de tocar sua harpa na baixada das pulgas. Ele poderia ter sido um bom rei, mas porquê, porquê, havia sequestrado a menina Stark, por que havia escolhido a noiva de Robert?

A história repetida um milhão de vezes nunca fez sentido para Davos. Mas, às vezes, a razão não é o que nos move. Se o fosse, a Princesa Shireen poderia estar viva.

Enquanto olhava a estátua viu o rei se aproximando.

- Vossa Graça!

- Sor Davos! o que faz por aqui?

- Perdão, Vossa Graça!

- Sem saber o porque exatamente,  Davos tentava explicar o que o havia levado às criptas. Mas, lá estavam eles,  ambos, aparentemente, sem motivo para estarem lá.

- Desde criança nunca gostei de vir até aqui. As criptas de winterfell sempre permearam os meus sonhos. Quando criança, acordava assustado.

- Lyanna Stark, meu pai quase nunca falava dela. E sempre que o seu nome era pronunciado havia um pesar, uma culpa em seu olhar. As vezes,  ele me olhava logo a seguir. Talvez por eu também lembrá-lo de sua própria culpa.

- Uma vez, apenas uma,  desci até aqui e encontrei meu pai chorando em frente a cripta. Pedindo perdão e prometendo que estava fazendo o possível para cumprir o sua promessa. Nunca soube do que se tratava, ele ficou furioso ao me ver ali, mas nunca conversamos sobre o que acontecera.

 

- Achei que apenas os Reis e Lordes de Winterfell tinham estátuas, vossa graça?

 

- Sim, Sor Davos. Meu pai quis homenageá-los, do mesmo modo que estão sendo construídas, agora, estátuas para meu pai, Rob, Lady Catelyn, e Rickon. (sua voz ainda embargava quando mencionava o irmão caçula,  que morrera tão próximo de seus braços).

 

- Perdão, vossa majestade! Mas não acha estranho o tamanho dessa estátua, ela inclusive parece maior que as demais. Estou admirando-a por um tempo, e o tamanho dela, a localização, parecem estranhas.

Num ímpeto, como se tomado por algo, Sor Davos se viu abrindo o túmulo da mulher que trouxera guerra aos sete reinos, que era uma das responsáveis pelo fim de uma linhagem,  que, que, era uma verdadeira rainha!



 


Notas Finais


Tentanto trazer, de forma bem amadora, um pouco do estilo do Martin. Ao menos o que me lembro, faz tanto tempo...


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