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História O meu mundo Ice and Fire - Arya I


Escrita por: ThaiSnow

Capítulo 5 - Arya I


Fanfic / Fanfiction O meu mundo Ice and Fire - Arya I

Arya I

 

O sabor da vingança era mais doce do que ela imaginava. Mesmo assim,  estar ali com Lorde Frey se esvaindo em sua frente não diminuía a tristeza ao imaginar que sua mãe e seu irmão foram traídos neste mesmo salão. A forma como, no jantar anterior, eles riam. Pela primeira vez Arya não odiou um Lannister, ela percebera que ele não era mais o mesmo Leão que ela conhecera em Winterfell. Jaime Lannister, agora, parecia, a sua maneira,  ter honra.

 

Ele também não apreciava o modo como Walder Frey referia-se a Rob, ou ao seu Tio. Ela havia esquecido de Edmure Tully. Uma parte dela queria deixá-lo preso. Ele havia causado a morte do Peixe Negro e ele sim poderia ser útil.

Ela disfarçou-se novamente, não achava aconselhável ter seu rosto visto, até mesmo pelo seu tio. Ele não era digno de confiança. Apesar de saber que o velho Frey tinha inúmeros filhos, ela não encontrara mais do que cinco. Ela teve pena das mulheres,  por isso,  preferiu trancá-las. Depois decidiria.

Desceu as escadas  até a prisão de Lorde Edmure, não foi difícil convencer os guardas de que levava comidas em agradecimento à morte do peixe negro, um cumprimento do velho Frey ao seu prisioneiro. Logo que entrou, percebeu que não os queria vivos. Chamou-o discretamente um dos guardas, como se pudesse ofertar algo que lhe interessava. Seu tempo em Bravos a ensinara muitas coisas,  entre elas como homens podem ser presas fáceis. Quase sem emitir som, a gata sorrateira dos canais degolou o primeiro guarda. Não demorou muito para que o segundo encontrasse seu destino, a Agulha andara atarefada nesses dias.

Com a chave em mãos, Arya olhava o que restava do último Tully, o herdeiro de Correrio. Não, ela não se orgulhava de vê-lo ali, afinal, ele também havia sido uma peça durante o Casamento Vermelho, e estava preso desde então. Mas reparava o quão fraco ele era. Como ele podia ser irmão do Peixe Negro. Como ele podia ser irmão de sua mãe. Mas Catelyn Stark iria querer que ela o salvasse, mesmo que, ela não acreditasse na competência do homem para se manter vivo.

 

- Vamos, saia. Sua prisão acabou,  Lorde Edmure. Hora retomar seu castelo,  Mi Lord!

Assustado e acuado, imaginava ser parte de outro de teatro dos Frey. Tolo, imaginava até que seria a sua morte.

 

- Meu filho nasceu? Eu tenho um filho? Posso vê-lo antes? começou a gaguejar e antes de começar a implorar reparou nos homens degolados.

 

- Não sei sobre o seu filho, Mi Lord. O que eu sei é que o Lorde Walder Frey está morto, assim como alguns de seus filhos. E eu aconselho o senhor juntar o seus vassalos e retomar o que pertence aos Tullys. Talvez, assim, o senhor consiga reaver o seu filho.

- Se quiser ficar, bom, pode ser que volte para essa cela aqui.

- Enfim, já fiz a minha parte. Se quiser viver, sugiro que o faça o mesmo. Comece a lutar,  lorde Edmure. Não imagino que senhor terá uma boa recepção do outro lado, caso venha a encontrar o seu tio, o Peixe Negro.

 

- O que quer dizer, garota?

 

- Ah, não sabe! seu tio morreu lutando, enquanto o senhor rendia o castelo. Seus soldados, parte deles, estão presos, outros mortos. O senhor os encontrará logo nas celas a frente. Sugiro que tente salvá-los, quem sabe eles voltem a confiar no senhor.

 

- Eu lhe devo a minha vida, garota. Quem é você? Por que está me ajudando?

 

 - Conheci Lady Stark, não acho que ela iria querer ver o irmão morto. Vá, salve seus homens. Restabeleça seu nome e sua casa. Honre sua família, quem sabe você ainda possa contribuir com algo.

Ela saiu, sem dizer mais nada. Sem ao menos saber se o homem iria fazer algo. Sua parte estava feita. Mais cedo ou mais tarde os Freys iriam tentar se vingar. Arya Stark não precisava que soubessem que ela era assassina dos Frey. A vingança era dela, mas ela não imaginava como Sansa ou Jon reagiriam. Apenas pensar em seus irmãos a deixava triste. Onde estariam? Estariam vivos? Jon parecia ser o mais fácil de encontrar, por inúmeras vezes ela tentou chegar até a muralha. Mas sempre, sempre, algo a impedia.

Apenas pensar no irmão a deixava nostálgica. Ela amava todos,  até mesmo Sansa. No entanto, Jon sempre fora especial. Assim como ela, ele estava deslocado. Arya não queria saber de bordados, de canções, de príncipes e princesas, ela gostava de estar junto aos seus irmãos. De andar a cavalo, de brincar com espadas, de atirar com arco e flecha.

Quando ganhou Agulha, Jon a dera de presente por saber quem ela realmente era. Ele a conhecia melhor do que todos. Eles eram únicos. O bastardo e a menina incompreendida. Seu pai sempre a comparava com a sua Tia Lyanna,  mesmo que muitos dissessem que era por causa de sua aparência, a mais Stark dos filhos de Lady Catelyn, Arya sempre soube que era o seu temperamento. Suas roupas e suas brigas com Sansa que motivaram o apelido.  

Em Porto Real seu pai começou a conhecer um pouco mais filha, mas não teve tempo. Não fosse por Syrio, Arya talvez também não tivesse tido tempo para se conhecer melhor. Sentia saudades de sua família, por mais que tentasse não admitir. Ela era Arya Stark. E mesmo que precisasse se vingar, ela precisava, acima de tudo, encontrar sua família. E Jon, ele ainda poderia estar vivo, ele poderia estar na Muralha.

A estrada seria longa. Arya não queria ser copeira naquele momento. Ela preferia usar o seu rosto. Ninguém a reconheceria mesmo, não existiam mais muitos Starks vivos. Talvez ela até fosse a última. Esse sentimento a angustiava, ser a última. Não conseguia imaginar onde poderiam estar seus irmãos. Bran sequer poderia andar e Rickon, que  tamanho teria Rickon agora?

Sansa, lhe doía pensar na sua irmã. Mais do que pensar em seus irmãos. A última vez que se viram Arya culpava Sansa por ter escolhido Joffrey, Micah poderia estar vivo. Ela sabia que era uma ilusão,  o menino estava morto na hora que Joffrey apareceu.

Mesmo assim, as duas tiveram perdas. Naquele dia mesmo Sansa sofrera as consequencias de seus atos. As duas perderam suas lobas. Nymeria ainda podia estar viva, Arya sentia isso ou queria isso. As vezes ela sonhava ser uma loba, com uma grande alcateia. Mas isso era provavelmente seu desejo de rever seus irmãos, de pertencer a uma matilha novamente. Sua família há muito havia sido afastada, se não, extinta.

A estrada era longa e uma boa noite de sono parecia ser inevitável. Até mesmo seu cavalo precisava. E o norte, o norte ainda estava muito longe.

Ela prendeu o cavalo, ajeitou suas coisas, e tentou adormecer, como sempre, agarrada em sua Agulha. Teve um leve cochilo até que percebeu que não estava sozinha, estava cercada.

Ao menos, ela havia riscado mais um nome em sua lista. Se fosse esse o seu fim, morreria com Agulha empunhada, quem sabe levaria alguém junto.

Mas o que estava a sua espreita não era assustador, ao contrário,  era familiar. Ela nunca imaginaria,  nem em um milhão de anos que veria seus olhos amarelos de novo.

- Nymeria! Eu senti sua falta!

A loba inclinou levemente a cabeça, se aproximou a uma distância que poderia dilacerar Arya. Estava maior, muito maior do a última vez que vira. Arya era minúscula comparada a Loba. Podia até montá-la, de tão imensa.

Em um gesto que poderia, facilmente, ter custado a sua vida, ou então, seu braço, Arya não resistiu ao impulso e abraçou, como antigamente, sua loba.

Sua matilha ficou em silêncio. E, por um momento, Arya não era mais ela, era Nymeria. E Nymeria era Ghost, e Jon, Jon estava vivo e em Winterfell.

 


Notas Finais


Porque eu adoro esses dois desde o inicio. E eu quero muito vê-los juntos de novo. E porque na série é tão claro o quanto eles pensam um no outro. :D


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