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História O Mistério de Oliver - Eleonor


Escrita por: RakeWoodenberg

Capítulo 8 - Eleonor


Era um assunto meio difícil pra se falar, mas sem perceber no caminho pra casa eu pergunto sobre Taylor.

-Como Taylor era com você, Husch?- Solta a pergunta.

Vi que seu semblante ficou triste.

-Oh, me desculpe, minhas sinceras desculpas eu não fiz por mal- Digo arrependido.

-Não, esquenta. Ele era uma pessoa doce e amável, porem ele começou a mudar depois que ele foi visitar sua mãe, ele nunca me falou muito sobre eles, a única coisa que eu sei é que quando ele era pequeno, o pai dele tentou estupra-lo, mas não conseguiu, então o pai dele pegou a mãe dele colocou uma arma na cabeça, e disse que se ele não deixasse que ele fizesse o que ele quisesse com Taylor, que na época tinha 7 anos, ele mataria a mãe dele- Diz Husch com uma voz de choro.

-Nossa como um pai, se isso é um pai, pode fazer isso com uma criança, ele deve ter ficado traumatizado- Digo.

Husch começa a chorar, era uma cena lastimável que eu acarretara, eu era de certa forma o culpado por aquelas lagrimas estarem caindo, viro ao Husch e digo –Não vou te pedir pra não chorar, vou te pedir pra chorar, tirar essa angustia que você está sentindo-.

Ele olhou pra mim e logo soltou um sorriso. O caminho até minha casa nunca foi tão longo, parecia que quanto mais nós andávamos mais longe ficava, e o Husch ia gradativamente parando de chorar, até que chegamos em casa.

-Entre, Husch, só não repare a bagunça!- Digo a ele abrindo a porta.

Já estava escurecendo, e com certeza Eleonor estava em casa já.

-Eleonor, amor, lembra do Husch, o rapaz que salvei aquele dia, daqueles homofóbicos - Digo em voz alta.

Fui respondido por um extenso vácuo. Estava muito silencioso, dava pra escutar os grilos lá fora. Comecei a me preocupar porque ela sempre chegava na mesma hora, e quando ela iria atrasar me avisar. Rapidamente retirei meu celular do bolso, e fui ligando para a mãe dela.

-Alô, Celeste, Eleonor está por ai? – pergunto no celular a mãe de Eleonor.

-Quem fala?- Ela pergunta.

-É o Oliver- Digo.

-Oliver, desde ontem de manhã não vejo ela- Diz ela num tom preocupado.

-Vou tentar ligar pra ela- Digo com um tom mais preocupado do que antes.

-O celular dela estragou ontem aqui em casa, ela deixou cair no vaso- Diz Celeste.

-Se tiver notícias me avise- Digo.

-Aviso sim, e você o mesmo- Diz ela.

-Tchau- Digo.

Celeste desligou o celular.

PUTA QUE PARIU CADÊ A ELEONOR, ela já devia ter chegado a muito tempo, Husch, sinta-se em casa, eu irei procurar a Eleonor, vou ver se ela está chegando por ai ou parou em algum lugar.

Quando abro a porta um carro preto que estava encostado na calçada desde a hora que eu e Husch chegamos, deu partida e saiu em alta velocidade parecia que era caso de vida ou morte, para estarem correndo tanto.

Continuei meu caminho, fui em todas as ruas mais próximas mas nada de Eleonor, ela havia sumido como fumaça no ar.

Meu celular toca era um número privado.

-Alô?- Digo.

-Senhor Oliver, creio que procura por algo ou alguém- Diz uma voz masculina mas meio robotizada.

-DESGRAÇADO, CADÊ ELEONOR- Digo totalmente nervoso.

-Calma, uma hora, você irá encontra-la de volta, mas para isso você, precisará encontrar algumas respostas, e quando você conseguir todas você irá conseguir Eleonor de volta- Diz a voz em um tom calmo.

-Como vou saber se você realmente está com Eleonor?- Digo aflito.

-Oliver, socorro, me ajude! Isso prova algo?- Era voz da Eleonor e foi interrompida pela voz robotizada.

-Eu saberei quando você encontrar as respostas que preciso, mas agora a única coisa que você precisa se preocupar é sobre Taylor- Diz a voz robótica.

E o celular desliga.

Meu Deus era Eleonor, preciso voltar pra casa o mais rápido o possível, preciso avisar os pais dela. Instantaneamente cai de joelhos e comecei a chorar, e de uma hora pra outra começou a chover.

-MERDA- Grito.

Além da Eleonor ter sumido, terei que ir pra casa debaixo de chuva, já não tinha forças suficientes para correr, era um pedaço grande que eu deveria percorrer até minha casa, ou eu cortava caminho pelo cruzamento da Rua Millie com a linha férrea, o único problema é aquele pedaço assustador de floresta. É claro que fui pelo caminho mais curto. E novamente o celular toca, dei um pulo e soltei um grito, tinha tomado um susto enorme.

-Não conte a ninguém se não nunca mais você verá ela de novo- Diz a voz e o celular desliga.

E escuto um tipo de grunhido vindo da direção daquela floresta, e logo consigo identificar dois olhos amarelados a mais ou menos 2,30 metros de altura, a coisa percebeu que eu havia visto ela e começou a caminhar em minha direção, quando finalmente aquilo ia sair de dentro da floresta, o trem passa na linha férrea mais próxima da floresta.

Sai correndo mesmo sem forças, quando tomei uma distância mais segura daquele lugar parei pra descansar e me acalmar, talvez aquilo era meu cérebro querendo pregar uma peça.

Cheguei em casa fingi que não havia acontecido nada, e como estava muito assustado pelo sumiço repentino de Eleonor, Husch nem percebeu que algo estava errado. Ele era um rapaz trabalhador ele já tinha feito um jantar, e já havia jantado quando terminei.

-Husch, quando você quiser se deitar, você pode escolher entre o antigo quarto de minha irmã ou o meu antigo quarto, pois no quarto que era de meus pais eu que estou dormindo lá – Digo a Husch.

-Está bem Oliver- Diz Husch já bocejando.

Eu também já estava morrendo de sono, mas era meio impossível ter uma noite de sono pensando em Eleonor, e como e o que preciso fazer para salva-la, e o que dizer a família dela, já que não poderia contar a verdade.

Subi para o meu quarto logo depois de Husch.

Deitei em minha larga cama de casal, tinha um vazio enorme ali e esse vazio era a falta da Eleonor, comecei a chorar, sussurrar seu nome, mas sabia que nada levaria ela até ali a não ser se eu descobrisse as informações que quem mantem a Eleonor me pediu.

Viro para a porta vejo Husch, também chorando.

-É amigo, acho que nós temos dedos podres- Diz Husch, mal ele sabendo o real motivo das lagrimas.

-Concordo com você Husch- Digo cessando o choro na frente dele.

Ele se aproximou, deitou-se do lado vazio da cama e me deu um abraço, meio estranho porque não tinha um jeito para abraços do jeito que estávamos deitados.

Nesse momento eu senti algo que não devia, aquela aproximação repentina entre nós criou em mim algo que não consigo controlar, era uma vontade de estar sempre naquele abraço desajeitado, daquele jeito, não resisti disse a Husch para ficar ali, até de manhã.

Naquele abraço desajeitado encontrei, conforto para minha angustia e dava pra ver que era algo reciproco, porque ele caiu no sono eu estava quase caindo também.

Acordo e vejo o Husch em minha frente, parecia que nosso abraço se tornou uma concha em que dormimos a noite toda, um no calor do outro, sem ninguém passar pela barreira da amizade que havia se criado, mas por mim estaria prestes a virar outra coisa, senti o mesmo por Husch que eu sinto pela Eleonor.

-Transtorno de personalidade múltipla- Digo a Husch.

-O que Oliver?- Diz ele meio assustado.

-O Taylor pode sofrer de Transtorno de Personalidade Múltipla, talvez aquele trauma que ele sofreu na infância foi muito forte pra ele, e ele acabou tendo uma segunda personalidade, e a visita à casa de sua mãe pode ter trago de volta essa outra personalidade- Digo triste, pois se realmente fosse isso, talvez eu nunca mais tivesse alguma chance com ele.

-É realmente, você falando agora, pode ter sido isso, mas mesmo assim não voltarei pra ele, não quero retirar o pai de uma criança- Diz ele menos triste.



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