História O Mistério do Trem - Prólogo

Alguns anos atrás... 

Marcel não queria se mudar. Lá em Avalon tinha seus amigos, seus familiares. Não queria nem pensar na ideia de uma nova escola, novos amigos, nova vida. Seus pais diziam para ele que lá ele iria se dar bem e que parariam em uma loja de conveniência para lhe comprar um chocolate, porém, apesar de seus oito anos de idade, ele sabia que um chocolate não iria diminuir as saudades que ele sentiria de Avalon. Diziam também que viver em Stone Harbor seria legal e interessante, mas Marcel não ligava, e nem queria ligar.

Olhava pela janela do carro, estava tudo tão isolado. Suspirou ao ouvir que tocava Total Eclipse Of The Heart no rádio, estava totalmente enjoado daquela música. Deu um bocejo e percebeu seus olhos fechando devagar, não relutou. De suas pequeninas mãos caíra um pequeno trenzinho de brinquedo, e a última coisa que ouviu foi sua mãe sussurrar alguma coisa à seu pai, então adormecendo.

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— Querido? Chegamos — Sussurrava sua mãe. Marcel abriu os olhos lentamente e pôde avistá-la em sua frente sorrindo animada com um chocolate em mãos.

Marcel olhou para fora do carro com um pouco de dificuldade por conta da claridade. Viu lá uma casa de madeira, que deduziu ser sua nova moradia. Sua mãe estendeu a mão para o mesmo e ele a segurou, saindo do carro. Já estava com seu trenzinho em mãos. Não tirava os olhos da casa: como era bonita. Era feita de madeira branca e ao redor das janelas haviam madeiras verdes, e o telhado também era verde. Havia uma pequena varanda. Por um momento esqueceu do que deixara para trás em Avalon e sorriu, saindo correndo em direção a casa. A porta já estava aberta, seu pai havia aberto. Entrou, olhando fascinado para tudo — nada além de caixas, paredes, porta e escada — que havia lá.

— Marcel querido, venha ajudar a mamãe a limpar o porão — Gritou, um pouco distante.

Marcel seguiu o som, chegando ao porão. Tinha pouca luz, mas dava para enxergar alguma coisa. Tudo que tinha lá era pó, e... Uma foto? Chegou perto da imagem, pegando-a do chão. Pôde ver uma imagem de um trem e fumaça saindo dele, muita fumaça. Ficou fascinado, era apaixonado por trens. Virou a imagem e pôde ver algumas coisas escritas, mas ignorou, escondendo a imagem dentro do casaco.