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História O MISTERIOSO ORFANATO DE MADAME LAURINE - PRÓLOGO


Escrita por: edmennoli

Capítulo 2 - PRÓLOGO


Enquanto Srta. Laurine se acomodava no centro do círculo de sal no meio da sala, Gilbert, seu esposo, trazia os últimos preparativos para o ritual. Nas mãos dele, uma dúzia de velas pretas. Espalhou-as por toda a sala e as acendeu. Em seguida pegou um livro antiquado e amarrotado da estante e pôs-se a murmurar palavras estranhas com o olhar fixo em Laurine. As velas oscilaram de um lado para outro enquanto eram banhados por uma penumbra inquieta. Até que, enquanto as cortinas eram agredidas pela extrema rajada de ventos anormais, as velas se apagaram repentinamente. Houve um silêncio prévio enquanto eles suavam de nervosismo.

— Será que deu certo? — sussurrou Srta. Laurine instantes depois. — Já estou grávida? Gilbert?

— Estou aqui, meu amor. Creio que deu tudo certo... — e se aproximando de Laurine para dar-lhe um beijo na testa, continuou: — você será a mãe mais linda do mundo.

Naquela mesma noite, enquanto dormiam, Laurine sentiu uma estranha contração na barriga. Como poderia ser o bebê se não completara um dia de gravidez? Não aguentando de enjoo, pulou da cama descalça deixando Gilbert adormecido. Seguiu para o banheiro e quase na mesma hora em que chegou à frente da pia, o espelho refletiu suas bochechas inflando e um estranho líquido esverdeado saiu de sua boca, se espalhando por toda pia. Aconteceu de novo, as bochechas inflaram como da primeira vez, e ela tornou à cuspir aquela estranha gosma verde. Se contorceu ainda à sentir a contração, e olhando para a barriga, notou que estava um pouco maior do que antes de ir para a cama. Ela pensou que provavelmente uma gravidez diabólica durasse menos tempo. Estava certa, pois no dia seguinte enquanto se espreguiçava na cama, ela observou que a barriga tinha crescido novamente. Cutucou Gilbert, e apontou para barriga estranhamente grande. Gilbert olhou, e seus olhos saltaram ligeiramente das órbitas.


***


Laurine se encontrava com a perna escangalhada encima da cama, enquanto Gilbert xeretava nervoso entre elas.

— Vamos querida, coloque mais força. Está quase saindo… — comentou ele com os dentes cerrados, enquanto tentava puxar a criança.

Laurine se contorceu de dor. Mas quando finalmente sentiu a barriga esvaziar, observou que Gilbert não estava com uma expressão de felicidade. No lugar disto, os olhos de pânico tremiam, o rosto sem um pingo de sangue.

— O que foi? A criança está viva, não está? — indagou Laurine, enquanto de sua testa, deslizava uma gota de suor gelado. O marido abriu a boca, cuja não saiu uma só palavra. — Gilbert? Diga algo, por favor...

Não aguentando de curiosidade, levantou a cabeça vagarosamente temendo a cena que veria.

Ainda preso ao seu corpo pelo cordão umbilical, estava uma criatura cinza-esverdeada caída na cama, gemendo, os olhos completamente negros ainda maiores que o círculo da boca aberta de Gilbert. De subto, Laurine soltou um grito agudo e saltou da cama apavorada, quase derrubando aquela estranha criatura, e antes mesmo de cortarem o cordão umbilical, tomaram uma decisão.

Gilbert cavou um pequena cova no quintal da casa, e jogou a criatura — ainda viva — dentro. Laurine observava aquela cena fatídica de uma varando no andar de cima, o olhar de aversão. Desejava profundamente ser mãe. A criatura soltou um estanho grunhido, que foi interrompido quase imediatamente por uma pá de areia jogada em seu rosto.

Dias se passaram, e a depressão apenas crescia entre os dois. Até que certo dia, Laurine convenceu Gilbert à ir à cidade.

— À cidade Laurine? Está precisando de alguma coisa? Prefiro que fique aqui e que eu vá comprar…

— Não — respondeu ela secamenete. — Eu quero ir.

Pegaram a caminhonete que estava em frente à casa e saíram da área isolada, onde existia apenas a casa deles cercada de capins secos. Laurine ordenou que Gilbert parasse à dez metros do hospital local.

— Está doente? — Perguntou Gilbert encarando a esposa ainda no carro, que parecia estar em todo lugar menos ali com ele.

— Espere aqui — ordenou ela.

Ele obedeceu e ficou aguardando a esposa, um tanto nervoso, que saira em passos apressados visivelmente raivosa em direção ao hospital. Minutos depois o queixo de Gilbert caiu. Laurine vinha voltando com um embrulho nos braços. Ela entrou com um sorriso assustador, e Gilbert reparou que era um bebê recém-nascido.

— O que é isso, Laurine? — perguntou, os olhos esbugalhados.

— Vamos pra casa, meu bem. Nossa filha precisa tomar leite. Não vai querer que ela morra de fome, não é mesmo?

Gilbert engoliu em seco. Laurine tinha acabado de roubar um bebê da maternidade.

— Mas, amor… se…

— Se, eu não posso ter uma filha… roubei uma  — disse ela calmamente enquanto acariciava o bebê.

— Se a polícia vir atrás?

— Não vem. Aquela mulher poderá ter quantos filhos ela quiser — e enchendo os olhos de lágrimas, continuou: —, já eu…

Gilbert não insistiu. Sabia que seria em vão. Deu a partida na caminhonete e seguiram de volta para casa. Aquela criança era apenas a primeira, de muitas.



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