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História O Motorista - "Me desculpe!"


Escrita por: kematerco

Notas do Autor


Boa leitura!!

Capítulo 5 - "Me desculpe!"


Virei minha cabeça novamente para frente. Não queria abandoná-la. Mas estava tão cansado de ser humilhado. Eu realmente me importo com ela. Ela confiava em mim, era como se eu fosse seu irmão mais velho, e como se ela fosse minha irmãzinha, que tenho a necessidade de proteger e zelar. 

Levantei meu olhar para o senhor Moore que estava com os cotovelos apoiados em cima da mesa, suas mãos estavam cruzadas na altura do seu rosto tampando um sorrisinho vitorioso, que consegui ver mesmo com sua tentativa falha de tampá-lo.

Esfreguei minhas mãos na coxa para espantar o nervosismo. Ele sabia que não negaria nada a Meredith, ainda sobre essa pressão. Ele estava feliz por aquilo, estava usando a seu favor, ele não queria me demitir, e também, não poderia me obrigar a ficar. Sabe que comigo aqui, ele tem, pelo menos um pouco, autoridade sobre Meredith.

—Justin... -sua voz parecia tão próxima a mim. 

Soltei o ar forte me dando por vencido.

—Certo! -falei me levantando da cadeira.

—Pegue o resto do dia de folga, rapaz. Você precisa descansar um pouco. -assenti. —E amanhã também. -olhei desconfiado para ele. —Terei um evento amanhã em outro estado. Irei hoje a noite e só volto na quarta. -relaxou na cadeira.

—Nem vem! -Meredith falou debochada. —Não vou para essa festa de corruptos. -ela falou fechando as mãos em punho.

—Fiquei calma, filhinha. -ele falou sarcástico. —Você não irá mesmo. -ela suspirou aliviada. —Ficará em casa de castigo. 

—O quê? -ela gritou. —Eu não tenho mais dez anos... -bateu o pé no chão.

—Mas age como se tivesse. 

—Você acha que me trancando aqui com um monte de pau mandado seu vai adiantar de algo, né?! Se eu tiver que partir nem você e nem eles irão me impedir. -ela gritou saindo correndo.

[…]

Meredith entrou no meu carro depois de uns dez minutos de espera. 

—Você estar me levando para tomar um porre  de cerveja, né?! -ela sentou de lado me olhando com os pés em cima do banco.

—Não... até porquê, eu não bebo mais. -sorrir.

Girei a chave na ignição e comecei a dirigir sem rumo. Não tinha ideia do que fazer ou para onde ir. Agradar Meredith era realmente difícil. 

—Escolhe para onde você quer ir. -a olhei. 

—Tudo bem! -ela fechou os olhos. Parecia que estava imaginado algo, pois sorria. —Continue dirigindo como se fosse sair da cidade. 

Franzi o cenho, mas fiz o que ela pediu. Ficamos em silêncio todo o caminho. Quando estávamos quase saindo ela me pediu para parar no posto de gasolina.
      Parei em frente a loja de conveniência e ela desceu entrando na loja. Aproveitei sua ausência para me ajeitar. Retirei meu paletó e a gravata os jogando no banco de passageiro. Subi as mangas da camisa social e abrir os três botões de cima.

Vi Meredith sair de dentro da loja de conveniência conversando com um cara. Fiquei a olhando conversar com ele, toda a intimidade que eles tinham. O jeito cheio de malícia que se olhavam e sorriam um para o outro, fez brotar um fogo dentro de mim. Uma raiva começou a ferver. Era um sentimento de posse, como se era fosse minha e não pudesse falar com mais ninguém. Era a mesma coisa que eu sentia antes por Lana. Eu estava com ciúmes de Meredith. 

—Que porra você está pensando, Justin?! -falei comigo mesmo encostando a cabeça no volante.

A porta do carona foi aberta e Meredith entrou dentro do carro sobre meu olhar duro. Ela me olhava curiosa, tentando entender o porquê a olhava assim. 

—O que foi? -ela falou colocando as sacolas no chão no meio das suas pernas e fechou a porta.

—Nada! -girei a chave na ignição ligando o carro e acelerando pela estrada.

Me mantive em silêncio. Não iria perguntar quem era ou se ela o conhecia. Isso não era da minha conta, até porquê não tínhamos nada. Disse a ela que não ia interferir em sua vida e é isso que iria fazer.

[…]

Entramos em uma espécie de bosque. Continuei seguindo reto, do jeito que ela havia falado e chegamos em uma espécie de abismo. Meredith saiu do carro apressada pegando a sacola e caminhou para frente do carro sentando no capô. Ela olhou para trás notando que não havia feito o mesmo, e que estava ali dentro do veículo a olhando, fez sinal com a mão me chamando e cedi saindo do carro e indo até ela. 

Sentei no capô e olhei para frente tendo a visão de toda a cidade. O sol começava a ser pôr dando um rosado no céu deixando à vista mais privilegiada. 

Meredith estava com uma cerveja nas mãos e tomava calmamente. Ela se virou mexendo na sacola e retirou uma lata estendendo para mim.

—Você me disse que não estar mais bebendo. -me entregou uma latinha de refrigerante. —Comprei para você. Sei o quanto precisa desse emprego, se você for pego dirigindo bêbado já era. -sorriu. —Meu pai confia muito em você, isso é raro. O que você tem? -ela riu.

—Não sei, mas isso me parece bom. -sorri.

Ficamos em silêncio olhando à vista. Aquele lugar era algo extraordinário, te traz uma paz. Faz você pensar em tudo que já fez na vida.

—Eu sempre venho aqui depois que tenho uma briga com meu pai. -ela quebrou o silêncio me fazendo olhá-la, mas ela ainda olhava para à vista. —Venho para pensar em tudo. Para chorar um pouco. Para ficar sozinha. -eu ainda a admirava.

Sua beleza se ressaltava com a paisagem. Seus cabelos loiros voando quando o fraco vento batia. Seus olhos azuis combinava com o tom bronzeado da sua pele e com os tom do seus cabelos. Ela abriu outra latinha de cerveja, depois de ter colocado a vazia dentro da sacola. Ela suspirou ainda olhando à vista, e eu admirava a visão que tinha dela. 
Devo estar ficando louco, nunca imaginei ela dessa forma. Ou, imaginei ter esses tipos de pensamentos sobre era, achei que minha intenção com ela era só de irmandade, mas estava totalmente enganado. 

Queria tentar entender o que se passava em sua mente. O que porquê dela agir assim. Acho que esse é o melhor momento para se perguntar.

—Posso te perguntar uma coisa? -ela virou a cabeça me dando atenção. —Se você achar muito invasiva não precisa responder. -ela assentiu. —Por que você age desse jeito? -ela franziu o cenho em confusão. —Você quer machucar os outros que tentam se aproximar de você. Não confia em ninguém o suficiente para deixar chegar perto. -a analisava.

Meredith respirou fundo e abaixou a cabeça brincando com a terceira lata que havia aberto. 

—É como se fosse uma defesa pessoal que fui obrigada a ter. -riu forçada negando com a cabeça.

—Um cara partiu seu coração? Isso sempre acontecer com todos. -sorri.

—Antes fosse... -ela sorriu sem jeito. 

—Uma garota? Você é lésbica? -o olhei confuso.

—Ouh! Algum preconceito, gatinho? 

—Ah, não! Nenhum... -sorri sem jeito.

—Mas não... não sou lésbica. Mas continuando o assunto.... foi a mulher que eu mais amei nesse mundo. Foi minha mãe. Ela me abandonou para fugir com outro cara. -fez uma pausa. —Ela é uma vadia. -limpou o rosto com as costas da mão.

Engoli o bolo que se formou em minha garganta. Sentia a dor de Meredith em cada palavra. Ela sentia a falta da mãe. Falta de amor, carinho. Alguém que cuidasse dela. 

—Me desculpe! -sussurrei. 

—Está tudo bem! -ela abria a quinta latinha. 

Novamente voltei a admira-lá. Sua beleza em constante com a beleza da vista era algo espetacular. Meredith era linda, isso nem eu, e nem ninguém podia negar. Seu ar de tranquilidade era nítido. Ela estava serena, coisa que não se via nela quando estava no seu dia-a-dia.

—Você é linda... -nem havia me dado conta que tinha saído tão alto assim, até sentir o olhar dela sobre mim. 

Ficamos nos encarando. Seus olhos azuis da cor da imensidade do mar me prendia como um ímã. Ela sorriu e naquele momento era como se não houvesse chão. 
          Meredith colocou a lata vazia dentro da sacola e deslizou para perto de mim. Deixando nos rostos a milímetros de distância.

—Você também é lindo... -ela sussurrou perto do meu rosto.

Sua boca carnuda era um convite para a perdição. A minha perdição. Ela estava com os lábios entre abertos, esperando minha iniciativa. Mas eu sou covarde demais para tomar alguma atitude, não quando há pessoas envolvidas nisso, eu tenho a Lana, e também é a confiança do senhor Moore que estar em jogo, fora o meu noivado, mesmo meu relacionamento não sendo o mesmo de antes.

Me afastei dela pulando para fora do capô ficando de pé no chão. Peguei a sacola com as latinha vazias e fui até o porta-malas. Precisava de um tempo longe dela para recuperar minha sanidade. Escutei a porta do carona batendo. Fechei o porta-malas e fui em direção ao banco do motorista. Tomei o meu lugar e coloquei a chave na ignição, quando fui roda-la Meredith segurou minha mão me impedindo.

—Não precisa ter medo. -ela falou me olhando. 

—Medo de quê? -falei confuso.

—Ninguém vai ficar sabendo. Sei que você quer tanto quanto eu.

Meredith soltou a minha mão e subiu no meu colo. Apoiei minhas mãos nas suas coxas e antes que racionasse ela pressionou seus lábios contra o meu. Sua língua pediu passagem, mas eu neguei. Isso era uma completa loucura.

—Justin... -falou em um tom de súplica agarrando meu pescoço.

Meu coração implorava, por isso, mas minha razão e o meu bom senso gritavam para eu não cede.

—Eu sou noivo, não faça isso. Isso não é certo. Você estar confundindo as coisas. -falei em um fio de voz.

Meredith saiu de cima do meu colo se ajeitando no banco de carona. 

—Me desculpe! -ela falou envergonha colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha e dando uma última olhada na vista pela janela. 

 



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