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História Ya Ma Da - Fingimento é tudo


Escrita por: MARINENHA

Capítulo 2 - Fingimento é tudo


Fanfic / Fanfiction Ya Ma Da - Fingimento é tudo


-O QUÊ?- falei com um tom de desespero, espero que ela não tenha notado que nunca namorei ninguém, por mais que andasse cheio de meninas na minha cola.

-Mas, tem uma questão.

-POR QUÊ EU?

-Shhhh- ela enfiou "gentilmente" a mão na minha boca.

   Percebi que algumas pessoas olhavam para nós, eu estava falando alto demais.

-É que eu nunca namorei-ela confessou.

-Eu também não.

Ela pareceu surpresa por um segundo ou dois.

-Nem com "ela"?- falou fazendo aspas com os dedos.

-Não.- enrubeci. Eu e ela? Nunca seria possível.

-Ah então beleza!

-Amanhã antes da aula você me pede em namoro e leva algum presente ok?

Ela falou isso e antes que eu pudesse reclamar saiu saltitando em direção à outras garotas.

Soltei um suspiro, em que raios eu me meti?

-Ah cara...

-Ei YAMADAAAA!- Sana pulou em cima de mim e me puxou pelo pescoço- quem era aquela garota?

- Sheena Kuronuma

-Bonita hein?

-Não ac...- lembrei que iríamos namorar então me corrigi- É, bem bonita.

-Já se conheciam ou algo assim?

Antes que eu pudesse responder, Kuronuma se jogou em cima de mim e quase caímos para trás.

-Kuronuma?- perguntei.

-Yamada. Esqueci de te falar um negócio...

-YAMADA?- Sana nos olhou espantado.

-Fugazaki-kun certo?

-Você chamou o Yamada de Yamada?

-Ah, me acostumei.- ela deu de ombros.

Ele me olhou, vi que estava totalmente perdido.

-Acostumado?

  Antes que eu pudesse responder Kuronuma mexeu os lábios e formou "apenas concorde".

-Somos vizinhos, eu vou a casa dele e ele vai na minha de vez em quando, a gente se encontra toda noite e ele vai comigo pro mercado.

-Nunca te vi na casa dele, ele nunca falou de você.

-Não faz muito tempo que eu mudei, mas pode ser que eu me mude de novo.

-Isso é verdade Yamada?

Assenti, ela fez parecer tudo tão normal... Uma verdadeira manipuladora. Nunca eu namoraria alguém como ela de verdade. Mas se eu pensar direito pode ser que as declarações parem... Acho que é o melhor para nós dois.

-Vocês dois...

-AMIGOS!- gritamos ao mesmo tempo, o que fez parte da sala dirigir os olhares para nós, inclusive, Ryuu Ayuzawa.

    Kuronuma corou um pouco, meu Deus ela é ótima em fingir. Tentei corar um pouco mas acho que acabei sorrindo porque Sana piscou pra mim.
-Boa sorte- ele sussurrou e saiu.

  Isso prova de novo o motivo pelo qual eu odeio a escola. Sana acreditou tão fácil numa história que foi inventada em cinco segundos, que nem parecia meu amigo.

    Talvez fosse porque ele acredita em mim, mas eu não tenho certeza.  Inacreditável o quão facilmente influenciáveis meus amigos são, se fosse eu nunca acreditaria numa coisa dessas. EU com uma garota grossa e manipuladora como KURONUMA? Haha!

  Fui pra casa e liguei pro Sana e pro Aoki. Disse que precisava de ajuda porque estava chegando o aniversário de dezesseis anos da minha prima e eu precisava comprar um presente. Óbvio que eles acreditaram, e óbvio que o Sana quis chamar a Kuronuma.

   Chamei ela e fomos juntos encontrar o Sana e o Aoki.

-Olhe, esse na verdade é o seu presente. Então não fale sobre nada caro.

-Ok, já que está falando de preços, vamos namorar até eu conseguir chamar a atenção do Ryuu, até lá temos que estar completamente apaixonados. Se é que você me entende.

-Você quer dizer...

-Exatamente.

-NEM MORTO QUE MEU PRIMEIRO BEIJO VAI SER COM VOCÊ!

  Falei um pouco alto demais para atrair a atenção de mais algumas pessoas, parabéns Yamada.

-Mas a gente precisaaa

-Ahhh, tá bom.

-Você ia ter que fazer de qualquer jeito. Não precisa concordar

-Mas vai ter um preço.

-Preço?

-Quero que você me faça o almoço em casa todo dia. Se vamos nos beijar, pelo menos eu quero comida.

-Tá, Tá tudo bem. Mas aviso que cozinho MUITO BEM.

-Bom mesmo.

-Ei!Não vamos esquecer quem manda aqui! Ou o senhor acha que vamos simplesmente viver como namorados sem hierarquia?

-HÃ?

-Esqueceu por acaso que eu sei do seu histórico escolar? E, acredite se quiser, posso fazer da sua vida um inferno.

-Credo moça.

-Hehehehe

De repente eu ouço um barulho as minhas costas e uma mão me segurando, instintivamente peguei na mão da Kuronuma. Sério,eu tenho muito problema.

-Yamada?

   Soltei a sua mão e me virei pra trás.

-Oi Kenji-kun...

Uma vozinha fina e irritante saia da boca de uma menina que usava dois rabinhos que quase chegavam no chão, olhos azuis e cabelo loiro tão claro que parecia até branco.

-Ahn... Você é...?

-Oh, que descuido! Meu nome é Ayame.

-Ayame. Oi.

Ela corou um pouquinho, depois percebeu que não estávamos sozinhos.

-Oi Sheena-chan!

  Ela fez um movimento com a cabeça e fez como os caubóis do velho oeste.

-Ayame.

-Han, o que vocês fazem aqui?

-Eu e a Kuronuma estamos indo encontrar alguns amigos.

-KURONUMA?

-Sim, Kuronuma Sheena.

-Porque a chama pelo primeiro nome?

-Acabamos nos acostumando.

   Ayame parecia querer conversar, mas Kuronuma realmente queria ir embora.

-Acostuman...?

-Yamada. Vamos.

-Posso te chamar de Yamada também?

-Desculpe Ayame, só deixo a Kuronuma me chamar assim porque somos vizinhos e nos conhecemos já faz tempo.

-Entendo. Vocês são namorados?

-NÃO- falamos juntos mais uma vez.

-Ah, então tá bom- ela voltou a sorrir e se despediu.

-Ela é insuportável.

-"Posso te chamar de Yamada também"?- repeti com voz fina.

  Rimos um pouco até que chegamos no lugar marcado. Foi uma busca simples e rápida, Kuronuma eliminava a maioria de nossas escolhas então acabamos levando um colar de coruja, dois anéis prateados e um par de pulseiras, uma vermelha e uma preta.

    Na hora já entendi o que ela pretendia. Eu ia ficar com um anel e com uma pulseira e ela ia ficar com os outros dois. Parabéns de novo Yamada. Fazendo parzinho de pulseira e anel com a manipuladora.

  Voltamos para casa e fomos ao mercado, eu meio que não queria mentir pro Sana. Nós podemos até não ser TÃO próximos mas ele e o Aoki são meus melhores amigos até agora.

-Boa noite Sheena-chan- falei, gozando da cara dela.

-Até mais, KENJI KUN.- ela fez uma voz fina.

Ela soltou uma gargalhada e entrou em casa. Logo depois entrei também. Megumi e papai conversavam enquanto Haruhi jogava vídeo game.

   Quando ficou tarde decidi que era hora de dormir. Odeio dormir. Amarrei minha cama no chão, fechei as janelas e a porta, tirei qualquer coisa de cima de cima da bancada e me deitei.

    Por incrível que pareça, não sonhei com ela. Já faz algum tempo que eu e ela não nos falamos, mas tudo bem, eu estou atrás dela, e vou achá-la.

    Mas por enquanto isso não é tão importante. Levantei rápido e me arrumei o máximo possível, peguei os presentes e fui com Kuronuma ( que por sinal também estava bem "arrumada"na medida do possível).

- Ok Kuronuma, onde vamos fazer isso?

-Vamos atrás do ginásio, isso tem que ser "privado".- ela disse usando aspas.

-Ok, vamos.

    Ela me seguiu até atrás do ginásio e eu comecei, limpei a garganta.

-Sabe Kuronuma, a gente é vizinho há um tempo e, eu sempre te acompanho para onde você vai a noite. Mas, eu quero mais que isso. Eu.......- engasguei um pouco- gosto de você Kuronuma.

    Ouvi alguns barulhos nas moitas e entendi o porquê dela querer que fôssemos pra lá. Eu tinha esquecido que sou um pouco popular.

-Quero sair comigo? Não! Quer namorar comigo Kuronuma?

   Ela fingiu corar um pouco, depois sorriu e me abraçou.

-Com certeza Yamada. Esperei muito tempo por isso, seu lerdo.

   Rimos um pouco e eu entreguei os presentes pra ela, vestimos na mesma hora os anéis e as pulseiras. Eu fiquei com a preta. Achei legal que ela não tenha pensado em azul, é uma cor muito óbvia.

   Até que chegou a hora do trato. Muitos almoços! Era só no que eu conseguia pensar naquele momento, não podia vacilar, senão, Kuronuma ia espalhar para a escola inteira que eu fui expulso de todas as escolas anteriores, e que era um menino problemático.

   Nunca consegui imaginar como seria meu primeiro beijo, provavelmente com alguma garota óbvia, num cinema óbvio, vendo um filme de romance óbvio, com uma felicidade óbvia.

   Foi totalmente diferente. Nós nos afastamos um pouco da parte de trás do ginásio e fomos pra biblioteca, olhei para trás, ninguém tinha nos seguido.

-Acho que estamos livres.-Anunciei

- Você foi ótimo. Aquela parada foi muito clássica, quantas vezes já fez isso?

-Nenhuma...Mas você também foi incrível.Fez tudo parecer um shoujo na vida real, uau!

-Quero muito ter visto a cara da Ayame.

-Eu também, pagaria pra ver!

-Ok, vamos a segunda parte.- Ela se sentou ao meu lado e chegou perto

-Hum, acho que você tem que fazer alguma coisa.

-É.

   Me inclinei para frente, olhei um pouco pra ela, parecia tensa e estava muito vermelha, eu até entendo, porque independente de quem, aquele era nosso primeiro beijo. Nossos labios se tocaram e por alguns segundos só havia eu e ela no mundo. Por mais que eu não goste dela, tenho que admitir que ter uma namorada não seria nada ruim.

    Nos separamos com falta de ar.

-Ei, você está bem?- perguntei pra ela.

-Acho que sim.

-Isso não foi tão ruim

-Não, não foi.

-Por um almoço por dia faço isso todo início de aula.

-Bom mesmo.

    Ela ainda estava vermelha e usava palavras curtas, tenho certeza de que eu também estava vermelho então apenas falei

-Temos que a gir como namorados, mas só na frente das pessoas certo?

-Certo.

-Ah então, nesse caso, preciso te perguntar: porque se mudou pra cá?

-Vamos dizer que você não é o único santinho.

   Entendi na hora, com certeza ela era como eu, ou poderia ser. Não confio na raça humana, então pra mim é difícil conversar com qualquer pessoa sem ser Sana, família e Aoki. E eu não ia falar sobre isso, prometi a mim mesmo.

- Acho que podemos nos dar bem.

-Podemos, se você fizer o que eu mandar.

De repente tudo voltou ao normal e eu me lembrei que Kuronuma Sheena é uma grossa manipuladora.



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